Questões de Português

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Indique a alternativa em que ocorre voz passiva analítica.

    A) O empregado cortou-se ontem.

    B) Incluiu-se um novo contato de venda.

    C) O prazo foi fixo para depois de abril.

    D) Anexou o documento errado.

TEXTO I


                                     Para o futuro chegar mais rápido

É verdade: 15% de mulheres no Congresso é uma cifra constrangedora, e coloca o Brasil no rodapé dos rankings globais de participação feminina na política. Mas é motivo de orgulho o aumento de 50% registrado nas últimas eleições. [...]

Estaremos avançando? Na verdade, há bem pouco a se celebrar.

Se seguirmos no ritmo atual, ainda serão necessários 108 anos para que o mundo alcance a igualdade de gênero. A previsão – a maldição – é do Global Gender Report, estudo anual do Fórum Econômico Mundial. É uma projeção que precisa ser lida como um compêndio gigantesco de corpos estuprados – perto de 500.000 por ano só no Brasil, diz o IPEA –, de meninas sem acesso à educação básica, de barrigas de grávida em corpinhos ainda em formação, de noivas que deveriam estar brincando – de boneca ou de carrinho.

Cento e oito anos é muito tempo. É tempo demais. Mas há uma nova força entrando no tabuleiro. Uma palavra cujo novo significado ainda não foi compreendido pela geração que hoje está no poder: meninas.

Desde 2012, por iniciativa da ONU, 11 de outubro é o Dia Internacional da Menina. É uma palavra em transição, menina. Uma busca pelo termo no Google Images revela um sem fim de garotinhas maquiadas, quase sempre sozinhas e em um jogo de sedução com a câmera. Nada poderia estar mais distante do que vejo.

Sou a coordenadora nacional do Girl Up, um movimento global da Fundação ONU que treina, inspira e conecta meninas para que sejam líderes na mudança em direção a um mundo melhor, aqui definido pelos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. Se você está entre aqueles para quem o termo menina denota condescendência, permita-me contar o que elas andam aprontando.

Lia tem 16 anos e um dia me procurou com um contato dentro da Globosat na mão. Era Copa do Mundo e ela, que lidera o primeiro Clube Girl Up da capital fluminense, queria fazer um evento para algumas dezenas de meninas. Meia hora de Skype para pensar com ela o teor da reunião: foi tudo que ofereci. Os adultos da Globosat devem ter ficado embasbacados – como ficam os adultos que ainda não entenderam do que elas são capazes – quando um par de meninas sentou à sua frente para negociar os detalhes de uma tarde que envolveu tour pelos estúdios, jogo da Copa no telão da sede e bate-papo com Glenda Kozlowski, uma das maiores jornalistas esportivas do país.

Maria Antônia, 18 anos. Dinheiro da família para sair do país, nem em sonho. Assim mesmo, enfiou na cabeça que iria no Congresso de Liderança do Girl Up, que todos os anos reúne cerca de 400 meninas dos cinco continentes em Washington. Contando com uma rede enorme – elas aprendem cedo o poder das redes – Maria Antônia, idealizou e liderou o crowdfunding que viabilizou sua ida. Em setembro esteve entre os 78 estudantes selecionados para participar do Parlamento Jovem Brasileiro, sentando-se na cadeira da Presidência da Câmara.

Bruna, também 18. Me ligou em abril pra contar que havia agendado uma audiência pública na Câmara Municipal de Goiânia para discutir denúncias de assédio no ambiente escolar. O Clube que ela fundou na cidade tem particular interesse por advocacy, e essas meninas cavaram sozinhas o apoio da vereadora Dra. Cristina, que encampou o plano do Clube.

A Marina eu conheci no fim de agosto, quando ela nos procurou pelo Instagram pra falar de seu projeto. Ela preencheu com absoluta facilidade os requisitos que me permitiram justificar, à matriz americana do Girl Up, a viagem a São João Evangelista, cidadela de 14.000 habitantes a seis horas de ônibus ao norte de Belo Horizonte. Marina agendou visitas em cinco escolas públicas da região. Uma delas – a escola onde a Marina estudou – fica na zona rural. Ela tem 18 anos e a rotina espartana começa todos os dias às 3 da manhã com o estudo do inglês.

A diferença na renda familiar entre as quatro meninas é abismal. A cor da pele não é a mesma, e enquanto uma delas vive em um dos metros quadrados mais caros do país, outra não tinha energia elétrica em casa até cinco anos atrás. Mas não acredite nas imagens do Google: elas não estão sozinhas.

Lia, Maria Antônia, Bruna e Marina se conhecem e estão em um grupo de WhatsApp onde trocam informações sobre processos seletivos de universidades no exterior, um sonho partilhado pelas quatro. E elas são muitas, muito mais do que eu poderia contar. Quando garantimos às meninas uma vida livre de violências e asseguramos seus direitos básicos, todo o potencial que por séculos esteve enterrado aflora, originando um ciclo virtuoso benéfico para todos nós.

É hora de atualizar o navegador. A sueca de 16 anos que pode se tornar a pessoa mais jovem da História a ser laureada com o Nobel da Paz, se realizar o feito, ocupará o posto que hoje é de outra menina. Greta Thunberg e Malala não são exceções: são expoentes de uma onda poderosa, inteligente, conectada e crescente. Meninas: são elas a força capaz de acelerar os 108 anos que nos separam da igualdade de gênero.

Disponível em:<https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/10/opinion/1570715827_ 082487.html > . Acesso em: 14 out. 2019.

Releia este trecho.


“Bruna, também 18. Me ligou em abril pra contar que havia agendado uma audiência pública na Câmara Municipal de Goiânia para discutir denúncias de assédio no ambiente escolar.”


Assinale a alternativa que apresenta explicação correta sobre esse trecho.

    A) Alguém agendou a audiência antes de Bruna, que ligou para avisar a autora do texto sobre o agendamento.

    B) Alguém agendou a audiência ao mesmo tempo que Bruna, que ligou para avisar a autora do texto sobre o agendamento.

    C) O agendamento da audiência aconteceu antes de Bruna ligar para a autora do texto, ligação que ocorreu antes da produção do texto.

    D) O agendamento da audiência aconteceu no mesmo momento em que Bruna ligava para a autora do texto.

Instrução: A questão de números refere-se ao texto abaixo. 


(Disponível em: https://exame.com/blog/frederico-pompeu/ – texto adaptado especialmente para esta prova.)

Qual das palavras abaixo poderia substituir o vocábulo “disposto” (l. 16) sem alterar o significado original do texto?

    A) Motivado.

    B) Confuso.

    C) Inapto.

    D) Desorganizado.

    E) Incapaz.

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. 


(Disponível em: https://claudia.abril.com.br/ - texto adaptado especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa que indica corretamente a ideia expressa pela palavra “se” na linha 36.

    A) Condição.

    B) A si mesmo.

    C) Causa.

    D) Indeterminação.

    E) Reciprocidade.

Quanto à coesão, à regência, à concordância, à grafia e ao emprego de tempos e modos verbais, está correta a alternativa:

    A) A empresa que a instituição mantia parceria a anos discordou de alguns procedimentos por esta adotados e suspendeu o convênio.

    B) A empresa na qual a instituição mantinha parceria há anos discordou de alguns procedimentos por aquela adotado e suspendeu o convênio.

    C) A empresa com que a instituição mantinha parceria há anos discordou de alguns procedimentos por esta adotados e suspendeu o convênio.

    D) A empresa no qual a instituição mantia parceria a anos discordou de alguns procedimentos por aquela adotado e suspendeu o convênio.

    E) A empresa que a instituição mantinha parceria há anos discordou de alguns procedimentos por esta adotados e suspendeu o convênio.

Considere atentamente o poema a seguir, escrito por Vinicius de Moraes, para responder a próxima questão. 


“De tudo, ao meu amor serei atento antes
E com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure” 
Em relação à estrutura sintática do primeiro verso do poema ‘‘De tudo, ao meu amor serei atento antes”, marque a alternativa que indica o seu sujeito.

    A) atento.

    B) de tudo.

    C) eu.

    D) meu amor.

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder à questão que a ele se refere.


A presença que as crianças podem nos ensinar


    Em tempos de mindfulness, de meditação e de reaprender a respirar, quero trazer uma reflexão. Se você é pai e mãe, ou cuida de crianças pequenas, já deve ter percebido que elas vêm com uma aptidão “de fábrica”: o estar. A criança pequenina ainda não tem muita noção de temporalidade, não entende passado e futuro, não se perde nas próprias preocupações e devaneios sobre o que aconteceu e o que virá a acontecer, então apenas é. Para ela, só existe o presente.

     O tamanho desse aprendizado só pode ser medido pelo tamanho da nossa vontade em olhar para as crianças como pequenos grandes mestres que são. Aprendemos a internalizar crenças muito duras sobre as crianças. A começar que são “folhas em branco”, basicamente inferiores aos adultos porque não têm a mesma experiência de vida e conhecimento do mundo que nós temos. Mas, se esqueceram de nos contar que eles são peritos no mundo interno: na presença atenta e consciente, no perdão, no não julgamento, na entrega, na leveza. Basicamente tudo que queremos e precisamos – urgentemente – reaprender, as crianças já sabem.

     No caminho até a escola, a criança vai reparar na abelha voando sobre a flor, no rabisco na parede, no ônibus que vem lá longe. Vai respirar no presente e estar atenta a ele, tirando toda alegria que pode de cada momento. Se perdemos a cabeça e gritamos, eles nos perdoam sem pestanejar, sem nos julgar, sem guardar rancor. Quando estamos cabisbaixos, eles não racionalizam o que aconteceu, apenas nos presenteiam com um sorriso. Quem de nós pode dizer que consegue agir assim?

     Mas, a grande verdade é que desaprendemos a sentir leveza, a nos conectar com o simples, desaprendemos a estar nesse mesmo momento em que as crianças vivem e insistem em nos apresentar, e nós insistimos em resistir: o agora. Quando nosso mundo interno está cheio, barulhento, nublado, não conseguimos ver através dele todas as maravilhas que existem em cada segundo. A ideia não é querer calar essas vozes, é simplesmente começar a percebê-las. Começa por aí o reaprendizado: por apenas perceber.

     Enquanto os ensinamos as regras sociais, enquanto os orientamos para o caminho das boas escolhas, eles nos ensinam a voltar para o básico: para dentro de nós. Você está disposto a reaprender?


Disponível em: https://vidasimples.co/colunistas/a-presenca-que-as-criancas-podem-nos-ensinar/. Acesso em 15 fev. 2020. 

De acordo com o texto, devemos

    A) fugir do nosso mundo interior.

    B) reaprender o valor do agora.

    C) preocupar-nos com o futuro.

    D) aprender com o passado.

    E) calar nossas vozes internas.

O tom da velhice


Pardais são como cantores profissionais: Também têm momentos de auge e declínio em suas carreiras. Entre pássaros, é comum que o canto de um macho invasor sirva como alerta de perigo. Só que pardais mais velhos colocam menos banca usando o gogó que os mais novos. Cientistas descobriram isso, colocando trinta e cinco pardais para ouvir sons de rivais com dois ou dez anos de idade. As cobaias se mostraram preocupadas com ruídos dos jovens, se aproximando desta fonte sonora para investigá-los. Avoz dos anciões, porém, não gerou a mesma comoção. O próximo passo é descobrir se ter um tom idoso afeta o match com as fêmeas. Fonte: Sessão Fatos. Revista Superinteressante. Edição 412, fevereiro/2020, pag. 14. 

No enunciado “A voz dos anciões, porém, não gerou a mesma comoção”, o termo em destaque foi usado como:

    A) elemento de coesão que marca uma relação de conclusão, em relação a enunciados anteriores.

    B) operador discursivo que introduz um argumento decisivo, apresentado como um acréscimo, com a intenção de dar um golpe final no argumento contrário.

    C) elemento de coesão que marca uma relação de contrajunção, se contrapondo ao enunciado com orientação argumentativa contrária

    D) operador discursivo que marca uma relação de conjunção argumentativa.

    E) elo de coesão que introduz uma explicação ou justificativa ao que foi dito anteriormente.

Com base no emprego da crase, analise a reportagem a seguir:
“Sanofi e GSK prometem disponibilizar 200 milhões de doses de vacina contra Covid-19 para países pobres. Empresas prometeram 'garantir ___ cada país participante um acesso justo e equitativo ___ possíveis vacinas'. Iniciativa internacional Covax reúne 167 países para compra e distribuição de futuros imunizantes.” (Fonte adaptada: https://g1.globo.com>Acesso em 29 de outubro de 2020)
Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas:

    A) à; às.

    B) a; às.

    C) a; as.

    D) à; as.


Segundo os dados do texto CG1A1-III e do gráfico mostrado, houve

    A) mais brasileiros com exatamente 22 anos de idade concluindo o ensino superior em 2015 que em 1992.

    B) queda irrisória no número de pessoas com menos de quatro anos de estudo no período avaliado.

    C) aumento no número de anos de escolaridade do brasileiro adulto no período avaliado.

    D) diminuição do número de pessoas com o segundo ciclo do ensino fundamental completo entre 1992 e 2015.

    E) tendência de declínio clara e persistente do número de pessoas com pelo menos o segundo ciclo do ensino fundamental incompleto entre 2001 e 2015.

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