Questões de Psicologia do ano 2003

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Freud analisou as atividades científicas e artísticas de Leonardo da Vinci, com base em uma recordação da infância deste, mostrando a relação da profissão com aspectos profundos da personalidade: "(...) a observação da vida cotidiana das pessoas nos mostra que em sua maioria conseguem derivar para sua atividade profissional uma parte considerável das forças de suas pulsões sexuais. A pulsão sexual prestase bem a isto por ser suscetível de sublimação (...)". Bohoslavsky, ao definir a vocação, descarta o conceito de sublimação de Freud e utiliza o conceito de:

  • A.

    sublimação de Jung;

  • B.

    sublimação de Lacan;

  • C.

    sublimação de Laplanche;

  • D.

    reparação de Pontalis;

  • E.

    reparação de Melanie Klein.

Segundo Bock, "o que a natureza dá ao Homem quando ele nasce não é suficiente para lhe garantir a sobrevivência na sociedade. Ele precisa adquirir uma série de aptidões, aprender formas de satisfação das necessidades, formas essas que são sociais. O Homem adquirirá essas aptidões, incluindo-se aqui todas as possibilidades cognitivas, físicas, e emocionais, apropriando-se da cultura, que foi criada por gerações precedentes". Inspirando-se em Leontiev, a autora afirma que a:

  • A.

    aptidão para a afetividade e para a dor do existir são inatas;

  • B.

    aptidão para manusear o lápis define a habilidade de linguagem escrita;

  • C.

    única aptidão inata é o inconsciente, que possibilita a apreensão do objeto;

  • D.

    única aptidão inata no Homem é a aptidão para a formação de outras aptidões;

  • E.

    aptidão humana é inata e a aptidão dos animais são treinadas.

Segundo Freire, a prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. É fundamental, segundo o autor, que na prática da formação docente:

  • A.

    o pensar certo que supera o ingênuo seja produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador;

  • B.

    a aceitação e manutenção de pressupostos promovam, de modo harmônico, o treinamento para o desempenho de destrezas;

  • C.

    o pensar sobre o fazer seja substituído pela ciência e técnica com vistas à preparação de força de trabalho para o mercado;

  • D.

    os educandos sejam treinados com técnicas didáticas que permitam a transferência de conhecimento aos seus alunos;

  • E.

    o pensar certo não sobreponha o ingênuo que permite a manutenção das condições de infra-estrutura para a excelência do ensino.

Em "Pedagogia da autonomia", Freire apresenta um elenco de saberes necessários à prática educativa, considerando-a como dimensão social da formação humana. Este elenco de saberes foi dividido, pelo autor, em três categorias de temas, a saber:

  • A.

    não há docência sem discência; ensinar é transferir experiência; ensinar é uma especificidade humana;

  • B.

    não há docência sem discência; ensinar não é transferir conhecimento; ensinar é uma especificidade humana;

  • C.

    não há docência sem discência; ensinar não é transferir conhecimento mas reproduzi-lo; ensinar é uma especificidade humana;

  • D.

    não há docência sem discência; ensinar é transferir experiência; ensinar é uma especificidade humana e de animais superiores;

  • E.

    não há discência sem docência; ensinar não é transferir conhecimento; ensinar é uma capacidade humana e de animais superiores.

Ao brincar a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade e além de seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, a brincadeira contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada. Neste sentido, segundo Vigotsky, a brincadeira é:

  • A.

    um aspecto freqüente da infância, sem importância para o desenvolvimento;

  • B.

    uma situação imaginária, sem vínculo com a realidade da criança de qualquer faixa etária;

  • C.

    uma atividade condutora que determina o desenvolvimento da criança;

  • D.

    uma forma lúdica, sem propósito, que a criança utiliza como passatempo;

  • E.

    um comportamento relativo ao campo perceptivo imediato, desprovido de significado.

Segundo Vigotsky, o nível de desenvolvimento real é determinado através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial é determinado através da solução de problemas sob orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. A distância entre o desenvolvimento real e o desenvolvimento potencial é denominada pelo autor com o conceito:

  • A.

    limiar de aprendizado;

  • B.

    limiar de desenvolvimento;

  • C.

    zona de aprendizado por interação;

  • D.

    zona de desenvolvimento proximal;

  • E.

    zona de desenvolvimento distal.

Sobre o desenvolvimento do ato de pensar, os estudos de Piaget apontam que os ciclos de desenvolvimento precedem os de aprendizado. Nas teorias que se baseiam no conceito de reflexo, aprendizado e desenvolvimento ocorrem simultaneamente. No ponto de vista dos gestaltistas o desenvolvimento é sempre um conjunto maior que o aprendizado. Embora rejeite as três visões, Vigotsky afirma que:

  • A.

    qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia;

  • B.

    o aprendizado deve ser dissociado do desenvolvimento da criança para que um processo não influencie o outro;

  • C.

    é o aprendizado formal escolar que determina o desenvolvimento e a maturação sócio-afetiva e não a educação familiar;

  • D.

    o desenvolvimento somente ocorre com o reforçamento condicionado de estímulos e de respostas;

  • E.

    esquemas de reforçamento dos comportamentos adequados e punição dos inadequados formam esta categoria de desenvolvimento.

No que concerne à aprendizagem mediada por modelos, Bandura aponta que "o fornecimento de modelos sociais é também um meio indispensável de transmitir e modificar o comportamento em situações em que os erros podem, provavelmente, levar a conseqüências fatais. Na verdade, se a aprendizagem social ocorresse exclusivamente em termos de conseqüências reforçadoras e punitivas, a maioria das pessoas não sobreviveria ao processo de socialização... De fato seria difícil imaginar um processo de socialização no qual a linguagem, as obrigações, os direitos, os costumes familiares e as práticas educacionais de uma cultura fossem modelados, em cada novo membro, através de reforçamento seletivo, sem a resposta de orientação de modelos que contêm os repertórios culturais acumulados em seu próprio comportamento". Esta crítica de Bandura à teoria tradicional se refere primordialmente ao fato de que:

  • A.

    a aprendizagem por modelo só é possível considerando-se o mecanismo de deslocamento como estrutura básica para a formação de personalidade, na medida em que os sintomas psiconeuróticos advém deste mecanismo;

  • B.

    considerando-se a influência dos fatores externos sobre o comportamento, o homem não é capaz de se autodirecionar ou de se automotivar sem que existam intervenções de reforçamento bem planejadas;.

  • C.

    desde o período de operações concretas está sendo formado o egocentrismo, em que o pensamento lúdico mistura a realidade com fantasia, o que determina uma percepção muito distorcida da realidade;

  • D.

    sobre o conjunto inicial de reflexos (alimentares, posturais e defensivos) sempre são estabelecidos os processos corticais que formam a base determinadora da capacidade de adaptação à realidade social;

  • E.

    somente através de um processo lento e gradual de condicionamento seriam impossíveis a acumulação e transmissão de hábitos, valores, crenças, usos e costumes que atuam em uma dada sociedade.

Ao longo de sua vida Piaget observou que existem formas diferentes de interagir com o ambiente nas diversas faixas etárias. A estas maneiras típicas de agir e pensar, Piaget denominou estágio ou período. O período em que a tendência lúdica do pensamento é substituída por uma atitude crítica chama-se:

  • A.

    pré-operacional;

  • B.

    sensório-motor;

  • C.

    operações formais;

  • D.

    operações concretas;

  • E.

    operações críticas.

No aspecto orgânico, sabemos que o nosso corpo é formado de várias estruturas unitárias que se organizam em elementos maiores ou em sistemas de funcionamento. No aspecto mental, segundo Piaget, há também uma estrutura unitária básica, que pode ser simples (como, por exemplo, sugar o dedo quando este encosta nos lábios) ou complexa (como, por exemplo, a maneira de solucionar problemas matemáticos ou científicos). Quanto ao aspecto mental, esta estrutura unitária básica é denominada:

  • A.

    assimilação;

  • B.

    adaptação;

  • C.

    esquema;

  • D.

    acomodação;

  • E.

    potenciação.

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