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Uma das questões contemporâneas na pesquisa histórica ou das ciências sociais é a ampliação do conceito de documento. Assinale a alternativa que estabelece uma relação apropriada entre documento e monumento:
monumento é a marca material e concreta do passado e documento é unicamente o registro oficial deste mesmo passado;
monumento é um conjunto de indícios materiais do passado e documento é todo tipo de registro do passado;
monumento é um sinal e uma herança do passado e documento é a escolha que o historiador faz do que restou do passado de acordo com o seu interesse;
monumento é o conjunto de todos os registros passados e documento é a prova do que existiu de fato;
monumento é a memória viva do que já não existe e documento é a invenção de um passado possível através dos registros efetuados.
A respeito da história oral, assinale a alternativa INCORRETA:
a utilização da história oral como fonte desperta grande interesse na atual geração de historiadores e cientistas sociais, pois comporta novas possibilidades metodológicas;
a entrevista de história oral registra não apenas as visões de mundo do entrevistado, mas também as intenções do pesquisador em reelaborar o passado;
a história oral apresenta um campo vasto de trabalho, porém de forma centrada no conhecimento das visões de mundo e experiências das classes populares;
a história oral é uma fonte valiosa para compreender as circunstâncias em que as memórias são objeto de disputa;
a história oral fornece uma possibilidade de trabalho ímpar para o entendimento do enquadramento da memória.
Em contraposição à perspectiva historiográfica em voga no início do século XX, Lucien Febvre aponta, no texto supra citado, para a necessidade de diversificação das fontes para o enriquecimento da investigação histórica, numa ótica interdisciplinar.
I- Historicismo, análise de discurso, documentos oficiais.
II- História nova, análise semiótica, iconografia.
III- Annales, análise serial, cultura material.
A(s) alternativa(s) que relacionada(m) corretamente a(s) abordagem(ns) historiográfica(s) desenvolvida(s) a partir da proposição de Febvre, juntamente com a(s) metodologia(s) e a(s) fontes por elas empregadas é/são somente:
Assinale a alternativa que desenvolve de forma correta a afirmação acima:
a memória excede o escopo da mente humana, o que nos leva não a descartar a razão na tentativa de compreendê-la, mas sim a utilizá-la com precaução;
a memória e o esquecimento dizem respeito a processos sociais, tendo em vista que ambos estão envolvidos em relações de poder;
a memória é direcionada segundo a função social daquele que exerce a ação de lembrar, ou sente a necessidade de lembrar;
a memória individual e também a memória coletiva necessitam dos apoios materiais da lembrança, tais como as construções e as relíquias;
a memória é matéria constitutiva da identidade de indivíduos e grupos, visto que do passado surge a concepção que cada indivíduo tem de si mesmo.
Na experiência temporal pós-moderna citada por Andreas Huysen, o tempo é:
uma experiência concreta na qual pode ser operado e dominado de acordo com as circunstâncias materiais da vivência humana;
regulado de forma artificial pelas relações dissimétricas, em que a produção de mercadorias ocupa um espaço primordial;
uma experiência coletiva de auto-referência envolto numa expectativa de retorno circular, em que toda nova experiência traz em si mesma o seu oposto;
fugidio e leve, sem marcos concretos, em que passado e futuro não são reconhecíveis ou desejados, numa experiência de eterno presente;
percebido como categoria fundamental de entendimento da experiência humana coletiva, assim como também no âmbito pessoal.
A prática de pesquisa, no campo das ciências sociais, não pode prescindir de alguns procedimentos fundantes à construção do conhecimento, tais como o recorte do objeto de estudo e sua problematização, a formulação das hipóteses etc. Este "saberfazer" do historiador foi sistematizado por Michel de Certeau em um texto basilar, "A operação historiográfica" [A Escrita da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982]. Assinale a alternativa mais condizente com as proposições desenvolvidas por De Certeau neste trabalho:
o saber histórico vincula-se à qualidade da formação erudita do pesquisador, ao enfoque dos desvios em detrimento dos modelos teóricos e à adoção de uma escrita metafórica;
o saber histórico vincula-se ao reconhecimento do lugar social e intelectual do pesquisador, à relação promovida entre particularidades e modelos teóricos e à composição de sentido através da escrita;
o saber histórico vincula-se à especificidade da formação literária do pesquisador, à prioridade ao biográfico frente ao estrutural e à promoção de uma escrita narrativa;
o saber histórico vincula-se à densidade da experiência de vida do pesquisador, à abordagem de conflitos sociais e à opção pelo relato conjuntural;
o saber histórico vincula-se à pluralidade da formação cultural do pesquisador, a seu interesse pelas vivências cotidianas e das minorias e ao emprego de uma escrita explicitadora dos interditos.
Uma das vertentes do fazer histórico que mais vem sendo desenvolvida nos últimos anos reporta-se à reconstituição dos indícios de resistência sócio-política, culturalmente inscritos. Com base nestes estudos, é possível afirmar, a respeito do regime ditatorial instaurado em 1964, que:
I- Com a vigência do AI-5, a partir de 1968, intensificouse a violência repressiva e a censura a qualquer manifestação cultural tornou-se cotidiana.
II- O regime ditatorial estabeleceu uma ordem autoritária pouco institucionalizada, com regras cambiantes, mantendo distorcidas instituições e liturgias próprias do sistema democrático.
III- O regime buscou estabelecer sua legitimidade através de uma intensa propaganda do crescimento econômico, com uma linguagem técnica que exaltava a modernização.
A(s) afirmativa(s) historicamente correta(s) é/são somente:
A música e a literatura foram duas expressões relevantes para a configuração identitária dos afro-descendentes no Brasil. Algumas dessas manifestações, por denunciarem as condições de vida cotidianamente enfrentadas por esses segmentos, em paralelo à valorização dos elementos não-brancos da sociedade, suscitaram, ainda que implicitamente, uma leitura política da realidade. Pode(m) ser considerada(s) como exemplo desta cultura política de contornos afro-brasileiros a(s) seguinte(s) produção(ões) musical(is):
I- O maxixe, que dançado nos cabarés do Rio de Janeiro ao final do século XIX, estendeu-se com sucesso aos palcos do teatro de revista.
II- O lundu, citado no oitocentos como uma dança licenciosa, mas que neste mesmo século disseminou-se em saraus e bailes das casas grandes e dos sobrados.
III- A polca, que bastante apreciada nos salões imperiais, foi apropriada por diferentes camadas sociais, chegando a compor o repertório de sociedades carnavalescas.
Com o fim do Estado Novo, a intelligentsia brasileira buscou novas interpretações para a realidade. O Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), fundado em 1955, tornou-se um dos mais destacados pólos deste debate intelectual. Assinale a alternativa que melhor define a matriz do pensamento isebiano:
a formulação de alternativas econômicas para a questão da produção agrícola, numa reafirmação da vocação agrária do Brasil;
a ponderação acerca do potencial industrial do Brasil e a necessidade de uma produção cultural que sustentasse um projeto nacional de longo alcance;
a reiteração acerca da necessidade de conciliação dos variados setores produtivos, numa perspectiva integradora da vida material e cultural da nação;
a reflexão acerca das contradições presentes na sociedade brasileira, consolidando uma visão dualista da questão nacional, entendida como a luta entre o setor arcaico e o setor moderno;
a afirmação da necessidade da construção de um Estado nacionalista, em que o engajamento político domina a produção cultural, cuja missão pedagógica é de conscientização e organização dos trabalhadores.
No estudo das ideologias constitutivas do pensamento social brasileiro da Primeira República, os discursos que entrecruzam religiosidade e poder têm sido elencados como novas fontes de investigação. Assim, com base nas pesquisas realizadas nos três últimos decênios, é possível afirmar que a maioria dos intelectuais católicos, geralmente recémconvertidos, assumiu uma postura político-cultural de cunho dogmático e proselitista, desdobrada numa concepção hierarquizante de ordem social. Contudo, um pequeno grupo de letrados mostrou-se favorável à discussão da questão social, abordada nas encíclicas de Leão XIII. Entre os autores representativos desta segunda tendência, pode ser citado:
Padre Júlio Maria, que em suas Conferências, proferidas desde 1895, afirmava ser possível a coexistência entre catolicismo e liberalismo civil e político
Jackson de Figueiredo, fundador da revista A Ordem, em 1921, na qual preconizava a "restauração" de uma sociedade idealizada, com culto ao passado e rejeição da mudança;
Alceu Amoroso Lima, que a partir de meados da década de 30, privilegiou a idéia de "liberdade" à "ordem", ainda que conferisse àquele vocábulo um sentido universalista;
Padre Leonel Franca, integrante do Conselho Nacional de Educação desde os anos 30, onde defendia o papel da religião na constituição de uma ética social;
Pandiá Calógeras, que tendo assumido os Ministérios da Guerra, da Agricultura e da Fazenda, foi indicado para presidente da Liga Eleitoral Católica em 1933.
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