Questões de Português

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Cultura clonada e mestiçagem

    Levantar hoje a questão da cultura é colocar-se em uma encruzilhada para a qual convergem, embora também se oponham, o avanço da globalização e a persistência das identidades nacionais. Mas a cultura não pode mais, presentemente, construir-se sem uma tensão constitutiva, existencial e vital entre o universal, o regional, o nacional e o comunitário.

     Apesar de as culturas se manterem arraigadas em seus contextos nacionais, torna-se cada vez mais difícil acreditar que os conceitos tradicionais de identidade, povo ou nação sejam "intocáveis". De fato, jamais nossas sociedades conheceram ruptura tão generalizada com tradições centenárias. Devemos, porém, indagar se as evoluções contemporâneas, em geral apresentadas como possíveis ameaças a essas tradições, inclusive a do Estado-nação, não constituiriam terrenos férteis para a cultura, ou seja, favoráveis à coexistência das diversidades. Um duplo obstáculo seria então evitado: a coesão domesticada e a uniformização artificial.

      O primeiro obstáculo advém da fundamentação do modelo hegemônico de identificação em uma cultura única, total, dominante, integrativa. Esta era percebida como algo estático e definitivo. Era brandida como uma arma, cujos efeitos só hoje avaliamos: neste século, vimos as culturas mais sofisticadas curvarem-se à barbárie; levamos muito tempo até perceber que o racismo prospera quando faz da cultura algo absoluto. Conceber a cultura como um modo de exclusão conduz inevitavelmente à exclusão da cultura. Por isso, o tema da identidade cultural, que nos acompanha desde as primeiras globalizações, é coisa do passado.

        Mas a cultura não deve emancipar-se da identidade nacional deixando-se dominar pela globalização e pela privatização. As identidades pós-nacionais que estão surgindo ainda não demonstraram sua capacidade de resistir à desigualdade, à injustiça, à exclusão e à violência. Subordinar a cultura a critérios elaborados nos laboratórios da ideologia dominante, que fazem a apologia das especulações na bolsa, dos avatares da oferta e da demanda, das armadilhas da funcionalidade e da urgência, equivale a privá-la de seu indispensável oxigênio social, a substituir a tensão criativa pelo estresse do mercado. Neste sentido, dois grandes perigos nos ameaçam. O primeiro é a tendência atual a considerar a cultura um produto supérfluo, quando, na realidade, ela poderia representar para as sociedades da informação o que o conhecimento científico representou para as sociedades industriais. Frequentemente se esquece que reparar a fratura social exige que se pague a fatura cultural: o investimento cultural é também um investimento social.

     O segundo perigo é o "integrismo eletrônico". Das fábricas e dos supermercados culturais emana uma cultura na qual o tecnológico tem tanta primazia que se pode considerá-la desumanizada.

     Mas como "tecnologizar" a cultura reduzindo-a a um conjunto de clones culturais e pretender que ela continue a ser cultura? A cultura clonada é um produto abortado, porque, ao deixar de estabelecer vínculos, deixa de ser cultura. O vínculo é seu signo característico, sua senha de identidade. E esse vínculo é mestiçagem - portanto o oposto da clonagem. A clonagem é cópia; e a mestiçagem, ao contrário, cria um ser diferente, embora também conserve a identidade de suas origens. Em todas as partes onde se produziu, a mestiçagem manteve as filiações e forjou uma nova solidariedade que pode servir de antídoto à exclusão.

         Parafraseando Malraux, eu diria que o terceiro milênio será mestiço, ou não será.


PORTELLA, Eduardo. Texto apresentado na série Conferências do Século XXI, realizada em 1999, e publicado em O

Correio da Unesco, jun., 2000

Sobre aspectos gramaticais presentes no texto, assinale a alternativa que apresenta análise INADEQUADA:

    A) As três ocorrências do pronome pessoal oblíquo átono “se”, no 1º parágrafo, não admitem deslocamento de suas posições em relação aos verbos com os quais se relacionam.

    B) Mantém-se a correção gramatical e o valor semântico, caso haja substituição do conectivo destacado em “(...) embora também se oponham (...)” (1º parágrafo) pelo conectivo equivalente “conquanto”.

    C) O vocábulo “encruzilhada” (1º parágrafo) passou pelo processo de formação de palavras denominado parassíntese.

    D) O emprego das aspas em "intocáveis" (2º parágrafo) e "tecnologizar" (5º parágrafo) se dá por justificativas gramaticais distintas.

    E) No excerto “A clonagem é cópia; e a mestiçagem, ao contrário, cria um ser diferente, embora também conserve a identidade de suas origens.” (6º parágrafo) não se poderia substituir o ponto e vírgula por uma vírgula, pois tal substituição acarretaria prejuízo gramatical para o período.

TEXTO I

Do bom uso do relativismo


     Hoje, pela multimídia, imagens e gentes do mundo inteiro nos entram pelos telhados, portas e janelas e convivem conosco. É o efeito das redes globalizadas de comunicação. A primeira reação é de perplexidade que pode provocar duas atitudes: ou de interesse para melhor conhecer, que implica abertura e diálogo, ou de distanciamento, que pressupõe fechar o espírito e excluir. De todas as formas, surge uma percepção incontornável: nosso modo de ser não é o único. Há gente que, sem deixar de ser gente, é diferente.

     Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis do Brasil, até chegarmos aos sofisticados moradores de Alphavilles, onde se resguardam as elites opulentas e amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.

     Deste fato surge, de imediato, o relativismo em dois sentidos: primeiro, importa relativizar todos os modos de ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da diferença porque, pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de coexistir; segundo, o relativo quer expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Eles não podem ser pensados independentemente uns dos outros, porque todos são portadores da mesma humanidade.

  Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Somos uma geossociedade una, múltipla e diferente.

    Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, autoimplicados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.

     Então não há verdade absoluta? Vale o everything goes de alguns pós-modernos? Quer dizer, o “vale tudo”? Não é o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença. Cada um é portador de verdade mas ninguém pode ter o monopólio dela. Todos, de alguma forma, participam da verdade. Mas podem crescer para uma verdade mais plena, na medida em que mais e mais se abrem uns aos outros.

     Bem em dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua, guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na cordialidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para dar lugar à Verdade comungada por todos.

     A ilusão do Ocidente é de imaginar que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens distorcidas. Ele se condena a um fundamentalismo visceral que o fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua religião e, hoje, guerras para forçar a democracia no Iraque e no Afeganistão.

     Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas, as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa, a chinesa, a mexicana e outras. Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa e as outras não. Todas são gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária. Por que com a verdade deveria ser diferente?


LEONARDO BOFF - http://alainet.org


Vocabulário:

Alphavilles: condomínios de luxo

everything goes: literalmente, “todas as coisas vão”; equivale à expressão “vale tudo”Do bom uso do relativismo

Levando-se em consideração aspectos sintático-semânticos do texto I, analise os itens abaixo e assinale aquele em que há um termo destacado com papel sintático DIFERENTE dos demais:

    A) “Hoje, pela multimídia, imagens e gentes do mundo inteiro nos entram pelos telhados, (...)” (1º parágrafo)

    B) “Há mil outras formas diferentes de sermos humanos, (...)” (2º parágrafo)

    C) “O mesmo vale para as diferenças de cultura, (...)” (2º parágrafo)

    D) “(...) impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da diferença (...)” (3º parágrafo)

    E) “(...) pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de coexistir; (...)” (3º parágrafo)

Leia com atenção a citação abaixo e responda o que se pede. “Escrever é deixar uma marca/ É impor ao papel em branco um sinal permanente/ É capturar um instante em forma de palavra”. Margaret Astwood
Neste sentido, pode-se afirmar que a produção textual:
I- Impõe uma marca autoral, supõe envolvimento, parceria e interação, por meio de trocas enunciativas instauradas pela interação verbal. II- Exige do professor preocupação com o aspecto de mensuração, uma espécie de ajuste de contas, numa perspectiva “gramatiqueira”, restrita a protocolos escolares, que supõem, de um lado, o aluno que escreve e do outro, o professor que corrige. III- É um “momento mágico” de intercâmbio e interação, em que determinado modo de atuar passa pelo contingente do dizer verbal.
Está CORRETO o que se afirma apenas em:

    A) III.

    B) I.

    C) II e III.

    D) II.

    E) I e III.


Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item seguinte.


Sem prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos originais do texto, o trecho “em que se incluem a palavra escrita, as peças teatrais, os filmes, os vídeos, as fotografias, os cartuns, as pinturas, entre outros” (l. 5 a 7) poderia ser reescrito da seguinte forma: onde se incluem a palavra escrita, as peças teatrais, os filmes, os vídeos, as fotografias, os cartuns, as pinturas e entre outros.

Leia atentamente a canção Alucinação, de Antonio Carlos Belchior, cantor e compositor brasileiro, para responder à questão.

Alucinação

Eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais
Nem em tinta pro meu rosto
Ou oba oba, ou melodia
Para acompanhar bocejos
Sonhos matinais 

Eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Nem nessas coisas do oriente
Romances astrais
A minha alucinação
É suportar o dia a dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais 

Um preto, um pobre
Uma estudante
Uma mulher sozinha
Blue jeans¹ e motocicletas
Pessoas cinzas normais
Garotas dentro da noite
Revólver: cheira cachorro
Os humilhados do parque
Com os seus jornais 

Carneiros, mesa, trabalho
Meu corpo que cai do oitavo andar
E a solidão das pessoas
Dessas capitais
A violência da noite
O movimento do tráfego
Um rapaz delicado e alegre 

Que canta e requebra
É demais!

Cravos, espinhas no rosto
Rock, Hot Dog
Play it cool, baby²
Doze Jovens Coloridos
Dois Policiais
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida 

Mas eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais
Longe o profeta do terror
Que a laranja mecânica anuncia
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais
Amar e mudar as coisas
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais 

¹ Blue jeans: calça de tecido jean azul.

² Play it cool, baby: fique tranquilo, querido.



A locução “dia a dia” foi modificada pelo Novo Acordo Ortográfico, implantado no Brasil em 2008. Houve algumas alterações também em relação à acentuação. A alternativa que apresenta outras palavras também modificadas pelo Novo Acordo Ortográfico é:

    A) lâmpada, âncora; árvore.

    B) bóia, jóia, paranóico.

    C) saída, egoísmo, saúde.

    D) papéis, fiéis, herói.

Analise as afirmativas a seguir:


I. Pronomes pessoais são aqueles que substituem os substantivos, indicando indiretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os pronomes eu ou nós, usa os pronomes tu, vós, você ou vocês para designar a quem se dirige e ele, ela, eles ou elas para fazer referência à pessoa ou às pessoas de quem fala.


II. O acento circunflexo é utilizado no trecho “Precisou de muito tempo para pôr ordem no escritório” pelo mesmo motivo que no trecho “Ele viajou pôr países que não conhecia”.


Marque a alternativa CORRETA:

    A) As duas afirmativas são verdadeiras.

    B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.

    C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.

    D) As duas afirmativas são falsas.

Uma Mente Brilhante


O filme “Uma Mente Brilhante” retrata a vida de John Nash, desde sua juventude até sua idade avançada, quando recebe o prêmio Nobel. John, uma mente brilhante na matemática, inicia seus estudos na universidade de Princeton. Tímido, introspectivo e solitário, quer descobrir uma teoria original, o que o torna arrogante aos olhos dos colegas de faculdade. Logo no início de seus estudos, ele divide o quarto com um amigo, Charles Herman, com quem vai manter amizade até depois de casar-se. Durante a faculdade, realiza uma descoberta que o destaca no universo acadêmico, posteriormente batizado de o teorema de Equilíbrio de Nash. 


Após a faculdade, trabalha como professor e conhece sua futura esposa, Alicia Nash. Ele acredita ter sido convidado a participar de uma missão secreta, pela inteligência dos Estados Unidos, para desvendar códigos secretos enviados pelos russos a espiões nos EUA. Assim, conhece William Parcher, um espião que o acoberta e o socorre quando John corre perigo. Sua esposa começa a desconfiar de suas atitudes e pede ajuda médica. John é então internado, diagnosticado como esquizofrênico e tratado por um psiquiatra. Após vários anos de altos e baixos no tratamento, ele consegue retornar à universidade e lecionar. É mundialmente reconhecido pelas suas descobertas na matemática com o prêmio Nobel.


John provavelmente começou com os sinais e sintomas após a grande carga de stress ocasionada pela mudança para a universidade e a sua cobrança para descobrir uma teoria original. O indivíduo que desenvolve a esquizofrenia apresenta alucinações e delírios, como no caso de John Nash. Seu melhor amigo, e depois uma sobrinha dele, e o espião americano William, eram alucinações. Sobre os delírios, John criou uma realidade para seu psíquico em que ele era a chave para salvar os EUA de uma grande guerra e de um ataque com bomba russa. 


Como John era introspectivo, levou-se muito tempo para descobrir a doença, e ele já estava em estado crepuscular quando sua esposa suspeitou que havia algo estranho em seu comportamento. Neste caso, o tratamento com psicotrópicos e acompanhamento do psiquiatra é fundamental. Infelizmente, como o caso ocorreu na década de sessenta, ele recebeu choques como parte do tratamento e ficou em hospital psiquiátrico por várias semanas. 


Por Flávia Cristina Martins de Oliveira, em fevereiro de 2020 (disponível em: https://bit.ly/3eAYH4S). Com adaptações.

Leia o texto 'Uma Mente Brilhante' e, em seguida, analise as afirmativas abaixo:


I. Durante a faculdade, John Nash realizou uma descoberta que o destacou no universo acadêmico, posteriormente batizado de o teorema de Equilíbrio de Nash, de acordo com as informações apresentadas no texto.

II. Ao final do filme, descobre-se que a esposa de John Nash e vários outros personagens são, na verdade, alucinações, fruto da sua mente, de acordo com as informações apresentadas no texto.

III. De acordo com o texto, no filme, John Nash é internado devido a um câncer e, nesse momento, é também diagnosticado como esquizofrênico e tratado por um psiquiatra.


Marque a alternativa CORRETA:

    A) Nenhuma afirmativa está correta.

    B) Apenas uma afirmativa está correta.

    C) Apenas duas afirmativas estão corretas.

    D) Todas as afirmativas estão corretas.

Serviço social e saúde

O Serviço Social é uma profissão interdisciplinar por excelência, uma vez que articula diferentes conhecimentos de modo próprio, num movimento crítico entre prática e teoria e teoria-prática. 

O Serviço Social tem como desafio construir alternativas profissionais que superem as atividades técnico-burocráticas e focalizem a ação técnico-política viabilizando a participação popular, democratização das instituições, elevação da consciência sanitária e ampliação dos direitos sociais.

Especificamente na área da saúde, o assistente social não pode se distanciar do objetivo da profissão, que passa pela compreensão dos determinantes sociais, econômicos e culturais que interferem no processo saúde-doença e na busca de estratégias político-institucionais para o enfrentamento dessas questões.

O projeto ético político profissional tem que estar articulado com o da reforma sanitária e dentro desta perspectiva, considera-se que o código de ética da profissão forneça as ferramentas imprescindíveis para o trabalho do assistente social na saúde em todas as dimensões.

A atuação profissional dos Assistentes Sociais ocorre em quatro grandes eixos: atendimento direto aos usuários (ações socioassistenciais, ações articuladas com a equipe de saúde e ações socioeducativas); mobilização, participação e controle social; investigação, planejamento e gestão e assessoria, qualificação e formação profissional. Esses eixos devem ser compreendidos de modo articulado dentro de uma concepção de totalidade.

Adaptado. Fonte: https://bit.ly/3ktPwqG. 
Leia o texto 'Serviço social e saúde' e, em seguida, analise as afirmativas a seguir: I. As informações presentes no texto permitem inferir que, especificamente na área da saúde, o assistente social não pode se distanciar do objetivo da profissão, que passa pela compreensão dos determinantes sociais, econômicos e culturais que interferem no processo saúde-doença e na busca de estratégias político-institucionais para o enfrentamento dessas questões. II. O texto afirma que, no contexto dos serviços municipais de assistência à saúde, cabe aos profissionais de assistência social autorizar a realização de consultas e outros serviços de diagnósticos para os usuários dos serviços. Marque a alternativa CORRETA:

    A) As duas afirmativas são verdadeiras.

    B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.

    C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.

    D) As duas afirmativas são falsas.

Solidariedade é a ordem (editorial)


Nenhuma corrente é mais forte do que seu elo mais fraco. A regra, ditada pela sabedoria popular, se aplica a pessoas e sociedades. Em época de novo coronavírus, a lição por ela ensinada deve ser levada às últimas consequências. Quem pode mais ajuda quem pode menos.

No plano individual, a pessoa que pode ficar em casa, fique. Trata-se de luxo só acessível a parte da população. Trabalhadores de diferentes áreas precisam deslocar-se para manter o funcionamento de setores indispensáveis à vida urbana. É o caso de profissionais da saúde, segurança, informação, limpeza, transporte público, comércio essencial.

Servidores domésticos como diaristas quase sempre moram na periferia. Para chegar ao local de trabalho, precisam de ônibus ou metrô – em geral lotados, impossibilitando o distanciamento social. É hora de solidariedade. Por que não dispensá-los temporariamente mantendo a remuneração?

Muitos abrem mão dos profissionais e do pagamento. É injusto e cruel. Elos fracos da corrente, eles trabalham num dia para comer no dia seguinte. Não raro no mesmo dia. Sem vínculo empregatício, não contam com as garantias da legislação trabalhista. O ato lembra a abolição da escravatura. 

Historiadores contam que os senhores das casas grandes expulsaram os moradores das senzalas sem compaixão. Jogaram-nos na rua, deixando-os sem teto, sem roupa e sem comida. Reproduzir o gesto quase um século e meio depois é prova de ignorância das conquistas civilizatórias.

O mesmo ocorre com cidadãos cuja renda depende da circulação de pessoas e mercadorias. Protegê-los é proteger a todos. Estado, empresários, famílias e indivíduos têm de colaborar para frear a disseminação do vírus. Se muitos ficarem doentes ao mesmo tempo, o pior dos cenários se concretizará.

Os sistemas de saúde público e privado entrarão em colapso e, como alertou o ministro da Saúde, nem dinheiro, nem seguros, nem ordens judiciais poderão abrir vagas. A catástrofe, ao contrário da Lei Áurea, ceifará a vida de pobres e ricos.


(SOLIDARIEDADE é a ordem. Disponível em: https://bit.ly/2Wj49TG) 
Leia o texto 'Solidariedade é a ordem (editorial)' e, em seguida, analise as afirmativas abaixo:

I. A frase “Protegê-los é proteger a todos” faz menção à importância que os grupos empresariais possuem para a movimentação da economia. Se muitas empresas decretarem falência, o pior dos cenários se concretizará.

II. De acordo com o texto, diversos historiadores afirmam que os senhores das senzalas expulsaram os moradores das casas grandes sem compaixão após o início da industrialização da agricultura e da pecuária no Brasil.

III. O texto defende a tese apoiada por diversos pesquisadores de que, em até cinco anos, os sistemas de saúde público e privado entrarão em colapso e apenas as ordens judiciais poderão impedir essa catástrofe no Brasil.

Marque a alternativa CORRETA:

    A) Nenhuma afirmativa está correta.

    B) Apenas uma afirmativa está correta.

    C) Apenas duas afirmativas estão corretas.

    D) Todas as afirmativas estão corretas.

CRATERAS DA LUA


A hipótese mais aceita sobre a formação da Lua diz que ela surgiu após a colisão entre a Terra e um planeta do tamanho de Marte, chamado Theia. O suposto evento é chamado de “hipótese do grande impacto”, mas alguns cientistas têm questionado essa ideia. Agora, um novo estudo apresenta novas pistas para desvendar o mistério.


Na suposta colisão com Theia, a Terra teria perdido parte de sua crosta superior, e toda essa rocha destroçada orbitou ao redor do nosso planeta até se aglutinar e formar a Lua. Só que essa camada do nosso planeta é pobre em metais, e novas pesquisas sugerem que o subsolo da Lua é mais rico em metal do que se pensava anteriormente.


Isso significa que a compreensão do processo de colisão com Theia pode estar errada – se é que o impacto de fato aconteceu. Em um estudo publicado na Earth and Planetary Science Letters, cientistas liderados por Essam Heggy utilizaram novos conhecimentos sobre a composição da poeira encontrada no fundo das crateras da Lua e concluíram que o subsolo lunar parece ser rico em óxidos de ferro e titânio. 


Os cientistas já sabiam que o subsolo da Lua continha maiores concentrações desses metais do que a superfície lunar. Porém, ao comparar a presença desses elementos na parte inferior de várias crateras de diferentes tamanhos, a equipe encontrou concentrações maiores de metal nas crateras mais profundas do que nas cavidades mais rasas. De acordo com os pesquisadores, a discrepância entre a quantidade de ferro na crosta terrestre e na Lua pode ser ainda maior do que os cientistas pensavam até então.


Disponível em: https://bit.ly/3evKztL. Com adaptações.

Leia o texto 'CRATERAS DA LUA' e, em seguida, analise as afirmativas abaixo:


I. Após a análise do texto, é possível concluir que a crosta superior do nosso planeta, a Terra, é rica em metais, assim como as camadas mais superficiais da Lua.

II. De acordo com os pesquisadores do estudo citado no texto, a discrepância entre a quantidade de ferro na crosta terrestre e na Lua pode ser ainda maior do que os cientistas pensavam até então, conforme pode ser observado pelo leitor após uma análise cuidadosa do texto.

III. Após a análise do texto, é possível inferir que os cientistas já sabiam que o subsolo da Lua continha maiores concentrações dos metais estudados do que a superfície lunar.


Marque a alternativa CORRETA:

    A) Nenhuma afirmativa está correta.

    B) Apenas uma afirmativa está correta.

    C) Apenas duas afirmativas estão corretas.

    D) Todas as afirmativas estão corretas.

Provas e Concursos

O Provas e Concursos é um banco de dados de questões de concursos públicos organizadas por matéria, assunto, ano, banca organizadora, etc

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