Questões de Zootecnia do ano 2016

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Existem vários tipos de cruzamentos, dependendo do produto que se quer obter. Antes de decidir qual cruzamento utilizar, é preciso pensar nos objetivos de mercado e estimar muito bem os custos de produção, o que ainda não tem sido muito explorado pelas pesquisas e, principalmente, pelos produtores e técnicos no Brasil. Acerca dos modelos adotados de cruzamentos, assinale a alternativa correta.

  • A. Quando se deseja substituir uma raça ou um grupo de animais por outra(o) faz-se o cruzamento industrial ou simples. Nesse tipo de cruzamento, duas raças diferentes são acasaladas e os mestiços provenientes desse acasalamento são acasalados, nas gerações sucessivas, com indivíduos de uma das raças iniciais. Com a repetição do acasalamento dos mestiços com a raça pura escolhida, o patrimônio genético da raça inicial vai sendo absorvido.
  • B. Quando se deseja explorar apenas os animais da primeira geração, realiza-se o cruzamento rotativo ou alternado, ou seja, acasalam-se duas raças, explorando a heterose e reunindo as características desejáveis das duas no mestiço, produto também chamado meio sangue, que é comercializado.
  • C. Quando se deseja reunir características de duas ou mais raças em um animal, mantendo-se um bom nível de heterose e ainda tendo a possibilidade de se utilizar matrizes mestiças na reprodução, realiza-se o cruzamento contínuo ou absorvente, que consiste em utilizar de forma alternada, no acasalamento, uma raça e outra, sucessivamente.
  • D. Para a realização do cruzamento, é muito importante selecionar as raças paternas, que fornecerão os reprodutores, e as raças maternas, que fornecerão as matrizes e que servirão de base para o cruzamento, uma vez que existem raças com maior aptidão para crescimento e produção de leite, mais indicadas para serem paternas, e outras que apresentam melhor fertilidade, boa habilidade materna e menor peso adulto (tamanho), mais indicadas para serem maternas.
  • E. Quando se deseja reunir características de duas ou mais raças em um animal, mantendo-se um bom nível de heterose e ainda tendo a possibilidade de utilizar matrizes mestiças na reprodução, realiza-se o cruzamento corretivo, que consiste em utilizar de forma alternada, no acasalamento, uma raça e outra, sucessivamente.

Com relação à vacinação contra a febre aftosa em rebanhos de bovinos e bubalinos, o criador que não vacinou e não declarou

  • A. será apenas notificado pelo órgão de defesa agropecuária para que vacine o rebanho no ano seguinte.
  • B. fica impedido de retirar a Guia de Trânsito Animal (GTA), mas pode comercializar a carne depois de abatida.
  • C. fica impedido apenas de comercializar o produto, mas pode retirar a Guia de Trânsito Animal (GTA) e circular livremente pelo país.
  • D. precisa abater todo o rebanho imediatamente.
  • E. é notificado e autuado, além de ficar impedido de retirar a Guia de Trânsito Animal (GTA) e impedido de circular e comercializar os animais.

Com base nos estudos relativos às doenças de interesse no manejo reprodutivo, assinale a alternativa correta.

  • A. A Trichomonose (uma das doenças infectocontagiosas com maior destaque na esfera reprodutiva) tem como principal via de contaminação, a digestiva; por água, alimentos, pastos contaminados com restos de aborto, placentas, sangue e líquidos contaminados (proveniente de abortos e partos de vacas e novilhas contaminadas). A transmissão pela monta por touros infectados também pode ocorrer, mas em menor proporção que a digestiva.
  • B. A Campilobacteriose afeta animais e humanos, causando, principalmente, perdas por abortos em bovinos além de infecções disseminadas pelo organismo. A transmissão ocorre através da urina, parto, leite, abortos, mas principalmente através de roedores e animais silvestres infectados.
  • C. Rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) e Vulvovaginite pustular (IPV) fazem parte do complexo herpes-vírus bovino, causadas pelo HVB tipo-1, responsáveis por abortos entre outras enfermidades. O HVB pode produzir uma variedade de manifestações clínicas como a mastite (inflamação do úbere), conjuntivite (inflamação da conjuntiva), balanopostite (inflamação da glande e do prepúcio), doenças estas que podem ocorrer em um mesmo surto, com animais distintos.
  • D. A diarreia viral bovina (do gênero pestivirus) é um complexo de doenças associadas com o herpes-vírus bovino que diminui a imunidade. É uma virose também conhecida por causar desordens reprodutivas, sendo que a infecção fetal (transplacentária) pode levar à morte embrionária ou até mesmo a defeitos congênitos (nascidos com o indivíduo, como a microcefalia, hidrocefalia, hipoplasia cerebral e defeitos oculares), a surtos de diarreia, a abortos, entre outros. A infecção pelo vírus da BVDV ocorre através das vias nasal ou oral, podendo ocasionar a morte do animal (jovem ou adulto) e o nascimento de animais pouco desenvolvidos, que podem se tornar portadores da enfermidade.
  • E. A Leptospirose é doença infecciosa e sexualmente transmitida, causada pelo Trichomonas foetus que afeta fêmeas e machos em idade reprodutiva, causando morte embrionária, aborto, endometrites, piometras, ou fetos macerados, como consequências diretas, pois o maior prejuízo está na diminuição de nascimentos e na demora do estabelecimento da prenhez, como forma indireta. A principal via de transmissão acontece durante a cópula (monta) onde o macho infectado contamina a fêmea ou é contaminado por esta, ou ainda, por meio da inseminação artificial com sêmen contaminado.

O Hiperparatireoidismo Nutricional Secundário ou Osteodistrofia Fibrosa, também conhecido como “Doença Cara Inchada”, é um distúrbio relacionado ao manejo nutricional errado em equinos. Não é causa dessa enfermidade o(a)

  • A. excesso de cálcio na dieta.
  • B. falta de fósforo (P) que, normalmente, está ligada ao consumo excessivo de grãos de milho ou farelo de trigo ou ainda de certas gramíneas, como o capim Napier (Penisetum purpureum).
  • C. ingestão de oxalato, presente em algumas forrageiras e o excesso da Vitamina D.
  • D. desequilíbrio na relação Ca:P. Essa relação deve ser próxima de 2:1, sendo 1,6:1 para potros em crescimento e éguas em lactação e 1,8:1 para cavalos de esporte e em manutenção, de acordo com o NRC (1999).
  • E. redução da liberação do hormônio PTH (paratormônio), que atua retirando cálcio dos ossos e liberando-o para a corrente sanguínea.

Um zootecnista foi chamado para fazer uma consultoria em uma propriedade destinada à terminação de bovinos de corte. O proprietário construiu 15 piquetes de 10.000 m² cada, para fazer o manejo pelo sistema de pastejo rotacionado. Considerando que a produção de forragem é de 2.450 kg de matéria seca por hectare, a necessidade de matéria seca por animal é de 4% PV por dia, o peso vivo médio dos animais é de 350 kg e que, para atender o ciclo de crescimento da forragem, o período de ocupação deverá ser de 3 dias, a quantidade de animais que podem ser adquiridos para esta situação específica é de

  • A. 50.
  • B. 52.
  • C. 54.
  • D. 56.
  • E. 58.

A melhoria da eficiência reprodutiva de um rebanho possui uma relação diretamente proporcional com as práticas de manejo racionais associadas à nutrição e à sanidade adequadas. Dessa forma, é necessário que qualquer problema produtivo e(ou) reprodutivo seja observado precocemente, permitindo a sua correção ou tratamento adequado. Uma das opções no manejo reprodutivo de bubalinos é a adoção da estação de monta. Quanto ao manejo reprodutivo de bubalinos, assinale a alternativa correta.

  • A. A estacionalidade reprodutiva da espécie bubalina condiciona uma concentração das parições, dificultando a implantação da estação.
  • B. Nas raças bubalinas, a duração média da gestação é de aproximadamente 300 dias (10 meses).
  • C. A eficiência reprodutiva é um dos principais fatores que afetam a produtividade, devido à alta expressão do estro da fêmea bubalina no verão e ao padrão reprodutivo sazonal distinto.
  • D. As búfalas devem ser inseminadas 12 ou 24 horas após a detecção do cio, ou seja, as búfalas que manifestarem cio pela manhã serão inseminadas a tarde e aquelas que apresentarem cio a tarde serão inseminadas pela manhã do dia seguinte, independente de apresentarem cios com maior duração.
  • E. A facilidade na detecção de estro é uma das principais causas do alto desempenho reprodutivo na maioria dos rebanhos bubalinos, facilitando a técnica da inseminação artificial.

A respeito do Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL), assinale a alternativa correta.

  • A. O SISCAL deve ser instalado em terrenos com declividade superior a 15%, dando-se preferência para os solos manejados e com baixa capacidade de drenagem.
  • B. Algumas plantas são tóxicas para os suínos quando ingeridas. As principais são: Baccharis coridifolia (miomia, vassourinha e alecrim); Pteridium aquilinum (samambaia comum, samambaia-das-taperas, feio, pluma-grande, samambaiaçu); Semma occidentalis (fedegoso, cafezinho de mato, cafezinho do diabo). Assim, é de bom senso verificar, antes da implantação do SISCAL, a presença dessas plantas tóxicas a fim de se evitar problemas posteriores.
  • C. As fêmeas, durante a gestação, são mantidas em piquetes individuais. De cinco a dez dias antes do parto, são transferidas para piquetes de maternidade, individuais ou coletivos (2 a 3 fêmeas/piquete de maternidade), para que se adaptem às cabanas e construam seus ninhos.
  • D. Uma prática utilizada para evitar que matrizes e reprodutores revolvam o solo é o destrompe, que consiste na colocação de uma argola de metal entre o tecido fibroso subcutâneo e a cartilagem do septo nasal de forma a provocar desconforto no animal quando este tenta fuçar o solo. No entanto, por ser ineficiente, tal prática não é mais utilizada.
  • E. Em geral, no SISCAL não tem sido adotada a prevenção de anemia ferropriva dos leitões lactentes. Em experimento realizado na Embrapa–CNPSA no qual os leitões tiveram acesso à terra com altos níveis de ferro oxidado, verificou-se que não há necessidade de aplicar um antianêmico no terceiro dia de vida dos leitões. Esse é um conceito que pode ser extrapolado porque é possível afirmar que altos níveis de ferro são encontrados em todos os solos brasileiros e que, por esse motivo, não há necessidade de aplicação de ferro dextrano ou de suplementação de diferentes fontes de ferro.

Quanto ao uso de aditivos e as suas implicações, assinale a alternativa correta.

  • A. São aditivos classificados como nutrientes: antioxidantes, acidificantes, anticoccidianos, aromatizantes e palatabilizantes.
  • B. São aditivos classificados como profiláticos: antibióticos, enzimas e repartidores de energia.
  • C. São aditivos classificados como pró-nutrientes: probióticos, antioxidantes, anticoccidianos e enzimas.
  • D. Os aditivos podem ser subdivididos, segundo os grupos funcionais, em antibióticos ionóforos e não ionóforos, tampões, prebióticos e probióticos.
  • E. Todos os ionóforos são amplamente utilizados em ruminantes sem restrição alguma.

Com relação ao manejo das colmeias e às práticas adotadas nesse processo, assinale a alternativa correta.

  • A. Logo após a instalação da colmeia, não há recomendação de revisão antes dos primeiros 60 dias. As revisões constantes podem prejudicar o desenvolvimento inicial do enxame.
  • B. A primeira revisão deve ocorrer apenas em período anterior às floradas para que esteja em condições apropriadas antes do início da produção.
  • C. As melgueiras devem ser revisadas a cada dia durante as floradas para verificar a produção de mel, a quantidade de quadros completos, devidamente operculados e a necessidade de acrescentar ou não mais melgueiras. Nessa revisão, utiliza-se a fumaça sem restrições, uma vez que, não prejudica a qualidade do mel.
  • D. Após o período das principais floradas, deve-se realizar novamente uma revisão completa no ninho, verificando se existem anormalidades, com o objetivo de preparar a colmeia para o período de entressafra.
  • E. No período de entressafra, as revisões podem ser mais frequentes, geralmente semanais, já que os enxames estão bem fortalecidos após o período produtivo e não há a necessidade de manejar os enxames ou de controlar inimigos naturais.

A classificação e a tipificação das carcaças são métodos que visam a padronização e valorização dos produtos forçando a melhoria da cadeia produtiva para atender a demanda do mercado consumidor (interno ou externo). Na avaliação e na tipificação de carcaças, há parâmetros quantitativos geralmente utilizados individualmente ou combinados, em índices ou equações, em medidas ou avaliações seguintes. São parâmetros quantitativos de avaliação da carcaça:

  • A. peso e comprimento da carcaça.
  • B. avaliação subjetiva da conformação e maturidade fisiológica.
  • C. comprimento da carcaça e avaliação do marmoreio.
  • D. medida da área de olho de lombo (seção transversal do músculo longissimusdorsi) e avaliação do marmoreio.
  • E. análise da cor da carne e medida da espessura de gordura que recobre a carcaça em pontos específicos.
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