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No Brasil, o desenvolvimento das atividades produtivas concentrou-se no Sudeste e, apesar de beneficiar a Região Sul e de dinamizar a economia nacional, não foi capaz de eliminar as disparidades econômicas regionais.
Evidência dessas disparidades é:
a concentração da agricultura moderna na Região Centro- Oeste em detrimento das outras regiões, o que tem intensificado as migrações internas;
o avanço do desmatamento na Região Norte, que tem como conseqüência a redução da renda regional;
a pequena participação da Região Nordeste na renda nacional, apesar de esta ser a segunda região mais populosa do país;
a abertura da economia brasileira ao exterior, que tem favorecido o Sudeste em detrimento das outras regiões;
a crise da modernização agrícola na Região Sul e a redução da renda per capita regional.
Mudanças importantes ocorreram no espaço da cafeicultura brasileira. De primeiro produto de exportação do país e motor de abertura de frentes pioneiras agrícolas em São Paulo e no Paraná no início do século XX, crises do setor alteraram esse quadro. Nas últimas décadas do século XX mudaram as áreas produtoras e os modos de produzir. Essas mudanças são:
redução da área cultivada nas zonas tradicionais de cultivo e retorno ao Vale do Rio Paraíba do Sul, aumento da produtividade pelos investimentos maciços em insumos e mecanização das colheitas;
perda de competitividade de São Paulo e do Paraná, deslocamento da produção para Minas Gerais, hoje o maior produtor, preocupação com a qualidade dos grãos e cultivo em médias e pequenas propriedades;
deslocamento da produção para as zonas de cerrados, elevados investimentos em tecnologia, produção irrigada em grandes propriedades totalmente voltadas para a exportação;
concentração da produção em pequenas propriedades das antigas áreas de latifúndios de São Paulo e do Paraná, além de expansão para áreas novas como, Espírito Santo e Rio de Janeiro;
cultivo de grãos de menor qualidade, porém com maior produtividade, e mais adequados à indústrias de café solúvel e à exportação.
Nas últimas décadas, tem ocorrido no Brasil uma rápida expansão territorial da cultura de produtos agrícolas de exportação. Essa expansão tem se beneficiado:
da incorporação de tecnologias para a agricultura, da conquista de novos espaços produtivos dos cerrados da região Centro-Oeste e da expansão dos mercados internacionais;
do amplo programa de créditos para pequenos e médios produtores das áreas semi-áridas do Nordeste;
das inovações tecnológicas financiadas pelas empresas estrangeiras que se instalaram nas áreas de irrigação para desenvolver a fruticultura;
da maior qualificação do trabalhador rural, que resultou no crescimento e diversificação dos produtos oferecidos no mercado;
da concentração fundiária na Região Sudeste e da disponibilidade de financiamentos direcionados às culturas de cana-de-açúcar e de café.
O Brasil se destaca entre as economias industrializadas pela elevada participação das fontes renováveis em sua matriz energética. A matriz energética mundial, ao contrário, tem participação total de 80% de fontes de carbono fóssil, não renováveis. A posição vantajosa do Brasil se explica por alguns privilégios da natureza como:
uma rede de bacias hidrográficas com vários rios de planalto, fundamental para a produção de eletricidade; e as vastas extensões de clima tropical, que favorecem a produção de fontes de energia renovável;
a incidência de ventos alíseos em toda a costa, o que representa um recurso para a produção de energia eólica; e as grandes extensões de clima semi-árido com elevados índices de insolação, disponibilizando enormes recursos de energia solar;
a grande extensão de florestas e o clima tropical, que favorece o reflorestamento, disponibilizando importante recurso de biomassa; e as altas marés da costa norte do país cuja energia pode ser explorada;
a predominância de rios encachoeirados na bacia Amazônica, o que possibilita suprir as necessidades energéticas regionais sem efeitos danosos ao clima; e a fonte inesgotável de biomassa que a floresta representa;
as grandes extensões de solos férteis disponíveis em terras livres para cultivo de produtos destinados a produzir biomassa; e a disponibilidade de energias solar e eólica.
A macroestrutura do subsolo brasileiro desempenha importante papel na configuração das grandes formas do relevo, apesar das prolongadas fases erosivas. São três as grandes estruturas que definem os macrocompartimentos de relevo encontrados no Brasil:
os pediplanos, as restingas e as planícies sedimentares;
os maciços cristalinos, as depressões e a plataforma continental;
as serras, os planaltos e as planícies;
as chapadas, os chapadões e as várzeas;
as plataformas ou crátons, os cinturões orogênicos e as grandes bacias sedimentares.
O relevo brasileiro apresenta grande variedade morfológica, resultado, principalmente, da ação de agentes externos, sobre estruturas geológicas de diferentes naturezas e idades. Os agentes externos que mais participaram da formação do relevo foram:
as intempéries e a ação antrópica;
os raios solares e a umidade;
a cobertura vegetal (ação das raízes) e os microorganismos;
o clima (temperaturas, ventos, chuvas) e os rios;
as erupções vulcânicas do passado e a erosão.
A geografia tem preocupação cada vez maior em conhecer o ambiente natural de sobrevivência do homem, bem como entender o comportamento das sociedades humanas, suas relações com a natureza e suas relações entre si. Como cada sociedade estrutura e organiza o seu espaço, é possível afirmar que:
I- as sociedades organizam e estruturam o espaço físico territorial frente às imposições do meio natural e pela capacidade técnica, pelo poder econômico e pelos valores culturais;
II- o meio físico é condição inescapável da organização da sociedade que procura adequar seus meios de vida e recursos técnicos às imposições naturais, podendo esta ser mais próspera ou mais pobre em função do que lhe é provisionado pela natureza;
III- a pesquisa e o planejamento ambiental tem como compromisso ampliar o conhecimento do espaço físico e integrá-lo como um substrato da organização social, que em última instância, determina as ações sobre ele.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são somente:
I;
II;
I e II;
I e III;
I, II e III.
A partir de 1990, uma nova classificação do relevo brasileiro, bastante detalhada e apoiada em levantamentos técnicos, foi sugerida pelo geógrafo Jurandyr L. S. Ross e tem sido adotada. Essa classificação associa as informações altimétricas com os processos de erosão, sedimentação e gênese, integrando-os às estruturas geológicas nas quais ocorrem. As formas do relevo brasileiro são classificadas em:
serras, planícies aluviais, pediplanos e planaltos;
planícies, serras e altiplanos;
depressões, planaltos e planícies;
planícies sedimentares, chapadões e serras;
planaltos,chapadas, chapadões e planícies.
Numa definição geral, o solo pode ser considerado como: matéria orgânica ou mineral inconsolidada aflorante, que mostra os efeitos de fatores genéticos e ambientais a que foi submetida, tais como clima (incluindo efeitos de temperatura e água) e macro e microrganismos, condicionados pelo relevo, atuando no material inicial durante um período de tempo. Sendo constituído por partículas, os solos são extremamente vulneráveis aos processos erosivos provocados:
pela ocupação humana nos aglomerados urbanos;
pela abertura de estradas, quaisquer que sejam as técnicas de engenharia utilizadas;
pelos reflorestamentos destinados à produção de carvão;
pelos desmatamentos e pela agricultura de baixo padrão técnico;
pela agricultura de alto padrão técnico que utiliza tratores e curvas de nível.
Além da ação humana, paradoxalmente, os solos são extremamente vulneráveis a algumas condições como as físicas e climáticas. Nesse caso, são as técnicas de manejo elaboradas pelos homens que protegem os solos da sua própria natureza. Um exemplo de erosão pela natureza e de solução é:
a erosão eólica controlada pelo plantio de árvores, formando quebra-ventos;
a erosão fluvial, minimizada por obras de engenharia para desviar o curso do rio;
a erosão marinha, eliminada com a construção de quebramar e falésias artificiais;
a erosão da chuvas, reduzida com o armazenamento da água precipitada excedente em lagos artificiais;
a erosão decorrente da infiltração, que é eliminada pela impermeabilização das camadas superficiais do solo.
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