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Na experiência temporal pós-moderna citada por Andreas Huysen, o tempo é:
uma experiência concreta na qual pode ser operado e dominado de acordo com as circunstâncias materiais da vivência humana;
regulado de forma artificial pelas relações dissimétricas, em que a produção de mercadorias ocupa um espaço primordial;
uma experiência coletiva de auto-referência envolto numa expectativa de retorno circular, em que toda nova experiência traz em si mesma o seu oposto;
fugidio e leve, sem marcos concretos, em que passado e futuro não são reconhecíveis ou desejados, numa experiência de eterno presente;
percebido como categoria fundamental de entendimento da experiência humana coletiva, assim como também no âmbito pessoal.
A prática de pesquisa, no campo das ciências sociais, não pode prescindir de alguns procedimentos fundantes à construção do conhecimento, tais como o recorte do objeto de estudo e sua problematização, a formulação das hipóteses etc. Este "saberfazer" do historiador foi sistematizado por Michel de Certeau em um texto basilar, "A operação historiográfica" [A Escrita da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982]. Assinale a alternativa mais condizente com as proposições desenvolvidas por De Certeau neste trabalho:
o saber histórico vincula-se à qualidade da formação erudita do pesquisador, ao enfoque dos desvios em detrimento dos modelos teóricos e à adoção de uma escrita metafórica;
o saber histórico vincula-se ao reconhecimento do lugar social e intelectual do pesquisador, à relação promovida entre particularidades e modelos teóricos e à composição de sentido através da escrita;
o saber histórico vincula-se à especificidade da formação literária do pesquisador, à prioridade ao biográfico frente ao estrutural e à promoção de uma escrita narrativa;
o saber histórico vincula-se à densidade da experiência de vida do pesquisador, à abordagem de conflitos sociais e à opção pelo relato conjuntural;
o saber histórico vincula-se à pluralidade da formação cultural do pesquisador, a seu interesse pelas vivências cotidianas e das minorias e ao emprego de uma escrita explicitadora dos interditos.
Tomando o texto como referência inicial, assinale a opção incorreta a respeito da noção de processo histórico.
Fundamental à afirmação da cientificidade da história, o conceito de processo sugere dinâmica, movimento e articulação de tempos múltiplos que se superpõem.
A noção de processo reflete a percepção de que o movimento é tão fundamental ao entendimento da evolução das sociedades que se fez necessário recorrer a essa categoria analítica.
A construção factual da história embora essencial ao entendimento do curto prazo, do momento, do conjuntural e da singularidade do ocorrido ocupa lugar secundário na explicação científica da história.
Um dos equívocos constantes, na discussão do estatuto epistemológico da história, é o da apresentação da noção de processo como um contínuo irredutível, seguro, próximo à idéia de progresso.
Tomando ainda o texto como referência inicial, assinale a opção correta a propósito da noção de ruptura histórica.
Ruptura na história significa acomodação de complexidades e resistência à mutação do status social e econômico predominante.
Rupturas telúricas, que envolvem transformação dos paradigmas econômicos, sociais e políticos, e até mesmo culturais, embalam o conceito geralmente aceito de revolução.
As mudanças políticas cosméticas, ao ocorrerem na superfície do tecido social, mudam lentamente a feição da sociedade no seu conjunto, podendo, por isso, ser identificadas como revolucionárias.
O peso da ruptura apenas pode ser medido pela sua dimensão teleológica.
O historiador britânico E. H. Carr, ao se referir ao binômio indivíduo-sociedade, discutiu em muito a questão permanente dos atores históricos preeminentes. A respeito desse tema, associado aos caminhos da história particularmente no Ocidente, assinale a opção correta.
A sociedade, por ser unidade maior, é o ator único e necessário ao estudo da história.
A pessoa, como agente funcional do sistema societário, é o dínamo do movimento na história.
Tal qual a pergunta a respeito do ovo e da galinha, a relação dicotômica entre indivíduo e sociedade não é adequada ao estudo da preeminência de atores na história.
Na história, homens e mulheres, quando colocados juntos, convertem-se em outra espécie de substância.
A morte recente do historiador africano Joseph Ki-Zerbo, autor de livros fundamentais a respeito do estudo da África, faz lembrar
a falência do estudo de sociedades extra-européias pelos cânones da história ocidental.
a impossibilidade de uma historiografia ocidental para o que não é Ocidente.
o fim da história de Fukuyama e a impossibilidade teórica da construção de uma história ocidental em franco diálogo com as tradições históricas de sociedades que não assistiram à noção de progresso.
as dificuldades de articulação de tradições históricas plasmadas pela força da oralidade com sociedades marcadas pela hegemonia da escrita.
A respeito da historiografia brasileira, assinale a opção correta.
A historiografia brasileira foi e é marcada por forte centralidade regional dos centros produtores de conhecimento.
Há uma acumulação de pesquisas, comparáveis às escolas historiográficas européias, dedicadas à investigação da medievalidade ocidental.
Entre as diferentes correntes e linhagens historiográficas, reside uma ativa e consistente reflexão histórica acerca da dimensão histórica da inserção internacional do Brasil.
A escravidão, elo essencial à formação histórica do Brasil, recebeu e ainda recebe tratamento periférico na produção historiográfica nacional.
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