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Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item subsequente.
Os adjetivos maleáveis e carentes, na linha 21, referem-se a homens e mulheres (l.16).
O que é o ecoturismo?
O ecoturismo é o simples ato consciente durante todo o processo e realização de uma viagem, ou seja, é saber utilizar de forma mais sustentável uma atividade turística, cuidando e preservando de tal patrimônio natural e cultural. Tem como base uma maior conexão e interação com a natureza, aproveitando deste meio para explorar maiores aprendizados e conhecimento, sempre protegendo as áreas em que essas vivências acontecem.
A ideia central é despertar uma maior consciência sobre o turismo e sobre a relação do ser humano com a natureza, conduzindo assim, o visitante a se integrar mais profundamente com o meio ambiente e com a comunidade local.
Isso além de gerar experiências mais verdadeiras, harmoniosas e enriquecedoras para o turista, gera também um maior fortalecimento e valorização da comunidade e todo o seu bioma.
A prática do ecoturismo começa desde a escolha do seu local de viagem, a empresa com quem você irá viajar, o hotel em que vai se hospedar, a observação da proposta do roteiro, respeito com a cultura e diversidade local quando chegar, auto responsabilidade com o seu próprio lixo, assim como não recolher nada da natureza e respeitar a vida dos animais.
O ecoturismo é observar como você pode aproveitar da conexão com a natureza, sem gerar impacto no meio ambiente. Aliás, pelo contrário, muitas vezes são fomentadas ações de preservação junto às atividades turísticas.
Assim como os moradores dos locais visitados, que podem se beneficiar financeiramente do turismo ao invés de atividades exploratórias. Redação adaptada:
< Disponível https://freeway.tur.br/>Publicado em 26 de Fevereiro de 2020
População surda
A aquisição da língua oral pelos surdos não acontece naturalmente. A diminuição da percepção auditiva faz com que necessitem de atendimento diferenciado e suporte clínico sistematizado, caso queiram adquirir habilidades de comunicação lato sensu na modalidade oral. A abordagem oralista trabalha com a aprendizagem da fala para a função de emissão e o treino da leitura labial para a recepção da mensagem. Suas práticas reabilitadoras lidam com o fato de que nem todo surdo possui as competências necessárias para desempenhar esse processo com eficiência. Só 20% do conteúdo recebido pelo surdo pode ser assimilado pela leitura labial. Para não ficarem alijados dos processos comunicativos, os indivíduos surdos se comunicam de maneira peculiar, e muitos usam a língua de sinais para se expressar e compreender o contexto no qual se inserem.
A compreensão dos aspectos socioculturais da comunidade surda é possível quando analisados pela trajetória histórica da educação das pessoas surdas, que é marcada pela dualidade da comunicação. Alguns defendem o uso da língua oral; outros, o uso da língua de sinais; e há quem defenda o uso das duas línguas em sistemas bimodais ou em bilinguismo diglóssico.
As línguas de sinais são de modalidade visuoespacial, pois o sistema de signos compartilhados é recebido pelos olhos, e sua produção é realizada pelas mãos, no espaço. São reconhecidas como línguas pela linguística, que lhes atribui o conceito de línguas naturais e não as considera problema do surdo ou patologia da linguagem.
A língua utilizada pela população ouvinte é majoritariamente a língua dos pais, e sua modalidade é a oral. No caso do Brasil, a língua utilizada é o português, mas, para os surdos, a realidade é outra. Eles se comunicam pela língua de sinais e, por isso, são caracterizados como um grupo linguisticamente minoritário. A língua oral do seu país não se apresenta como um recurso que facilita seu intercâmbio com o mundo; pelo contrário, representa um obstáculo que o surdo precisa transpor para se relacionar socialmente de forma efetiva. Vale a pena ressaltar que, no Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) só foi reconhecida como meio de comunicação e expressão da comunidade surda pela Lei Federal nº 10.436, de 24 de abril de 2002.
Adaptado. Soraya B. R. Duarte et al. v.20, n.2, abr.-jun. 2013, p.653-673 v.20, n.4, out.-dez. 2013, p.1713-1734. História, Ciências, Saúde. Manguinhos, Rio de Janeiro. Disponível em: https://bit.ly/34lLvij.
Leia o texto 'População surda e muda' e, em seguida, analise as afirmativas a seguir:
I. O texto leva o leitor a entender que as línguas de sinais ainda não são reconhecidas como línguas pela linguística, que lhes atribui o conceito de línguas sintéticas e as considera problema do surdo ou patologia da linguagem.
II. De acordo com as informações do texto, pode-se inferir que as línguas de sinais são de modalidade visuoespacial, pois o sistema de signos compartilhados é recebido pelos olhos, e sua produção é realizada pelas mãos, no espaço.
Marque a alternativa CORRETA:
Exploração sexual de crianças e adolescentes
Ainda é comum, na sociedade brasileira, culpabilizar as crianças e os adolescentes explorados sexualmente, desconsiderando a responsabilidade daqueles que os procuram para contato sexual mediante pagamento, vantagem ou troca. É importante destacar que a exploração sexual desses meninos e meninas não se trata de uma forma de trabalho, e sim de mercantilização da sexualidade deles, o que, na verdade, configura-se como uma das formas de violência sexual.
Ainda sobre este tema, há outras questões que carecem de cuidados, tais como: a pornografia infanto-juvenil e o tráfico de crianças e adolescentes, sendo a internet o principal meio de divulgação de imagens e material pornográfico, como também de cooptação ou aliciamento de vítimas. Portanto, é importante estar atento às campanhas educativas voltadas à orientação aos pais, aos responsáveis e ao público infantojuvenil quanto ao uso seguro de mídia social.
A simples posse de imagens, fotos ou vídeos com conteúdo pornográfico infantil, mesmo que se destinem à satisfação pessoal, é crime. Outro foco de atenção é o turismo com motivação sexual. No Brasil, ele ocorre especialmente em período de férias e eventos festivos. Em geral, esse tipo de crime conta com o incentivo de alguns donos de hotéis, bares, agências de viagens e taxistas.
É importante entender que a pobreza é um aspecto propiciador da exploração sexual, mas não é uma questão determinante. É considerada, assim, um fator de risco.
Outros fatores de ordem social e cultural também se relacionam à exploração sexual de menores. Há, por exemplo, muitos casos decorrentes de sustentação do uso de drogas, busca de acesso a artigos de consumo e reiteradas vivências de violência doméstica em casa.
Uma das graves consequências da exploração sexual contínua é a evasão escolar. Nesse sentido, as escolas têm papel importante como agentes de proteção, evitando a exclusão e o preconceito e atuando na prevenção, a partir da articulação do tema da sexualidade em todas as etapas escolares e da criação de espaços pedagógicos válidos para conectar informações sobre respeito, desenvolvimento saudável e sexualidade infanto-juvenil.
Destaca-se, nesse contexto, o valioso papel dos educadores e da comunidade escolar na identificação desses crimes e na denúncia às instituições protetivas, na tentativa de reduzir danos.
Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes: identificação e enfrentamento. Ministério Público do Distrito Federal e Territórios MPDFT (setembro de 2015). Disponível em: https://bit.ly/3p2gatn. Com adaptações.
Leia o texto 'Exploração sexual de crianças e adolescentes' e, em seguida, analise as afirmativas a seguir:
I. Uma das ideias presentes no texto é a de que alguns fatores de ordem social e cultural também se relacionam à exploração sexual de menores. Há, por exemplo, muitos casos decorrentes de sustentação do uso de drogas, busca de acesso a artigos de consumo e reiteradas vivências de violência doméstica em casa, afirma o texto.
II. O texto leva o leitor a entender que a pornografia infantojuvenil e o tráfico de crianças e adolescentes, sendo a internet o principal meio de divulgação de imagens e material pornográfico, como também de cooptação ou aliciamento de vítimas, são questões importantes no contexto da exploração sexual de crianças e adolescentes.
Marque a alternativa CORRETA:
LUFADA DE ÉTICA NA CORTE
Certa vez presenciei uma divertida conversa entre o senador Darcy Ribeiro, recém-chegado ao Senado, e o então deputado constituinte Florestan Fernandes.
Darcy dizia em tom de brincadeira a Florestan que na eleição seguinte ele devia deixar a câmara baixa (Câmara dos Deputados) e se candidatar à câmara alta (Senado Federal).
Venha pra cá, Florestan! Isso aqui é um pedaço da corte! No Brasil, o lugar mais próximo do céu é o Senado da República. Aqui a gente tem tudo que quer. Basta desejar alguma coisa que aparece um funcionário para lhe servir. Os dois estavam impressionados com os ares monárquicos da Praça dos Três Poderes.
O professor Florestan dizia que, apesar de tudo, um dos pontos mais interessantes para se observar o Brasil era o Congresso Nacional e que no Plenário chegavam fragmentos políticos, sociais e culturais do país trazidos por cada parlamentar.
Disciplinado, cumpria rigorosamente os horários das sessões. Sentava-se na mesma cadeira e prestava atenção nos discursos de cada um com o devido respeito, apesar da grande maioria das intervenções serem de baixíssimo nível. Às vezes pedia aparte e debatia os assuntos com a erudição do cientista social que era, cumprindo sua função parlamentar. O burburinho do Plenário abrandava para ouvir o mestre.
Ao mesmo tempo era um homem despojado, almoçava todos os dias no restaurante dos funcionários. Não costumava ir ao mais frequentado pelos parlamentares.
Ele era tão cuidadoso com a própria conduta que certo dia, em São Paulo, passou mal em casa à noite, chamou um táxi e foi para o hospital do servidor. Dona Myriam, mulher dele, preocupada, ligou para Florestan Fernandes Júnior, que estava na TV e pediu para que ele fosse ao hospital acompanhar o pai.
Quando o filho chegou, o professor Florestan estava numa fila enorme para ser atendido. Ele sofria de hepatite C, doença que havia se agravado e lhe causava crises muito fortes.
Florestan Júnior perguntou por que ele, como deputado, não procurou o hospital Albert Einstein, o Sírio Libanês, ou outro que pudesse atendê-lo com rapidez e em melhores condições. Ele respondeu que era servidor público e que aquele era o hospital que teria que cuidar dele.
Perguntou também por que ele estava na fila, em vez de procurar diretamente o atendimento de emergência. Ele disse que estava na fila porque tinha fila e que todas as pessoas estavam ali em situação semelhante à dele, com algum problema de saúde, e que ele não tinha direito de ser atendido na frente de ninguém.
Percebendo a gravidade da situação, o filho foi ao plantonista. O professor Florestan só saiu da fila depois que o médico insistiu para que ele entrasse, deitasse numa maca e fosse medicado.
Na parede onde a maca estava encostada havia um quadro de avisos. Enquanto tomava soro na veia, olhando ao redor, viu afixado no canto do quadro um recorte de jornal amarelado pelo tempo.
Apontou o dedo e disse ao filho:
Olha, é um artigo meu, publicado no jornal Folha de S. Paulo. Nesse eu defendo a saúde pública.
Como nos meses seguintes as crises tornaram-se cada vez mais fortes e frequentes, os médicos que cuidavam dele decidiram fazer transplante do fígado.
Na época, Fernando Henrique Cardoso, seu ex-aluno na USP e amigo pessoal de muitos anos, era presidente da República e ficou sabendo que o professor Florestan faria a cirurgia.
Imediatamente ligou para ele, ofereceu traslado e a realização do transplante no melhor hospital de Cleveland, nos Estados Unidos. Florestan tinha alta comenda do país, a Ordem de Rio Branco, que lhe facultava certas prerrogativas.
Florestan agradeceu a gentileza de Fernando Henrique e disse que não poderia aceitar o privilégio. Que aceitaria se ele fizesse o mesmo com todos os brasileiros em situação mais grave do que a dele.
Em seguida ele fez o transplante em São Paulo e morreu no hospital por complicações pós-operatórias provocadas por erro humano.
Nesse momento de indigência moral e de decadência institucional do país, em que autoridades como magistrados, procuradores, parlamentares, ministros, o presidente da República, posam com exuberantes imposturas, usam e abusam dos cargos e funções públicas que ocupam para tirar proveitos próprios, lembrar de homens públicos e intelectuais de grandeza ética como o professor Florestan Fernandes e o professor Darcy Ribeiro talvez ajude a arejar o ambiente degradado da sociedade brasileira pelo golpe de Estado.
(CERQUEIRA, Laurez. Lufada de ética na corte. 2018. Disponível em: http://bit.ly/32n1YiU)
Com base no texto 'LUFADA DE ÉTICA NA CORTE', leia as afirmativas a seguir:
I. O principal preceito evidenciado no texto é o de que nenhum cidadão deve usar e abusar dos cargos e funções públicas que ocupa para tirar proveitos próprios.
II. Apesar de ter alta comenda do país, a Ordem de Rio Branco, que lhe facultava certas prerrogativas, o professor e deputado recusou a oferta de traslado e realização do transplante de fígado no melhor hospital de Cleveland, nos Estados Unidos.
Marque a alternativa CORRETA:
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