Questões de Língua Portuguesa da FUNRIO Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência (FUNRIO)

– Estou vendo uma coisa esquisita lá na frente! Um monstro com cabeça de porco e “peses” de tartaruga!

A frase de Emília contém uma flexão que contraria a regra de plural dos substantivos. Apesar disso, a palavra assume, nessa feição, um valor expressivo, talvez combinando a ideia de quatro pés de tartaruga à imagem do monstro com cabeça de porco. Para representar graficamente essa situação, o escritor recorreu ao uso de

• A.

  dois pontos de exclamação.

• B.

  apenas um ponto de exclamação, o segundo.

• C.

  travessão.

• D.

  apenas um ponto de exclamação, o primeiro.

• E.

  aspas.

No sintagma “cara alegre de sem-vergonha” a última palavra contém hífen assim como também têm hífen as palavras

• A.

  auto-biografia e hexa-campeão.

• B.

  contra-torpedeiro e super-mercado.

• C.

  inter-acadêmico e ultra-chique.

• D.

  anti-herói e semi-integral.

• E.

  neo-latino e áudio-visual.

Observe o emprego do pronome oblíquo LHE nas passagens abaixo transcritas:

I - O meio de sossegá-la foi permitir-lhe seguir na frente do bando

II - Eu mesma lhe darei uma boa lição.

III - Arreie o marquês e monte e meta-lhe a espora sem dó!

IV - O jabuti (...) fincou-lhe o chicote como quem surra burro bravo.

O pronome LHE desempenha a função sintática de objeto indireto

• A.

  somente na primeira frase.

• B.

  em todas as quatro frases.

• C.

  apenas em três frases.

• D.

  somente na última frase.

• E.

  apenas nas duas primeiras frases.

– Desça já do pobre jabuti, seu grandíssimo...

Nesse trecho, o superlativo absoluto e as reticências, em conjunto, têm o objetivo de

• A.

  amenizar o tom autoritário da ordem de Narizinho para Rabicó.

• B.

  destacar a visão humanitária de Narizinho em relação ao jabuti.

• C.

  reforçar a descompostura que Narizinho passa em Rabicó.

• D.

  suspender a frase para evitar o uso de alguma palavra mais ofensiva.

• E.

  relativizar a desproporção dos aspectos físicos de Rabicó e do jabuti.

– Creio que ali irá mais comodamente do que na garupa do cavalinho pangaré.

A estrutura mórfica das palavras “comodamente” e “cavalinho” está corretamente comentada na seguinte alternativa:

• A.

  apenas a primeira é formada por sufixação, pois “cavalinho” é um caso de derivação imprópria.

• B.

  apenas a segunda é formada por sufixação, pois “comodamente” é um caso de composição por aglutinação.

• C.

  ambas são formadas por sufixação e derivam de um adjetivo e de um substantivo, respectivamente.

• D.

  as duas palavras são formadas por hibridismo, pois empregam morfemas de origem latina e grega.

• E.

  ambas são formadas por derivação parassintética a partir de “modo” e “vale”, respectivamente.

Com base na leitura do texto II, resolva as questões de 10 a 22.

A opção em que o vocábulo "A" ou "AS" apresenta valor anafórico é

• A.

  "Inegavelmente nunca a ignorou..."

• B.

  "... tarde viria a ser Brasília."

• C.

  "A Capital da República, uma vez estabelecida..."

• D.

  "Também o deputado Clodovil a viajar pela Europa."

• E.

  "... apetecia a ele tarefas..."

Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos. João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, João é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a República. João repicou por ela, repicaria pelo Império, se o Império retornasse. (Machado de Assis: “Crônica sobre a morte do escravo João”, 1897)

Os tempos verbais empregados na crônica são, em sua maioria, do pretérito perfeito. Sua finalidade no texto é transmitir a idéia de ações

• A.

  habituais.

• B.

  concluídas.

• C.

  contínuas

• D.

  permanentes.

• E.

  hipotéticas

Com base na leitura do texto II, resolva as questões de 10 a 22.

"Na obra machadiana, o funcionário público sempre comparece sob a sua mordacidade..."

A alternativa em que o uso da vírgula se justifica pelo mesmo motivo observado no trecho acima é

• A.

  "... deixava uma governação de cinquenta anos de respeito à cultura e de uma certa magnanimidade, mas de pouca atenção ao Nordeste do país."

• B.

  "Quando o Império enfardelou os trapos e a República chegou, é aconselhado a retirar da parede da repartição onde trabalhava o retrato do Imperador."

• C.

  "O entorno de amigos de Machado estava farto de políticos: Alencar, Francisco Otaviano, Bocaiúva, Joaquim Serra e o maior deles: Joaquim Nabuco."

• D.

  "Rascunhava despachos antes de pô-los no papel, impugnava contas inadequadas, conteve gastos sem previsão orçamentária."

• E.

  "... mas Cruls já batia pernas pelo Planalto Central, cuidando dos instantes seminais do que mais tarde viria a ser Brasília."

Com base na leitura do texto II, resolva as questões de 10 a 22.

Em "O entorno de amigos de Machado estava farto de políticos: Alencar, Francisco Otaviano, Bocaiúva, Joaquim Serra [...]", o trecho posterior aos dois pontos estabelece com o fragmento que o antecede uma relação de

• A.

  explicação.

• B.

  enumeração.

• C.

  ênfase.

• D.

  recapitulação.

• E.

  comparação.

Estávamos atrasados para o casamento, o carro ia em alta velocidade pela estrada, mas precisava diminuir toda hora diante de sucessivos quebra-molas espalhados na entrada e na saída daquelas incontáveis cidadezinhas paradas no tempo, geralmente não se via ninguém em suas ruas. (Trecho de uma redação escolar)

Dependendo do tipo e do gênero de texto que se tem em mente, o tamanho e o formato de uma frase podem ser motivo de elogio ou de crítica. O parágrafo acima serve como exemplo de frase longa, escrita com a exclusividade de estruturas coordenadas. Essa frase, porém, poderia ser reestruturada de modo coerente combinando-se orações coordenadas e subordinadas, como se vê na seguinte alternativa:

• A.

  Como estávamos atrasados para o casamento, o carro ia em alta velocidade pela estrada, mas precisava diminuir toda hora diante de sucessivos quebra-molas espalhados na entrada e na saída daquelas incontáveis cidadezinhas paradas no tempo, em cujas ruas geralmente não se via ninguém.

• B.

  O carro ia em alta velocidade pela estrada porque estávamos atrasados para o casamento, embora precisasse diminuir toda hora diante de sucessivos quebra-molas espalhados na entrada e na saída daquelas incontáveis cidadezinhas paradas no tempo, que geralmente não tinham ninguém em suas ruas.

• C.

  Porquanto estivéssemos atrasados para o casamento, e o carro fosse em alta velocidade pela estrada, precisávamos diminuir toda hora diante de sucessivos quebra-molas espalhados na entrada e na saída daquelas incontáveis cidadezinhas paradas no tempo, quando geralmente não se via ninguém em suas ruas.

• D.

  O carro ia em alta velocidade pela estrada; todavia, precisava diminuir toda hora diante de sucessivos quebra-molas espalhados na entrada e na saída daquelas incontáveis cidadezinhas paradas no tempo, pois geralmente não se via ninguém em suas ruas e estávamos atrasados para o casamento.

• E.

  Estávamos atrasados para o casamento e, por isso, o carro ia em alta velocidade pela estrada, mas precisava diminuir toda hora diante de sucessivos quebra-molas que se espalhavam na entrada e na saída daquelas incontáveis cidadezinhas paradas no tempo, onde geralmente não se via ninguém em suas ruas.