Questões de Filosofia da Fundação CESGRANRIO (CESGRANRIO)

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Segundo Nietzsche, o advento da razão produz reflexos significativos na mais alta manifestação cultural grega. Um desses efeitos é que

  • A.

    a comédia ática passa a dar menos relevo aos elementos apolíneos.

  • B.

    a dialética socrática invade a cena trágica, expulsando dela a música.

  • C.

    o diálogo entre os personagens trágicos passa a ter a história como conteúdo.

  • D.

    o papel do coro é ampliado nas tragédias de Sófocles.

  • E.

    os elementos apolíneos da tragédia são transferidos do diálogo para o prólogo.

Para um autor como Garcia Morente, a condição de "resto" ou "resíduo" do processo histórico no qual os diversos saberes se desprendem da filosofia pode ser atribuída

  • A.

    ao Círculo de Viena, enquanto movimento que melhor exemplifica a ruptura da filosofia contemporânea com a metafísica.

  • B.

    ao que há de comum em sub-áreas ou disciplinas filosóficas como a ontologia e a gnosiologia ou teoria do conhecimento.

  • C.

    ao sentido que Hegel atribui a todo pensamento sistemático, enquanto ciência e auto-revelação do Espírito Absoluto.

  • D.

    à positivação da sociologia como disciplina específica, em contraste com o papel que lhe atribuiu August Comte.

  • E.

    a concepções da filosofia medieval que se tornaram ultrapassadas com as transformações sociais e políticas da Idade Moderna.

41 Em vários textos e manuais de introdução à filosofia, apresenta- se a tese de que a filosofia e a ciência ocidentais surgem na Grécia com uma explicação da realidade que difere do mito em diversos aspectos, sendo um dos principais a recusa do pensamento filosófico-científico de fazer apelo a forças sobrenaturais. Segundo esses textos e manuais, trata- se de uma tese

  • A.

    adequada para descrever todo o período chamado "présocrático", exceção feita ao pensamento de Heráclito

  • B.

    constantemente rejeitada como sendo simplista, associada ao "milagre grego" defendido por Burnet

  • C.

    insustentável após a interpretação nietzscheana, segundo a qual a filosofia está sempre muitos passos à frente da ciência

  • D.

    importante mas imprecisa, em especial no que se refere à teoria pitagórica da transmigração das almas.

  • E.

    adotada como formulação inicial e padrão para dar conta de uma questão que se admite ser, entretanto, mais complexa.

O modo como Hegel pensa a história da filosofia é considerado um marco porque

  • A.

    submete as compilações realizadas por Diógenes Laércio, Simplício e Aristóteles ao confronto crítico com outros documentos historiográficos descobertos no século XIX, corrigindo-as e ampliando-as.

  • B.

    salienta a importância de se desconsiderar o cogito cartesiano como o marco do início da modernidade, pois aquele nada mais seria que um mero desdobramento de idéias já existentes na escolástica.

  • C.

    propõe pela primeira vez uma perspectiva que não é meramente histórica, mas filosófica, compreendendo a história da filosofia como uma questão central para a própria filosofia e não como um mero relato de suas doutrinas.

  • D.

    inaugura a tese da continuidade entre as antigas filosofias orientais e a filosofia grega, apresentando um levantamento das noções orientais que os gregos limitaramse a transportar para o vocabulário ocidental.

  • E.

    refuta a perspectiva histórica hegemônica de Kant e do romantismo alemão, marcada por uma imagem idealizada da Grécia antiga, contrapondo-lhe a idéia de um dilaceramento antagônico subjacente à aparente harmonia.

Entre as inúmeras correntes da filosofia contemporânea, destaca-se, na segunda metade do século XX, na França, a tendência conhecida como pós-modernismo, cuja principal característica é

  • A.

    a crítica a todos os discursos e práticas da identidade, procurando desfazer as identificações, as localizações, as separações estáveis, definitivas, absolutas, bem como o léxico metafísico a elas associado

  • B.

    a proliferação de práticas filosóficas que se distinguem antes de mais nada pela preocupação com a forma, com o estilo, mas que herdam procedimentos metodológicos estabelecidos na modernidade.

  • C.

    a desvalorização das concepções de diferença tanto de Hegel quanto de Saussure, nas quais ainda são vistos resquícios de uma lógica identitária, substituindo-as pela noção de diferença de Heidegger

  • D.

    a deslegitimação dos métodos de análise sincrônicos consolidados pelo pós-estruturalismo, revalorizando os métodos que privilegiam a teleologia histórica, a crítica genética e o desconstrutivismo.

  • E.

    a desconstrução do sujeito transcendental fenomenológico através da retomada da interpretação do cogito cartesiano proposta pelo existencialismo de Sartre e Levinas.

O helenismo é um período da história da filosofia que se caracteriza pela

  • A.

    exclusividade que dá à dimensão prática da filosofia, em contraposição à dimensão investigativa das filosofias platônica e aristotélica.

  • B.

    importância que confere à lógica, à ética e à estética, como investigações necessárias para se alcançar a satisfação individual ou felicidade

  • C.

    centralidade que atribui à ética, em meio a significativas teorizações sobre a natureza, em um momento de crescente desagregação da pólis grega

  • D.

    valorização do indivíduo e sua ação, em detrimento da investigação lógica, fundamental em uma perspectiva como a de Aristóteles.

  • E.

    predominância de sistemas metafísicos voltados para a busca do bem comum, em oposição às perspectivas epistemológicas de Platão e Aristóteles.

Com relação aos períodos da história da filosofia, pode-se afirmar que

  • A.

    o confronto irreconciliável entre fé e razão é uma característica central da Idade Média.

  • B.

    o sincretismo de platonismo, cristianismo e magia é uma característica central do Renascimento

  • C.

    o racionalismo e a construção de sistemas metafísicos são características centrais do Iluminismo.

  • D.

    a revolução científica e a influência do ateísmo são características centrais da Idade Moderna.

  • E.

    a retomada do interesse por questões metafísicas é uma característica central da época contemporânea.

Para alguns pré-socráticos o ser é considerado infinito, sendo que

  • A.

    Anaximandro e Anaxímenes concebem o ser como infinito apenas no espaço, mas não no tempo.

  • B.

    Parmênides e Melissos concebem o ser como infinito apenas no tempo, mas não no espaço.

  • C.

    Anaxímenes e Anaxágoras concebem o ser como infinito apenas no tempo, e não no espaço.

  • D.

    Anaxágoras e Parmênides concebem o ser como infinito tanto no espaço como no tempo.

  • E.

    Melissos e Anaximandro concebem o ser como infinito tanto no espaço como no tempo.

Em suas considerações sobre a physis, Demócrito e Leucipo propõem uma cosmologia com características muito diferentes das cosmologias dos primeiros pré-socráticos porque afirmam que

  • A.

    cada tipo de matéria provém de uma mistura originária de qualidades que a diferencia das outras matérias e mesmo em sua menor partícula é encontrada a mesma mistura originária, nunca qualidades separadas.

  • B.

    no movimento dos seres não há acaso e nem a intervenção de uma força inteligente externa a eles, mas sim a atuação constante de um princípio físico que rege o encontro e o desencontro de todos os átomos, o clinâmen

  • C.

    o ser é pleno, contínuo, eterno e uno, como queriam os eleatas, com a diferença, porém, de que é composto de unidades discretas, o que implica a negação do vazio, pois até o que parece vazio está repleto de átomos

  • D.

    a multiplicidade e a variação qualitativa das coisas é atribuída ao acréscimo ou decréscimo de um dos quatro elementos naturais, unidos ou separados pelas forças de atração e repulsão.

  • E.

    a multiplicidade e as variações qualitativas dos seres não mais são atribuídas às diferenças de qualidades originárias e sim às diferenças de forma, arranjo e posição dos átomos que os compõem.

Os paradoxos ou aporias de Zenão de Eléia tinham como objetivo:

  • A.

    negar, com Parmênides, a percepção do movimento, da multiplicidade, do espaço e do tempo que nos oferecem os sentidos.

  • B.

    superar a negação do movimento que se encontra no poema de Parmênides, demasiadamente esquemática e dogmática.

  • C.

    defender as teses de Parmênides de maneira direta e irrefutável, com base na lógica e em intuições sensíveis.

  • D.

    mostrar, por absurdo, que o pensamento é limitado e leva ao sem-sentido, como no caso das teses contraintuitivas de Parmênides.

  • E.

    refutar os adversários de Parmênides, mostrando que premissas subjacentes à afirmação do movimento levam a contradições insuperáveis

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