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Texto X, para responder às questões 37 e 38.
Nos dias atuais, é comum opor as disciplinas que tratam das artes àquelas que focam com mais objetividade conteúdos relacionados ao conhecimento técnico. Entendendo a arte como objeto estético e reconhecendo na literatura uma de suas realizações, sua permanência nos currículos escolares, em uma sociedade cada vez mais preocupada com o mercado de trabalho, justifica-se porque
é necessário ter um espaço para a manutenção de uma elite letrada que conheça e goze das vantagens e das peculiaridades da experiência estética.
é objetivo da educação formar cidadãos em sua plenitude, desenvolvendo e potencializando sua humanidade e percepção para experiências prazerosas.
é importante que a escola garanta um espaço para o entretenimento, visto que a poesia afasta o sujeito do mundo e da vida prática.
é na literatura que o estudante terá o exemplo do bem escrever, e é nela que ele poderá exercitar as análises sintáticas e morfológicas.
é crucial para a formação do indivíduo memorizar as obras canônicas, seus autores, os períodos a que se referem e as características de cada estilo de época.
No poema Aninha e suas pedras, Cora Coralina trata de questões muito importantes no que se refere à relação entre sujeito e literatura: a criação e a recepção. Com relação a essas questões e com base em informações teóricas acerca de literatura, é correto afirmar que
a leitura do texto literário é condição para quem pretende conhecer e desfrutar do domínio das normas da língua padrão e, portanto, deve ser objeto de exercícios para aquisição da língua escrita.
a criação literária é produto de experiências mesquinhas; por isso, o seu fazer torna-se ardiloso e desafiador.
a leitura literária destina-se aos que precisam livrar-se de tormentos; esse é, então, o principal fim do literário: o terapêutico.
a leitura e a criação literária funcionam como exercício de liberdade e proporcionam o desenvolvimento de um comportamento mais crítico e menos preconceituoso diante do mundo.
o processo da criação literária depende dos percalços existenciais que precisam ser superados.
Além de expressar declaradamente o conceito de ironia no conto A teoria do Medalhão, Machado de Assis faz uso desse recurso linguístico recorrentemente, de maneira que a ironia passa a ser um traço marcante em sua obra. Acerca do recurso da ironia, como figura de sentido, na obra de Machado de Assis, assinale a alternativa incorreta.
O emprego da ironia na obra de Machado de Assis tem como objetivo principal causar o humor; por isso, a ironia ocorre pontualmente em várias passagens de seus textos.
Ela é utilizada como técnica narrativa constante, apresentando, na maioria das vezes, a frustração de uma expectativa, quando os acontecimentos tomam rumos não esperados, daí resultando o humor.
Em A teoria do medalhão, a ironia pode ser percebida na forma com que são analisados e criticados vários comportamentos sociais, em tom de conversa quase inocente de aconselhamento de um pai para com seu filho.
Ao ensinar ao filho como proceder para obter sucesso, o pai acaba por descrever uma sociedade burguesa medíocre e arrogante, que prega o sucesso a qualquer preço, mesmo à custa do empobrecimento da vida interior e das relações humanas. Ou seja, aquilo que o pai defende para o filho é, no fundo, uma grande crítica à sociedade. É nesse jogo de inversão de sentido que reside a ironia machadiana.
Várias vezes, a forma irônica soma-se a um tom humorístico bem apurado, que advém de uma disposição de espírito provocada pela reflexão a respeito de contradições da alma humana e do convívio social.
Na segunda metade do século XIX, o Brasil encontra-se em crise. A decadência da economia açucareira e o germinar da ruptura do regime escravocrata abalam as bases que sustentavam a ideologia romântica. É nesse contexto que surgem narrativas que revelam criticamente as mazelas da sociedade do Segundo Império. A respeito das obras e das características literárias que irão vigorar no Brasil nesse momento, assinale a alternativa correta.
São representantes dessa mesma fase os romances machadianos: A mão e a Luva, Esaú e Jacó e Dom Casmurro.
O homem, colocado no centro do romance realista, é analisado e explorado em sua conformação biológica, o que acontece exemplarmente em Quincas Borba.
Machado de Assis, na prosa, e Castro Alves, na poesia, aproximam-se no tratamento dado às denúncias em relação à exploração dos escravos, a partir de uma concepção ficcional, pautada na subjetividade das emoções.
Sob a ótica da razão e da objetividade, o narrador em Memórias Póstumas de Brás Cubas torna-se isento com relação à matéria narrada. Cabe ao leitor chegar às suas próprias conclusões.
Machado de Assis opta por narradores que estão em primeira pessoa ou oscilam entre a primeira e a terceira pessoa, revelando a crise de personagens da burguesia e, consequentemente, as incongruências daqueles que até então figuravam como exemplares de cidadãos acima de qualquer suspeita.
Texto VIII, para responder às questões de 30 a 32.
A partir da reflexão teórica proposta por Tânia Carvalhal no texto VIII e considerando a leitura dos textos VI e VII, assinale a alternativa correta.
É pertinente adotar a comparação como método analítico para mostrar ao leitor, por exemplo, que a literatura, em vários momentos da história, revela, por meio de recursos poéticos, problemas sociais, criando um espaço para a reflexão crítica.
Ao aplicar o método de análise comparada aos textos VI e VII, concluir-se-ia um trabalho de cotejamento pontual entre formas poéticas distintas, em contextos distintos. Ou seja, Gregório de Matos escreveu a respeito da sociedade brasileira do século XVII e Ferreira Gullar a respeito da sociedade brasileira do século XX.
A análise comparada, como método de estudo da produção literária, deve ater-se a níveis de estudo mais elaborados, como é o caso da educação superior. Não se deve propor nenhum tipo de estudo literário comparativo para estudantes da educação básica.
Analisando comparativamente os textos VI e VII, percebe-se que o texto VII é mais bem elaborado que o texto VI, pois seu autor demonstrou preocupação com aspectos formais; já o autor do texto VI não atentou para as questões relacionadas à forma do fazer poético.
Seria um equívoco submeter a leitura dos textos VI e VII a uma metodologia de análise comparada, visto que eles encontram-se em contextos históricos muito distantes e incomparáveis entre si.
Texto VII, para responder às questões 29 a 32.
Gregório de Matos, um dos primeiros grandes poetas do Brasil, atinge grande repercussão, principalmente quando aborda questões locais por meio de sátiras afiadas que lhe renderam o apelido de Boca do Inferno. No poema As cousas do mundo, percebe-se
abandono dos conflitos barrocos e adesão a uma postura alienada e jocosa de valorização da irreverência.
forma poética habilmente estruturada por meio de inversões sintáticas em versos decassílabos, organizados em esquemas rítmicos interpolados e mistos.
uso metafórico dos vocábulos flor e tulipa, para denunciar, por meio de imagens da natureza, a efemeridade da vida humana.
tom agressivo e petulante, que revela o despeito, presente em acusações descontextualizadas, uma vez que o autor não demonstrou consciência alguma acerca do contexto da época.
construção poética clássica, com valorização da imagem da musa como representante da nobreza e da beleza que atravessa todas as épocas.
Ao final do século XIX, com a intensificação da dinâmica do mundo moderno, a literatura conheceu novas formulações estéticas da realidade. De acordo com Alfredo Bosi, em História Concisa da Literatura Brasileira, houve um esforço por parte do escritor antirromântico de acercar-se impessoalmente dos objetos, das pessoas; e uma sede de objetividade que respondeu aos métodos científicos cada vez mais exatos nas últimas décadas daquele século.
Considerando o texto acima, bem como elementos gerais dos estilos de época da literatura brasileira, julgue os itens de 85 a 90.
Ao aludir aos métodos científicos aplicados à arte literária, Alfredo Bosi refere-se à estética naturalista, que trabalha ficcionalmente as relações entre a natureza humana e a iniquidade social.
Ao final do século XIX, com a intensificação da dinâmica do mundo moderno, a literatura conheceu novas formulações estéticas da realidade. De acordo com Alfredo Bosi, em História Concisa da Literatura Brasileira, houve um esforço por parte do escritor antirromântico de acercar-se impessoalmente dos objetos, das pessoas; e uma sede de objetividade que respondeu aos métodos científicos cada vez mais exatos nas últimas décadas daquele século.
Considerando o texto acima, bem como elementos gerais dos estilos de época da literatura brasileira, julgue os itens de 85 a 90.
O escritor carioca Machado de Assis foi responsável pela reprodução perfeita na literatura brasileira da estética realista europeia, calcada no princípio da fidelidade ao real.
Com base no trecho acima, no qual Antonio Candido expõe a lógica histórico-literária segundo a qual se desenvolveu a literatura brasileira, e na dinâmica dos períodos literários brasileiros, julgue os itens a seguir.
Apesar das tendências universalistas do Arcadismo brasileiro, formulou-se, nesse período, de forma consistente, o que o autor, na penúltima linha do texto, chama de expressão literária diferente, especialmente se se consideram as obras de Claudio Manuel da Costa e Tomaz Antonio Gonzaga.
Com base no trecho acima, no qual Antonio Candido expõe a lógica histórico-literária segundo a qual se desenvolveu a literatura brasileira, e na dinâmica dos períodos literários brasileiros, julgue os itens a seguir.
Considerando-se o progressivo amadurecimento da literatura brasileira aludido no texto, é correto afirmar que o Barroco literário é, no Brasil, o primeiro estilo de época fruto de deliberada organização programática de autores com o intuito de fundar uma literatura nacional.
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