Questões de Geografia da Núcleo de Computação Eletrônica UFRJ (NCE)

A indústria automobilística, emblemática do modelo industrial adotado nos anos 50, mudou sua estratégia de localização nas últimas décadas do século XX, instalando filiais em diferentes áreas urbanas do país. Além dos fatores econômicos responsáveis pelas decisões sobre as novas localizações, teve papel decisivo um fato político como:

• A.

  a centralização do poder de decisão sobre a localização das empresas no governo federal;

• B.

  a atribuição legal às empresas para a decisão sobre o local dos seus investimentos industriais;

• C.

  a desregulamentação do processo decisório, favorecendo a livre escolha dos locais de implantação industrial que não mais depende de restrições locacionais, como infraestrutura e mão-de-obra;

• D.

  a regulamentação sobre a redução dos juros bancários para investimentos e aquisição de equipamentos industriais, que tem favorecido a reprodução do parque automobilístico nacional;

• E.

  a "guerra fiscal" entre estados e municípios, que utilizam suas competências fiscais para competir na oferta de isenções às empresas.

Os Sistemas de Informações Geográficas são novos recursos para análise do espaço geográfico. A utilização dos SIGs permite:

I - coletar informações sobre diferentes aspectos da superfície terrestre e monitorar as ações da sociedade sobre ela;
II - interromper as transformações decorrentes de atividades econômicas predatórias e reduzir os seus impactos ambientais;
III - orientar o desempenho das empresas e do governo pela possibilidade de obter informações mais precisas para a gestão.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são somente:

• A.

  II;

• B.

  III;

• C.

  I e II;

• D.

  I e III;

• E.

  II e III.

A distribuição das indústrias pelo território decorre das relações complexas entre os investimentos, os insumos para a produção, o mercado, a mão-de-obra e as competências disponíveis no território. No sul do Brasil, a formação de capitais locais e as competências adquiridas nas pequenas e médias propriedades familiares têm propiciado o desenvolvimento:

• A.

  das indústrias açucareira e de curtição de couros;

• B.

  da concentração de indústrias de refino do trigo para a produção de farinha;

• C.

  das indústrias de alta tecnologia para produzir óleos e outros derivados da soja;

• D.

  de importante área industrial de produtos frigoríficos - aves e suínos - de bebidas e de fumo;

• E.

  das indústrias de charque e de embutidos de origem bovina.

O Geoprocessamento é uma etapa do SIG que seleciona as informações das imagens de satélites e aerofotogramétricas. Essas informações:

I- são trabalhadas e transformadas em banco de dados ou em mapas sobre uso do solo, dados geológicos, topografia, ocupação humana, etc;
II- são reproduzidas de modo cartográfico diretamente dos satélites e permitem acompanhar em tempo real as imagens transmitidas segundo os temas de interesse;
III- são diretamente transmitidas pelas ondas de rádio e utilizadas para a localização de objetos, pessoas ou veículos.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são somente:

• A.

  I:

• B.

  II;

• C.

  III;

• D.

  I e III;

• E.

  II e III.

Apesar da variedade de opções energéticas, no Brasil, como em todo o mundo, é grande a dependência de fontes de energia não renováveis. Na matriz energética brasileira a maior dependência é:

• A.

  do gás natural;

• B.

  do carvão mineral;

• C.

  do urânio;

• D.

  da hulha;

• E.

  do petróleo.

A grande participação de fontes não renováveis na oferta mundial de energia coloca a sociedade diante do desafio de desenvolver fontes alternativas. No Brasil, esse desafio tem levado:

• A.

  a incentivar as pesquisas e domínio de tecnologia de enriquecimento do urânio;

• B.

  ao aumento da oferta de gás natural, nacional ou importado;

• C.

  ao controle das queimadas e à preservação das florestas;

• D.

  a ampliar a oferta de fontes renováveis de energia como a biomassa, a eólica e a solar;

• E.

  à busca de novas reservas de petróleo e novas técnicas de refino.

Além de contar com uma das maiores reservas naturais do planeta, o Brasil dispõe também de grande biodiversidade. No entanto, esses recursos são ameaçados pelos problemas ambientais que se avolumam com o crescimento da população, com a urbanização e com o desenvolvimento das atividades produtivas. Esses problemas decorrem:

I- da ausência de marcos regulatórios para a ação das empresas e de uma legislação adequada, e de agentes públicos capazes de inibir ações que provoquem danos ao ambiente;
II- da pouca consciência ecológica da sociedade que desperdiça água e energia, além de lançar resíduos sólidos em rios, em terrenos vazios e em espaços públicos;
III- da ação predatória de empresas multinacionais que não precisam se submeter à lei nacional e obtêm grandes lucros, enquanto as empresas nacionais, que cumprem a legislação, tornam-se menos competitivas.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são somente:

• A.

  I;

• B.

  II;

• C.

  III;

• D.

  I e II;

• E.

  I, II e III.

Falar de formação territorial é "fazer falar a nação pelo território" (M. Santos). Nesse sentido, é possível reconhecer diversos momentos de um processo de evolução permanente. No Brasil, o primeiro momento da ocupação colonial do território brasileiro é identificado como a formação de um "arquipélago".
Nesse período, o território se caracterizava:

I- por um conjunto de manchas ou pontos onde se realizava a produção, formando zonas econômicas independentes;
II- pela presença de aglomerações urbanas que resultaram da instalação de serviços do governo;
III- pelo desenvolvimento de atividades produtivas em territórios dispersos, porém intensamente articulados entre si pela densa rede de caminhos coloniais, e com a metrópole, através das rotas marítimas.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são somente:

• A.

  II;

• B.

  III;,

• C.

  I e II;

• D.

  I e III;

• E.

  II e III.

A expansão territorial brasileira, despovoadora na perspectiva dos índios, povoadora na ótica do colonizador, marcou o desenvolvimento histórico do país. A apropriação de terras, iniciada na colônia e continuada após a independência, constituiu um forte elemento de identidade e coesão sociais. Nesse processo, o papel do Estado foi:

• A.

  comportar-se da forma mais discreta possível, para não interferir nas decisões e ações dos interesses privados, nacionais e internacionais, para a conquista do território;

• B.

  viabilizar a conquista induzindo o povoamento e dotando o território de equipamentos, gerir a ocupação dos solos e preservar a integridade do território;

• C.

  induzir a formação de elites regionais capazes de promover a conquista territorial e estimular o desenvolvimento econômico e social endógeno;

• D.

  estabelecer as conexões com a metrópole e posteriormente com outros países independentes, para atrair empreendedores, mão-de-obra e milícias estrangeiras, para garantir a posse do território;

• E.

  promover e organizar os espaços econômicos e a apropriação dos excedentes da produção, através dos impostos, para possibilitar os investimentos em infraestrutura e o desenvolvimento equilibrado do território.

No Brasil, a crescente divisão territorial do trabalho e a ampliação das articulações inter-regionais via telégrafos, ferrovias, rodovias e, mais recentemente, telecomunicações gerou uma rede urbana efetivamente nacional. A rede urbana brasileira foi de fato integrada:

• A.

  após a formação do meio técnico-científico informacional dos anos 80;

• B.

  após a Segunda Guerra, sobretudo a partir do processo de industrialização dos anos 50;

• C.

  pela recente expansão da internet, que permite a comunicação em tempo real;

• D.

  com a expansão da atividade cafeeira durante o século XIX;

• E.

  com a integração da Região Centro-Oeste ao núcleo dinâmico, propiciada pela produção de soja.