Questões de Filosofia

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Em seu Tractatus logico-philosophicus, ao discutir a relação entre lógica e linguagem corrente, Wittgenstein assegura que

  • A. a forma lógica da linguagem corrente é diferente de sua forma gramatical.
  • B. a forma lógica da linguagem corrente é idêntica à sua forma gramatical.
  • C. cada linguagem particular possui uma estrutura lógica específica.
  • D. a linguagem corrente é defeituosa de um ponto de vista lógico.

Em sua obra A religião nos limites da simples razão, Immanuel Kant analisa o que ele denomina “mal radical” presente na natureza humana. A que ele se refere com esse conceito?

  • A. À malignidade intrínseca à natureza humana e aos propósitos humanos.
  • B. À capacidade humana de querer o mal pelo mal.
  • C. À corrupção da natureza humana decorrente do pecado original.
  • D. À propensão em ceder às apetições, ao invés de obedecer aos imperativos da razão.

Na obra Para a genealogia da moral, Friedrich Nietzsche sustenta que o indivíduo soberano é o fruto maduro do processo civilizatório, da moralidade do costume. Esse autor define o indivíduo soberano como aquele

  • A. a quem é lícito fazer promessas, por possuir uma memória da vontade.
  • B. que estabelece os padrões valorativos de uma dada comunidade.
  • C. que é capaz de viver em isolamento, independente de seus concidadãos.
  • D. a quem tudo é permitido, por possuir um padrão superior de valoração.

Em obras como Sobre a violência, Hannah Arendt compreende o poder político como

  • A. o monopólio do exercício legítimo da força.
  • B. o sucesso no alcance de metas próprias.
  • C. a habilidade para influenciar comportamentos.
  • D. a capacidade humana de agir em concerto.

No livro VI da obra A república (488a ss.), Platão compara a democracia a um navio no qual todos os marinheiros desejam pilotar sem, no entanto, possuir conhecimento algum da arte de navegar. Entrementes, o verdadeiro piloto – “que precisa se preocupar com o ano, as estações, o céu, os astros, os ventos e tudo o que diz respeito à sua arte, se quer de fato ser comandante do navio, a fim de o governar, quer alguns o queiram quer não” – é compreendido como um inútil. Para Platão, essa metáfora refere-se

  • A. às relações das cidades com os verdadeiros filósofos.
  • B. à primazia da monarquia sobre as outras formas de governo.
  • C. ao caráter universal do conhecimento prático.
  • D. à evidente sabedoria do governo tirânico.

Na obra Crítica da faculdade do juízo, Kant assinala que os juízos estéticos são reflexivos, não determinantes, porque

  • A. subsumem o particular em um universal previamente dado.
  • B. encontram o universal a partir de algo particular dado.
  • C. exprimem o movimento interno de comprazimento do sujeito que julga.
  • D. correspondem à dinâmica da faculdade da apetição.

Na Ética a Nicômaco, Aristóteles menciona três modos de vida, que se podem escolher livremente: a vida dedicada aos prazeres do corpo, a vida ativa dedicada à política, a vida contemplativa do filósofo. Para ele, a superioridade do modo de vida do filósofo deve-se

  • A. à prevalência da alma sobre o corpo.
  • B. à corrupção constitutiva da vida política.
  • C. à primazia das coisas divinas com que se ocupa o filósofo.
  • D. à capacidade do filósofo de estabelecer padrões últimos para a vida política.

Para Immanuel Kant, o indivíduo moral não visa à felicidade em suas ações, mas ao cumprimento do dever que o torna digno dela. Não obstante, na obra Fundamentação da metafísica dos costumes, ele sustenta que a busca por assegurar a própria felicidade seria um dever indireto, porque

  • A. atestaria que há uma ordem moral no mundo.
  • B. afastaria a tentação para a transgressão dos deveres decorrente do sofrimento.
  • C. faria coincidir liberdade e natureza na condição humana.
  • D. consistiria na realização do propósito da natureza para o homem.

No início da obra Dialética do esclarecimento, T. W. Adorno e M. Horkheimer afirmam que nessa obra se propõem a compreender “por que a humanidade, em vez de ingressar em um estado verdadeiramente humano, atingiu um novo gênero de barbárie”. Com essa indicação, os autores se referem

  • A. ao moderno nivelamento da condição humana à animalidade.
  • B. ao malogro das promessas emancipatórias do Iluminismo.
  • C. à crescente generalização da violência nas relações humanas.
  • D. à tendência atual de organização política de modo primitivo.

Jürgen Habermas, na obra Direito e democracia (Faktizität und Geltung), menciona dois modelos de democracia os quais ele pretende superar, conciliando-os: o primeiro é o sugerido por I. Kant, mais próximo do liberalismo, centrado na autonomia do indivíduo; o segundo é o de J-J. Rousseau, mais próximo do republicanismo, centrado na comunidade ética. O terceiro modelo, proposto por Habermas, consiste

  • A. na síntese entre direito legítimo e opinião pública.
  • B. na constituição discursiva de uma vontade geral.
  • C. no modelo procedimental da política deliberativa.
  • D. na salvaguarda institucional do uso público da razão.
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