Questões sobre Regulador

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Estatísticas do DATASUS mostraram, em uma publicação, que a mortalidade após cirurgia cardiovascular de pacientes operados em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) estava em torno de 8%. O estudo comparou esses dados com os do banco de dados da Sociedade de Cirurgiões Torácicos dos EUA (STS – The Society for Thoracic Surgeons) e com os Registros de Cirurgia Cardíaca do Reino Unido (UK Cardiac Surgical Register), que estariam em torno de 4%. Diante do exposto, assinale a opção que justifica a disparidade entre esses índices.

  • A.

    Esses dados não podem ser interpretados sem o conhecimento detalhado da casuística do cirurgião ou da instituição, pois provavelmente não refletem a realidade brasileira.

  • B.

    Não há evidências de que fatores socioeconômicos afetem os resultados de tratamento de doenças cardiovasculares. Não há estudos que apontem correlação entre o produto interno bruto do país, renda per capita e a mortalidade observada nesses pacientes.

  • C.

    Com a dificuldade de acesso para atendimento primário à saúde em diversas regiões do país, muitos pacientes com doenças cardíacas que necessitam de cirurgia têm diagnóstico feito numa fase tardia, bastante grave da doença, o que vai repercutir no aumento da mortalidade pós-operatória.

  • D.

    O índice brasileiro reflete a formação do cirurgião cardiovascular no país, que recebe, comparativamente, treinamento por tempo inferior ao de cirurgiões cardiovasculares americanos e europeus.

  • E.

    A taxa de mortalidade após cirurgia cardiovascular em pacientes operados em hospitais do SUS está relacionada à habilidade operatória dos cirurgiões brasileiros, que não têm experiência com pacientes mais graves.

A solicitação de exames laboratoriais, eletrocardiograma (ECG) e radiografia (RX) de tórax na avaliação pré-operatória de pacientes em programação de procedimentos cirúrgicos é uma prática clínica comum e rotineira. Com relação a essa solicitação, é correto afirmar que

  • A.

    estudos clínicos randomizados recentes mostram que em pacientes com risco clínico baixo e intermediário a intervenção cirúrgica de baixa complexidade poderia ser realizada sem a necessidade de tais exames pré-operatórios.

  • B.

    a indicação de exames pré-operatórios deve seguir rigorosamente os protocolos clínicos definidos para o tipo e o porte da cirurgia proposta.

  • C.

    essa prática está associada a um alto custo econômico para o sistema de saúde.

  • D.

    deve ser recomendada para todos os pacientes cirúrgicos independentemente da idade, do tipo de procedimento e do porte cirúrgico, mesmo em indivíduos assintomáticos e saudáveis.

  • E.

    há evidências de que o uso rotineiro de exames pré-operatórios esteja relacionado à redução ou à predição de complicações perioperatórias.

Maria, com cinquenta e quatro anos de idade, reanimada corretamente após sofrer um infarto agudo do miocárdio seguido de parada cardiorrespiratória, encontra-se internada no boxe de emergência de um hospital terciário. No segundo dia de internação, a paciente apresentou hemorragia digestiva alta e foi submetida a exame de endoscopia, que evidenciou úlcera em duodeno com fundo hematínico (Forrest IIC). A paciente foi, ainda, avaliada por anestesista, que a classificou em ASA VI, segundo classificação da American Society of Anesthesiologists.

Considerando esse caso clínico, assinale a opção correta.

  • A.

    Deve-se proceder à avaliação clínica da paciente para que se decida se a melhor opção terapêutica é o tratamento endoscópico ou cirúrgico.

  • B.

    Dada a gravidade do estado de saúde de Maria, evidenciada pela classificação anestésica, devem-se adotar tratamento conservador e conduta expectante.

  • C.

    Suponha que haja outro paciente, com cinquenta e dois anos de idade, internado no boxe de emergência do hospital, que ele esteja consciente e que sua pressão arterial seja 90 mmHg × 60 mm Hg. Suponha, ainda, que ele apresente hemocromatose e varizes de esôfago com sangramento ativo e que sua classificação anestésica seja ASA III. Nessa situação, Maria tem prioridade no atendimento em relação a esse paciente.

  • D.

    A paciente deve ser transferida para uma unidade coronariana e ser monitorada 24 horas, a fim de que se controlem os parâmetros hemodinâmicos e se corrija o quadro de hipovolemia.

  • E.

    A conduta médica mais adequada para esse caso clínico é o tratamento cirúrgico da úlcera em unidade hospitalar que conte com unidade de tratamento intensivo de apoio.

Em relação aos serviços e procedimentos endoscópicos, assinale a opção correta.

  • A.

    As cirurgias endoscópicas devem ser realizadas em centro cirúrgico, não sendo permitida sua realização em serviços de endoscopia.

  • B.

    Os serviços de endoscopia considerados de tipo I pelo Ministério da Saúde podem realizar endoscopia com sedação.

  • C.

    Em situações que impliquem risco de vida, a transferência do paciente para um serviço de saúde de atendimento a urgências deve ser feita obrigatoriamente pelo médico que tenha realizado a endoscopia.

  • D.

    Por meio de endoscopia digestiva alta, realizam-se comumente procedimentos como tratamento de pacientes com gastrostomia endoscópica, úlcera sangrante, dilatação de estenoses, diverticulectomia e polipectomia.

  • E.

    A seleção de pacientes segundo critérios como idade, gravidade e comorbidade é indispensável para a organização do atendimento ao público em serviços de endoscopia.

Com relação aos procedimentos de auditoria, assinale a opção correta.

  • A.

    O comunicado de auditoria equivale ao registro permanente do trabalho efetuado pelo auditor, bem como dos fatos e das informações por ele obtidas na auditoria realizada.

  • B.

    A fase operativa da auditoria consiste na verificação in loco das ações, com exame direto dos fatos e das situações, com o objetivo de sistematizar procedimentos.

  • C.

    Não cabe ao médico auditor verificar a autenticidade dos documentos durante a fase de análise da documentação.

  • D.

    A estrutura física e funcional da unidade de saúde não é objeto de análise da auditoria.

  • E.

    O órgão de auditoria não deve comunicar oficialmente ao gestor de unidade de saúde a ser auditada que ela será objeto de auditoria.

O médico auditor deve

  • A.

    avaliar os elementos componentes dos processos da instituição, do serviço ou do sistema auditado, com vistas à melhoria dos procedimentos, por meio da detecção de desvios dos padrões estabelecidos.

  • B.

    ajustar a oferta assistencial disponível às necessidades imediatas do cidadão, de forma equânime, ordenada, oportuna e racional.

  • C.

    organizar e garantir o acesso dos usuários às ações e aos serviços do SUS em tempo oportuno.

  • D.

    oferecer a melhor alternativa assistencial disponível às demandas dos usuários, considerada a disponibilidade assistencial do momento.

  • E.

    determinar correções nos serviços considerados insatisfatórios pelos usuários.

Considerando-se que, nos protocolos de regulação, descrevem-se níveis de prioridade para o encaminhamento de pacientes a consultas e exames especializados de média e alta complexidade, é correto afirmar que

  • A.

    o registro de encaminhamento dos pacientes nos casos em que a demora no agendamento possa alterar a conduta a ser seguida, ou dificultar o acesso a outros procedimentos, como a realização de cirurgias, obtenção de medicamento de alto custo e perícia, deve ser endossado pelo diretor da unidade de saúde.

  • B.

    os pacientes classificados em prioridade 1, ou vermelho, devem ser encaminhados imediatamente para atendimento especializado.

  • C.

    o registro da justificativa clínica e da hipótese diagnóstica para o encaminhamento de pacientes classificados em prioridade 1, ou vermelho, é prescindível, dada a gravidade clínica desses pacientes.

  • D.

    os pacientes classificados como de rotina devem seguir rigorosamente a ordem cronológica de entrada na lista de espera da unidade de saúde.

  • E.

    os pacientes classificados em prioridade 2, ou amarelo, devem ser encaminhados exclusivamente pelo médico assistente ao atendimento especializado.

Acerca dos autoanticorpos encontrados nas doenças do tecido conjuntivo, assinale a opção correta.

  • A.

    Mais de 50% dos pacientes com dermatomiosite e polimiosite têm anticorpos antissintetase presentes.

  • B.

    Anticorpos contra a ribonucleoproteína (RNP) estão presentes no lúpus eritematoso sistêmico (LES), na doença mista do tecido conjuntivo e na esclerodermia.

  • C.

    O anticorpo anti- Jo-1 é o melhor teste diagnóstico para a doença mista do tecido conjuntivo.

  • D.

    O anticorpo antinuclear é positivo em 25 a 50 % dos pacientes com artrite reumatoide, e o padrão mais comumente encontrado é o salpicado.

  • E.

    O anticorpo anti-CCP e o fator reumatoide, quando solicitados em conjunto, aumentam a sensibilidade e a especificidade do diagnóstico de artrite reumatoide. Normalmente a sensibilidade dessa associação é de 90% na apresentação da doença e de 50% em seu seguimento.

Com referência a litíase renal, assinale a opção correta.

  • A.

    Cálculos compostos por ácido úrico são menos frequentes que cálculos compostos por oxalato de cálcio.

  • B.

    O exame de raio X simples de abdome é inespecífico e não é de grande utilidade nas emergências, pois só é capaz de identificar calcificações maiores que 8 a 10 mm, e desde que não haja sobreposição de gases, resíduos e estruturas ósseas.

  • C.

    Aproximadamente 80% dos cálculos presentes em pacientes com urolitíase são compostos principalmente de fosfato de cálcio.

  • D.

    A formação de cálculos de cálcio é significativamente aumentada na presença de hipercitratúria.

  • E.

    Em relação ao pH urinário, sabe-se que uma urina ácida favorece a formação de cálculos de ácido úrico, enquanto uma urina mais alcalina favorece os cálculos de oxalato de cálcio. Os cálculos de fosfato de cálcio independem do pH urinário.

Com relação a glomerulonefrites, assinale a opção correta.

  • A.

    Entre as doenças glomerulares, a glomerulonefrite membranoproliferativa é a que mais evolui para insuficiência renal crônica.

  • B.

    A glomerulonefrite de padrão nefrótico é caracterizada por proteinúria, que é geralmente superior a 3,5 g/dia e lipidúria.

  • C.

    A maioria dos casos de glomerulonefrite membranosa em adultos é de origem pós-infecciosa.

  • D.

    A diferenciação entre as glomerulonefrites e as nefrites tubulointersticiais é feita pela perda proteica, que é comum nas glomerulonefrites, mas que não acontece nas nefrites tubulointersticiais.

  • E.

    A glomeruloesclerose focal e segmentar geralmente apresenta-se com hipoalbuminemia e edema.

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