Questões de Português do ano 2020

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A família humana

   Não acho que tudo tenha piorado nos dias atuais. Nunca fui saudosista. Prefiro a comunicação imediata pela internet a cartas que levavam meses. Gosto mais de trabalhar no computador do que de usar a velha máquina de escrever (que tinha lá seu charme). No whats ou outros, falo instantaneamente com amigos e familiares aqui perto, do outro lado do mundo – os afetos se multiplicam, se consolidam, circulam mais emoções. Nossa qualidade de vida melhorou em muitas coisas, mas serviços essenciais entre nós andam deteriorados, uma vasta parcela da humanidade ainda vive em nível de miséria.
   São as contradições inacreditáveis de um sistema onde cosmólogos investigam espaços insuspeitados, cada dia trazendo revelações intrigantes, mas ainda sofre e morre gente nos corredores de hospitais sobrecarregados, milhões de crianças morrem de fome, outros milhões nunca chegam à escola, ou brincam diante de barracos com barro feito de água e esgoto. 
   Minhas repetições são intencionais, aqui, nos romances, até nos poemas. Retorno a temas sobre os quais eu mesma tenho incertezas. Que envolvem antes de mais nada ética, moralidade, confiança. Decência: pois é neles que eu aposto, nos decentes que olham para o outro – que somos todos nós, do gari ao intelectual, da dona de casa à universitária, dos morenos aos louros de olhos azuis – com atenção e respeito.
   Estudos recentes sobre história das culturas revelam dados sobre tempos em que a parceria predominou sobre a dominação: entre povos, entre grupos, entre pessoas. Mas o mesmo ser humano que busca o amor anseia pela dominação nas relações pessoais, internacionais, de gênero, de idade, de classe.
   E se tentássemos mais parceria? Na verdade não acredito muito nisso, a não ser que a gente dê uma melhorada em si mesmo. É possível que em algumas décadas, ou mais, a miscigenação será generalizada, superados os conflitos raciais às vezes trágicos. Teremos uma miscigenação densa de cores, formas, idiomas e culturas.
   Origem, dinheiro ou tom de pele vão interessar menos do que caráter e lealdade, a produtividade e competência menos do que a visão de mundo e a abertura para o outro, a máquina importará tanto quanto o sonho, a hostilidade não vai esmagar a esperança, e não teremos de dominar o outro tentando construir uma civilização.
    Talvez eu hoje tenha acordado feito uma visionária ingênua: não é inteiramente ruim, isso se chama esperança de que um dia predomine, sim, a família humana. “E aí?”, perguntarão. “Sem conflito, sem cobiça, sem alguma opressão e alguma guerrinha, qual a graça?”
    Aí, não vamos bocejar como anjos entediados, mas crescer mais, e mais, em caráter, sabedoria, harmonia, e – por que não? – algum tipo de felicidade.
(LUFT, Lya. A família humana.Disponível em: https://gauchazh.clicrbs. com.br/colunistas/lya-luft/noticia/2019/06/a-familia-humana-cjx6p12 mq01ro01o9obgwdbq6.html. Acesso em: 06/04/2020.)
Sobre os verbos “bocejar” e “crescer” (8º§), assinale a informação correta.

    A) Ambos são regulares.

    B) O primeiro é irregular.

    C) Ambos são transitivos.

    D) O primeiro é transitivo.

    E) O primeiro é bitransitivo.

A família humana

   Não acho que tudo tenha piorado nos dias atuais. Nunca fui saudosista. Prefiro a comunicação imediata pela internet a cartas que levavam meses. Gosto mais de trabalhar no computador do que de usar a velha máquina de escrever (que tinha lá seu charme). No whats ou outros, falo instantaneamente com amigos e familiares aqui perto, do outro lado do mundo – os afetos se multiplicam, se consolidam, circulam mais emoções. Nossa qualidade de vida melhorou em muitas coisas, mas serviços essenciais entre nós andam deteriorados, uma vasta parcela da humanidade ainda vive em nível de miséria.
   São as contradições inacreditáveis de um sistema onde cosmólogos investigam espaços insuspeitados, cada dia trazendo revelações intrigantes, mas ainda sofre e morre gente nos corredores de hospitais sobrecarregados, milhões de crianças morrem de fome, outros milhões nunca chegam à escola, ou brincam diante de barracos com barro feito de água e esgoto. 
   Minhas repetições são intencionais, aqui, nos romances, até nos poemas. Retorno a temas sobre os quais eu mesma tenho incertezas. Que envolvem antes de mais nada ética, moralidade, confiança. Decência: pois é neles que eu aposto, nos decentes que olham para o outro – que somos todos nós, do gari ao intelectual, da dona de casa à universitária, dos morenos aos louros de olhos azuis – com atenção e respeito.
   Estudos recentes sobre história das culturas revelam dados sobre tempos em que a parceria predominou sobre a dominação: entre povos, entre grupos, entre pessoas. Mas o mesmo ser humano que busca o amor anseia pela dominação nas relações pessoais, internacionais, de gênero, de idade, de classe.
   E se tentássemos mais parceria? Na verdade não acredito muito nisso, a não ser que a gente dê uma melhorada em si mesmo. É possível que em algumas décadas, ou mais, a miscigenação será generalizada, superados os conflitos raciais às vezes trágicos. Teremos uma miscigenação densa de cores, formas, idiomas e culturas.
   Origem, dinheiro ou tom de pele vão interessar menos do que caráter e lealdade, a produtividade e competência menos do que a visão de mundo e a abertura para o outro, a máquina importará tanto quanto o sonho, a hostilidade não vai esmagar a esperança, e não teremos de dominar o outro tentando construir uma civilização.
    Talvez eu hoje tenha acordado feito uma visionária ingênua: não é inteiramente ruim, isso se chama esperança de que um dia predomine, sim, a família humana. “E aí?”, perguntarão. “Sem conflito, sem cobiça, sem alguma opressão e alguma guerrinha, qual a graça?”
    Aí, não vamos bocejar como anjos entediados, mas crescer mais, e mais, em caráter, sabedoria, harmonia, e – por que não? – algum tipo de felicidade.
(LUFT, Lya. A família humana.Disponível em: https://gauchazh.clicrbs. com.br/colunistas/lya-luft/noticia/2019/06/a-familia-humana-cjx6p12 mq01ro01o9obgwdbq6.html. Acesso em: 06/04/2020.)
Analise as afirmativas apresentadas sobre os termos destacados nos enunciados a seguir. I. Em “Minhas repetições são intencionais,(...)” (3º§), o adjetivo exerce a função sintática de predicativo do sujeito. II. Em “Estudos recentes sobre história das culturas (...)” (4º§), o adjetivo exerce a função sintática de adjunto adnominal. III. Na afirmativa I, o advérbio de modo modifica o verbo transitivo direto. IV. Na afirmativa II, o adjetivo acompanha o substantivo. Estão corretas apenas as afirmativas

    A) I e II.

    B) II e III.

    C) I, II e IV.

    D) I, III e IV.

    E) II, III e IV.

A família humana

   Não acho que tudo tenha piorado nos dias atuais. Nunca fui saudosista. Prefiro a comunicação imediata pela internet a cartas que levavam meses. Gosto mais de trabalhar no computador do que de usar a velha máquina de escrever (que tinha lá seu charme). No whats ou outros, falo instantaneamente com amigos e familiares aqui perto, do outro lado do mundo – os afetos se multiplicam, se consolidam, circulam mais emoções. Nossa qualidade de vida melhorou em muitas coisas, mas serviços essenciais entre nós andam deteriorados, uma vasta parcela da humanidade ainda vive em nível de miséria.
   São as contradições inacreditáveis de um sistema onde cosmólogos investigam espaços insuspeitados, cada dia trazendo revelações intrigantes, mas ainda sofre e morre gente nos corredores de hospitais sobrecarregados, milhões de crianças morrem de fome, outros milhões nunca chegam à escola, ou brincam diante de barracos com barro feito de água e esgoto. 
   Minhas repetições são intencionais, aqui, nos romances, até nos poemas. Retorno a temas sobre os quais eu mesma tenho incertezas. Que envolvem antes de mais nada ética, moralidade, confiança. Decência: pois é neles que eu aposto, nos decentes que olham para o outro – que somos todos nós, do gari ao intelectual, da dona de casa à universitária, dos morenos aos louros de olhos azuis – com atenção e respeito.
   Estudos recentes sobre história das culturas revelam dados sobre tempos em que a parceria predominou sobre a dominação: entre povos, entre grupos, entre pessoas. Mas o mesmo ser humano que busca o amor anseia pela dominação nas relações pessoais, internacionais, de gênero, de idade, de classe.
   E se tentássemos mais parceria? Na verdade não acredito muito nisso, a não ser que a gente dê uma melhorada em si mesmo. É possível que em algumas décadas, ou mais, a miscigenação será generalizada, superados os conflitos raciais às vezes trágicos. Teremos uma miscigenação densa de cores, formas, idiomas e culturas.
   Origem, dinheiro ou tom de pele vão interessar menos do que caráter e lealdade, a produtividade e competência menos do que a visão de mundo e a abertura para o outro, a máquina importará tanto quanto o sonho, a hostilidade não vai esmagar a esperança, e não teremos de dominar o outro tentando construir uma civilização.
    Talvez eu hoje tenha acordado feito uma visionária ingênua: não é inteiramente ruim, isso se chama esperança de que um dia predomine, sim, a família humana. “E aí?”, perguntarão. “Sem conflito, sem cobiça, sem alguma opressão e alguma guerrinha, qual a graça?”
    Aí, não vamos bocejar como anjos entediados, mas crescer mais, e mais, em caráter, sabedoria, harmonia, e – por que não? – algum tipo de felicidade.
(LUFT, Lya. A família humana.Disponível em: https://gauchazh.clicrbs. com.br/colunistas/lya-luft/noticia/2019/06/a-familia-humana-cjx6p12 mq01ro01o9obgwdbq6.html. Acesso em: 06/04/2020.)
Nos trechos “No whats ou outros, falo instantaneamente com amigos e familiares aqui perto, (...)” e “(...) uma vasta parcela da humanidade ainda vive em nível de miséria” (1º§), as palavras destacadas são classificadas, respectivamente, como:

    A) Adjetivo e adjetivo.

    B) Advérbio e adjetivo.

    C) Advérbio e advérbio.

    D) Adjetivo e conjunção.

    E) Advérbio e conjunção.

A família humana

   Não acho que tudo tenha piorado nos dias atuais. Nunca fui saudosista. Prefiro a comunicação imediata pela internet a cartas que levavam meses. Gosto mais de trabalhar no computador do que de usar a velha máquina de escrever (que tinha lá seu charme). No whats ou outros, falo instantaneamente com amigos e familiares aqui perto, do outro lado do mundo – os afetos se multiplicam, se consolidam, circulam mais emoções. Nossa qualidade de vida melhorou em muitas coisas, mas serviços essenciais entre nós andam deteriorados, uma vasta parcela da humanidade ainda vive em nível de miséria.
   São as contradições inacreditáveis de um sistema onde cosmólogos investigam espaços insuspeitados, cada dia trazendo revelações intrigantes, mas ainda sofre e morre gente nos corredores de hospitais sobrecarregados, milhões de crianças morrem de fome, outros milhões nunca chegam à escola, ou brincam diante de barracos com barro feito de água e esgoto. 
   Minhas repetições são intencionais, aqui, nos romances, até nos poemas. Retorno a temas sobre os quais eu mesma tenho incertezas. Que envolvem antes de mais nada ética, moralidade, confiança. Decência: pois é neles que eu aposto, nos decentes que olham para o outro – que somos todos nós, do gari ao intelectual, da dona de casa à universitária, dos morenos aos louros de olhos azuis – com atenção e respeito.
   Estudos recentes sobre história das culturas revelam dados sobre tempos em que a parceria predominou sobre a dominação: entre povos, entre grupos, entre pessoas. Mas o mesmo ser humano que busca o amor anseia pela dominação nas relações pessoais, internacionais, de gênero, de idade, de classe.
   E se tentássemos mais parceria? Na verdade não acredito muito nisso, a não ser que a gente dê uma melhorada em si mesmo. É possível que em algumas décadas, ou mais, a miscigenação será generalizada, superados os conflitos raciais às vezes trágicos. Teremos uma miscigenação densa de cores, formas, idiomas e culturas.
   Origem, dinheiro ou tom de pele vão interessar menos do que caráter e lealdade, a produtividade e competência menos do que a visão de mundo e a abertura para o outro, a máquina importará tanto quanto o sonho, a hostilidade não vai esmagar a esperança, e não teremos de dominar o outro tentando construir uma civilização.
    Talvez eu hoje tenha acordado feito uma visionária ingênua: não é inteiramente ruim, isso se chama esperança de que um dia predomine, sim, a família humana. “E aí?”, perguntarão. “Sem conflito, sem cobiça, sem alguma opressão e alguma guerrinha, qual a graça?”
    Aí, não vamos bocejar como anjos entediados, mas crescer mais, e mais, em caráter, sabedoria, harmonia, e – por que não? – algum tipo de felicidade.
(LUFT, Lya. A família humana.Disponível em: https://gauchazh.clicrbs. com.br/colunistas/lya-luft/noticia/2019/06/a-familia-humana-cjx6p12 mq01ro01o9obgwdbq6.html. Acesso em: 06/04/2020.)
Sobre o texto lido, é correto afirmar que:

    A) A autora apresenta uma visão pessimista sobre os dias atuais.

    B) As pessoas decentes olham com atenção e respeito para o outro.

    C) O ser humano busca o amor incondicional; porém, não anseia pela dominação.

    D) A palavra “miscigenação” significa a segregação das raças e dos desejos humanos.

    E) A autora admite ser ruim acordar esperançosa como uma visionária ingênua que é.

A família humana

   Não acho que tudo tenha piorado nos dias atuais. Nunca fui saudosista. Prefiro a comunicação imediata pela internet a cartas que levavam meses. Gosto mais de trabalhar no computador do que de usar a velha máquina de escrever (que tinha lá seu charme). No whats ou outros, falo instantaneamente com amigos e familiares aqui perto, do outro lado do mundo – os afetos se multiplicam, se consolidam, circulam mais emoções. Nossa qualidade de vida melhorou em muitas coisas, mas serviços essenciais entre nós andam deteriorados, uma vasta parcela da humanidade ainda vive em nível de miséria.
   São as contradições inacreditáveis de um sistema onde cosmólogos investigam espaços insuspeitados, cada dia trazendo revelações intrigantes, mas ainda sofre e morre gente nos corredores de hospitais sobrecarregados, milhões de crianças morrem de fome, outros milhões nunca chegam à escola, ou brincam diante de barracos com barro feito de água e esgoto. 
   Minhas repetições são intencionais, aqui, nos romances, até nos poemas. Retorno a temas sobre os quais eu mesma tenho incertezas. Que envolvem antes de mais nada ética, moralidade, confiança. Decência: pois é neles que eu aposto, nos decentes que olham para o outro – que somos todos nós, do gari ao intelectual, da dona de casa à universitária, dos morenos aos louros de olhos azuis – com atenção e respeito.
   Estudos recentes sobre história das culturas revelam dados sobre tempos em que a parceria predominou sobre a dominação: entre povos, entre grupos, entre pessoas. Mas o mesmo ser humano que busca o amor anseia pela dominação nas relações pessoais, internacionais, de gênero, de idade, de classe.
   E se tentássemos mais parceria? Na verdade não acredito muito nisso, a não ser que a gente dê uma melhorada em si mesmo. É possível que em algumas décadas, ou mais, a miscigenação será generalizada, superados os conflitos raciais às vezes trágicos. Teremos uma miscigenação densa de cores, formas, idiomas e culturas.
   Origem, dinheiro ou tom de pele vão interessar menos do que caráter e lealdade, a produtividade e competência menos do que a visão de mundo e a abertura para o outro, a máquina importará tanto quanto o sonho, a hostilidade não vai esmagar a esperança, e não teremos de dominar o outro tentando construir uma civilização.
    Talvez eu hoje tenha acordado feito uma visionária ingênua: não é inteiramente ruim, isso se chama esperança de que um dia predomine, sim, a família humana. “E aí?”, perguntarão. “Sem conflito, sem cobiça, sem alguma opressão e alguma guerrinha, qual a graça?”
    Aí, não vamos bocejar como anjos entediados, mas crescer mais, e mais, em caráter, sabedoria, harmonia, e – por que não? – algum tipo de felicidade.
(LUFT, Lya. A família humana.Disponível em: https://gauchazh.clicrbs. com.br/colunistas/lya-luft/noticia/2019/06/a-familia-humana-cjx6p12 mq01ro01o9obgwdbq6.html. Acesso em: 06/04/2020.)
O texto registra alguns casos de ocorrência da crase. Observe as orações a seguir. I. Ele foi a Bahia passar o carnaval. II. A noite, ele pegou o caminhão e foi embora. III. Antônio comprou o caminhão e pagou a vista. IV. No mês passado, assisti aquele filme que você falou. V. Meu patrão sempre costumava dizer: prefiro isto aquilo. Quantas delas também devem registrar a ocorrência da crase?

    A) 1

    B) 2

    C) 3

    D) 4

    E) 5

A família humana

   Não acho que tudo tenha piorado nos dias atuais. Nunca fui saudosista. Prefiro a comunicação imediata pela internet a cartas que levavam meses. Gosto mais de trabalhar no computador do que de usar a velha máquina de escrever (que tinha lá seu charme). No whats ou outros, falo instantaneamente com amigos e familiares aqui perto, do outro lado do mundo – os afetos se multiplicam, se consolidam, circulam mais emoções. Nossa qualidade de vida melhorou em muitas coisas, mas serviços essenciais entre nós andam deteriorados, uma vasta parcela da humanidade ainda vive em nível de miséria.
   São as contradições inacreditáveis de um sistema onde cosmólogos investigam espaços insuspeitados, cada dia trazendo revelações intrigantes, mas ainda sofre e morre gente nos corredores de hospitais sobrecarregados, milhões de crianças morrem de fome, outros milhões nunca chegam à escola, ou brincam diante de barracos com barro feito de água e esgoto. 
   Minhas repetições são intencionais, aqui, nos romances, até nos poemas. Retorno a temas sobre os quais eu mesma tenho incertezas. Que envolvem antes de mais nada ética, moralidade, confiança. Decência: pois é neles que eu aposto, nos decentes que olham para o outro – que somos todos nós, do gari ao intelectual, da dona de casa à universitária, dos morenos aos louros de olhos azuis – com atenção e respeito.
   Estudos recentes sobre história das culturas revelam dados sobre tempos em que a parceria predominou sobre a dominação: entre povos, entre grupos, entre pessoas. Mas o mesmo ser humano que busca o amor anseia pela dominação nas relações pessoais, internacionais, de gênero, de idade, de classe.
   E se tentássemos mais parceria? Na verdade não acredito muito nisso, a não ser que a gente dê uma melhorada em si mesmo. É possível que em algumas décadas, ou mais, a miscigenação será generalizada, superados os conflitos raciais às vezes trágicos. Teremos uma miscigenação densa de cores, formas, idiomas e culturas.
   Origem, dinheiro ou tom de pele vão interessar menos do que caráter e lealdade, a produtividade e competência menos do que a visão de mundo e a abertura para o outro, a máquina importará tanto quanto o sonho, a hostilidade não vai esmagar a esperança, e não teremos de dominar o outro tentando construir uma civilização.
    Talvez eu hoje tenha acordado feito uma visionária ingênua: não é inteiramente ruim, isso se chama esperança de que um dia predomine, sim, a família humana. “E aí?”, perguntarão. “Sem conflito, sem cobiça, sem alguma opressão e alguma guerrinha, qual a graça?”
    Aí, não vamos bocejar como anjos entediados, mas crescer mais, e mais, em caráter, sabedoria, harmonia, e – por que não? – algum tipo de felicidade.
(LUFT, Lya. A família humana.Disponível em: https://gauchazh.clicrbs. com.br/colunistas/lya-luft/noticia/2019/06/a-familia-humana-cjx6p12 mq01ro01o9obgwdbq6.html. Acesso em: 06/04/2020.)
As palavras “insuspeitados” (2º§) e “possível” (5º§) possuem somente uma sílaba tônica. Quanto à posição da sílaba tônica, é possível afirmar que elas são classificadas como:

    A) Oxítonas.

    B) Polissílabas.

    C) Paroxítonas.

    D) Monossílabas.

    E) Proparoxítonas.

A família humana

   Não acho que tudo tenha piorado nos dias atuais. Nunca fui saudosista. Prefiro a comunicação imediata pela internet a cartas que levavam meses. Gosto mais de trabalhar no computador do que de usar a velha máquina de escrever (que tinha lá seu charme). No whats ou outros, falo instantaneamente com amigos e familiares aqui perto, do outro lado do mundo – os afetos se multiplicam, se consolidam, circulam mais emoções. Nossa qualidade de vida melhorou em muitas coisas, mas serviços essenciais entre nós andam deteriorados, uma vasta parcela da humanidade ainda vive em nível de miséria.
   São as contradições inacreditáveis de um sistema onde cosmólogos investigam espaços insuspeitados, cada dia trazendo revelações intrigantes, mas ainda sofre e morre gente nos corredores de hospitais sobrecarregados, milhões de crianças morrem de fome, outros milhões nunca chegam à escola, ou brincam diante de barracos com barro feito de água e esgoto. 
   Minhas repetições são intencionais, aqui, nos romances, até nos poemas. Retorno a temas sobre os quais eu mesma tenho incertezas. Que envolvem antes de mais nada ética, moralidade, confiança. Decência: pois é neles que eu aposto, nos decentes que olham para o outro – que somos todos nós, do gari ao intelectual, da dona de casa à universitária, dos morenos aos louros de olhos azuis – com atenção e respeito.
   Estudos recentes sobre história das culturas revelam dados sobre tempos em que a parceria predominou sobre a dominação: entre povos, entre grupos, entre pessoas. Mas o mesmo ser humano que busca o amor anseia pela dominação nas relações pessoais, internacionais, de gênero, de idade, de classe.
   E se tentássemos mais parceria? Na verdade não acredito muito nisso, a não ser que a gente dê uma melhorada em si mesmo. É possível que em algumas décadas, ou mais, a miscigenação será generalizada, superados os conflitos raciais às vezes trágicos. Teremos uma miscigenação densa de cores, formas, idiomas e culturas.
   Origem, dinheiro ou tom de pele vão interessar menos do que caráter e lealdade, a produtividade e competência menos do que a visão de mundo e a abertura para o outro, a máquina importará tanto quanto o sonho, a hostilidade não vai esmagar a esperança, e não teremos de dominar o outro tentando construir uma civilização.
    Talvez eu hoje tenha acordado feito uma visionária ingênua: não é inteiramente ruim, isso se chama esperança de que um dia predomine, sim, a família humana. “E aí?”, perguntarão. “Sem conflito, sem cobiça, sem alguma opressão e alguma guerrinha, qual a graça?”
    Aí, não vamos bocejar como anjos entediados, mas crescer mais, e mais, em caráter, sabedoria, harmonia, e – por que não? – algum tipo de felicidade.
(LUFT, Lya. A família humana.Disponível em: https://gauchazh.clicrbs. com.br/colunistas/lya-luft/noticia/2019/06/a-familia-humana-cjx6p12 mq01ro01o9obgwdbq6.html. Acesso em: 06/04/2020.)
Em relação ao trecho “Nossa qualidade de vida melhorou em muitas coisas, mas serviços essenciais entre nós andam deteriorados, (...)” (1º§), marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) É formado por uma oração coordenada assindética. ( ) É formado por uma oração coordenada sindética adversativa. ( ) A conjunção “mas” pode ser substituída por “logo”, sem provocar alteração de sentido. ( ) A conjunção “mas” pode ser substituída por “todavia”, sem provocar alteração de sentido. A sequência correta está em

    A) V, F, V, F.

    B) V, F, F, V.

    C) V, V, F, F.

    D) F, V, V, F.

    E) F, V, F, V.

Feita a leitura do fragmento textual abaixo exposto, responda à questão.


As novas engrenagens do trabalho

Processos industriais com máquinas cada vez mais inteligentes requerem qualificação da mão de obra que as opera


[Comparar a atual rotina de um cidadão comum com a de alguém que viveu há apenas 30 anos mostrará significativas diferenças. Percebe-se isso nas transações bancárias, cada vez mais eletrônicas. Nas opções de para alugar ou assistir a um filme, hoje a um clique de nossas mãos, assim como na forma de se comunicar com outras pessoas, intensamente mais instantânea. ]* [Esse cenário denota a profunda transformação pela qual o mundo vem passando e que não dá sinais de terminar, com reflexos diretos no mercado de trabalho, como a extinção de diversas profissões e o surgimento de novas, em processo que só tende a se acelerar.]*

    Um estudo da consultoria McKinsey chamado Jobs lost, Jobs gained: workforce transitions in a time of automation (“Empregos perdidos, empregos conquistados: transições da força de trabalho em um momento de automação”), de 2017, projeta que 60% das ocupações terão pelo menos 30% de suas atividades automatizadas até 2030. As tarefas recorrentes e repetitivas são as primeiras da fila. São consideradas atividades mais operacionais e que exigem menor qualificação do trabalhador.

    Segundo pesquisa do fórum Econômico Mundial denominada The future of Jobs (“O futuro dos empregos”), de 2018, a previsão é de que 75 milhões de ocupações podem desaparecer em decorrência do avanço tecnológico. Em compensação, 133 milhões de postos devem ser criados, ainda que com outras características, já adaptados à nova divisão de trabalho entre homens e máquinas. (Isto É, 05/02/20)

**O 1º parágrafo contempla dois tópicos, daí a demarcação dos blocos entre colchetes.

Nas frases abaixo transcritas, está em destaque o item gramatical “a”. Analise o contexto das três ocorrências, de modo a indicar sua classificação.


I- Comparar a atual rotina de um cidadão comum com a de alguém que viveu há apenas 30 anos mostrará significativas diferenças.

II- Percebe-se isso [...] Nas opções de para alugar ou assistir a um filme, hoje a um clique de nossas mãos, [...]

III- Esse cenário denota a profunda transformação pela qual o mundo vem passando [...]


A classificação CORRETA do elemento é, respectivamente,

    A) pronome demonstrativo, artigo e preposição.

    B) pronome oblíquo, preposição e artigo.

    C) artigo, artigo e artigo.

    D) pronome demonstrativo, preposição e artigo.

    E) artigo, preposição e preposição.

Feita a leitura do fragmento textual abaixo exposto, responda à questão.


As novas engrenagens do trabalho

Processos industriais com máquinas cada vez mais inteligentes requerem qualificação da mão de obra que as opera


[Comparar a atual rotina de um cidadão comum com a de alguém que viveu há apenas 30 anos mostrará significativas diferenças. Percebe-se isso nas transações bancárias, cada vez mais eletrônicas. Nas opções de para alugar ou assistir a um filme, hoje a um clique de nossas mãos, assim como na forma de se comunicar com outras pessoas, intensamente mais instantânea. ]* [Esse cenário denota a profunda transformação pela qual o mundo vem passando e que não dá sinais de terminar, com reflexos diretos no mercado de trabalho, como a extinção de diversas profissões e o surgimento de novas, em processo que só tende a se acelerar.]*

    Um estudo da consultoria McKinsey chamado Jobs lost, Jobs gained: workforce transitions in a time of automation (“Empregos perdidos, empregos conquistados: transições da força de trabalho em um momento de automação”), de 2017, projeta que 60% das ocupações terão pelo menos 30% de suas atividades automatizadas até 2030. As tarefas recorrentes e repetitivas são as primeiras da fila. São consideradas atividades mais operacionais e que exigem menor qualificação do trabalhador.

    Segundo pesquisa do fórum Econômico Mundial denominada The future of Jobs (“O futuro dos empregos”), de 2018, a previsão é de que 75 milhões de ocupações podem desaparecer em decorrência do avanço tecnológico. Em compensação, 133 milhões de postos devem ser criados, ainda que com outras características, já adaptados à nova divisão de trabalho entre homens e máquinas. (Isto É, 05/02/20)

**O 1º parágrafo contempla dois tópicos, daí a demarcação dos blocos entre colchetes.

Com relação ao plano conteudístico, os três parágrafos do texto contemplam quatro tópicos temáticos (dois distribuídos no 1º parágrafo). Avalie se há correspondência entre os tópicos dispostos na sequência abaixo e o conteúdo desenvolvido em cada bloco textual. Sinalize (V) para verdadeiro e (F) para falso.


( ) Agilidade e rapidez nas atividades diárias dos cidadãos como reflexo da inserção da tecnologia no cotidiano.

( ) Impacto dos avanços tecnológicos no mercado de trabalho: vantagens e desvantagens.

( ) Efeitos da automação: diminuição dos postos de trabalho para as atividades que requerem menor qualificação.

( ) Dificuldades de criação de novos postos de trabalho em que se concilie a forma de trabalho humana com a máquina, conforme pesquisa realizada.


A sequência CORRETA é:

    A) V, F, V e V.

    B) V, V, V e V.

    C) V, V, V e F.

    D) F, F, V e V.

    E) V, F, F e F.

Após a leitura dos dois textos que seguem (notas jornalísticas – Isto é, 05/02/20), analise as proposições relativas aos aspectos estruturais e as classifique como (V) para verdadeiras ou (F) para falsas:


TEXTO I: Mello deixa STF

O STF vai ficar um bom tempo só com dez ministros. É que Celso de Mello estará de licença médica até o próximo dia 19 de março, em função de uma cirurgia no quadril feita na semana passada no Hospital Sírio Libanês. Pode ser que nem volte mais. Em novembro, quando completará 75 anos, vai se aposentar e Bolsonaro indicará outro para seu lugar.


TEXTO II: Jorginho na vaga?

Os que querem Moro no STF podem se surpreender. Bolsonaro está disposto a indicar o nome de Jorge Oliveira, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, para o lugar de Mello, “traindo” o compromisso assumido com o ministro da Justiça. Jorginho, como é chamado pelo presidente, tem OAB desde 2013 e só apresentou 7 processos à justiça.


( ) No texto I, a expressão “é que” introduz uma justificativa para a informação precedente, sobre a redução no número de ministros no STF.

( ) Na última frase do texto I, o pronome possessivo em: “Bolsonaro indicará outro para seu lugar” faz remissão ao termo “Bolsonaro”.

( ) Na primeira frase do texto II, o sujeito do verbo “podem” é “os que querem Moro no STF”, tendo como núcleo o pronome demonstrativo “os”, equivalente a “aqueles”.

( ) No texto II, há uma relação de sentido de explicação entre os dois períodos iniciais, de modo que admitiria o emprego do conectivo “pois” para estabelecer a coesão sequencial.

( ) O sufixo “inho” tanto pode se revestir de um valor afetivo como irônico. No último período do texto II, o emprego do diminutivo reflete afetividade, de ambas as partes - da perspectiva do presidente bem como da do redator da matéria.


A sequência CORRETA de avaliação é:

    A) V, F, V, F e V.

    B) F, F, V, V e V.

    C) V, F, F, V e F.

    D) V, F, V, V e F.

    E) F, V, V, V e F.

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