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A legislação de Sólon sobre a prostituição se apresenta, antes de mais nada, como uma medida de saúde pública, destinada em primeiro lugar a preservar a pureza da raça. Com efeito, foi para servir de derivativo aos ardores dos jovens, para proteger a castidade das mulheres livres e para garantir assim a descendência dos cidadãos que Sólon comprou jovens escravas e as instalou nas casas distribuídas pelos diferentes bairros da cidade.
(SALLES, Catherine. Nos submundos da Antiguidade. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1987, p. 20).
Acerca das temáticas instigadas pelo texto, julgue os itens e assinale a alternativa INCORRETA:
O fato de Sólon distribuir casas de prostituição, instaladas pelo Estado, em diversos bairros de Atenas demonstra que esta cidade soube organizar o seu espaço de tal forma que não houvesse critérios de diferenciação entre os seus habitantes.
A medida tomada pelo legislador ateniense demonstra, duma perspectiva mais ampla, uma preocupação com a cidade e a formação do cidadão.
Através do texto, pode-se compreender que a prostituição passa a ser controlada pelo Estado.
Se os homens gregos eram classificados por critérios de nascimento e riqueza, as mulheres, além desses critérios, eram submetidas a uma hierarquia baseada em atribuições sexuais.
A prostituição na antiguidade não esteve desligada das práticas religiosas, uma prova disso foram os cultos a Afrodite e o comércio sexual nos templos dedicados a esta deusa.
De um lado, havia o caráter mágico dos reis, fato antropológico bem conhecido e perfeitamente atestado na Europa medieval. Com efeito, para ela os reis eram intermediários entre o mundo terreno e o mundo divino, desempenhavam o papel de propiciadores de fertilidade e saúde [...]. Acreditava-se que o toque das mãos de Waldemar I da Dinamarca (1154-1182) sobre recém-nascidos favorecesse o crescimento deles, da mesma forma que as sementes jogadas ao solo por ele teriam sua germinação estimulada [...]. Sabe-se que do século XII ao XVIII atribuiu-se ao toque dos reis da França e da Inglaterra o poder de curar escrófulas. Em 1527, os camponeses suecos ainda acreditam que os reis fossem responsáveis pelo clima. O inverso também era verdadeiro: as faltas do rei Anfortas provocaram a esterilidade dele e de seu país, até serem redimidos por Percival.(FRANCO JÚNIOR, Hilário. O retorno de Artur: o imaginário da política e a política do imaginário no século XII. In: Os três dedos de Adão: ensaios de mitologia medieval. São Paulo: EDUSP, 2010, p. 174). Julgue os itens e, em seguida, assinale a alternativa que traz a sequencia correta:
I Os estudos envolvendo o imaginário e as representações políticas no ocidente medieval e moderno foram responsáveis não só por revelar as relações de poder que envolviam as esferas espirituais e seculares, como também possibilitaram novos campos de investigação e abordagem para a História Política.
II A imagem dos reis como figuras divinizadas foi facilitada pela postura do cristianismo medieval que via o próprio Cristo como o maior de todos os reis. Desse modo, asrepresentações dos reis se confundiam com as de Cristo, o que explica o papel simbólico das cerimônias de coroação/unção daqueles.
III O caráter divino atribuído aos reis medievais entrava em choque com a postura ideológica da Igreja Católica. Ao se posicionar como um Deus, os reis colocavam em xeque a principal ideologia que alicerça o catolicismo: o monoteísmo.
V-F-V.
V-V-F.
V-V-V
F-V-V.
V-F-F.
O texto a seguir foi retirado do romance A insustentável leveza do ser:
Desde a Revolução Francesa, metade da Europa se intitulou de esquerda e a outra metade recebeu a classificação de direita. É praticamente impossível definir uma ou outra destas noções através dos princípios teóricos em que elas se apóiam. Não há nisso nada de surpreendente: os movimentos políticos não se baseiam em atitudes racionais, mas em representações, em imagens, em palavras, em arquétipos, cujo conjunto constitui esse ou aquele kitsch político.
KUNDERA, Milan. A insustentável leveza do ser. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995, p. 259.
Sobre a Revolução Francesa e suas consequências para a política ocidental, julgue os itens e assinala a alternativa correta:
Encarada pela historiografia de viés marxista como a vitória da burguesia e do capitalismo sobre a nobreza e o feudalismo, a Revolução Francesa só recentemente foi revisitada e colocada como marco inicial do mundo contemporâneo.
As mudanças políticas decorrentes das disputas ideológicas travadas durante o conflito tiveram seus impactos restritos ao continente europeu, o que explica a pouca atenção dada pela historiografia brasileira ao movimento.
Inspiradas pelas ideias iluministas, as correntes político-ideológicas que se destacaram durante a Revolução girondinos, jacobinos, planície , viram com desconfiança a participação popular, optando por um governo classista e comandado por intelectuais.
No campo simbólico, os lideres revolucionários cuidaram de construir a imagem de uma nova França. Alguns exemplos disso foram as instituições de um novo calendário, nova bandeira, novo hino e novas leis para o país.
Sob o lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade, os revolucionários franceses propunham a construção de uma nova sociedade sem que houvesse diferenças, de qualquer tipo, entre as camadas sociais.
A denominação Guerra dos Mascates, relativa ao conflito entre os moradores de Olinda e Recife (1710-11), foi dada como título de um romance de José de Alencar, na década de 1870 [...]. Antes do romance, o conflito era geralmente designado como sedição, sublevação ou alteração de Pernambuco [...]. O nome Guerra dos Mascates dado no século XIX aos acontecimentos de Pernambuco do início do século XVIII, e assumido pela historiografia, é anacrônico [...].
(FARIA, Sheila de Castro. Verbete Mascate. In: VAINFAS, Ronaldo (org.). Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2000, p. 383).
Na tipificação de revoltas elaborada pela historiografia brasileira, encontramos, junto ao grupo à que também pertence a Guerra dos Mascates, o movimento da:
Confederação do Equador.
Revolta dos Malês.
Inconfidência Mineira.
Cabanagem.
Revolta da Chibata.
Não há dúvida que a acumulação de armamento, que atingiu proporções temíveis nos últimos cinco anos anteriores a 1914, em que a máquina inflexível que mobiliza as forças da morte não poderia mais ser esticada. Porém a Europa não foi à guerra devido à corrida armamentista como tal, mas devido à situação internacional que lançou as nações nessa competição.
(HOBSBAWM, Eric J. A Era dos Impérios. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, p. 427.)
Entre os fatores que teriam lançado os países europeus à Primeira Guerra Mundial, sugeridos pelo historiador, encontramos os seguintes, EXCETO:
Os vários revanchismos ocasionados pela assinatura do Tratado de Versalhes.
As disputas por colônias na África e na Ásia.
As rivalidades provocadas pelas guerras de unificação da Alemanha e da Itália.
Os conflitos diplomáticos decorrentes das manifestações favoráveis ao desmembramento do Império Austro-Húngaro.
A formação de alianças bélicas que visavam ajudar países envolvidos em conflitos contra inimigos comuns.
Em meados de 1867, uma circular enviada pelo Ministério da Justiça chegou à presidência do Ceará e de outras províncias, como Piauí e Minas Gerais, determinando que os condenados por crimes de homicídio ou tentativa de homicídio que comprovassem o cumprimento de mais de dois terços da pena e bom comportamento receberiam indulto a fim de irem para a Guerra do Paraguai.
(SOUZA, Maria Regina Santos de. Licença para matar. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 6, nº 66, março de 2011. p. 56).
Sobre o envolvimento do Brasil na Guerra do Paraguai, assinale a alternativa INCORRETA:
A guerra movida pelo Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai entre os anos de 1864- 1870 é um indício das relações tensas que historicamente envolveram o extremo sul do continente americano. Em meados do século XIX, essa tensão esteve relacionada com o controle de um importante canal para o escoamento de mercadorias: o rio da Prata.
No Brasil, o conflito gerou revoltas e manifestações contrárias à forma violenta com que o governo imperial passou a recrutar soldados nas camadas mais pobres da população.
Uma guerra longa como a que o Brasil moveu contra o Paraguai acabou por deixar evidente a falta de organização e contingente do Exército Brasileiro, o que justificou as medidas tomadas no sentido de criar, urgentemente, um contingente de soldados.
Como forma de seduzir a população pobre a participar das fileiras do Exército, o Império, em 1865, institui o Decreto dos Voluntários da Pátria. Por este Decreto, o governo oferecia dinheiro, terras e pensão aos soldados e às famílias dos mortos e feridos em decorrência do combate.
Ao sair vitorioso do conflito, o Império Brasileiro se fortalece como referência política e militar no continente americano, o que justifica a longevidade do governo de D. Pedro II após a década de 1870.
Na galeria dos mitos postos em circulação pelo Estado Novo, o mito da personalidade ascendeu em primeiro plano na política nacional. Tal fato não foi, nem de longe, simplesmente casual. Fazia parte de toda uma estratégia de conquista da simpatia das massas. Como assinalava Francisco Campos, o mito da nação, apesar de sua importância, trazia como que a marca de um pecado de origem: ele não se colocava para a população no campo das experiências imediatas. A imediatidade requerida para a maior eficácia da imagem mítica poderia ser percebida, isso sim, no mito da personalidade.
(PARANHOS, Adalberto. O roubo da fala: origens da ideologia do trabalhismo no Brasil. São Paulo: Boitempo, 1999, p. 60).
O culto à personalidade de Getúlio Vargas encontrou suporte ideológico no seguinte sistema político vigente na primeira metade do século XX:
Liberalismo.
Fascismo.
Comunismo.
Social Democracia.
Socialismo.
Durante os dez anos de vigência do nefasto Decreto-Lei nº 1077, de 1970, que instituiu a censura a revistas e livros considerados imorais, mais de 2 mil publicações sofreram algum tipo de restrição pelas mãos dos censores federais. Nem mesmo a edição americana da PLAYBOY escapou, tendo a venda proibida em 6 de fevereiro de 1970. A justificativa do governo militar, nas palavras do então ministro da Justiça, Alfredo Buzaid (1969-1974), era que as revistas de mulher pelada estimulariam a licenciosidade, insinuariam o amor livre e ameaçariam destruir os valores morais da sociedade brasileira. Na visão do ministro, elas obedeceriam a um mirabolante plano subversivo comunista que colocaria em risco a segurança nacional. (RISÉRIO, Manoel. Playboy vs. Censura 1975/1980. In: Revista Playboy. Editora Abril, nº 423, agosto de 2010, p. 244).Sobre a censura durante a ditadura militar no Brasil, julgue os itens como verdadeiros ou falsos:
I Para além do aspecto cômico, a censura às revistas de nudez, sob a alegação de um suposto plano subversivo comunista, serve como indício de que o discurso conservador dos militares no poder ecoava positivamente em setores numericamente significativos da população brasileira, o que explica a base de apoio ao regime nos seus primeiros anos.
II Na justificativa utilizada para censurar a revista Playboy pode-se perceber que a preocupação com o controle social e político pensado pelo governo militar estendia-se,também, sobre o corpo e suas imagens. Sabendo disso, grupos artísticos nacionais passam a agenciar as performances corporais como forma de subverter o sistema, dando origem à chamada geração do desbunde.
III Embora mantendo um forte controle sobre revistas e livros considerados imorais, novas pesquisas históricas têm mostrado que houve uma grande permissividade com relação à publicação de outros gêneros literários, inclusive de autores cubanos e soviéticos, independente de seus posicionamentos políticos.
Está(ão) correta(s) a(s):
Apenas a alternativa I.
Apenas a alternativa II.
Apenas a alternativa IIII.
As alternativas I e II.
As alternativas II e III.
Segundo o historiador José Carlos Reis, no seu livro A História entre a filosofia e a ciência, quando se discutem paradigmas para a História, a pergunta a ser feita é: houve alteração no coração da História, isto é, na concepção do tempo histórico? (REIS, 1999, p. 61). Logo abaixo, estão transcritas três concepções historiográficas para o tempo histórico. Assinale a alternativa que traz, respectivamente, a escola historiográfica que assume cada uma dessas concepções.
I O tempo da historiografia [...] é, portanto, iluminista: progressivo, linear, evolutivo em direção à sociedade moral, igual, fraterna. (REIS, 1999, p. 15);
II [...] compreende a história como uma aceleração do tempo em direção ao futuro livre. O presente é consumido pelo futuro, não pela evolução gradual e pacífica, mas pela crise permanente. (REIS, 1999, p. 51);
III [...] o conceito de tempo histórico consiste, fundamentalmente, na superação estrutural do evento [e] considera a longa duração e os tempos articulados. (REIS, 1999, p. 63-71).
Positivismo, Annales, Materialismo.
Historicismo, Materialismo, Annales.
Romantismo, Positivismo, Historicismo.
Positivismo. Materialismo, Annales.
Materialismo, Positivismo. Romantismo.
Leia o texto abaixo, e em seguida assinale a alternativa correta: De fato, tal como na recordação, no historiador a herança do passado não é uma simples acumulação dos acontecimentos. Ao invés, tudo se passa como se a consciência do presente saltasse anos e séculos para escolher os momentos em que ela encontra a sua arqueologia e os momentos fortes do sentido que quer dar ao seu percurso. Atitude que, porém, não pode acionar a destemporalização do sujeito-historiador como se este estivesse podido estar lá, no passado, quando este foi presente. Mas ela também não pode cingir-se à curiosidade antiquária, ou à função de coveiro a desenterrar cadáveres após o cumprimento do ciclo da putrefação (e do esquecimento).
Devido ao seu papel de guardião de memórias, cabe ao historiador, sobretudo para fazer frente ao imediatismo do mundo contemporâneo, a função de preservar as lembranças do maior número de fatos passados.
Munido de uma formação acadêmica específica, o historiador, como todo pesquisador, deve manter uma inflexível imparcialidade frente ao seu objeto de estudo. No caso específico do conhecimento historiográfico, isso é facilitado pela distância temporal que separa o sujeito-pesquisador do seu objeto.
A destemporalização defendida pelo autor diz respeito à necessidade que sente o historiador de se desligar do seu próprio tempo e enveredar por um tempo pretérito. Só através desse exercício, o historiador poderá ser honesto com os fatos que salva do esquecimento.
O ofício do historiador está envolvido numa encruzilhada temporal: se, por um lado o seu objeto teve uma existência no passado, por outro, os interesses e problemáticas que movem este pesquisador surgem dos anseios do seu próprio tempo.
A metáfora do historiador-coveiro serve para nos lembrar que a função primeira do ofício de historiador é resgatar do passado a memória dos sujeitos esquecidos. Desse modo, este profissional será tão mais competente quanto menos interferir nas narrativas desses sujeitos.
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