Questões de Serviço Social do ano 2007

Durante o período ditatorial iniciado no Brasil em 1964, a renovação do Serviço Social, contemporânea ao chamado "Movimento de Reconceituação" latino-americano, expressou-se especialmente através da:

• A.

  assimilação do marxismo na elaboração de metodologias de intervenção.

• B.

  recusa dos paradigmas, anteriores a 1964, relacionados à ideologia desenvolvimentista.

• C.

  incorporação de influências do estrutural-funcionalismo norte-americano.

• D.

  generalizada influência do "Método Belo Horizonte", apoiado na educação popular.

• E.

  difusão maciça das propostas metodológicas embasadas nas teorias fenomenológicas.

Iamamoto e Carvalho (1983) apresentam uma análise inovadora do Serviço Social, na qual a profissão é interpretada:

• A.

  como produto do tardio desenvolvimento do capitalismo na sociedade brasileira.

• B.

  como atividade de caráter contraditório, que só pode ser compreendida na rede das relações sociais.

• C.

  como resultado da evolução natural da filantropia privada no rumo da filantropia patrocinada pelo Estado.

• D.

  como resultado das políticas sociais desenvolvidas no marco da "República Velha".

• E.

  a partir das posições liberais defendidas pela Doutrina Social da Igreja Católica.

O "conservadorismo gerencialista", mencionado por L. M. B. Freire (2003), está vinculado:

• A.

  aos impactos da tendência da "intenção de ruptura" na atuação dos assistentes sociais de empresas.

• B.

  ao período em que a atuação do assistente social nas empresas era dirigida pelo humanismo abstrato.

• C.

  à fase inicial da inserção do Serviço Social no universo empresarial brasileiro.

• D.

  à acumulação flexível do capital e se expressa nas estratégias de reestruturação produtiva.

• E.

  à pressão exercida pelo movimento sindical sobre a atuação do Serviço Social nas empresas.

Nas condições contemporâneas da atuação dos assistentes sociais nas empresas, é correto afirmar-se que a legitimação social da profissão:

• A.

  depende da sua capacidade de prestar assessoria às gerências e instâncias administrativas.

• B.

  está hipotecada à qualificação teórica e intelectual dos assistentes sociais.

• C.

  reside ainda na sua capacidade de intervir na administração das "necessidades humanas".

• D.

  consiste na habilidade de reduzir os controles existentes sobre a força de trabalho.

• E.

  não é mais o resultado de sua vinculação à prestação de serviços sociais.

Segundo J. P. Netto (2001), a institucionalização do Serviço Social como profissão está vinculada:

• A.

  às propostas dos socialistas utópicos e dos reformadores católicos em face da questão social.

• B.

  à emergência das políticas sociais públicas como resposta à questão social.

• C.

  ao desempenho do Estado burguês do período do capitalismo concorrencial.

• D.

  ao enfrentamento da questão social mediante as políticas sociais privadas.

• E.

  ao surgimento da questão social e ao não-reconhecimento dos direitos sociais.

Analisando a inserção do Serviço Social no âmbito das políticas sociais, J. P. Netto (2001) observou que, tradicionalmente, o assistente social desempenhou seu papel profissional como um:

• A. gerenciador.
• B. planejador.
• C. avaliador.
• D. mediador.
• E. executor terminal.

A intervenção profissional junto à família do adolescente que responde à medida sócio-educativa exige uma fundamentação teórica e metodológica, sustentada pelos princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente e da profissão. Com base nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:

• A. A família deve ser entendida no contexto das relações histórico-sociais como instituição que se constitui e se reconstitui no processo de socialização.
• B. A dinâmica de uma família empobrecida ou nãoconvencional é suficiente para que tal família seja considerada desestruturada.
• C. Novos arranjos familiares constituem-se desvios e/ou famílias desestruturadas.
• D. A família deve ser compreendida a partir de sua composição, tomando-se o modelo nuclear como ideal.
• E. A família desestruturada deve ter contato restrito com o adolescente que responde às medidas sócio-educativas evitando-se a orientação desviante de sua conduta.

Sob o ponto de vista da demanda, quando o Assistente Social é vinculado, no exercício profissional, a organismos estatais, paraestatais ou privados, ele é chamado a constituir-se no agente intelectual de "linha de frente" e a colocar-se como anteparo nas relações entre instituições e população. Cabe a ele levar o usuário a aceitar as exigências normativas da Instituição.

Esta característica peculiar da prática profissional se fundamenta na ótica do modelo de Estado

• A.

  escravocrata.

• B.

  feudal.

• C.

  socialista.

• D.

  capitalista.

• E.

  comunista.

A intervenção, em Serviço Social, consiste na articulação combinada de mediações, de trajetórias e estratégias de ação de diferentes atores, que se entrecruzam numa conjunção de saberes e poderes, no campo da Assistência Social. Para tanto, o Serviço Social está situado nesta dinâmica relacional e requer do profissional

• A.

  domínio de situações diversas para dominar eventos competitivos.

• B.

  experiência e vivência em vários campos de trabalho empresarial.

• C.

  conhecimento eclético para distanciar-se de situações conflitivas.

• D.

  prática constante e contínua para compreender os aspectos críticos.

• E.

  conhecimento teórico-prático aliado a uma capacidade operativa.

Para desenvolver a prática, ou seja, a intervenção profissional em qualquer instituição, o assistente social necessita conhecer e compreender

• A.

  a definição, a implementação e a particularização de políticas globais voltadas ao assistencialismo.

• B.

  a história de vida, a identificação, a definição e a solução dos problemas do usuário.

• C.

  a luta dos movimentos sociais no contexto histórico para afirmação do poderio da ação católica.

• D.

  a situação e o contexto em que se insere e seus limites para operacionalização do seu saber profissional de forma apropriada.

• E.

  as causas determinantes e a intervenção necessária no processo de psicologização.