Questões de Serviço Social da Fundação Carlos Chagas (FCC)

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Na discussão conceitual sobre a avaliação de programas sociais deve-se levar em conta a questão dos aspectos teóricos subjacentes aos programas sociais que estão sendo executados. Para tanto, devem ser considerados:

I. O ambiente político no qual os programas se desenvolvem e as forças políticas que se contrapõem ou se aliançam para apoiar ou sabotar o programa.

II. O ideário econômico-financeiro que preside a determinação sobre a alocação do gasto público e as concepções sobre a maior ou menor necessidade de democratização do Estado.

III. A visão sobre os princípios da eficiência, efetividade e eficácia das ações governamentais na área social.

Está correto o que se afirma em

  • A. I, apenas.
  • B. I, II e III.
  • C. III, apenas.
  • D. I e II, apenas.
  • E. II, apenas.

O profissional que se apoia em um referencial teórico-metodológico a partir de uma perspectiva crítica, utiliza-se, em sua prática cotidiana, do instrumental:

  • A. Entrevista social como instrumento para coleta minuciosa de dados e enfatiza o aconselhamento e a orientação como estratégia da intervenção profissional.
  • B. Diagnóstico por meio de abordagem individual e o tratamento para o desenvolvimento das capacidades individuais e culturais, o que possibilita a integração e ajuste das pessoas a um contexto social.
  • C. Visita social domiciliar para monitorar o comportamento das famílias, como estratégia para que as mesmas assimilem os valores que são importantes para ultrapassar o patamar de família desestruturada e alcancem o patamar de família estruturada.
  • D. Relatório social para entender uma determinada realidade social, suas nuances e complexidades e permitir o desenvolvimento da intervenção social a partir das análises dos dados obtidos, assim como, de sua associação com leis sociais, programas e políticas e, especialmente, com perspectivas estratégicas de intervenção, baseadas sempre nos direitos sociais em curso.
  • E. Visita social domiciliar para aprofundar o conhecimento da realidade, desenvolvendo a análise dos impactos sociais que determinadas políticas sociais podem produzir na vida das famílias, com vistas à definição de estratégias para superação dos comportamentos inadequados de seus membros.

O assistente social conta com um projeto ético-político que direciona a sua ação profissional. Sobre o atual projeto, pode-se afirmar que

  • A. se trata de um projeto específico da categoria profissional e dessa forma, desconectado de projetos societários e da dinâmica de qualquer outro projeto coletivo.
  • B. emana da crítica radical da sociedade do capital, que produz e reproduz a miséria, ao mesmo tempo em que exibe também uma crítica aos movimentos sociais brasileiros que se utilizam da forma de ocupação de espaços públicos e/ou privados como modo de manifestação.
  • C. tem como parâmetro a sintonia com as tendências teórico-críticas do pensamento social que reafirma as posturas teóricas conservadoras, relacionadas ao pressuposto do desenvolvimentismo social.
  • D. valoriza o voluntarismo político-profissional em que a boa vontade e o ideal para transformar a realidade constituem-se como elementos fundamentais que fornecem o insumo necessário para o enfrentamento das mazelas sociais.
  • E. possui como valor ético central a liberdade concebida historicamente, como possibilidade de escolher entre alternativas concretas; daí um compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais.

A Assistência Social prevê a concessão de benefícios continuados que podem atender à situação de vulnerabilidade social identificada como

  • A. o nascimento, para atender preferencialmente: necessidades do bebê que vai nascer; apoio à mãe nos casos em que o bebê nasce morto ou morre logo após o nascimento; ou apoio à família no caso de morte da mãe.
  • B. os impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, da pessoa com deficiência de qualquer idade que comprove não ter meios para suprir sua subsistência ou de tê-la suprida por sua família, cuja renda per capita mensal é inferior a ¼ do salário mínimo.
  • C. a morte, para atender preferencialmente: despesas de urna funerária, velório e sepultamento; necessidades urgentes da família, advindas da morte de um de seus provedores ou membros; ou ressarcimento, no caso da ausência do benefício no momento necessário.
  • D. as contingências sociais, decorrentes de: falta de acesso a condições e meios para suprir a manutenção cotidiana do solicitante e de sua família, principalmente a de alimentação; e outras situações sociais que comprometam a sobrevivência.
  • E. a calamidade pública, para o atendimento das vítimas, de modo a garantir a sobrevivência e a reconstrução de sua autonomia, sendo essa reconhecida como situação anormal, advinda de baixas ou altas temperaturas, tempestades, enchentes, desabamentos, entre outras, causando sérios danos à comunidade afetada, inclusive à segurança ou à vida de seus integrantes.

A política de assistência social baseia-se em princípios éticos para o desenvolvimento de suas ações. Considera-se como princípio ético

  • A. a oferta pontual de uma rede de serviços constituída e integrada, com padrões de atendimento qualificados e pactuados, com planejamento, financiamento e avaliação.
  • B. a oferta de serviços, programas, projetos e benefícios públicos contributivos com qualidade e continuidade, que garantam a oportunidade de convívio para o fortalecimento de laços familiares e sociais.
  • C. a garantia do direito do usuário de receber dos órgãos públicos e prestadores de serviços as informações e documentos da assistência social, de interesse particular, ou coletivo, ou geral.
  • D. as informações do histórico de atendimentos aos usuários, devidamente registrados nos prontuários do Sistema Único de Assistência Social − SUAS que é de uso exclusivo desta política pública e não devem ser repassadas aos respectivos usuários.
  • E. o acesso à assistência social a quem dela necessitar, sob o princípio da universalização do atendimento, sem discriminação social de qualquer natureza e, sem estabelecer critérios de elegibilidade dos diferentes benefícios e as especificidades dos serviços, programas e p rojetos.

A proposta do desenvolvimento sustentável que deu nova direção ao debate socioambiental que vinha ocorrendo desde a década de 1970, aconteceu com a divulgação, em 1987, do relatório Nosso futuro comum, elaborado pela Comissão Brundtland (ONU 1988), discurso mundialmente dominante nas questões referentes ao desenvolvimento e meio ambiente. A perspectiva do desenvolvimento sustentável adotada parte da compreensão de que

  • A. a crise ambiental é mero efeito colateral do progresso e para superar o problema são suficientes os ajustes econômicos, tecnológicos, demográficos pontuais.
  • B. a matriz tecnológica do sistema de produção e consumo é o uso intensivo de recursos naturais, isto é, a matéria-prima e energia considerados como inesgotáveis, e é a partir da tecnologia que se pode desenvolver mecanismos eficazes que deem conta de evitar a crise ambiental.
  • C. o discurso ambiental é a representação de uma vertente ufanista que impede o desenvolvimento, configurando-se também como um obstáculo ao crescimento econômico, que na sua essência configura-se como a resposta para todos os problemas sociais.
  • D. os meios de controle demográfico constituem-se a principal resposta ao problema ambiental, partindo-se da teoria neomalthusiana que defende o controle de natalidade como proposição para enfrentamento da crise ambiental.
  • E. há integração numa mesma proposta de um conjunto de questões que envolvem desenvolvimento e degradação ambiental, problemas ambientais globais, população, tecnologia e energia, visão de futuro, pobreza, justiça social e relações norte-sul.

O planejamento, como um processo integrado e cíclico, desenvolve-se distinguindo fases bem definidas, como:

I. Análise da situação que, a partir da escala de valores em presença, revelará as necessidades dos indivíduos e grupos.

II. A identificação de estratégias ou orientações de políticas e das linhas de ação necessárias para atingir os objetivos.

III. O confronto das linhas de ação com os meios disponíveis, os seus custos e vantagens e as opções ou escolhas necessárias.

Está correto o que se afirma em

  • A. I, apenas.
  • B. I, II e III.
  • C. I e II, apenas.
  • D. I e III, apenas.
  • E. II, apenas.

O conhecimento da realidade social tem importância fundamental na prática do assistente social. Em uma situação de apreensão dessa realidade, sobretudo, quando se necessita da realização de um parecer profissional é importante considerar:

I. Uma abordagem que trabalhe com dados quantitativos e qualitativos, pois ambos não são excludentes.

II. Que os dados devem representar conceitos e categorias, além de adotar abordagens que respondam à necessidade de compreensão do conteúdo.

III. A complexidade da vida em sociedade e o acelerado processo de transformação exigem atualmente a superação de posturas reducionistas em termos técnicos e operacionais.

Está correto o que se afirma em

  • A. I, apenas.
  • B. II, apenas.
  • C. I e II, apenas.
  • D. II e III, apenas.
  • E. I, II e III.

A configuração dos programas de transferência de renda adotados no Brasil a partir dos anos 90, com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), e dos anos 2003 com o Bolsa família, vinculados à assistência social, devem ser interpretados no que concerne ao sistema de proteção social. Está correto afirmar que

  • A. o mesmo está delineado pela seguridade social contributiva, responsável pelos benefícios previdenciários e no campo da seguridade não contributiva está constituída pelas políticas de saúde e de trabalho, sendo assim, os programas de transferência de renda não podem ser considerados parte do sistema de proteção social não contributivo.
  • B. sua configuração não pode e não deve contar com programas de transferência de renda, pois os mesmos têm marcas de projetos de governos e não proteção social de Estado. Além disso, seus resultados expressos em estudos recentes demonstram que não contribuem para a recuperação da condição de miserabilidade de seus beneficiários.
  • C. os sua configuração não pode e não deve contar com programas de transferência de renda, pois os mesmos têm marcas de projetos de governos e não proteção social de Estado. Além disso, seus resultados expressos em estudos recentes demonstram que não contribuem para a recuperação da condição de miserabilidade de seus beneficiários.
  • D. não é possível estabelecer nexo entre a responsabilidade estatal e social em relação à pobreza, pois a mesma é resultante do modo como cada indivíduo se apropria das oportunidades que sua trajetória de vida apresenta. Nesta linha, os programas de transferência de renda devem ser assumidos como benefícios eventuais para circunstâncias específicas e sempre associados à possível inserção no mercado de trabalho.
  • E. os programas de transferência de renda não podem ser considerados parte da política de assistência social, pois esta estabelece como direitos e seguranças afiançados a oferta de serviços com foco apenas no acompanhamento das condicionalidades nas políticas de saúde e educação.

No exercício profissional você realizou diagnóstico socioterritorial de determinada região. Após a compilação dos dados, segundo o código de ética profissional em vigor, lhe cabe de forma obrigatória

  • A. devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários, no sentido de que estes possam usá-los para o fortalecimento dos seus interesses.
  • B. hierarquizar e selecionar os conteúdos e devolver aos usuários participantes apenas aqueles dados que não ofereçam riscos de serem manipulados e usados politicamente.
  • C. exercer sua autoridade técnica de maneira a limitar ou cercear ao usuário o acesso às informações, considerando que alguns dados, mesmo se colhidos junto à população destinatária dos serviços, devem estar circunscritos ao âmbito científico.
  • D. definir uma comissão multiprofissional para decidir quais dados devem ser socializados com os participantes e população atingida pela realização do diagnóstico socioterritorial em questão.
  • E. pautar por seus próprios princípios éticos, para essas circunstâncias, pois não há dispositivo sobre essa matéria no código de ética vigente.
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