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Da democracia grega fazia parte a isonomia, que é entendida, fundamentalmente, como a igualdade de todos perante a lei ou a igualdade da lei para todos os cidadãos.
Para os gregos, os escravos e bárbaros eram seres sem o domínio da palavra porque não eram seres humanos, mas meros animais.
Na vida política dos gregos, isonomia é entendida como isegoria, ou seja, liberdade de falar. O exercício político originário da linguagem consiste na conversa livre entre homens livres e iguais, em que se discute e se decide sobre os rumos da vida comum na polis.
Para os gregos, a palavra ou o discurso (logos) não tem importância, visto que o que importa na vida da comunidade política é agir.
Mesmo em uma relação despótica, dá-se o exercício político da linguagem, pois o déspota usa a palavra para dar ordens aos que lhe estão sujeitos e estes se utilizam da linguagem para obedecer às ordens.
Toda opinião é necessariamente falsa, pois é baseada na aparência, e não na essência das coisas.
Para Sócrates, como educador, o importante era que o homem se tornasse capaz de ter opiniões sobre a realidade.
A ironia socrática era o modo de interrogar por meio do qual Sócrates levava o seu interlocutor ao reconhecimento de sua própria ignorância, fazendo a crítica das opiniões baseadas nas aparências assumidas pelos homens no cotidiano.
Na concepção socrática, o não saber é mera ignorância, portanto é o maior impedimento ao pensamento filosófico.
Considerando a dialética platônica, assinale a opção correta.
A dialética, na concepção de Platão, é a lógica da aparência, ou seja, a arte dos raciocínios ilusórios; nesse sentido, a dialética identifica-se com o sofisma.
A dialética, na concepção de Platão, é meramente um instrumental de argumentação que se destaca pelo excessivo emprego de sutilezas, de distinções engenhosas e inúteis.
A dialética, em Platão, é a arte de discutir por perguntas e respostas, de dividir as coisas em gêneros e espécies, é remontar de conceitos em conceitos, de proposições em proposições, até os conceitos mais universais e os primeiros princípios, que não são meras ficções do espírito, mas têm uma consistência no ser.
A dialética platônica não está relacionada à ironia nem à maiêutica socrática.
A dialética, segundo Platão, é a aplicação científica da conformidade às leis, inerentes à natureza do pensamento; é a verdadeira natureza própria das determinações do entendimento, das coisas e, de uma maneira geral, do finito.
Segundo Aristóteles, a analítica tem por objeto a demonstração, quer dizer, a dedução que parte de premissas verdadeiras; por sua vez, a dialética tem por objeto os raciocínios que se assentam sobre opiniões prováveis. Para esse filósofo, a dialética é uma arte intermediária entre a retórica e a analítica. De acordo com Aristóteles, a analítica coincide com o que foi chamado de lógica formal: o estudo dos conceitos, juízos e raciocínios, considerados nas formas em que são enunciados, abstraindo-se da matéria ou do conteúdo a que se aplicam. O raciocínio é a operação discursiva por meio da qual se conclui que uma ou várias proposições (premissas) implicam a verdade, a probabilidade ou a falsidade de outra proposição (conclusão). Nesse contexto de analítica do discurso demonstrativo, destaca-se o silogismo: todo raciocínio dedutivo rigoroso, que não supõe nenhuma proposição estranha subentendida.
No que concerne às ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.A dialética tem o mesmo valor argumentativo no pensamento tanto de Aristóteles quanto de Platão.
A analítica aristotélica pressupõe os seguintes princípios: a identidade do representado na dimensão do conceito, a não contradição na dimensão do enunciado, a ordem de fundamento e a consequência na conexão entre os enunciados.
Toda linguagem e toda forma de discurso são objeto da analítica de Aristóteles.
A lógica formal leva em consideração o conteúdo do pensamento.
A lógica formal estuda, essencialmente do ponto de vista psicológico, os atos de conceituar, julgar e raciocinar, visto que tem como objeto os conceitos, juízos e raciocínios.
Segundo o texto, o fundamento da liberdade é a verdade, entendida como verdade do juízo, verdade da razão.
De acordo com o texto, hoje a filosofia deve passar da ditadura da razão para a ditadura do irracional.
O mito é um discurso narrativo irracional, alógico. A filosofia é a guardiã da racionalidade no âmbito da cultura, e, portanto, não deve nem se interessar pelo mito.
Segundo o texto, só há a verdade do juízo, a verdade da razão. O mito é irracional; logo, mito e não verdade coincidem. O mito tem algo de infantil, de primitivo, de bárbaro.
Na filosofia da existência, problematizam-se tanto a racionalidade quanto a irracionalidade. Nessa filosofia, descobre-se que o lugar da verdade é anterior ao discurso, à predicação, ao juízo, ou seja, que uma experiência de verdade existencial, a qual é fundamentalmente plural, antecede a verdade predicativa, lógica.
Enquanto o senso comum é um conhecimento seguro, a filosofia é um pensamento inseguro. Logo, a filosofia deve ser rejeitada como perigosa para o homem do cotidiano.
O senso comum reflete, argumenta e justifica suas crenças.
O senso comum é convicção arraigada, crença partilhada com segurança pelos homens, na vida, na ação, na pesquisa, na criação e na fé. A convicção é fundamental ao pensamento e, portanto, o senso comum se identifica com o pensamento filosófico.
É com o senso comum que o homem enfrenta, no cotidiano, os seus problemas imediatos. O senso comum antecede todo o filosofar. Devido a essa anterioridade e ao seu caráter de convicção inquestionada, ele deve ser considerado como critério de julgamento, como princípio dirimente de todas as dúvidas teóricas.
O senso comum é um julgamento irrefletido, que, uma vez compartilhado por muitos homens no âmbito da cultura como crença cotidiana, é tido como óbvio e permanece inquestionado. A filosofia, porém, é um movimento radical de autonomia do homem baseado no exercício do pensamento, do questionamento. Por isso, a filosofia se põe de maneira crítica frente às pretensões do senso comum.
Na compreensão dos fins da natureza humana, a filosofia vai mais longe que o senso comum, segundo Kant.
O senso comum, no pensamento de Kant, tem um alto valor positivo no campo das discussões teóricas (sobre o conhecimento), e não no campo das decisões práticas (sobre o agir).
Pode-se interpretar o senso comum kantiano, no campo da razão prática, como próxima à noção de bom senso, introduzida por Descartes.
Segundo Kant, o filósofo está em condições melhores de julgar as questões imediatas da vida prática do homem do que o homem que segue com bom senso as noções do senso comum sobre os fins do viver humano.
De acordo com Kant, no campo da vida prática, o senso comum é grosseiro e, por isso, incapaz de julgar bem em face das sutilezas das decisões humanas.
Para ambos os autores citados no texto, a arte, primariamente, não tem o sentido de imitar ou de reproduzir o visível, mas o de tornar visível o que é vislumbrado no segredo, o sentido de desvelar.
Para Klee e Heidegger, a obra de arte é meramente uma expressão da subjetividade das vivências do artista.
Heidegger trata da obra de arte de modo estético, ou seja, levando em consideração a questão do belo e das vivências do belo por parte do artista e daquele que aprecia e julga a obra em relação à sua beleza.
A arte, na concepção de Heidegger, é algo de irracional; portanto, não tem vinculação com a verdade e não deve interessar ao filósofo.
De acordo com Paul Klee e Heidegger, a arte consiste na imitação do real, ou seja, na reprodução do visível.
Considerando os conceitos de ética e moral, assinale a opção correta.
A moral é um elemento da cultura de um povo, que deve ser respeitada sem sofrer transformações históricas. Portanto, a ética não pode questionar a cultura e suas concepções sobre o agir e o viver humano.
Fundamentalmente, a ética é uma experiência e a moral, uma reflexão.
A ética é heterônoma e uma questão de adaptação às regras exteriores da convivência social, por conveniência ou por receio de repreensões sociais.
A moral é autônoma e uma questão de questionamento sobre o sentido da moralidade humana em geral.
Enquanto a moral é uma prática que segue os costumes de uma cultura, a ética é uma parte da filosofia e busca investigar criticamente o sentido da moralidade humana em geral.
Considerando a ética teleológico-eudemonológica da tradição platônico-aristotélica e a da tradição cristã, assinale a opção correta.
Essas tradições identificam a felicidade com o prazer. Para elas, a felicidade é simplesmente um sentimento subjetivo de prazer.
De acordo com essas tradições, a felicidade não é somente uma questão de sentimento subjetivo, mas é também uma questão de escolha individual. A felicidade comunitária e a social são desconsideradas tanto na ética quanto na política.
Para essas tradições, a ética é vista utilitariamente, ou seja, a felicidade ou o bem maior para o viver humano coincide, de forma necessária e exclusiva, com o útil e o prazeroso.
A felicidade, entendida como bem-viver, é pensada de maneira ontológica como o prosseguimento pleno da realização da essência do homem. O caminho para alcançar a felicidade, por sua vez, é a virtude. Além disso, a felicidade e a virtude têm um papel importante na consideração ética, tanto na história biográfica dos indivíduos, quanto na vida histórica coletiva das comunidades e sociedades humanas.
Segundo essas tradições, a ética é uma questão de dever. Sua preocupação central é com as normas do viver ou do conviver humano.
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