Questões de Filosofia da Fundação CESGRANRIO (CESGRANRIO)

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Para Anaxágoras, a força ordenadora do Kósmos é

  • A.

    responsável pelo nascimento e destruição dos elementos

  • B.

    idêntica aos elementos, eterna, mutável e corpórea.

  • C.

    inteligente, diáfana, sutil e invisível.

  • D.

    dinâmica, mutável e misturada a todas as coisas.

  • E.

    corpórea e captável diretamente pelos sentidos.

Na República idealizada por Platão a justiça pode ser alcançada quando

  • A.

    na hierarquia das classes cada uma desempenhar apenas a função que lhe compete e de acordo com a virtude que lhe é própria.

  • B.

    a classe governante, seja ela qual for, garantir e respeitar os direitos de isonomia e de isegoria para todos os cidadãos de todas as classes.

  • C.

    a diferença entre as classes sociais for eliminada através da comunidade de bens, de mulheres e de ocupações.

  • D.

    as virtudes da sabedoria, da coragem e da temperança estiverem de igual modo desenvolvidas em todas as classes sociais.

  • E.

    as leis passarem a ser elaboradas pelo conjunto dos cidadãos, sem distinção de classe social ou gênero sexual

Ao examinar o papel das artes miméticas em sua cidade ideal, Platão atribui à cama pintada pelo artista um estatuto ontológico

  • A.

    igual ao da cama-idéia, pois o artista apenas transporta para o plano sensível a idéia de cama que já residia em sua alma

  • B.

    igual tanto à cama-idéia quanto à cama do carpinteiro, mas desde que a cama do pintor seja tão perfeita e bela quanto as outras duas

  • C.

    inferior ao da cama-idéia, mas igual à cama produzida pelo carpinteiro, pois tanto este quanto o pintor copiam a idéia única de cama.

  • D.

    inferior ao da cama-idéia, mas superior à cama produzida pelo carpinteiro, pois a cama do artista é acrescida da idéia de beleza.

  • E.

    inferior tanto à cama-idéia quanto à cama do carpinteiro, pois o pintor realiza uma cópia de uma cama que é, também ela, uma cópia.

Um fragmento de Heráclito que guarda uma relação evidente com a resposta de Sócrates para o enigma do oráculo de Delfos é:

  • A.

    "Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio: suas águas não são nunca as mesmas e nós não somos nunca os mesmos".

  • B.

    "Esse mundo, o mesmo e comum para todos, nenhum dos deuses e nenhum dos homens o fez...".

  • C.

    "É necessário saber que a guerra é a comunidade; a justiça é discórdia; e tudo acontece conforme a discórdia e a necessidade".

  • D.

    "O fato de aprender muitas coisas não instrui a inteligência: do contrário teria instruído Hesíodo e Pitágoras".

  • E.

    "O que se opõe a si mesmo está em acordo consigo mesmo; harmonia e tensões contrárias, como as do arco e da lira"

Com relação à Filosofia Primeira ou Teologia, Aristóteles oferece

  • A.

    quatro definições, referindo-se à investigação das causas e princípios primeiros e supremos; ao ser enquanto ser; à substância; e a Deus ou substância supra-sensível.

  • B.

    quatro definições, referindo-se a Deus, substância supra- sensível; ao ser enquanto ser; às causas e princípios primeiros; à crítica à teoria das Formas de Platão.

  • C.

    três definições, referindo-se à investigação de Deus ou à substância supra-sensível; ao ser enquanto ser; à substância, ao ato e à potência.

  • D.

    três definições, referindo-se à investigação das causas e princípios últimos; ao ser enquanto ser; à substância, ao ato e à potência.

  • E.

    uma única definição, que resume todas as outras e que diz respeito ao ser enquanto ser e seu significado único.

Na ética epicurista os prazeres da vida política são considerados como

  • A.

    naturais e necessários, porque ligados à conservação da vida humana.

  • B.

    naturais mas não necessários, pois são um refinamento do instinto de conservação.

  • C.

    não naturais e não necessários, pois comprometem a ataraxía e a aponía.

  • D.

    o coroamento da ataraxía e da aponía, pois só a vida pública lhes confere sentido.

  • E.

    os únicos admissíveis, pois criam condições materiais que favorecem a ataraxía.

Para os estóicos, as ações convenientes são

  • A.

    aquelas que, em tudo e por tudo, são cumpridas segundo o logos.

  • B.

    aquelas que, embora não sendo prejudiciais, não são conformes à natureza.

  • C.

    as mais elevadas e desejáveis ações morais, próprias do homem sábio.

  • D.

    as que são feitas tendo em vista apenas a vantagem de seu autor.

  • E.

    intermediárias entre as ações perfeitas e as viciosas, ou seja, deveres.

Um princípio central da doutrina epicurista é a

  • A.

    necessidade de superar a constante ameaça da morte através da busca pelo prazer e por uma vida simples, em companhia dos amigos.

  • B.

    inexistência da liberdade e conseqüente exortação à busca pelo prazer, uma vez que a vida é mero resultado do movimento aleatório dos átomos.

  • C.

    negação da existência dos deuses como condição para a investigação da natureza, base de todo conhecimento e da busca da felicidade.

  • D.

    relação intrínseca entre a lúcida compreensão dos fenômenos naturais e a procura de uma felicidade terrena, a ser compartilhada entre mestre e discípulos.

  • E.

    afirmação da equivalência de todos os desejos, efeitos do movimento aleatório dos átomos, o que anula a imputabilidade moral dos atos humanos.

Assinale a opção que apresenta a objeção feita por Sto. Tomás ao argumento teológico de Santo Anselmo.

  • A.

    Entre aqueles que admitem a existência de Deus, nem todos sabem que ele seja "aquele do qual nada de maior se pode pensar". Mesmo admitindo isso, quando se concebe o que se encerra sob o nome de Deus, daí não se deriva que ele exista, a não ser no intelecto. A existência real, ao contrário, é demonstrada perfeitamente por meio dos efeitos, isto é, a posteriori.

  • B.

    A suma perfeição jamais poderia ser intuída pelo intelecto humano, na medida em que, sendo este imperfeito, não poderia ter a idéia de algo perfeito e, portanto, não há meios de inferir a existência do ente supremo, nem a priori nem a posteriori. A existência de Deus, portanto, não admite provas metafísicas, constituindose apenas como questão de fé

  • C.

    A idéia de perfeição não inclui, necessariamente, o predicado da existência, pois tal idéia, bem como a idéia de Deus, é variável de povo para povo e de cultura para cultura, não se sustentando, portanto, como um critério universalmente válido e aceitável para provar a existência de Deus nem para o intelecto, nem na realidade

  • D.

    O estilo da argumentação, elaborado de forma complexa e tortuosa, apresenta um retrocesso em relação aos argumentos dos teólogos anteriores, na medida em que sua compreensão exige o conhecimento das regras fundamentais da lógica aristotélica. O verdadeiro propósito da teologia, que é esclarecer a fé através da razão, acaba, desta forma, desvirtuado.

  • E.

    O argumento tem traços sofistas e é destinado à mera persuasão. Ao mesmo tempo, reforça o dogmatismo de certas posições da Igreja, pois postula a idéia de separação inconciliável entre o que é da ordem da fé e o que é da ordem da razão, através da tentativa de demonstrar a falibilidade da lógica e da impossibilidade de tratar as questões divinas pela via metafísica.

Ao abordar o problema da linguagem no De Magistro, Santo Agostinho indaga-se sobre a relação entre palavra e aprendizado. Sua posição a esse respeito

  • A.

    aproxima-se da concepção platônica, pois retoma a doutrina da anamnese, reinterpretada, porém, à luz da teoria estóica da Heimarméne.

  • B.

    rejeita a doutrina platônica da intuição intelectual das idéias pela via dialética, mas admite, sem ressalvas, a teoria da anamnese.

  • C.

    alinha-se com a concepção inatista de Platão, transformando, porém, a doutrina platônica da anamnese na teoria da interioridade e da iluminação.

  • D.

    propõe uma via inédita, pois sua teoria da iluminação é elaborada sem tomar por base nenhuma das concepções tradicionais da antiguidade.

  • E.

    ignora todas as concepções pagãs do mundo antigo, articulando elementos retirados apenas dos ensinamentos de São Paulo e do Evangelho de São João.

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