Questões de Línguas Outras do ano 2014

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Leia atentamente as afirmativas abaixo e reconheça se são falsas (F) ou verdadeiras (V).

( ) A LIBRAS é uma língua universal.

( ) A LIBRAS possui gramática própria.

( ) Não é possível expressar conceitos abstratos em LIBRAS.

( ) Existe gírias e variações regionais em LIBRAS.

( ) A LIBRAS é uma forma de comunicação em que é preciso soletrar todas as palavras.

( ) Existe polissemia em LIBRAS.

Assinale a alternativa que representa o correto preenchimento dos parênteses.

  • A. F – F – F – V – V – V.
  • B. V – F – V – F – V – F.
  • C. F – V – V – F – V – F.
  • D. F – V – F – V – F – V.
  • E. F – V – F – V – F – F.

Considerando o Modelo Bilíngue e Bicultural de tradução e interpretação – modelo que apresenta uma consideração especial quanto à postura do intérprete e seu comportamento em relação às línguas e culturas envolvidas – analise as afirmativas:

I. Nesse modelo, a ênfase está no significado e não nas palavras exclusivamente;

II. Nesse modelo, a ênfase está na utilização das palavras exatamente iguais às utilizadas na língua-fonte, mesmo que isso possa comprometer o significado na língua-alvo;

III. Cultura e contexto apresentam um papel importante em qualquer mensagem;

IV. Cultura e contexto apresentam um papel importante apenas em discursos históricos e políticos;

V. O tempo é considerado o problema crítico (a atividade é exercida em tempo real envolvendo processos mentais de curto e longo prazos);

VI. A interpretação adequada é definida em termos de como a mensagem original é retida e passada para a língua alvo considerando-se também a reação da audiência;

VII. A interpretação adequada é definida em termos de como a mensagem original é literalmente passada para a língua alvo, independente da compreensão ou não da plateia presente.

Quantas dessas sete afirmativas estão corretas?

  • A. Apenas I, IV e VII.
  • B. Apenas II, IV, V e VII.
  • C. Todas, exceto a última.
  • D. Apenas I, III, V e VI.
  • E. Apenas II, III e VI.

Traduzir uma fala, ou um texto, envolve um conjunto complexo de habilidades e competências. O profissional tradutorintérprete deverá saber lidar com essa linguagem viva, composta por um amplo conjunto de informações simultâneas, que envolve o cotidiano em que está envolvido. De acordo com Quadros, diante dessa realidade, poderão ser solicitadas diferentes propostas de modelos de processamento no ato da tradução e interpretação. Considerando o chamado “Modelo Cognitivo”, o processo pelo qual o intérprete passa, apresenta os seguintes passos:

Mensagem original > Recepção e compreensão > Análise e internalização > Expressão e avaliação > Mensagem interpretada para a língua-alvo

Desse modo, está correto afirmar que os três passos a serem seguidos pelo intérprete, no modelo cognitivo, na ordem como aparecem acima, são:

  • A. 1 – Confundir a mensagem na língua-fonte; 2 – Ser capaz de arriscar o significado na língua-alvo e 3 – Ser capaz de expressar a mensagem na língua-alvo, mesmo que possa lesar a mensagem transmitida na língua-fonte.
  • B. 1 – Entender a mensagem na língua-fonte; 2 – Ser capaz de inventar o significado na língua-alvo e 3 – Ser capaz de expressar a mensagem na língua-alvo lesando a mensagem transmitida na língua-fonte.
  • C. 1 – Entender a mensagem na língua-fonte; 2 – Ser capaz de internalizar o significado na língua-alvo e 3 – Ser capaz de expressar a mensagem na língua-alvo sem lesar a mensagem transmitida na língua-fonte.
  • D. 1 – Criar a mensagem na língua-fonte; 2 – Ser capaz de internalizar o significado na língua-fonte e 3 – Ser capaz de expressar a mensagem na língua-fonte sem lesar a mensagem transmitida na língua-alvo.
  • E. 1 – Entender a mensagem na língua-alvo; 2 – Ser capaz de internalizar o significado na língua-fonte e 3 – Ser capaz de expressar a mensagem na língua-alvo, tentando evitar de lesar a mensagem transmitida na língua-fonte.

Quadros, no livro “O tradutor e intérprete da língua brasileira de sinais e língua portuguesa”, apresenta as competências que um profissional tradutor-intérprete deve desenvolver, a saber:

I. competência linguística: habilidade em manipular com as línguas envolvidas no processo de interpretação (habilidades em entender o objetivo da linguagem usada em todas as suas nuanças e habilidade em expressar corretamente, fluentemente e claramente a mesma informação na língua-alvo);

II. competência para transferência: não é qualquer um que conheça duas línguas que tem capacidade para transferir a linguagem de uma língua para a outra, pois essa competência envolve habilidade para compreender a articulação do significado no discurso da língua-fonte, habilidade para interpretar o significado da língua-fonte para a línguaalvo;

III. competência metodológica: habilidade em usar diferentes modos de interpretação (simultâneo, consecutivo, etc);

IV. competência na área: conhecimento requerido para compreender o conteúdo de uma mensagem que está sendo interpretada;

V. competência bicultural: profundo conhecimento das culturas que subjazem as línguas envolvidas no processo de interpretação;

VI. competência técnica: habilidade para posicionar-se apropriadamente nas situações necessárias.

Quantas dessas seis competências estão corretas?

  • A. Apenas as três primeiras.
  • B. Apenas a segunda, a terceira, a quarta e a última.
  • C. Apenas a primeira, a segunda, a quarta e a quinta.
  • D. Todas, exceto a última.
  • E. Todas, sem exceção.

Quadros, no livro O tradutor e intérprete da língua brasileira de sinais e língua portuguesa, afirma: “O intérprete educacional é aquele que atua como profissional intérprete de língua de sinais na educação. É a área de interpretação mais requisitada atualmente”. A autora apresenta algumas das características e dificuldades desse trabalho, afirmando que as competências e responsabilidades desses profissionais não são tão fáceis de serem determinadas. Principalmente por questões éticas e também por conta da própria formação do intérprete, sendo que muitas vezes o papel do intérprete em sala de aula acaba sendo confundido com o papel do professor. O conceito que melhor expressa a função do intérprete educacional em sala de aula é

  • A. “autoridade” – o intérprete é aquele que comanda todas as atividades em sala.
  • B. “obediência” – o intérprete deve apenas cumprir as funções que lhe forem determinadas, sem direito a expressar suas próprias opiniões, pois ele não é um funcionário efetivo.
  • C. “tradução” – ele tem a função única e exclusiva de traduzir conteúdos, mantendo um distanciamento de alunos e professores, não devendo participar da rotina de sala de aula.
  • D. “opositor” – o intérprete deve se manter sempre em oposição ao universo dos ouvintes, defendendo e impondo a cultura surda na escola.
  • E. “mediador” – o intérprete é aquele que faz a mediação entre as línguas, entre as pessoas e entre conhecimentos. Pode participar da rotina de sala de aula, inclusive auxiliando em atividades solicitadas pelo professor e situações em que se sinta confortável para fazê-las.

Quatro são os parâmetros para realização de um sinal – Configuração de Mãos (CM), Ponto de Articulação (PA), Movimento (M) e Orientação (O). Observe as três situações abaixo e assinale a única alternativa que apresente exemplos correspondentes aos agrupamentos indicados, na ordem em que aparecem.

I – Sinais realizados com a mesma CM, mas com PA diferentes;

II – Sinais realizados com CM e PA iguais;

III – Sinais realizados com o mesmo PA, mas com CM diferentes.

  • A. I – tio e aprender / II – sábado e laranja / III – trabalhar e primo.
  • B. I – amar e ouvinte / II – sábado e laranja / III – tio e amanhã.
  • C. I – avó e casa / II – sábado e domingo / III – trabalhar e televisão.
  • D. I – surdo e ouvinte / II – branco e azul / III – mãe e avó.
  • E. I – casa e estudar / II – letra S e número 7 / III – trabalhar e sujo.

De acordo com princípios éticos, são deveres fundamentais do tradutor e intérprete de LIBRAS, no exercício de sua função:

I. ser uma pessoa de alto caráter moral, honesta, consciente, confidente e de equilíbrio emocional;

II. adotar uma conduta adequada de se vestir, sem adereços, mantendo a dignidade da profissão e não chamando atenção indevida sobre si mesmo, durante o exercício da função;

III. manter uma atitude imparcial durante o transcurso da interpretação, evitando interferências e opiniões próprias, a menos que seja requerido pelo grupo a fazê-lo;

IV. interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante;

V. reconhecer seu próprio nível de competência e ser prudente em aceitar tarefas, procurando assistência de outros intérpretes e/ou profissionais, quando necessário, especialmente em palestras técnicas.

Quantas dessas cinco indicações de deveres estão corretas?

  • A. Todas, exceto a segunda.
  • B. Todas, exceto a terceira.
  • C. Todas, exceto a primeira.
  • D. Todas, exceto a última.
  • E. Todas, sem exceção.

Ao longo da história de educação de surdos, diferentes metodologias e abordagens foram defendidas e aplicadas. Dentre elas, podemos destacar três, cujas características principais estão descritas abaixo:

I. “Baseado em muitas técnicas, seu foco principal era desenvolver a fala e a leitura orofacial. O pressuposto básico era de quem sem essas competências, o surdo não poderia se comunicar. A língua de sinais era proibida”.

II. “Considerada uma situação intermediária, essa abordagem não descartava a utilização da língua de sinais. Baseava-se na premissa básica de que toda forma de comunicação era válida, sendo que nenhum método deveria ser enfatizado ou proibido”.

III. “Abordagem que prevê a aquisição precoce da língua de sinais, sem descartar a necessidade de desenvolvimento da língua da sociedade a qual o surdo pertence. A fala é vista como uma possibilidade, e não como uma necessidade, e seu ensino não é mais o objetivo principal da escola. Está ancorada nos princípios de valorização multicultural e das identidades surdas”.

Assinale a única alternativa que apresenta corretamente essas concepções e suas respectivas definições, na ordem em que aparecem.

  • A. I – Oralismo, II – Comunicação Total e III – Bilinguismo.
  • B. I – Comunicação Total, II – Oralismo e III – Bilinguismo.
  • C. I – Comunicação Total, II – Bilinguismo e III – Plena Comunicação.
  • D. I – Oralismo, II – Comunicação Parcial e III – Bilinguismo.
  • E. I – Bilinguismo, II – Comunicação Total e III – Oralismo.

O ano de 1880 marcou profundamente a história dos surdos no mundo todo, principalmente no que diz respeito às questões educacionais. Assinale a alternativa que apresente corretamente o evento ocorrido no ano mencionado.

  • A. Em 1880 foi criada a primeira língua de sinais do mundo, na Itália, que passou a ser utilizada em todos os países.
  • B. Em 1880 foi realizado na Europa um congresso de surdos e nele foi criada a primeira língua de sinais que seria posteriormente utilizada na França e no Brasil.
  • C. No ano de 1880, em um congresso ocorrido em Frankfurt, o método Oralista foi abolido, dando a oportunidade de surgir o Bilinguismo na educação de surdos do mundo todo.
  • D. No ano de 1880, em um congresso ocorrido na Europa, optou-se pela imposição do método Oralista aos surdos brasileiros e franceses, apenas. O que gerou muitos conflitos entre os países.
  • E. No ano de 1880, em um congresso ocorrido em Milão, optou-se pela imposição do método Oralista, que passou a ser o padrão adotado na educação e formação dos surdos de diferentes países no mundo.

Considerando a estrutura morfológica da LIBRAS, as frases negativas podem ser feitas por meio de três processos. São eles:

  • A. o acréscimo do sinal “não” à frase afirmativa, com a incorporação de um movimento contrário ao do sinal negado e/ou com um aceno de cabeça, que pode ser feito simultaneamente com a ação que está sendo negada.
  • B. o acréscimo do sinal “não” à frase afirmativa e a repetição do sinal negado de forma incisiva três vezes, utilizando expressão facial afirmativa.
  • C. o acréscimo do sinal “não” à frase afirmativa e um aceno afirmativo de cabeça, causando espanto no interlocutor.
  • D. o acréscimo do sinal “não” à frase afirmativa, com a incorporação de um movimento afirmativo e uma expressão fácil interrogativa.
  • E. Não é possível fazer negativas em Libras, devido a limitações claras dessa língua.
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