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Considere as afirmativas a seguir.
I. A onça caiu da árvore em consequência de ter ficado seriamente enferma.
II. A onça não podia caçar, todavia, padecia de fome.
III. O jabuti não viu rastro sainte, portanto desconfiou.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
A flor e a náusea
Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações
e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas
sem ênfase.
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do
tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas
da tarde e lentamente passo a mão nessa forma
insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar,
galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo
e o ódio.
ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. São Paulo: Círculo do Livro, 1987. p. 13-14.
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder à questão que a ele se refere.
Disponível em: https://vidasimples.co/colunistas/a-presenca-que-as-criancas-podem-nos-ensinar/.
Acesso em 15 fev. 2020.
Leia o texto 1 abaixo e responda às questão:
Texto 1
Neurocientista é alvo de mansplaining citando artigo que ela mesma escreveu
Enquanto palestrava, a especialista foi interrompida porhomem que sugeriu a leitura de um estudo sobre o assunto que ela mesma tinha escrito.
REDAÇÃO GALILEU
05 NOV2019 - 12H50 ATUALIZADO EM 05 NOV2019 - 19H20
A neurocientista Dra. Tasha Stanton contou no Twitter um episódio de machismo que sofreu durante a Conferência Australiana da Associação de Fisioterapia, que aconteceu no fim de outubro. Ela foi vítima de mansplaining com sua própria pesquisa científica.
Mansplaining é um termo em inglês usado para descrever o comportamento de alguns homens que assumem que uma mulher não conhece determinado assunto e insiste em explicá-lo, subestimando os conhecimentos da mulher.
O caso de Stanton é um exemplo de mansplaining: enquanto ela palestrava, um cientista homem a interrompeu no meio do discurso e sugeriu que ela lesse determinado artigo para "entender melhor" o assunto. O artigo que ele indicou, entretanto, tinha sido escrito pela própria palestrante.
"Espere aí por um segundo, amigo. Sou Stanton. Eu sou a autora do artigo que você acabou de mencionar", ela disse naquele momento da palestra. Ela e outros cientistas da conferência riram da situação, mas ela ficou desconfortável com o acontecido.
Fonte: https://revistagalileu.globo.com/
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