Questões de Serviço Social do ano 2015

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Na análise de vários autores, foi durante os anos 1990 que a política de assistência ganhou novos contornos no Brasil. Mesmo adquirindo o status de direito social e estando circunscrita na Seguridade Social, uma de suas novas características é:

  • A. a afirmação do caráter unicamente estatal da política de assistência e sua vinculação com a Seguridade Social;
  • B. a criação de uma rede de filantropia pública secundária para dar suporte ao aparato estatal;
  • C. os critérios de acesso estreitaram-se, limitando-se a situações de extrema pobreza;
  • D. a noção de direito social expandiu-se, passando a abarcar uma perspectiva verdadeiramente universalizante;
  • E. o reconhecimento do assistente social como o único profissional responsável por essa política.

No que diz respeito ao afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar, um dos instrumentos que irá subsidiar a decisão deste afastamento é o Estudo Diagnóstico, que deve, dentre outros, contemplar os seguintes aspectos:

  • A. grau de risco e desproteção ao qual a criança ou adolescente está exposto se não for afastado do ambiente familiar; e história familiar e se há padrões transgeracionais de relacionamento com violação de direitos;
  • B. se o afastamento do adulto envolvido na situação que está provocando a necessidade da retirada da criança ou adolescente do convívio familiar resolverá a questão; e se esta criança ou adolescente é responsável pelo cuidado de outro familiar;
  • C. recursos financeiros disponíveis na família de origem; e permanência da criança ou do adolescente em local o mais próximo possível de sua residência, a fim de manter amigos e escola;
  • D. mapeamento da rede socioassistencial próxima à residência desta criança ou adolescente; e entrevista com a direção da escola que esta criança ou adolescente frequentava a fim de saber se não provocou outras situações difíceis;
  • E. se a família depende desta criança ou adolescente para receber algum tipo de benefício socioassistencial; e escutar os vizinhos sobre a ocorrência de maus tratos ou algum tipo de abuso.

O Serviço Social de uma instituição pública dividiu suas ações em três eixos: plantão, visita e acompanhamento social. Os assistentes sociais que trabalham no plantão recebem os usuários, promovem o atendimento inicial, fazem uma entrevista social e o mapeamento das demandas dos usuários. É durante o atendimento inicial que os assistentes sociais orientam os usuários em relação aos serviços prestados pela instituição e os benefícios que poderão acessar de acordo com os seus direitos. Caso o assistente social do plantão identifique a necessidade de aprofundamento sobre as questões trazidas pelo usuário no atendimento inicial, fará uma solicitação de visita domiciliar para a equipe destinada a esse fim. Após a realização da visita domiciliar, a equipe desse setor elaborará um relatório e, caso necessário, o usuário será atendido pela equipe de acompanhamento social. Durante a realização das visitas domiciliares, cabe ao assistente social:

  • A. conhecer as condições em que vivem os sujeitos e apreender aspectos do cotidiano das suas relações, aspectos esses que geralmente escapam à entrevista social realizada no atendimento inicial;
  • B. conhecer as condições em que vivem os sujeitos por meio da aferição da veracidade das informações fornecidas durante a entrevista social realizada no atendimento inicial;
  • C. elaborar o perfil socioeconômico da família ou usuário visitado e sua comunidade de referência a fim de verificar se há respaldo para a cessão do benefício;
  • D. conhecer o cotidiano do usuário, observando as condições de sua moradia como o número de cômodos e a quantidade e variedade de aparelhos na residência;
  • E. estabelecer parâmetros para a viabilização, ou não, de benefícios e/ou serviços sociais pleiteados pelos usuários a partir de critérios pré-determinados.

Em um hospital, o Serviço Social é contatado pela equipe de enfermagem, que informa que a mãe de uma das crianças internadas não comparece com a periodicidade necessária para as visitas, e muito menos acompanha a criança durante a noite, o que seria seu direito. Uma assistente social então convoca a mãe da criança para uma entrevista. Durante o atendimento, esta mãe informa que possui outro filho internado em outro hospital, e que por ter que se dividir entre duas instituições para poder ficar perto dos filhos, acabou perdendo o emprego. No momento, continua visitando ambas as crianças, mas priorizando o outro, cujo estado de saúde é mais grave e inspira maiores cuidados, e que nem sempre comparece às visitas por falta de dinheiro para a passagem. A assistente social então avisa à mãe da criança que fará uma denúncia junto ao Conselho Tutelar por entender que a criança está sendo negligenciada e é seu dever pedir que ela, após a alta, seja encaminhada a um abrigo ou a um lar substituto. Nesse caso, o encaminhamento adotado pela assistente social:

  • A. representa a solução que a mãe da criança não estava conseguindo tomar, pois estava exausta e não conseguia saber direito como proceder para atender aos seus dois filhos em uma situação de vulnerabilidade social e esgotamento físico e emocional;
  • B. vai ao encontro das Orientações Técnicas para os Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes e ECA, cujas diretrizes e princípios, em primeiro lugar, buscam resguardar a integridade física e mental e os interesses da criança e do adolescente;
  • C. concorda com os princípios da legislação brasileira para Criança e Adolescente, pois a falta de recursos materiais por si só não constitui motivo suficiente para que uma mãe deixe de visitar seu filho, incidindo em prática de abandono e negligência a incapaz;
  • D. corrobora os ditames neoliberais, notadamente aqueles emanados para o Brasil pelo Consenso de Washington, que preconizam que os indivíduos devem ser responsabilizados por suas próprias escolhas, assim como a mãe, nesta situação, está fazendo, ao optar por um dos filhos;
  • E. vai de encontro ao preconizado no ECA e pelo CONANDA, pois a falta de recursos materiais por si só não constitui motivo suficiente para afastar a criança ou o adolescente do convívio familiar ou encaminhá-los para serviços de acolhimento.

Uma criança de quatro anos atendida numa clínica da família é encaminhada a um hospital infantil por um médico via SISREG (Sistema de Regulação de Vagas do SUS) para atendimento especializado. O médico solicita que sejam realizados avaliação social e encaminhamentos, além de exames e internação, por ter identificado um possível caso de violação de direitos da criança. O Serviço Social entra em contato com o médico que realizou o atendimento inicial de acolhimento, pois não identificou problemas na entrevista social. Este informa que suspeita de abuso sexual, mas não havia notificado aos órgãos protetivos de controle social, e, portanto, a cópia da ficha SINAN não havia chegado ao Serviço Social para os procedimentos devidos. A criança foi internada na unidade até avaliação do resultado dos exames clínicos, que diagnosticaram: sífilis, condiloma sexual anal e HIV.

Nesse caso, observa-se a necessidade de:

  • A. o Serviço Social preencher a ficha SINAN com a suspeita de abuso; o encaminhamento da notificação ao CREAS do território que abrangia a casa do menino para denúncia ao Conselho Tutelar; e a saída da criança da unidade junto a um familiar que assine um termo de compromisso para realização de exame de corpo de delito no IML;
  • B. a equipe médica notificar o caso ao IML para preencher a ficha SINAN; e proceder à notificação ao Conselho Tutelar e ao CREAS;
  • C. o Serviço Social notificar o caso ao Conselho Tutelar e proceder à imediata destituição do poder familiar; e o encaminhamento da criança para a rede socioassistencial de abrigamento;
  • D. o Serviço Social solicitar o preenchimento da ficha SINAN ao médico, com a sua suspeita; o encaminhamento da notificação ao Conselho Tutelar do território que abrangia a casa do menino para acompanhamento; e a saída da criança da unidade condicionada à presença de um conselheiro tutelar para realização do exame de corpo de delito no IML;
  • E. a equipe médica solicitar o preenchimento da ficha SINAN ao Serviço Social com a sua suspeita; o encaminhamento da notificação ao CREAS; e a destituição do poder familiar por violação do direito da criança.

Joana, assistente social recém-formada, foi contratada por uma Organização Não Governamental (ONG) para elaborar e executar um projeto social. O projeto tem como público-alvo pessoas com deficiência que realizam tratamento fisioterapêutico em uma instituição de reabilitação. O objetivo geral do projeto que Joana deve desenvolver é: “promover ações que contribuam para a melhora da qualidade de vida dos pacientes atendidos”. Joana, antes de iniciar o projeto, decide realizar uma pesquisa científica a fim de conhecer melhor a realidade social dos usuários que serão atendidos. Assim, ela elabora uma pesquisa de cunho qualitativo e utiliza como referência textos de Maria Cecília Minayo. Joana, seguindo as orientações da referida autora, divide o seu processo de trabalho científico em pesquisa qualitativa nas seguintes etapas:

  • A. observação participante, trabalho de campo e análise documental;
  • B. fase exploratória, trabalho de campo, análise e tratamento do material empírico e documental;
  • C. ordenação dos dados, classificação dos dados e análise;
  • D. fase exploratória, trabalho de campo, sistematização e cruzamento de dados e publicação;
  • E. observação, entrevista e sistematização.

A equipe de Serviço Social da Vara da Infância e da Juventude da Comarca da Capital executa um projeto social com os adolescentes que foram apreendidos em virtude da prática de atos infracionais. Esse projeto tem por objetivo contribuir para a redução do fenômeno da reincidência. Após um ano de execução, a equipe está elaborando instrumentos para avaliar o projeto. O número de adolescentes que voltaram a cometer atos infracionais é a base dessa avaliação.

 Ao analisar os efeitos que as ações e os procedimentos provocaram, tendo como parâmetro os objetivos do projeto, a equipe do Serviço Social realizará uma avaliação:

  • A. de processo;
  • B. de estrutura;
  • C. somativa;
  • D. de resultado;
  • E. participativa.

Uma unidade de atendimento socioeducativo de semiliberdade tem a seguinte composição em seu quadro técnico: 01 assistente social, 01 psicólogo e 01 pedagogo. O assistente social, visando elaborar o seu projeto de intervenção profissional, decide fazer uma pesquisa com os adolescentes da referida unidade como forma de aprofundar o seu conhecimento a respeito dos usuários dos serviços da instituição. Em seu projeto o assistente social opta pela modalidade de pesquisa que “trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores, das atitudes” (MINAYO, 2009, p.21).

A modalidade de pesquisa escolhida pelo assistente social é a pesquisa:

  • A. quantitativa;
  • B. bibliográfica;
  • C. qualitativa;
  • D. iconográfica;
  • E. descritiva.

No âmbito da formação profissional, a universidade, no contexto da sociedade capitalista contemporânea, também funciona como uma empresa, com sua divisão social do trabalho manual e intelectual e não está isenta, como as demais instituições, das determinações do mercado. Nos marcos da crise do capitalismo e das reformas neoliberais que incidem sobre as condições de vida da maioria da população, por um lado, e sobre a educação, de modo específico, a universidade também tem reproduzido objetivamente uma perda de conquistas históricas valiosas que implicam em uma negação de suas potencialidades emancipadoras. Segundo Marilena Chauí, nesse sentido, a universidade pode negar a si mesma. Assinale, entre as alternativas a seguir, a que descreve de forma INCORRETA uma das situações em que a universidade pode negar a si mesma, conforme contexto anterior.

  • A. Quando se omite em relação à desintegração do ensino de primeiro e segundo grau.
  • B. Quando aceita passivamente ser privatizada e formar somente o que o mercado determinar.
  • C. Quando não permite o direito democrático à informação, reproduzindo processos burocratizantes e relações de poder dentro e fora da universidade.
  • D. Quando não reproduz a fragmentação no campo do conhecimento e no trabalho intelectual, separando ensino de pesquisa, exigindo produtividade e não qualidade.

O período de 1970 a 1980 marca um momento importante no desenvolvimento do serviço social no Brasil, vincado especialmente pelo enfrentamento e pela denúncia do conservadorismo profissional. É neste processo de recusa e crítica do conservadorismo que se encontram as raízes de um projeto profissional novo, precisamente as bases do que se está denominando projeto ético‐político. Os projetos profissionais inscrevem‐se no marco dos projetos coletivos aqueles relacionados às profissões – especificamente as profissões que, reguladas juridicamente, supõem uma formação teórica e/ou técnico‐interventiva, em geral de nível acadêmico superior. Considerando o contexto anterior, assinale a alternativa que expressa de forma INCORRETA uma das características dos projetos profissionais supracitados.

  • A. São construídos por um sujeito coletivo; o respectivo corpo (ou categoria) profissional.
  • B. Os projetos profissionais têm dimensões políticas elimináveis, seja no sentido amplo (referido às suas relações com os projetos societários), seja em sentido estrito (referido às perspectivas particulares da profissão).
  • C. São estruturas dinâmicas, respondendo às alterações no sistema de necessidades sociais sobre o qual a profissão opera, às transformações econômicas, históricas e culturais, ao desenvolvimento teórico e prático da própria profissão, ademais, às mudanças na composição social do corpo profissional.
  • D. Apresentam a autoimagem de uma profissão, elegem os valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, práticos e institucionais) para o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e estabelecem as bases das suas relações com os usuários de seus serviços, com as outras profissões e com as organizações e instituições sociais privadas e públicas.
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