Questões de Português do ano 2020

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Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.



O século XX, Era dos Extremos


         O século XX deixou um legado inegável de questões e impasses. Para o grande historiador Eric Hobsbawm, neste livro Era dos Extremos ? o breve século XX ? 1914-1991, esse século foi breve e extremado: sua história e suas possibilidades edificaram-se sobre catástrofes, incertezas e crises, decompondo o que fora construído no longo século XIX.

        Hobsbawm divide a história do século XX em três “eras”. A primeira, “da catástrofe”, é marcada pelas duas grandes guerras, pelas ondas de revolução global em que o sistema político e econômico da URSS surgia como alternativa histórica para o capitalismo e pela virulência da crise econômica de 1929. Também nesse período os fascismos e o descrédito das democracias liberais surgem como proposta mundial.

       A segunda “era” são os anos dourados das décadas de 1950 e 1960 que, em sua paz congelada, viram a viabilização e a estabilização do capitalismo, responsável pela promoção de uma extraordinária expansão econômica e profundas transformações sociais.

       Por fim, entre 1970 e 1991, dá-se o “desmoronamento” final, em que caem por terra os sistemas institucionais que previnem e limitam o barbarismo contemporâneo, dando lugar à brutalização da política e à irresponsabilidade teórica da ortodoxia econômica, abrindo as portas para um futuro incerto.


(Adaptado da “orelha”, sem indicação autoral, do livro de Eric Hobsbawm acima referido, editado em São Paulo pela Companhia das Letras, em 1995) 

É inegável que o século XX deixou-nos um legado de impasses, a gravidade desses impasses se faz sentir até hoje, uma vez que não solucionamos esses impasses nem mesmo amenizamos as consequências desses impasses.


Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

    A) cuja gravidade ? os solucionamos ? suas consequências

    B) da qual gravidade ? solucionamo-los ? as consequências dos mesmos

    C) onde a gravidade ? lhes solucionamos ? as próprias consequências

    D) a gravidade de cujos ? os solucionamos ? as consequências em si mesmas

    E) em cuja gravidade ? lhes solucionamos ? suas consequências

Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.



O século XX, Era dos Extremos


         O século XX deixou um legado inegável de questões e impasses. Para o grande historiador Eric Hobsbawm, neste livro Era dos Extremos ? o breve século XX ? 1914-1991, esse século foi breve e extremado: sua história e suas possibilidades edificaram-se sobre catástrofes, incertezas e crises, decompondo o que fora construído no longo século XIX.

        Hobsbawm divide a história do século XX em três “eras”. A primeira, “da catástrofe”, é marcada pelas duas grandes guerras, pelas ondas de revolução global em que o sistema político e econômico da URSS surgia como alternativa histórica para o capitalismo e pela virulência da crise econômica de 1929. Também nesse período os fascismos e o descrédito das democracias liberais surgem como proposta mundial.

       A segunda “era” são os anos dourados das décadas de 1950 e 1960 que, em sua paz congelada, viram a viabilização e a estabilização do capitalismo, responsável pela promoção de uma extraordinária expansão econômica e profundas transformações sociais.

       Por fim, entre 1970 e 1991, dá-se o “desmoronamento” final, em que caem por terra os sistemas institucionais que previnem e limitam o barbarismo contemporâneo, dando lugar à brutalização da política e à irresponsabilidade teórica da ortodoxia econômica, abrindo as portas para um futuro incerto.


(Adaptado da “orelha”, sem indicação autoral, do livro de Eric Hobsbawm acima referido, editado em São Paulo pela Companhia das Letras, em 1995) 

Estabelecem entre si uma relação de causa e efeito, nessa ordem, os seguintes segmentos:

    A) a segunda era são os anos dourados / paz congelada (3º parágrafo).

    B) caem por terra os sistemas institucionais / barbárie da política (4º parágrafo).

    C) deixou um legado inegável / decompondo o que fora construído (1º parágrafo).

    D) alternativa histórica para o capitalismo / virulência da crise econômica (2º parágrafo).

    E) ondas de revolução global / a história do século XX em três “eras” (2º parágrafo).

Atenção: Para responder à questão, considere o texto a seguir:


          Há de tomar o pregador uma só matéria; há de defini-la, para que se conheça; há de dividi-la, para que se distinga; há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências, que se hão de seguir; com os inconvenientes, que se devem evitar; há de responder às dúvidas, há de satisfazer às dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força de eloquência os argumentos contrários, e depois disto há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é o sermão, isto é pregar; e o que não é isto é falar demais alto. Não nego, nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses hão de nascer todos da mesma matéria, e continuar, e acabar nela. Quereis ver tudo isto com os olhos? Ora vede. Uma árvore tem raízes, tem troncos, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim há de ser o sermão: há de ter raízes fortes e sólidas, porque há de ser fundado no Evangelho; há de ter um tronco, porque há de ter um só assunto e tratar uma só matéria. Deste tronco hão de nascer diversos ramos, que são diversos discursos, mas nascidos da mesma matéria e continuados nela. Estes ramos não hão de ser secos, senão cobertos de folhas, porque os discursos hão de ser vestidos e ornados de palavras.

(VIEIRA, António. Sermão da Sexagésima. In: Sermões I. São Paulo: Edições Loyola, 2009, p. 24) 
As prescrições presentes no trecho do sermão indicam a elaboração de um discurso

    A) dialogal, porque todos os passos de um discurso preveem interlocutores em oposição.

    B) científico, porque necessita estar fundamentado em provas oriundas da natureza.

    C) narrativo, identificado principalmente na metáfora botânica com que é comparado.

    D) argumentativo, organizando o discurso, da tomada do tema até a sua conclusão.

    E) poético, uma vez que o discurso ao final deve resultar em uma metáfora botânica.

Atenção: Para responder à questão, considere o texto a seguir:


          Há de tomar o pregador uma só matéria; há de defini-la, para que se conheça; há de dividi-la, para que se distinga; há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências, que se hão de seguir; com os inconvenientes, que se devem evitar; há de responder às dúvidas, há de satisfazer às dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força de eloquência os argumentos contrários, e depois disto há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é o sermão, isto é pregar; e o que não é isto é falar demais alto. Não nego, nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses hão de nascer todos da mesma matéria, e continuar, e acabar nela. Quereis ver tudo isto com os olhos? Ora vede. Uma árvore tem raízes, tem troncos, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim há de ser o sermão: há de ter raízes fortes e sólidas, porque há de ser fundado no Evangelho; há de ter um tronco, porque há de ter um só assunto e tratar uma só matéria. Deste tronco hão de nascer diversos ramos, que são diversos discursos, mas nascidos da mesma matéria e continuados nela. Estes ramos não hão de ser secos, senão cobertos de folhas, porque os discursos hão de ser vestidos e ornados de palavras.

(VIEIRA, António. Sermão da Sexagésima. In: Sermões I. São Paulo: Edições Loyola, 2009, p. 24) 
No trecho Uma árvore tem raízes, tem troncos, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos, o verbo “ter” é escolhido porque o significado é o de

    A) metonímia, dividindo a árvore em suas partes.

    B) sustentação das partes que compreendem uma árvore.

    C) existência da árvore no conjunto de suas partes.

    D) comparação da árvore com o discurso.

    E) posse, naquilo que constitui uma árvore.

Atenção: Para responder à questão, considere o texto a seguir:


          Há de tomar o pregador uma só matéria; há de defini-la, para que se conheça; há de dividi-la, para que se distinga; há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências, que se hão de seguir; com os inconvenientes, que se devem evitar; há de responder às dúvidas, há de satisfazer às dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força de eloquência os argumentos contrários, e depois disto há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é o sermão, isto é pregar; e o que não é isto é falar demais alto. Não nego, nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses hão de nascer todos da mesma matéria, e continuar, e acabar nela. Quereis ver tudo isto com os olhos? Ora vede. Uma árvore tem raízes, tem troncos, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim há de ser o sermão: há de ter raízes fortes e sólidas, porque há de ser fundado no Evangelho; há de ter um tronco, porque há de ter um só assunto e tratar uma só matéria. Deste tronco hão de nascer diversos ramos, que são diversos discursos, mas nascidos da mesma matéria e continuados nela. Estes ramos não hão de ser secos, senão cobertos de folhas, porque os discursos hão de ser vestidos e ornados de palavras.

(VIEIRA, António. Sermão da Sexagésima. In: Sermões I. São Paulo: Edições Loyola, 2009, p. 24) 
Segundo o trecho do sermão, a principal qualidade retórica de uma peça de eloquência é a

    A) qualidade metafórica.

    B) unidade da matéria tratada.

    C) capacidade de refutar argumentos.

    D) comprovação dos argumentos.

    E) variedade de discursos.

Atenção: Para responder à questão, considere o texto a seguir:


     O texto não deve ser entendido como um objeto computável. Seria vão tentar separar materialmente as obras dos textos. Em particular, não se deve ser levado a dizer: a obra é clássica, o texto é de vanguarda; não se trata de estabelecer, em nome da modernidade, um quadro de honra grosseiro e declarar certas produções literárias in e outras out em razão de sua situação cronológica: pode haver “Texto” numa obra muito antiga, e muitos produtos da literatura contemporânea não são em nada textos. A diferença é a seguinte: a obra é um fragmento de uma substância, ocupa alguma porção do espaço dos livros (por exemplo, numa biblioteca). Já o Texto é um campo metodológico. A oposição poderia lembrar (mas de modo algum reproduzir termo a termo) a distinção proposta por Lacan: a “realidade” se mostra, o “real” se demonstra; da mesma forma, a obra se vê (nas livrarias, nos fichários, nos programas de exame), o texto se demonstra, se fala segundo certas regras; a obra segura-se na mão, o texto mantémse na linguagem: ele só existe tomado num discurso (ou melhor, é o Texto pelo fato mesmo de o saber); o Texto não é a decomposição da obra, é a obra que é a cauda imaginária do Texto. Ou ainda: só se prova o Texto num trabalho, numa produção. A consequência é que o Texto não pode parar (por exemplo, numa prateleira de biblioteca); o seu movimento constitutivo é a travessia (ele pode especialmente atravessar a obra, várias obras).

(BARTHES, Roland. Da obra ao texto. In: O rumor da língua. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012, p. 67) 
A concepção de texto apresentada no trecho é:

    A) A decomposição imaginária de uma obra, oposta à realidade definida por Lacan, quando conceituou o real.

    B) O estudo metodológico das obras, organizadas cronologicamente das mais antigas às mais modernas.

    C) O espaço discursivo em que metodologicamente algo pode ser demonstrado, cuja linguagem é constituída de travessias.

    D) A vanguarda de tudo o que pode constar em uma biblioteca, podendo ser classificável e computável.

    E)

    O fragmento presente na literatura moderna, por isso tudo aquilo que em determinado tempo é in.



Atenção: Para responder à questão, considere o texto a seguir:


     O texto não deve ser entendido como um objeto computável. Seria vão tentar separar materialmente as obras dos textos. Em particular, não se deve ser levado a dizer: a obra é clássica, o texto é de vanguarda; não se trata de estabelecer, em nome da modernidade, um quadro de honra grosseiro e declarar certas produções literárias in e outras out em razão de sua situação cronológica: pode haver “Texto” numa obra muito antiga, e muitos produtos da literatura contemporânea não são em nada textos. A diferença é a seguinte: a obra é um fragmento de uma substância, ocupa alguma porção do espaço dos livros (por exemplo, numa biblioteca). Já o Texto é um campo metodológico. A oposição poderia lembrar (mas de modo algum reproduzir termo a termo) a distinção proposta por Lacan: a “realidade” se mostra, o “real” se demonstra; da mesma forma, a obra se vê (nas livrarias, nos fichários, nos programas de exame), o texto se demonstra, se fala segundo certas regras; a obra segura-se na mão, o texto mantémse na linguagem: ele só existe tomado num discurso (ou melhor, é o Texto pelo fato mesmo de o saber); o Texto não é a decomposição da obra, é a obra que é a cauda imaginária do Texto. Ou ainda: só se prova o Texto num trabalho, numa produção. A consequência é que o Texto não pode parar (por exemplo, numa prateleira de biblioteca); o seu movimento constitutivo é a travessia (ele pode especialmente atravessar a obra, várias obras).

(BARTHES, Roland. Da obra ao texto. In: O rumor da língua. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012, p. 67) 
Ao conceituar Texto e obra, Roland Barthes efetiva

    A) um sofisma, ao concluir a oposição entre os conceitos com a metáfora da travessia.

    B) uma análise, apresentando argumentos que contrapõem os dois conceitos.

    C) uma apologia, quando estabelece uma oposição entre os dois conceitos.

    D) uma recomendação, ao indicar metodologicamente como elaborar um texto moderno.

    E) uma informação, destacando os resultados da oposição entre os dois conceitos.

Atenção: Para responder à questão, considere o texto a seguir:


     O texto não deve ser entendido como um objeto computável. Seria vão tentar separar materialmente as obras dos textos. Em particular, não se deve ser levado a dizer: a obra é clássica, o texto é de vanguarda; não se trata de estabelecer, em nome da modernidade, um quadro de honra grosseiro e declarar certas produções literárias in e outras out em razão de sua situação cronológica: pode haver “Texto” numa obra muito antiga, e muitos produtos da literatura contemporânea não são em nada textos. A diferença é a seguinte: a obra é um fragmento de uma substância, ocupa alguma porção do espaço dos livros (por exemplo, numa biblioteca). Já o Texto é um campo metodológico. A oposição poderia lembrar (mas de modo algum reproduzir termo a termo) a distinção proposta por Lacan: a “realidade” se mostra, o “real” se demonstra; da mesma forma, a obra se vê (nas livrarias, nos fichários, nos programas de exame), o texto se demonstra, se fala segundo certas regras; a obra segura-se na mão, o texto mantémse na linguagem: ele só existe tomado num discurso (ou melhor, é o Texto pelo fato mesmo de o saber); o Texto não é a decomposição da obra, é a obra que é a cauda imaginária do Texto. Ou ainda: só se prova o Texto num trabalho, numa produção. A consequência é que o Texto não pode parar (por exemplo, numa prateleira de biblioteca); o seu movimento constitutivo é a travessia (ele pode especialmente atravessar a obra, várias obras).

(BARTHES, Roland. Da obra ao texto. In: O rumor da língua. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012, p. 67) 
A distinção entre realidade e real pode remeter àquela que se estabelece, respectivamente, entre

    A) linguagem e discurso.

    B) regras e saber.

    C) clássica e cronológica.

    D) vanguarda e contemporânea.

    E) substância e metodológico.

Leia a charge.



Assinale a alternativa correta.

    A) A expressão “Charlie Brown” é aposto.

    B) A palavra “quem” do último quadrinho é um pronome relativo em uma pergunta indireta.

    C) No segundo quadrinho, a palavra “não” tem classificações morfológicas diferentes, já que suas funções sintáticas também são opostas nas duas vezes em que aparece.

    D) A fala do último quadrinho revela uma reação inexplicável e espantada de Charlie Brown por seu desapontamento com a atitude da menina.

    E) No terceiro quadrinho, a fala da menina indica uma condição estabelecida antes da oração principal.

Recordo ainda…


Recordo ainda… E nada mais me importa

Aqueles dias de uma luz tão mansa

Que me deixavam, sempre de lembrança,

Algum brinquedo novo à minha porta…

Mas veio um vento de desesperança

Soprando cinzas pela noite morta!


E eu pendurei na galharia torta

Todos os meus brinquedos de criança…

Estrada afora após segui… Mas ai,

Embora idade e senso que aparente,

Não vos iluda o velho que aqui vai:


Eu quero meus brinquedos novamente!

Sou um pobre menino… acreditai…

Que envelheceu, um dia, de repente!…

QUINTANA, Mário. Poesias. Porto Alegre: Globo, 1962.

Assinale a alternativa correta, considerando a coesão textual.

    A) Há duas vezes o uso do elemento conector “mas”. Em ambos os usos ele traz a ideia de conclusão.

    B) O quinto verso (5ª linha) indica uma contradição em relação ao quarto verso (4ª linha).

    C) O décimo verso (10ª linha) denota uma ideia de tempo acrescida ao que vinha sendo dito.

    D) O primeiro verso (1ª linha) é um período composto em que a segunda oração une-se à primeira com uma relação de alternância.

    E) O sétimo verso (7ª linha) relaciona-se com o verso imediatamente anterior e acrescenta uma ideia de explicação.

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