Questões de Geografia da Fundação CESGRANRIO (CESGRANRIO)

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Nas palavras de Yi-Fu Tuan, os defensores da alta modernidade que vivemos, "apesar das dúvidas e hesitações, mantêm o sentido da direção a seguir, do lar ao cosmos e daí ao conceito paradoxal de 'lar cosmopolita' que proporciona à alta modernidade seu telos e sua seriedade". Para o autor, assistimos à restituição de um conceito geográfico que é o locus da realização humana.

TUAN, Yi-Fu Cosmos y hogar. Barcelona: Melusina, 2005, P. 19.

O conceito que, segundo o autor, vem sendo restituído nos últimos trinta anos constitui um dos termos teóricos centrais na obra desse geógrafo e corresponde a um dos conceitos-chave da Geografia Humanística.

O conceito geográfico em tela é o de

  • A.

    território.

  • B.

    territorialidade.

  • C.

    lugar.

  • D.

    região.

  • E.

    ambiente.

Considerando abordagens conceituais e métodos de investigação, o geógrafo Aluizio Duarte afirma que as regiões podem ser consideradas como unidades espaciais em diferentes níveis de desenvolvimento ou modernização. Acrescenta que, num enfoque sistêmico, o conceito de região é visto como um subsistema, dentro de uma totalidade espacial, correspondendo à dimensão espacial de relações sociais contraditórias. A abordagem conceitual destacada acima refere-se à regionalização como

  • A.

    classificação, decorrente da Geografia Quantitativista.

  • B.

    diferenciação de áreas, correspondente à Geografia Tradicional.

  • C.

    divisão territorial do trabalho, ligada à Geografia Humanista.

  • D.

    instrumento de ação, relacionada à Geografia Aplicada.

  • E.

    processo, vinculada à Geografia Crítica.

Tendo em vista as escalas da urbanização, autores como A. Scott, E. Soja, J. Agnew e M. Storper propuseram o conceito de cidade-região global, apresentando-o como um novo regionalismo no qual "as cidades-regiões funcionam, cada vez mais, como nós espaciais essenciais na economia global e como atores políticos específicos na cena mundial".

Cidade-região é um termo que retoma e complexifica outros como cidade global e cidade mundial, mas também guarda referência a conceitos regionais bastante empregados por geógrafos no passado. Um conceito regional frequente nos estudos geográficos e que tem forte afinidade teórica com cidade-região é o de região

  • A.

    uniforme.

  • B.

    polarizada.

  • C.

    fisiográfica.

  • D.

    homogênea.

  • E.

    de governo.

O geógrafo Roberto Lobato Corrêa propõe um esquema de análise das redes geográficas, de acordo com as dimensões organizacional, temporal e espacial. Quanto à dimensão organizacional, as redes podem ser analisadas segundo a função, que pode ser de realização ou de suporte. São exemplos de redes geográficas com função de realização e de suporte, respectivamente, as redes

  • A.

    de tráfego aéreo e de firmas globais.

  • B.

    de corporações e de lugares centrais.

  • C.

    de telecomunicações e de ONG.

  • D.

    bancária e de transmissão de energia.

  • E.

    ferroviária e de contrabando.

Haja vista a logística e a concepção de defesa nacional, a Marinha do Brasil tem como uma de suas propostas a construção de um estaleiro e de base de submarinos convencionais e nucleares no Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro. A escolha dessa área geográfica é explicada por fatores, tais como a proximidade com as Usinas de Angra I e II, com a NUCLEP e com as metrópoles carioca e paulistana, dentre outros.

Os fatores apresentados remetem à noção de localização relativa que expressa, especificamente, o conceito de

  • A.

    risco ambiental.

  • B.

    custo ambiental.

  • C.

    posição geográfica.

  • D.

    extensão geográfica.

  • E.

    segurança marítima.

O geógrafo David Harvey considera que um dos problemas geográficos consiste em esboçar uma forma de organização espacial que maximize as perspectivas das áreas menos privilegiadas, na qual as vantagens dos mais afortunados promovam o bem-estar dos menos afortunados. Recentemente, o autor declarou que

"Para mim, é muito importante afirmar que 'direito à cidade' não é simplesmente um direito de acesso ao que existe. É um direito de participar da construção e da reconstrução do tecido urbano, de formas mais condizentes com as necessidades da massa da população."

HARVEY, D. Wall Street e o direito à cidade. Le Monde Diplomatique Brasil, março, 2009, p. 6.

As considerações acima remetem, explicitamente, ao conceito de

  • A.

    justiça territorial.

  • B.

    território produtivo.

  • C.

    contraurbanização.

  • D.

    urbanismo em rede.

  • E.

    rede de solidariedade.

Texto I

MUROS E CONTENÇÃO TERRITORIAL

Em relação aos migrantes e refugiados, figuras emblemáticas de nossas sociedades de in-segurança, a "contenção territorial" é uma estratégia frequentemente acionada. Construção de muros ou cercas eletrificadas nas fronteiras torna-se cada vez mais corriqueiro. Em outra escala bastante distinta, casas e condomínios invertem o sentido territorial de "contenção": "conter a entrada do alegado criminoso, 'contendo-se' na relativa reclusão dos muros".

HAESBAERT, R. Sociedades biopolíticas de in-segurança e descontrole dos territórios in Oliveira, M. et alii (orgs). O Brasil, a América, a América Latina e o mundo. Rio de Janeiro: ANPEGE/ Lamparina, 2008, p. 30. (Adaptado)

Texto II

"ECOLIMITE": MAIS UM MURO

Atualmente, em nome da preservação ambiental, além de se segregar espaços voltados a empreendimentos imobiliários de alto padrão econômico, se busca restringir as áreas do solo urbano que sejam - potencialmente - ocupadas por urbanização espontânea. A Prefeitura do Rio de Janeiro mandou construir 11 km de muros para garantir áreas naturais, denominando-os de "ecolimites". Esses muros não se localizam em torno de qualquer área verde, mas sim em torno de 13 comunidades pobres.

PROST, C. O falso consenso sobre a defesa do meio ambiente in Mendonça, F. et alii (orgs). Espaço e Tempo. Curitiba: ANPEGE/ ADEMADAN, 2009, p. 196. (Adaptado)

Comparando os Textos I e II conclui-se que

  • A.

    o primeiro contradiz o segundo, metodologicamente

  • B.

    o primeiro retifica o segundo, teoricamente.

  • C.

    o segundo complementa o primeiro, empiricamente.

  • D.

    o segundo desconstrói o primeiro, analiticamente.

  • E.

    ambos os textos se polarizam, categoricamente.

Alguns dados referentes à migração no Brasil são sintetizados abaixo, por região do país.

A análise dos dados mostra

  • A.

    são consistentes com um forte fluxo migratório de outras regiões para o Centro-Oeste.

  • B.

    há definitivamente um forte fluxo migratório de outras regiões para o Centro-Oeste.

  • C.

    tem sido do Nordeste para o Sudeste o maior fluxo migratório.

  • D.

    são os de maior renda per capita os estados com maior percentual de residentes não naturais.

  • E.

    vem ocorrendo um fluxo migratório do exterior para o Norte e o Centro-Oeste.

Qual é o método de representação cartográfica indicado para mapear fenômenos com continuidade espacial, como chuvas, temperaturas e altitudes de relevo?

  • A.

    Coroplético.

  • B.

    Isarítmico

  • C.

    Corocromático

  • D.

    Pontos de contagem.

  • E.

    Geométrico proporcional.

A composição de indicadores referentes à relação sociedade- espaço exige a definição de critérios, tais como:

• equivalência entre a taxa de utilização e a taxa de recomposição de recursos naturais renováveis.

• distribuição justa de bens e serviços e acesso universal e continuado a educação, moradia, saúde e seguridade social.

• conversão industrial com ênfase na relação da entropia, privilegiando a conservação de energia.

• incorporação dos direitos constitucionais das minorias em políticas eficazes, estáveis e permanentes.

• equiparação entre as taxas de emissão de efluentes das atividades produtivas e as taxas de regeneração dos ecossistemas.

O conjunto de critérios acima refere-se, mais diretamente, à composição de indicadores de

  • A.

    sustentabilidade.

  • B.

    governabilidade.

  • C.

    competitividade.

  • D.

    produtividade.

  • E.

    rentabilidade.

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