Questões de Psiquiatria

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Sobre Nosologia/Nosografia em Psiquiatria, assinale a alternativa CORRETA.

    A) O Transtorno do Pânico requer diagnóstico diferencial com doenças endócrinas, cardiovasculares, pulmonares e neurológicas, dentre outras.

    B) Todo mundo experimenta ansiedade – uma sensação difusa, desagradável e vaga de apreensão, raramente acompanhada de sintomas neurovegetativos.

    C) A ansiedade, inclusive quando adaptativa, é sempre indicativa de transtorno mental a ser melhor investigado e farmacologicamente abordado.

    D) A mania é sintoma psiquiátrico típico e específico dos Transtornos Afetivos (Transtorno Bipolar I e II, Depressão Maior e Ciclotimia).

    E) Iniciar-se na juventude, instalar-se sem fatores precipitantes conhecidos, apresentar sintomas negativos e história familiar de transtornos do humor são fatores que conferem aos transtornos esquizofrênicos bom prognóstico.

Sobre Psicofarmacoterapia, assinale a alternativa CORRETA.

    A) A Eletroconvulsoterapia (ECT), por sua ação antidepressiva, antimaníaca e estabilizadora do humor, deve ser, por isso, usada em casos não resistentes à psicofarmacoterapia com Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina.

    B) A falta de adesão à psicofarmacoterapia é rara em pacientes usuários de antipsicóticos.

    C) São efeitos colaterais incomuns no uso de Clozapina: Hipotensão ortostática, ganho de peso, sialorreia, constipação e sedação.

    D) Os Inibidores da Recaptação Seletiva de Serotonina são medicamentos de primeira escolha no tratamento de quadros de TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), preferentemente associados à psicoterapia.

    E) Mesmo levando em consideração os seus efeitos colaterais (nefrotoxicidade, por exemplo), no tratamento de Transtornos de Ansiedade graves, os Sais de Lítio devem ser prescritos.

Acerca das psicofarmacoterapia básica e medicalização: Prescrever ou não prescrever medicamentos é questão polêmica entre uma Psiquiatria de orientação bio-médica e uma Psiquiatria de orientação sócio-política. Leia o texto abaixo, fazendo-lhe a necessária hermenêutica e de seu conteúdo inferindo a resposta para a única alternativa a ser assinalada como CORRETA.
“Medicalização é o processo pelo qual o modo de vida dos homens é apropriado pela medicina e que interfere na construção de conceitos, regras de higiene, normas de moral e costumes prescritos – sexuais, alimentares, de habitação – e de comportamentos sociais. Este processo está intimamente articulado à ideia de que não se pode separar o saber - produzido cientificamente em uma estrutura social - de suas propostas de intervenção na sociedade, de suas proposições políticas implícitas. Amedicalização tem, como objetivo, a intervenção política no corpo social. Outro uso frequente do termo é “medicalização do social”, expressão que possui um campo semântico amplo, podendo se referir a uma série diferenciada de fenômenos, o que impõe especificarmos alguns aspectos que podem ser a ele associados. Essa expressão pode ser entendida como a forma pela qual a evolução tecnológica vem modificando a prática da medicina, por meio de inovações dos métodos de diagnóstico e terapêutico, da indústria farmacêutica e de equipamentos médicos; por outro lado, pode ser usado numa referência às consequências que acarreta para o jogo de interesses envolvidos na produção do ato médico. Embora estes e outros sejam fatores reais que propiciam a reprodução do processo de medicalização, não é diretamente deste conjunto de fenômenos que iremos tratar. O fenômeno da medicalização social surge e se desenvolve, historicamente, no contexto das sociedades disciplinares, tal como foi analisado por Foucault, em vários de seus estudos. Esse fenômeno promoveu a ampliação do campo de função da medicina, estendendo-o ao plano político. Razão médica e ciência moderna são focos dos estudos de Madel Luz, que continuam se ampliando no Instituto de Medicina Social da UERJ, no grupo de pesquisa sobre Racionalidades Médicas, produzindo matriz teórica para muitos trabalhos já publicados e outros em andamento, dentre eles teses e dissertações.” Cf. LUZ, Madel Therezinha. Natural, racional, social: razão médica e racionalidade científica moderna. Rio de Janeiro, Campus, 1988; LUZ, Madel Terezinha. Racionalidades médicas: diagnose e terapêutica: médicos e pacientes no dia-a-dia institucional. (Relatório técnico final da segunda fase do projeto Racionalidades Médicas). Rio de Janeiro, Departamento de Planejamento e Administração em Saúde, Instituto de Medicina Social, UERJ, 1997. Cf. também, a série de relatórios, seminários e trabalhos produzidos para o Projeto Racionalidades Médicas, arquivados na biblioteca do IMS/UERJ. Fonte: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_medicalizacao.htm

    A) “Medicar” é ato médico enquanto “Medicalizar” é, para Foucault, medida através da qual também se pode disciplinar uma dada sociedade.

    B) Discussões sobre “medicalização” não são pertinentes ao exercício da Psiquiatria.

    C) Nos processos de “medicalização da sociedade” a atuação de psiquiatras é irrelevante.

    D) À Psiquiatria apenas interessa o correto diagnóstico de um dado transtorno mental e seu tratamento, não lhe cabendo discutir questões sócio-políticas sobre Saúde Mental.

    E) No exercício da Psiquiatria, a medicalização é questão a ser descartada, dado que cabe ao psiquiatra sempre medicar, dado que é por essa exclusiva via que se pode abordar um transtorno mental como, por exemplo, a ansiedade.

Atos violentos praticados contra a mulher são formas particulares de violência, sobre as quais falam os autores no excerto abaixo. Leia o texto, fazendo a necessária hermenêutica e inferindo, de seu conteúdo, a única resposta a ser assinalada como CORRETA.
“O termo violência, de natureza polissêmica, é utilizado em muitos contextos sociais. Como exemplo, podemos pensar que o termo violência pode ser empregado tanto para um homicídio quanto para maus-tratos emocionais, verbais e psicológicos. Na esfera conjugal manifesta-se com frequência através dos maus-tratos; ao submeter a mulher a práticas sexuais contra a sua vontade; maus-tratos físicos, isolamento social; ao proibir o uso de meios de comunicação e o acesso aos cuidados de saúde; a intimidação. No ambiente profissional observa-se a presença de assédio moral. Aviolência foi definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) como o 'uso intencional da força ou poder em uma forma de ameaça ou efetivamente, contra si mesmo, outra pessoa ou grupo ou comunidade, que ocasiona ou tem grandes probabilidades de ocasionar lesão, morte, dano psíquico, alterações do desenvolvimento ou privações'. A violência é uma questão social e, portanto, não é objeto próprio de nenhum setor específico. Segundo Minayo (2004), ela se torna um tema mais ligado à saúde por estar associada à qualidade de vida; pelas lesões físicas, psíquicas e morais que acarreta e pelas exigências de atenção e cuidados dos serviços médico-hospitalares e, também, pela concepção ampliada do conceito de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde seria o completo bem – estar físico, mental, social e espiritual dos indivíduos.” (Lívia de Tartari e Sacramento; Manuel Morgado Rezende, “Violências: lembrando alguns conceitos”, in Aletheia n.24 Canoas dez. 2006). Fonte http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942006000300009)

    A) No ambiente profissional, uma das formas mais frequentes de violência contra a mulher decorre de assédio moral – matéria que escapa à esfera de abordagem psiquiátrica, uma vez sendo questão de interesse apenas para o Direito Trabalhista.

    B) Na esfera conjugal, a violência contra a mulher pode se manifestar sob a forma de maus tratos físicos ou psicológicos, submissão sexual, isolamento social, intimidação etc., sendo, todos esses fatores, passíveis de investigação em abordagem clínico-psiquiátrica de paciente com queixas orgânicas difusas e história de mau relacionamento marital.

    C) “Violência foi definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) como o uso inintencional da força ou poder em uma forma de ameaça ou efetivamente, contra si mesmo, outra pessoa ou grupo ou comunidade, que ocasiona ou tem grandes probabilidades de ocasionar lesão, morte, dano psíquico, alterações do desenvolvimento ou privações”.

    D) A violência, v.g., doméstica, é tema transversal à saúde por estar associada à qualidade de vida e não por estar vinculada a uma concepção ampliada do conceito de saúde.

    E) Porque “Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher” não cabe ao psiquiatra, por conta de fatores éticos (notadamente quanto ao exposto no Artigo Primeiro do Capítulo III – Responsabilidade Profissional – do Código de Ética Médica do C.F.M.), imiscuir-se na vida conjugal de casal que vive “entre tapas e beijos”.

Ainda sobre o suicídio, enquanto urgência/emergência psiquiátrica, marque a alternativa CORRETA.

    A) O risco suicida, em adulto religioso, sem histórico pessoal de uso de drogas ilícitas, sem antecedentes de suicídio em família não disfuncional, mas que apresente quadro de depressão reativa branda, é elevado.

    B) A prática autodestrutiva, seja sob a forma de suicídio frustro ou consumado, seja-o sob forma de “suicídio policial” (ou por pessoa interposta) ou parassuicídio, não importa, frequentemente está associada a transtornos afetivos.

    C) As “chantagens suicidas” são totalmente desprovidas de elementos preditivos para o suicídio, qualquer que seja a sua forma, vez que chantagens emocionais pertencem à alçada do psicólogo, não do psiquiatra.

    D) É baixíssimo o risco suicida em um médico idoso e sem filhos, aposentado, usuário de álcool, com história familiar de suicídio e em distimia disfórica e anedonia por conta de viuvez há pouco tempo instalada.

    E) A posvenção, na abordagem clínica das práticas autodestrutivas, deve ser aplicada urgentemente apenas à pessoa que pratique o suicídio frustro – vez que os casos de suicídio consumado cabem apenas à Medicina Legal.

Sobre o suicídio, enquanto urgência/emergência psiquiátrica, marque a alternativa CORRETA.

    A) Não necessitam de suporte psicológico-psiquiátrico pessoas que a todo tempo ameaçam se matar – até porque tais pessoas, geralmente histéricas, apenas ameaçam, não se matam.

    B) Frente a paciente com ideias autodestrutivas, a avaliação de risco suicida comporta elementos psiquiátricos, como o tipo de transtorno afetivo e sua gravidade; existência ou não de elementos médico-gerais, como complexo HIV / AIDS; elementos demográficos, como a idade; elementos sociais, como o estado civil; elementos relacionados ao comportamento audestrutivo, como tentativa suicida anterior, mas não elementos familiares, como história familiar de suicídio pois, de resto, tirar a própria vida é apenas questão pessoal.

    C) Inquirir sobre a intensidade e frequência de ideias suicidas; avaliar se o paciente apresenta plano definido para cometer suicídio; investigar se o paciente possui os métodos e os meios para concretizar o suicídio; e descobrir se a pessoa fixou alguma data para cometer suicídio são questões que devem ser sempre esclarecidas em entrevista clínico-psiquiátrica de paciente com ideação autodestrutiva.

    D) Nas depressões, a avaliação de risco suicida é matéria de menor importância, vez que conhecer ou não conhecer fatores de risco para o suicídio não permite predizer com exatidão se e quando e por que o paciente cometerá ou não suicídio.

    E) Religião, religiosidade e crenças morais não são elementos protetores contra o suicídio a serem levados em consideração nas avaliações de risco autodestrutivo.

Sobre o suicídio, enquanto urgência/emergência psiquiátrica, assinale a alternativa CORRETA.

    A) Menos que indício de agravamento de ideias auto-destrutivas, tentativas suicidas repetitivas sobretudo evidenciam traços histéricos de personalidade da parte de indivíduos que, por conta de tal constituição personalista, raramente se matam.

    B) O suicídio é transtorno mental sempre complexo, multidimensional, porque resultante de uma profunda interação entre fatores biológicos, psicológicos e sócio-culturais.

    C) O suicídio pode ser epifenômeno – e não, obrigatoriamente, sinônimo – de transtorno mental.

    D) Sem quaisquer implicações ético-jurídicas, qualquer suicídio é apenas matéria clínico-psiquiátrica ou médico-legal.

    E) A avaliação psiquiátrica para a predição/prognóstico de risco suicida e sua gravidade não necessita incluir a investigação da existência (ou não) de fatores de risco (modificáveis ou fixos) e fatores protetores relativos ao paciente.

Sobre Nosologia/Nosografia em Psiquiatria, assinale a alternativa CORRETA.

    A) O Transtorno do Pânico requer diagnóstico diferencial com doenças endócrinas, cardiovasculares, pulmonares e neurológicas, dentre outras.

    B) Todo mundo experimenta ansiedade – uma sensação difusa, desagradável e vaga de apreensão, raramente acompanhada de sintomas neurovegetativos.

    C) A ansiedade, inclusive quando adaptativa, é sempre indicativa de transtorno mental a ser melhor investigado e farmacologicamente abordado.

    D) A mania é sintoma psiquiátrico típico e específico dos Transtornos Afetivos (Transtorno Bipolar I e II, Depressão Maior e Ciclotimia).

    E) Iniciar-se na juventude, instalar-se sem fatores precipitantes conhecidos, apresentar sintomas negativos e história familiar de transtornos do humor são fatores que conferem aos transtornos esquizofrênicos bom prognóstico.

Acerca da Psicofarmacoterapia, assinale a alternativa CORRETA.

    A) Sabe-se que, em pacientes deprimidos e com ideação suicida, os antidepressivos, notadamente aqueles classificados como Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina, melhorando-lhes a vontade, mas não os impulsos autodestrutivos, podem induzir a suicídio frustro ou consumado – por isso devendo, em tais casos, ser proscritos da terapêutica farmacológica clínico-psiquiátrica.

    B) Os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina, dada a elevada probabilidade de produção de ansiedade de rebote, devem ser proscritos na terapêutica farmacológica dos quadros clínicos em que exista sintomatologia obsessivo-compulsiva, ali devendo ser prescritos, preferentemente apenas ansiolíticos benzodiazepínicos.

    C) A Eletroconvulsoterapia (ECT) deve sempre ser proscrita, notadamente nos casos de depressão grave, não reativa a esquema terapêutico-farmacológico.

    D) Em casos de transtornos delirantes induzidos pelo uso abusivo de álcool (Delirium tremens, v.g.), os ansiolíticos estão formalmente contraindicados, por conta da possibilidade de produção de depressão respiratória, notadamente em paciente com dano hepático.

    E) Os antidepressivos denominados Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina são amplamente utilizados nos Transtornos de Ansiedade, comumente associados a ansiolíticos.

Sobre políticas públicas de saúde, temos que é isto o que diferencia os serviços prestados pelo CAPS III dos demais serviços substitutivos:

    A) Atende a pessoas com sofrimento e/ou transtornos mentais graves e persistentes. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento 24 horas/dia, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de saúde mental, inclusive CAPS Ad.

    B) Atende a pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e a pessoas em sofrimento psíquico ou com transtorno mental em geral, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.

    C) Fornece medicamentos e assessora usuários e seus familiares quanto à sua aquisição e administração.

    D) Sua equipe é formada por profissionais de nível superior, profissionais de nível médio e auxiliares para suporte em limpeza, cozinha e segurança patrimonial.

    E) Oferece diversos tipos de atividades terapêuticas, tais como terapia individual ou de grupo, oficinas terapêuticas, atividades comunitárias, atendimento aos familiares e visitas domiciliares, além de orientação e acompanhamento quanto ao uso de medicação.

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