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[...] diferenças fenotípicas entre indivíduos e grupos humanos, assim como diferenças intelectuais, morais e culturais, não podem ser atribuídas, diretamente, a diferenças biológicas, mas, devem ser creditadas a construções socioculturais e a condicionantes ambientais.
A partir desse texto, extraído do livro de Antonio Sergio Guimarães (2009), está correto que
as desigualdades sociais podem ser explicadas tanto pelas diferenças biológicas quanto pelas culturais, morais e intelectuais.
as diferenças biológicas ainda são significativas para a definição dos grupos humanos.
os grupos raciais atualmente são vistos como diferentes biologicamente, ainda que pertencentes a uma mesma cultura e sociedade.
os condicionantes culturais e ambientais definem as diferenças biológicas e raciais.
o conceito de raça é, desde os anos 1960, recusado pela biologia e deve ser entendido como uma construção social.
Abordando situações que por vezes irrompem no fluxo da vida cotidiana, Erving Goffman (2009) apresenta os seguintes exemplos: Quando um ator irrefletidamente faz uma contribuição intencional que destrói a imagem de sua própria equipe, podemos falar de gafes [...]. Se um ator põe em risco a imagem de sua personalidade projetada pela outra equipe, falamos de mancada ou dizemos que o ator meteu os pés pelas mãos'.
Nesse trecho, o autor se refere
a formas de rupturas involuntárias da representação dos atores quando, nas interações sociais, buscam manipular as impressões causadas nos observadores.
a técnicas de controle cotidianas, utilizadas intencionalmente pelos atores para revelar segredos e características negativas dos oponentes.
aos tipos ideais de atos falhos, que revelam os conflitos de interesses entre as diferentes equipes, mas negam as intenções reais do protagonista.
a técnicas de controle social presentes na cena política, nas quais os atores buscam, intencionalmente, expor seus adversários a situações vexatórias como forma de intimidá-los.
a regras de etiqueta cotidianas que os atores devem seguir para não agir com indiscrição diante de seus oponentes, mantendo o segredo necessário para a convivência social.
Erving Goffman (2009) comenta o uso do conceito de representação: Venho usando o termo representação para me referir a toda atividade de um indivíduo que se passa num período caracterizado por sua presença contínua diante de um grupo particular de observadores e que tem sobre estes alguma influência. Será conveniente denominar de fachada à parte do desempenho do indivíduo que funciona regularmente de forma geral e fixa com o fim de definir a situação para os que observam a representação. Fachada, portanto, é o equipamento expressivo de tipo padronizado intencional ou inconscientemente empregado pelo indivíduo durante sua representação.
Com base no trecho acima e na leitura do livro (Goffman, 2005), é correto afirmar que o autor
trata das representações ideológicas construídas pelos indivíduos a partir de sua inserção de classe, o que o aproxima da teoria social marxista.
fundamenta-se, por um lado, na teoria social de Weber por construir tipos de ética religiosa, mas, por outro, parte da teoria de Durkheim, por tratar os fenômenos como coisas.
analisa as interações sociais entre os indivíduos, nas quais estes buscam dirigir as impressões dos observadores, operando conceitos construídos a partir de metáforas teatrais como representação, papel social, plateia etc.
analisa o comportamento dos atores a partir de uma metáfora arquitetônica que, além do conceito de fachada, inclui outras categorias como estrutura, edifício, alicerce e cimento social.
constrói analogias cênicas para desvendar as situações sociais em que os indivíduos cometem atos falhos, sendo um importante referencial para a psicanálise.
Baseado no conceito de imaginação sociológica do sociólogo estadunidense Wright Mills, Anthony Giddens (2008) apresenta a seguinte reflexão sobre a disciplina: Estudar sociologia não pode ser apenas um processo rotineiro de adquirir conhecimento. Um sociólogo é alguém capaz de se libertar da imediatidade das circunstâncias pessoais e apresentar as coisas num contexto mais amplo.
Corresponde à concepção defendida por Giddens:
O sociólogo deve se preocupar com o processo de desnaturalização ou estranhamento da realidade para estabelecer leis gerais de explicação das regularidades universais presentes na vida social.
Qualquer aspecto da vida social, mesmo os mais rotineiros e familiares, pode ser pensado a partir de um ponto de vista sociológico, pois está relacionado a diferentes aspectos da vida social (políticos, econômicos, ideológicos etc.).
A sociologia é uma ciência positiva, que deve definir com critérios objetivos os fatos sociais a serem estudados.
O sociólogo deve estudar somente questões sociais familiares e relacionadas a seu entorno.
A sociologia se diferencia da biologia e da psicologia porque estuda a cultura e a sociedade, e não a natureza ou o indivíduo.
Ao tratar das teorias de classe de Karl Marx e Max Weber, Anthony Giddens (2008) afirma que
Weber, além da classe, considera o status e o partido como aspectos da estratificação.
a definição do conceito de classe a partir da propriedade ou não dos meios de produção é comum tanto em Marx quanto em Weber.
a classe para Weber é definida segundo o estilo de vida e o posicionamento político.
o proletariado, para Marx, é o conjunto dos trabalhadores industriais submetidos à exploração de mais-valia.
Weber privilegia o aspecto cultural para definir as classes sociais, enquanto em Marx a classe se define em termos econômicos.
Anthony Giddens (2008) apresenta o que chama de sistemas básicos de estratificação nas sociedades humanas. Segundo o autor, fazem parte dessa categoria
a classe operária, a classe média e a classe capitalista.
a escravidão, o feudalismo e o capitalismo.
a casta, o estamento e a classe.
a classe, a casta e os partidos.
o pobre, o rico e a classe média.
Claude Dubar (2005) afirma que [...] a "formação" se tornou uma componente cada vez mais valorizada não somente do acesso aos empregos mas também das trajetórias de emprego e das saídas de emprego. [...] No entanto, isso não significa que seja necessário reduzir as identidades sociais a status de emprego e a níveis de formação. É evidente que, antes de se identificar pessoalmente a um grupo profissional ou a um tipo de formação, o indivíduo, já na infância, herda uma identidade sexual, mas também uma identidade étnica e uma identidade de classe social, que são as de seus pais, de um deles ou de quem tem a incumbência de educá-lo.
A partir do trecho destacado e da leitura do livro de Dubar (2005) é correto afirmar que o autor
nega a abordagem psicanalítica centrada na construção da identidade individual.
opõe-se à importância da escola e da família como espaços de construção da identidade social na infância.
afirma que na situação de desemprego os indivíduos perdem seus laços identitários.
defende a ideia de que o trabalho, o emprego e a formação constituem aspectos importantes para os processos de identificações sociais.
sustenta que as identidades de gênero, classe social e etnia determinam os processos identitários de modo definitivo.
Roberto DaMatta (1987) comenta que se pode [...] ver uma sociedade de formigas em funcionamento. Mas formigas não produzem obras de arte que marquem diferenças entre formigueiros específicos. Em outras palavras, embora a ação das formigas modifique o ambiente − sabemos que elas são, em muitos casos, uma praga − esse ambiente é modificado sempre do mesmo modo e com o uso das mesmas matérias químicas, caso se trate de uma mesma espécie de formigas.
Com esse exemplo, o antropólogo afirma que
é possível falar em sociedade de formigas (e de outros animais sociais), mas não de cultura em qualquer sociedade que não seja humana.
não se pode falar de sociedade nem de cultura entre animais, pois estes não constroem qualquer tipo de relação baseada na coletividade.
é possível falar em culturas entre as formigas, embora estas sejam mais estáticas que as culturas humanas.
não se pode falar em cultura entre as formigas, mas sim entre alguns animais que possuem a capacidade de construir relações simbólicas e estéticas.
não é possível falar em cultura entre os animais, pois estes não apresentam qualquer divisão de trabalho, sexo e idade.
Leia o seguinte trecho, de Roberto DaMatta (1987):
(...) o social (e cultural) é tudo aquilo que independe da natureza interna (genética ou quadro genético) ou externa (fatores ambientais, naturais). Ou seja, todos aqueles fatos que não podem ser razoavelmente resolvidos por estes fatores, sendo mais adequadamente tratados quando são estudados uns em relação aos outros. Se tal formulação não é definitiva, deixando em aberto muitos problemas, ela pelo menos tem a enorme vantagem de situar, à maneira de Durkheim, um campo (ou um objeto) dentro do qual podemos trabalhar com essa realidade que estamos tomando como sociológico e que é nosso alvo deslindar.
Nesse trecho, o autor defende
o determinismo geográfico, segundo o qual as culturas refletem as condições externas do meio natural.
o etnocentrismo, que busca compreender a cultura dos outros com referência aos valores e ideias da cultura de origem do investigador.
o determinismo biológico, que busca explicações para comportamentos e valores na natureza dos indivíduos, entendida como sua raça ou suas heranças genéticas.
relativismo cultural, segundo o qual as culturas humanas só podem ser compreendidas em relação a si mesmas.
a perspectiva relacional, que busca estabelecer uma demarcação entre os fatores social e biológico estudando a relação dos seres humanos com a natureza.
Em sua obra, Roberto DaMatta (1987) afirma que [...] nas ciências sociais trabalhamos com fenômenos que estão bem perto de nós, pois pretendemos estudar eventos humanos, fatos que nos pertencem integralmente. [...] Quando eu estudo baleias, estudo algo radicalmente diferente de mim. Algo que posso perceber como distante e com quem estabeleço facilmente uma relação de "objetividade".
Nesse trecho, o autor
busca mostrar que, atualmente, a fronteira entre as ciências sociais e naturais já não é tão grande como antes.
afirma que nas ciências sociais, embora se busque a perspectiva do estranhamento na análise, a relação entre investigador e sujeito investigado é mais complexa, pois ambos partilham experiências humanas.
defende que a etnologia, por se encontrar na interface entre a biologia e a psicologia, deve fazer estudos comparativos entre o comportamento de animais e seres humanos.
afirma que o antropólogo deve se distanciar de sua realidade cotidiana, estudando povos distantes de sua própria cultura.
sustenta que a antropologia, ao estudar as culturas humanas, pode atingir o mesmo tipo de objetividade das ciências naturais.
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