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O transtorno depressivo unipolar apresenta diferentes características clínicas em seu diagnóstico, curso clínico e tratamento. Tendo isso em vista, é correto afirmar que
a intensidade dos sintomas clínicos determinará a gravidade do quadro, sendo mais severo em casos que predominem os sintomas psicóticos, ideação ou tentativa de suicídio e a refratariedade aos tratamentos anteriores.
o tratamento clínico de primeira escolha é a psicanálise tradicional, mesmo em casos mais graves, sendo, nesses casos, necessário estabelecer o número máximo de sessões semanais.
não se faz necessária a exclusão de condições médicas gerais ou se descarta o uso de substâncias psicoativas, pois nenhuma dessas condições cursará com sintomas de depressão.
são necessários pelo menos três sintomas pelo período de duas semanas para que se confirme seu diagnóstico, podendo ser humor deprimido, perda de interesse ou prazer, perda ou ganho de peso, insônia ou hipersonia, fadiga, sentimento de culpa ou inutilidade, diminuição da capacidade de concentração e pensamento recorrente de morte.
o tratamento exclusivo é o psicofarmacológico, uma vez que se trata de uma patologia com clara determinação orgânica, não havendo relação direta ou indireta com condições psicológicas ou alterações cognitivas.
Com relação à psiquiatria clínica é correto afirmar:
É uma área da ciência humana, com preceitos bem estabelecidos de um constructo teórico para uma abordagem humanística do ser humano em toda a sua essência de vida.
Não existe a associação entre os transtornos psiquiátricos e áreas do conhecimento como a genética, a biologia molecular, a cronobiologia, a medicina interna ou a medicina do sono.
No momento, ainda são escassos os recursos terapêuticos, bem como o conhecimento na área da psiquiatria, reduzindo-se apenas a medidas paliativas, que visam minimizar o sofrimento proporcionado pela doença mental.
É uma especialidade médica que utiliza de conhecimentos das neurociências, psicofarmacologia, sociologia, teorias da personalidade e outras áreas do conhecimento humano, com o intuito de compreender, diagnosticar e tratar as doenças mentais, possibilitando remissão dos sintomas, melhora clínica e reabilitação nas diversas áreas da vida do indivíduo.
Abordagens psicofarmacológicas devem ser preferidas em relação ao tratamento psicoterápico, pois não há qualquer evidência científica de melhora clínica de vários transtornos mentais com essa modalidade terapêutica.
Com relação aos transtornos de ajustamento é correto afirmar:
Podem ser divididos em reação depressiva breve (não excedendo a um mês o estado depressivo), reação depressiva prolongada (ocorre em resposta a uma situação estressante prolongada, mas não excedendo a dois anos), reação mista de ansiedade e depressão e com perturbação predominante de outras emoções. Essas condições serão acrescidas de um quinto caractere em sua classificação, segundo o CID-10.
Estados de angústia e perturbação emocional, usualmente interferindo no desempenho social, podem ocorrer, mas não guardam relação com um período de adaptação a mudanças ou a eventos estressantes. São condições que surgem unicamente por condições internas do indivíduo.
Ainda não são considerados uma condição diagnóstica. Estudos para o desenvolvimento do DSM-V e CID-11 estão sendo realizados tendo em vista a possibilidade de inclusão futura.
São quadros de resolução rápida, mesmo com a manutenção do estressor que provocou o desencadeamento dos sintomas, e nunca evoluem para um transtorno mental mais grave, como um episódio depressivo maior.
Não há nenhuma abordagem terapêutica (medicamentosa ou psicoterápica) a ser realizada nesses quadros.
No que refere aos transtornos emocionais e de comportamento com início usualmente na infância e na adolescência, segundo o CID-10, é correto afirmar:
Na ansiedade de separação há uma preocupação real sobre um possível dano acontecendo com as figuras de importante vinculação à criança. Entretanto, essa condição não gera sofrimento ou prejuízo.
O mutismo seletivo é uma condição caracterizada por uma seletividade marcante e emocionalmente determinada na fala, tal que a criança demonstra sua competência de linguagem em algumas situações, mas falha em outras. A criança possui nível normal de compreensão da linguagem e capacidade de se comunicar, falando normalmente em algumas situações e não em outras.
O transtorno desafiador de oposição é um tipo de transtorno de conduta definido pela presença de comportamento marcadamente desafiador, desobediente e provocativo, e pela ausência de atos antissociais ou agressivos mais graves, ocorrendo em adolescentes mais velhos.
Os transtornos hipercinéticos constituem um grupo de transtornos caracterizado por início tardio e uma combinação de comportamento hiperativo/impulsivo, associado a quadro de desatenção. Esse quadro não costuma levar a criança a apresentar propensão a acidentes, problemas disciplinares e insucessos escolares.
O transtorno de tiques vocais e motores múltiplos combinados, também chamado de Síndrome de Gilles de la Tourette, normalmente se inicia na vida adulta (acima dos 30 anos) e é constituído por múltiplos tiques motores (os primeiros a aparecer), seguido pelo desenvolvimento de tiques vocais (fônicos).
É correto afirmar:
Segundo o DSM-IV, os transtornos de personalidade de espectro têm ligações fenomenológicas e biogenéticas conhecidas como as psicoses e os transtornos de humor do Eixo I, sendo o seu principal representante o Transtorno Borderline.
Os transtornos de traço são os transtornos de personalidade que existem em um espectro com a normalidade. A personalidade pode ser considerada perturbada não com base em uma disfunção psicológica severa, mas devido a um desajuste social.
O transtorno de personalidade passivo-agressivo, segundo o CID-10, caracteriza-se por um padrão invasivo de resistência passiva às exigências de desempenho adequado em situações sociais e ocupacionais, e por uma atitude negativista.
São exemplos de transtorno de self: o transtorno de personalidade antissocial e histriônica, o transtorno de traço e o transtorno de personalidade esquizotípica.
O transtorno de personalidade esquizotípica no CID-10 é caracterizado por um padrão invasivo de déficits sociais e interpessoais, marcado por desconforto agudo e capacidade reduzida para relacionamentos íntimos.
São critérios diagnósticos para o quadro de Delirium devido à condição médica geral, segundo o DSM-IV, os seguintes itens, EXCETO
Perturbação da consciência (ou seja, acuidade reduzida da consciência em relação ao ambiente) com redução da capacidade de direcionar, manter ou deslocar a atenção.
Alteração na cognição (como déficit de memória, desorientação e perturbação da linguagem) ou desenvolvimento de uma perturbação da percepção que não é mais bem explicada por uma demência pré-existente, estabelecida ou em evolução.
Estabelecimento do quadro após o uso de medicação ou de substância psicoativa, de forma abrupta, sem titulação prévia.
Perturbação desenvolvida ao longo de um curto período de tempo (em geral de horas a dias) com tendência a flutuações no decorrer do dia.
Evidências, a partir da história, exame físico ou achados laboratoriais, de que a perturbação é causada por consequências fisiológicas diretas da condição médica geral.
Com relação às emergências psiquiátricas é correto afirmar:
O suicídio não constitui uma emergência em si, uma vez que o paciente na verdade não apresenta real intenção de morrer, principalmente utilizando-se de medidas de características histriônicas.
Em casos de intoxicação exógena com clara intenção de suicídio, é fundamental que o psiquiatra avalie o paciente nas primeiras horas de entrada no hospital, mesmo que seu grau de consciência não esteja totalmente recuperado, pois o paciente poderá omitir a intenção de cometer suicídio com o passar dos dias.
O quadro de agitação psicomotora deve ser tratado com altas doses de diazepam endovenoso, associado à clorpromazina e prometazina, independentemente da etiologia do quadro de agitação.
A síndrome de abstinência alcoólica não se constitui num quadro de emergência, podendo ser atendida em regime ambulatorial especializado em dependência química.
Ao primeiro episódio de surto psicótico, é fundamental se descartar a existência de condições médicas gerais e o uso de substâncias psicoativas que possam justificar o quadro psiquiátrico.
Considere as seguintes afirmações:
I. O estágio do desenvolvimento psicossexual definido como "fase anal", por Freud, corresponde ao período de maturação do controle neuromuscular sobre os esfíncteres, principalmente os anais. É o período de luta por independência e superação da dependência dos pais e se associa à necessidade de estabelecer controle sobre si e o ambiente.
II. Os principais mecanismos de defesa histérica são a conversão, a repressão, a somatização e a dissociação. Já as defesas de características psicóticas são a negação, a distorção e a projeção e as de características neuróticas são a repressão, isolamento, anulação, deslocamento e formação reativa.
III. O grupo constituído por defesas mais adaptadas como sublimação, identificação, altruísmo, e outros, possibilita que o indivíduo consiga, frente aos múltiplos eventos e situações de vida, modificá-las de forma mais adequada, conseguindo atingir metas de crescimento e aprendizado.
Está correto o que se afirma em
III, apenas.
II, apenas.
I e III, apenas.
I e II, apenas.
I, II e III.
Segundo o DSM-IV, sobre os transtornos somatoformes, dissociativos e factícios, é correto afirmar:
No transtorno somatoforme indiferenciado, o paciente apresenta uma ou mais queixas somáticas por mais de seis meses, causando sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo funcional, não podendo ser explicados por outro transtorno mental e não sendo intencionalmente produzido.
A amnésia dissociativa é caracterizada por uma súbita perda da identidade pessoal e da memória de toda a vida pregressa, com a adoção de uma nova identidade, podendo o doente viajar para longe de casa e assumir nova residência, profissão e vida.
O transtorno factício concentra-se em sentimentos de mal-estar e aversão do paciente em relação a algum aspecto do seu corpo.
O transtorno dismórfico corporal é caracterizado pelo medo de desenvolver uma doença séria ou pela crença de ser portador de uma doença grave.
Os transtornos dissociativos constituem um grupo de condições psicopatológicas nas quais ocorre a produção ou simulação intencional de sinais ou sintomas físicos ou psicológicos, podendo ser subdivididos em sinais e sintomas predominantemente psicológicos ou físicos, ou combinados.
Com relação à esquizofrenia e aos transtornos psicóticos, é INCORRETO afirmar:
Afetam em torno de 1% da população e manifestam-se, no início, nos primeiros anos da vida adulta.
São patologias mentais consideradas graves, com alto comprometimento cognitivo e incapacitante, que geram grandes prejuízos econômicos, sociais e emocionais, tanto para o paciente como para a família.
Segundo o DSM-IV, os sinais de perturbação psíquica (alucinações, delírios e discurso ou comportamento desorganizado ou catatonia) devem durar pelo menos 6 meses, com pelo menos 1 mês de sintomas proeminentes (ou menos se tratados com sucesso).
Não existe clara relação entre a esquizofrenia e herdabilidade genética, mas novos trabalhos nessa área poderão modificar essa afirmação no futuro.
O tratamento clínico envolve o uso de medicações antipsicóticas, além de um trabalho de reabilitação cognitiva, terapia ocupacional e terapia familiar.
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