Questões de Línguas Outras da Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná (NC / UFPR)

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Gesser (2015), nos cadernos de tradução organizados por Rodrigues e Quadros (2015), aponta alguns fatores que dificultam o “trânsito” do intérprete educacional.

A que sentido de “trânsito” do intérprete educacional a autora está se referindo?

  • A. Sinalizar pedagogicamente e sinalizar academicamente.
  • B. Fazer uso do linguajar formal do professor e do linguajar informal do aluno surdo.
  • C. Traduzir didaticamente e traduzir culturalmente.
  • D. Interpretar ensinando e ensinar interpretando.
  • E. Discursar oralmente e discursar corporalmente.

Segundo Quadros (2004), o intérprete de língua de sinais está constantemente exposto a discursos:

  • A. narrativo, estético, persuasivo, crítico, em prosa e argumentativo.
  • B. narrativo, persuasivo, explicativo, argumentativo, conversacional e procedural.
  • C. explicativo, estratégico, argumentativo, informativo, jornalístico e poético.
  • D. estético, dissertativo, comunicativo, narrativo, persuasivo e explicativo.
  • E. narrativo, literário, explicativo, conversacional, procedural e argumentativo.

Para questionar a postura conservadora em relação à fidelidade da tradução, Gile (1995) realizou um experimento para ajudar seus alunos a entender essa questão. O experimento foi adaptado para a disciplina de tradução do Curso de Letras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e é reproduzido abaixo:

Considerando a variação nos resultados e as reflexões sobre os conceitos de fidelidade, a variedade de verbalização para a mesma imagem é explicada:

  • A. pela abordagem técnica de cada tradutor, pelas suposições que faz com relação ao público receptor da mensagem e pela diferença na maneira como, dadas as suas circunstâncias pessoais (histórico-sócio-temporais), o indivíduo decide verbalizá-la.
  • B. pela variação na formação, pelo conhecimento que tem de seu interlocutor e pela diferença contextual que envolve os interlocutores do ato interativo.
  • C. pela diversidade conceitual dos sujeitos frente à imagem, pelas relações categoriais que é capaz de desenvolver e pela diferença na maneira como o indivíduo decide verbalizá-la.
  • D. pelas relações atitudinais do receptor frente à mensagem transmitida pelo emissor, pelo julgamento no nível intelectual da plateia e pela diferença na maneira como, dadas as suas circunstâncias pessoais (histórico-sócio-temporais), o indivíduo decide verbalizá-la.
  • E. pela maneira como cada indivíduo ‘percebe’ a mensagem, pelas suposições que faz com relação ao nível e grau de entendimento de seu interlocutor e pela diferença na maneira como, dadas as suas circunstâncias pessoais (histórico-sócio-temporais), o indivíduo decide verbalizá-la.

No que se refere à formação de tradutores/intérpretes de língua de sinais, assinale a alternativa INCORRETA.

  • A. No mapeamento dos Estudos da Tradução no Brasil, realizado em 2003 pelas professoras Maria Lúcia Vasconcellos (UFSC) e Adriana Pagano (UFMG), a tradução/interpretação de língua de sinais ainda não havia sido mencionada, pois nessa época a formação era “empírica”, por meio de cursos livres e de extensão, focando a prática desse profissional a partir das suas experiências de trabalho, e também porque as pesquisas em nível de pós-graduação stricto sensu iniciaram a partir do ano de 2005.
  • B. Grande parte dos cursos livres e de extensão, a partir da década de 1990, configuram-se como uma das primeiras formações existentes para intérpretes de língua de sinais, e neles se abordavam temas como a proficiência linguística, a inserção cultural, habilidades, competências, técnicas e estratégias de trabalho, qualidade de interpretação e comportamento ético perante as situações apresentadas.
  • C. Até 2015, a formação de tradutores/intérpretes de Libras se deu em cursos localizados na área da educação, por ser esse o campo que discute mais diretamente as questões que se relacionam com a surdez, o bilinguismo, a inclusão, os movimentos sociais surdos e a acessibilidade, entre outros temas típicos desse espaço.
  • D. Os primeiros processos de formação iniciam-se pelos cursos livres, geralmente organizados por associações de surdos e/ou pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS).
  • E. No início do século XXI, os cursos para formação de intérpretes contavam com pessoas com diferentes motivações: os que frequentavam para aprofundar seus conhecimentos na língua de sinais, conhecer mais a comunidade surda, ter mais fluência e proficiência, tornar-se bilíngue e assim por diante. Pessoas com essas motivações não necessariamente atuavam como intérpretes, posteriormente, demonstrando que a constituição da identidade desse grupo ainda estava em processo.

Assinale a alternativa que apresenta características exclusivas da interpretação em língua de sinais.

  • A. Envolve línguas de modalidades auditivas e visuais, e, por envolver dois modos diferentes de expressão, se um dos participantes for bilíngue, mesmo assim ele não terá acesso às duas línguas utilizadas no evento interpretado.
  • B. Envolve línguas de modalidades auditivas e, por isso, se um dos participantes do evento interpretado for bilíngue, ele terá acesso às duas línguas utilizadas.
  • C. Historicamente tem usufruído de prestígio, pois há muitos anos se destaca em contexto de conferência.
  • D. Exige que o intérprete fixe o olhar em quem está sendo interpretado, ou seja, na fonte da mensagem, para que possa fazer anotações enquanto realiza interpretações consecutivas.
  • E. Exige que o intérprete fixe o olhar em quem está recebendo a interpretação, ou seja, o alvo da mensagem, de modo que o surdo tenha acesso pleno à língua-fonte.

Considerando a caracterização que Leite (2005) faz a respeito do tradutor, assinale a alternativa que apresenta o processo de tradução do profissional que fez a tradução do inglês para português do best seller ao lado.

  • A. Considerando a caracterização que Leite (2005) faz a respeito do tradutor, assinale a alternativa que apresenta o processo de tradução do profissional que fez a tradução do inglês para português do best seller ao lado.
  • B. O tradutor raramente pode incorporar feedback de outros profissionais para resolver problemas linguísticos da língua-fonte.
  • C. A tradução favorece a escolha linguística em detrimento do sentido.
  • D. O tradutor dificilmente pode fazer uso de materiais e é limitado pelo fator tempo.
  • E. O tradutor pode se reportar constantemente ao texto-fonte para produzir, tendo a opção de poder retornar às partes já traduzidas a qualquer tempo.

Sobre a história do intérprete de Libras no Brasil, considere as seguintes afirmativas:

1. A estudante Denise Coutinho foi a primeira pessoa a assumir a interpretação da Libras publicamente, em evento coletivo, podendo ser considerada a primeira intérprete de Libras no Rio de Janeiro, quiçá no Brasil.

2. Ricardo Sander foi o primeiro intérprete a apresentar o Hino Nacional em Libras, em eventos oficiais da FENEIS.

3. Em 1988, a FENEIS realizou, no Rio de Janeiro, o I Encontro Nacional dos Intérpretes em Língua de Sinais e, nesse ano, publicou uma espécie de manual, com o título “A Importância dos Intérpretes da Linguagem de Sinais”.

4. Em 2002, foi realizado o II Encontro Nacional de Intérpretes, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ocasião em que foi aprovado o código de ética da categoria. Nessa ocasião, a intérprete e pesquisadora de Libras Ronice Muller de Quadros lançou o livro “O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa”.

Assinale a alternativa correta.

  • A. Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
  • B. Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
  • C. Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
  • D. Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
  • E. As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

João, 16 anos de idade, aluno matriculado no EJA, apresenta interesse na interação com Paulo, seu colega surdo, mas ainda não aprendeu a se comunicar por meio da Libras. Por conta disso, sua professora recomendou-lhe a tradução como possibilidade de inclusão social. Atendendo à recomendação da professora, João passou a utilizar o software ProDeaf, que traduz a sua voz para Libras. Levando em conta os tipos de tradução apontados por Guerini e Costa (2007), assinale a alternativa correta sobre o ProdDeaf.

  • A. Por ser um aplicativo e poder ser utilizado também na web, classifica-se como tradução online, uma vez que a ferramenta é habilitada na internet.
  • B. É um tradutor automático, pois a tradução é feita por meios mecânicos, ou seja, sem a intervenção direta de um ser humano.
  • C. Mesmo tendo o teclado para se digitar textos, pode ser classificado na categoria de tradução oral, pois foi desenvolvido de acordo com a base cultural que envolve línguas de modalidade auditiva, como o português.
  • D. É um tradutor do par de idiomas Libras-Português que, por depender da presença de um recurso tecnológico, pode ser entendido como tradução consecutiva, já que o tempo de processamento é diferenciado em relação à tradução simultânea.
  • E. É um tradutor eletrônico, pois a tradução é feita eletronicamente a partir da alimentação de vocabulários novos no sinalário do banco de dados.

Numere a coluna da direita, relacionando as premissas extraídas das ideias de Friedrich Schleiermacher, apresentadas por Heidermann (2009), com os respectivos tipos de tradução.

Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direita, de cima para baixo.

  • A. 1 – 1 – 2 – 3.
  • B. 1 – 2 – 3 – 3.
  • C. 3 – 1 – 1 – 2.
  • D. 2 – 3 – 2 – 1.
  • E. 3 – 3 – 1 – 2.

Sobre a constituição do profissional tradutor intérprete, considere as seguintes afirmativas:

1. Vários autores, entre eles Massuti e Santos (2008), argumentam que o processo de tradução se configura para além de aspectos linguísticos, pois requer estratégias que levem em conta não só as subjetividades do tradutor intérprete e da pessoa surda, mas, também, aspectos que são centrais na cultura surda e na cultura ouvinte.

2. Perlin (2006) conceitua o tradutor intérprete de língua de sinais (TILS) como intérprete da cultura, da língua e da história das pessoas surdas. O ato de traduzir/interpretar é fazer parte da história do outro, o outro surdo. E fazer parte significa se colocar à disposição para entender esse outro, os seus afetos e as suas experiências de vida.

3. Segundo Marques e Oliveira (2009), a partir de uma perspectiva fenomenológica, os tradutores intérpretes de língua de sinais estão o tempo todo assimilando e internalizando novos lugares, novas temporalidades e movendo símbolos carregados de afetividade, motivo pelo qual se encontram num espaço privilegiado de acumulação de conhecimento maximizado em relação a Ser Surdo.

4. Para Massutti (2007), o intérprete seria como um leitor cultural e agenciador de sentidos traduzidos em zonas fronteiriças de contato, marcadas por tensões subjetivas que reinventam os sujeitos não de acordo com uma ou outra cultura, mas conforme o regime híbrido que tece enredos emotivos e cognitivos.

Assinale a alternativa correta.

  • A. Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
  • B. Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
  • C. Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
  • D. Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
  • E. As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
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