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História - História Geral - FUNRIO Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência (FUNRIO) - 2007
Os Atos de Navegação, enquanto a manifestação mais evidente de agressividade mercantil do Estado inglês, viabilizaram para industriais, comerciantes e armadores da City uma política sistemática de apoio às suas atividades produtivas e comerciais, a fim de possibilitar a expansão marítima e comercial da Inglaterra em escala mundial.
os Atos de Navegação representaram a primeira formulação efetiva do poder do Parlamento inglês sobre as colônias ultramarinas, que ficaram definidas, legalmente, como reservas de mercado fornecedor de matérias-prima e alimentos e consumidor para as manufaturas inglesas, impedindo a concorrência "desleal" de mercadorias estrangeiras e dinamizando portos ligados ao comércio exterior, como Liverpool e Plymouth
a política econômica interna, relacionada à adoção de princípios liberais que rompiam com a regulamentação estatal através dos monopólios, contrariou o protecionismo externo que representava um obstáculo à ampliação do mercado interno, ao crescimento das atividades produtivas e comerciais burguesas e ao avanço do processo de concentração da propriedade
as medidas protecionistas externas, adotadas por Cromwell, ampliaram os espaços de investimento de capital da burguesia, em uma conjuntura histórica de rivalidade anglo-holandesa, tendo em vista o desenvolvimento do grande comércio de importação e exportação e a consolidação do poderio da Marinha inglesa
a burguesia em ascensão precisava de apoio político para desenvolver as suas atividades produtivas e comerciais por meio da obtenção de direitos de monopólio, a exemplo das companhias de comércio e do controle sobre as colônias; estimular à formação de um mercado de mão-de-obra abundante e barata através da intensificação dos cercamentos dos campos, e conseguir licenças para abertura de manufaturas
Cromwell, puritano e pertencente à gentry, identificou-se às forças sociais capitalistas em ascensão e viabilizou uma série de medidas altamente compatíveis com os interesses da burguesia, tendo em vista o crescimento das atividades mercantis e a redução de um número excessivo de competidores que pudessem colocar em risco a margem de lucro, permitindo uma integração global do comércio da Inglaterra sob regulamentação do Estado
História - História Geral - FUNRIO Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência (FUNRIO) - 2007
Do século XV em diante, a prodigiosa aventura dos europeus 'por mares nunca dantes navegados' e a colonização das áreas americanas foram, sem sombra de dúvida, um importante momento na história da humanidade. Ampliando o seu universo geográfico, conquistando territórios e avançando seus domínios pela superfície da Terra, o Ocidente europeu iniciou um período de expansão comercial e dinamismo econômico jamais ousados pelo homem.
O aspecto que está associado à expansão marítima e comercial é:
a necessidade de fontes produtoras de alimentos e fornecedoras de metais preciosos, a busca de uma nova rota das especiarias e o interesse da Igreja Católica na luta contra os "infiéis" impulsionaram holandeses e ingleses a se aventurarem nas viagens marítimas
o pioneirismo português na expansão marítima pode ser explicado como resultado de diversos fatores, dentre os quais se destacam a localização geográfica, a descoberta das rotas mediterrâneas para o Oriente e a ausência de regulamentação econômica
a decadência comercial das cidades italianas, a ocupação de Constantinopla pelos turcos otomanos, o excesso de metais preciosos, inflacionando a economia e o crescimento demográfico foram fatores relevantes que impulsionaram as grandes navegações européias a partir dos séculos XV e XVI
o contato com os povos africanos e americanos, portadores de culturas bastante diversas daquelas do Velho Mundo, originou uma visão etnocêntrica de homem e de sociedade que justificava, política e ideologicamente, a superioridade do europeu
os colonizadores da época moderna, rompendo com o caráter de exploração comercial que era típico das feitorias, montaram plantations nas áreas descobertas da África e da Ásia, passando a intervir diretamente no âmbito da produção
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"(...) as exigências do burguês foram delineadas na famosa Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. Este documento é um manifesto contra a sociedade hierárquica de privilégios nobres, mas não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária". [HOBSBAWN, Eric. A era das revoluções. Trad. Maria Tereza Teixeira & Marcos Penchel. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p.77.]
Na Revolução Francesa, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, promulgada a 26 de agosto de 1789, um documento de alcance universal e baseado nos princípios do liberalismo, foi um marco na história do pensamento político ocidental, devendo ser compreendido na conjuntura histórica de profundas transformações européias a partir da segunda metade do século XVIII que culminaram com a crise do Antigo Regime.
As afirmativas QUE SE RELACIONAM ao tema são:
I. A promulgação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão correspondeu a primeira fase do processo revolucionário francês, quando a participação dos sans-cullotes e dos camponeses na cena política redefiniu o caráter da luta, forçando a abolição dos privilégios nobiliárquicos.
II. A afirmação de que todos os homens devem ter assegurados em lei os direitos sagrados à liberdade, à igualdade, à vida e à felicidade promoveu uma ruptura com a ordem social vigente, demolindo a estrutura estamental do Antigo Regime baseada em critérios conferidos pela tradição.
III. Para os liberais, todos os homens são dotados de paixões em seu estado de natureza, que resultam em desordem, necessitando de uma instância superior - o governo - capaz de assegurar a propriedade privada e controlar os instintos egoísticos do homem em prol do bem comum.
IV. Dentre as conquistas alcançadas pela Revolução Francesa, destaca-se o sufrágio universal, a fim de assegurar a participação
I, III e V
I, II e IV
II, III e IV
II, IV e V
II, III e V
NAS QUESTÕES NUMERADAS DE 11 A 30, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE RESPONDE CORRETAMENTE AO ENUNCIADO.
A museologia, segundo normas contemporâneas, parte da relação entre o homem (sujeito que conhece), o objeto museológico (parte da realidade a qual o homem pertence e sobre a qual tem o poder de agir) dentro de uma relação cujo cenário institucionalizado chamamos de museu. Partindo desta definição museológica é correto afirmar que os museus, sobretudo os históricos, são fontes históricas para a preservação da cultura local porque:
preservam, sobretudo os objetos valiosos do passado, colocando-os em exposição pública, fazendo com que a população passe a vê-los como obra de arte e de valor para a cultura erudita local.
abrigam acervos diferenciados, e expõem objetos cujo interesse central é a sua representatividade, para a cultura local, de uma época em sua diversidade.
guardam objetos antigos, avaliados como importantes para a preservação da memória das cidades e de seus maiores líderes, ajudando a construir uma genealogia dos grandes homens.
preservam objetos que significam a memória do passado das classes populares, recebendo com reservas acervos vindos das elites conservadoras.
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"Os imperialismos do final do século XIX e do século XX diferiam tanto do espírito de conquista ou de dominação das épocas passadas quanto da expansão colonial dos séculos anteriores pela seguinte característica: estavam, mais que os outros, ligados ao capital financeiro, e a colonização ou a conquista não eram as únicas expressões de sua existência". [FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências - séculos XIII a XX. Trad. Rosa Freire. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 34.]
Na época do capitalismo liberal e concorrencial, marcada pela hegemonia inglesa no mundo capitalista, a questão fundamental residia no intercâmbio de matérias-primas e alimentos, a preços baixos, por produtos industrializados. O comércio mundial era regido pela livre-concorrência, segundo a "mão invisível" do mercado auto-regulador de Adam Smith. As transformações do capitalismo na segunda metade do século XIX começaram a questionar a validade do liberalismo, uma vez que os problemas suscitados pela depressão de 1873 resultaram na formulação de uma nova política de expansão e de anexação de mercados externos, para garantir a continuidade da acumulação capitalista, resultando no imperialismo.
A respeito das características desse processo histórico, é pertinente afirmar:
na maior parte da África, principalmente na África Negra, embora existissem condições históricas prontas para receber os investimentos europeus, ocorreu uma desarticulação violenta das estruturas econômicas e sociais anteriores à colonização, inclusive no que se refere à posse e à utilização da terra em benefício dos colonos europeus
o aspecto principal, diferentemente da época histórica anterior, passou a residir na exportação de capitais disponíveis, sob a dupla forma de empréstimos diretos e/ou indiretos, através de bancos privados, e de inversões no setor público ou em atividades primárias, extrativas ou agrícolas, voltadas para exportação, com objetivos de modernização econômica
a Alemanha e Itália, por entrarem atrasadas para a corrida imperialista, foram os únicos países que justificaram, ideológica e cientificamente, a nova expansão colonial pela idéia de que os brancos europeus tinham uma "missão civilizadora", que estava associada à moralização dos costumes, a evangelização dos "selvagens" e ao ensino da prática do governo aos "povos atrasados", que deveriam ser conduzidos à maturidade política
a expansão imperialista dos Estados Unidos nem sempre se caracterizou pela exportação de capitais, uma vez que o estabelecimento de esferas de influência econômica e os canais de acesso a elas para proteger o território nacional eram os aspectos centrais, o que explica a ausência de investimentos no Caribe e na América Central em prol do interesse em resguardar o Pacífico como área de segurança
como a China se isolou do Ocidente durante longo tempo e resistiu fortemente à sua penetração, a ação imperialista dos países europeus na região se baseou em uma "política de portas abertas", que impedia a adoção de políticas protecionistas para facilitar a penetração de capitais no promissor mercado chinês (que possuía muitas riquezas naturais e grande disponibilidade de mão-de-obra)
NAS QUESTÕES NUMERADAS DE 16 A 40, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE RESPONDE CORRETAMENTE AO ENUNCIADO.
Considerando que François Furet define a História Serial como a constituição do "fato histórico em séries temporais de unidades homogêneas e comparáveis" num longo espaço de tempo, é correto afirmar que a História Serial:
emprega largamente os métodos da história econômica e modelos matemáticos, visando à construção de séries estatísticas, sendo marcadamente uma econometria da sociedade.
consolidou os fundamentos da pesquisa e da crítica documental tradicionais, dada a sua valoração do fato histórico.
transforma a pesquisa e a crítica documental, uma vez que o acontecimento único cede lugar a um fenômeno escolhido de forma consciente e de natureza repetida.
só pode ser aplicada aos estudos demográficos e de História Econômica, não sendo possível a construção de uma História Serial das mentalidades ou das práticas culturais.
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De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, espera-se que ao longo do ensino fundamental os alunos possam ampliar a compreensão de sua realidade, especialmente confrontando-a e relacionando-a com outras realidades históricas. Sob essa perspectiva, situar acontecimentos históricos, localizá-los em uma multiplicidade de tempos e respeitar a diversidade social, considerando critérios éticos, são objetivos essenciais ao trabalho didático, que busca uma intercessão entre o fazer história e o saber pedagógico. Se a globalização integra e une economicamente os quatro cantos do planeta, por sua vez os nacionalismos agressivos ressurgem, hasteando a bandeira do racismo e da intolerância contra minorias étnico-religiosas e/ou povos. A crença na superioridade de um povo sobre outros renasce, seduzindo e mobilizando sentimentos e desejos humanos individuais e/ou coletivos. A "purificação étnica" e o xenofobismo são, portanto, ingredientes vitais às ações dos skinheads, mas que não representam algo novo na história da humanidade.
As afirmativas que expressam a multiplicidade do tempo histórico, conforme evidenciada nas imagens, são:
I - O nazismo alemão e o fascismo italiano apareceram como projetos alternativos à crise da dominação burguesa e ao comunismo (soviético), caracterizando-se pelo totalitarismo, pelo militarismo, pelo anti-semitismo, pelo nacionalismo exacerbado e pelo culto ao líder.
II - O fascismo italiano e o nazismo alemão, que emergiram nas décadas de 20 e 30 na Europa apelavam às soluções de força somente em casos considerados de ameaça à ordem social, embora garantissem aos cidadãos as liberdades individuais e coletivas.
III - A humilhante derrota da Itália na Primeira Guerra Mundial correlata à perda de regiões
I e II
II e IV
III e V
I e IV
II e V
NAS QUESTÕES NUMERADAS DE 16 A 40, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE RESPONDE CORRETAMENTE AO ENUNCIADO.
Considerando os percursos e pressupostos de investigação histórica da Micro-História, é correto afirmar que a Micro-História:
tem na redução do escopo de análise a sua principal característica, abdicando de leituras históricas abrangentes.
tem no adensamento da análise das relações sociais a sua marca constitutiva, utilizando como recurso metodológico a redução do escopo de análise.
na sua crítica à história tradicional dos grandes homens, tem como princípio a recusa em estudar o individuo, mas tão-somente grupos sociais.
tem como preocupação construir uma história do cotidiano das classes pobres, daí a sua preferência pela micro-análise da sociedade.
História - História Geral - FUNRIO Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência (FUNRIO) - 2007
"A bipolarização do poder planetário é resultado do enfraquecimento geopolítico das antigas potências e da emergência de duas superpotências (os Estados Unidos e a União Soviética) capazes de desencadear a destruição de todo o sistema mundial de Estados. A Guerra Fria foi a manifestação mais nítida dessa bipolarização." [MAGNOLI, Demétrio. O mundo contemporâneo: relações internacionais (1945-2000). São Paulo: Moderna, 1996, p. 47.]
A Guerra Fria deve ser entendida como um confronto histórico entre as duas superpotências, Estados Unidos e União Soviética, que emergiram em meio aos rastros de destruição e violência deixados pela Segunda Guerra Mundial, resultando na divisão leste versus oeste. No início dos anos 60, a construção do Muro de Berlim, separando Berlim Ocidental e Berlim Oriental, foi o "símbolo" mais contundente dessa bipolaridade do planeta.
Quanto à relevância histórica da Guerra Fria para a compreensão do século XX, destaca-se:
Uma das características mais evidentes da Guerra Fria foi a emergência de conflitos localizados, deslocando o campo das batalhas da Europa para a América Latina, e, assim, expressando os confrontos entre o bloco capitalista e o bloco comunista pela delimitação das áreas de segurança
A Guerra da Coréia e a Guerra do Vietnam, dentro da nova ordem internacional delimitada pela Guerra Fria, aumentaram a influência do capitalismo na Ásia, levando a União Soviética a reforçar e expandir as suas parcerias estratégicas no Oriente, por meio de uma rede de tratados militares e alianças diplomáticas
Os Estados Unidos e a União Soviética, após o término do grande confronto mundial, se defrontaram a fim de assegurar áreas de influência no Leste Europeu e na Ásia, porém não chegaram a uma solução geopolítica para o problema alemão, com Berlim, o que contribuiu decisivamente para a Guerra Fria
A bipolaridade mundial se intensificou a partir do falecimento de Stalin, uma vez que os novos governantes da URSS não aceitavam nenhum tipo de negociação com o Ocidente, particularmente no que se refere ao controle de arsenais bélicos
Embora tenha se iniciado nos Estados Unidos um período de perseguição aos elementos de esquerda, trazendo a "guerra universal" para dentro das fronteiras nacionais, o Partido Comunista acabou por se fortalecer e conheceu um período de intensa atividade política e cultural, levando à rápida desarticulação do macartismo
NAS QUESTÕES NUMERADAS DE 16 A 40, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE RESPONDE CORRETAMENTE AO ENUNCIADO.
"A história oral moderna inicia-se na década de 1930, nos Estados Unidos, com uma grande investigação sobre a lembrança dos antigos escravos negros, encomendada pelas autoridades federais". (P. Joutard).
Sobre a História Oral é correto afirmar que o historiador:
que trabalha com a oralidade tem na memória social sua base documental, não fazendo uso das fontes escritas ou impressas, já que não acredita serem genuínas em suas informações.
recorre à História Oral quando está diante da inacessibilidade de fontes documentais escritas, sendo apenas uma via de pesquisa e não um campo próprio de reflexão.
tem no passado seu campo de investigação, uma vez que a memória dos antigos não desaparece, sendo possível conhecer as lembranças dos mortos pelas gerações atuais.
ainda que fazendo uso da documentação escrita e impressa, tem no trabalho de campo com as pessoas caminhos próprios de investigação histórica, no estudo do cotidiano, da história política ou das mentalidades, entre outros temas.
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