Questões de Engenharia Agronômica da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

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A energia solar está presente em todas as partes do planeta, sendo o sol uma fonte não poluente, praticamente inesgotável. Entretanto a energia solar apresenta-se de forma dispersa e com baixa densidade energética, sendo necessário concentrá-la pela exposição direta ou através do dimensionamento de painéis solares fotovoltaicos, que produzirão energia elétrica para diversas finalidades, inclusive na agricultura.

Dois parâmetros são importantes para a exploração da energia solar na agricultura:

  • A. o índice de insolação e a intensidade da irradiação solar que atinge a Terra;
  • B. os ventos e a poluição do ar;
  • C. o índice pluviométrico e a pressão atmosférica;
  • D. índice pluviométrico e a pressão atmosférica;
  • E. a qualidade da radiação solar que atinge a terra e a intensidade de partículas em suspensão na atmosfera.

A ciência e a prática da Agronomia devem dosar e balancear a quantidade de produto obtido, o impacto no meio ambiente e o benefício social da atividade. É necessário garantir para as gerações futuras um ambiente propício à produção de alimentos. Esse é o corolário do conceito de desenvolvimento sustentável.

Sobre as principais culturas produzidas no Brasil, é correto afirmar que:

  • A. o povo brasileiro é o que mais aprecia e consome feijão, sendo produzidos no país diferentes materiais genéticos em diversas regiões produtoras, predominando os gêneros Phaseolus e Vigna, sendo que o feijão comum Phaseolus vulgaris é o mais produzido e consumido. Por ser nativo do nosso país, o feijão comum já era cultivado pelos indígenas brasileiros antes da chegada da colonização europeia. Pertencem a essa espécie o feijão preto, o carioca, o manteiga, o mulatinho, o branco e várias outras cultivares de preferência regional;
  • B. a mandioca é a mais brasileira e versátil de todas as culturas, não só pela sua origem e domesticação no país, sendo plantada em todo o território nacional e consumida por todas as classes sociais, como também pela sua fácil propagação vegetativa, elevada tolerância a períodos de estiagem, boa produção em solos de baixa fertilidade e com pouca adubação, além de apresentar alta resistência a pragas e doenças, dispensando o uso de agrotóxicos, apesar de todas as cultivares apresentarem toxicidade, causada por quatro tipos de glicosídeos cianogênicos, facilmente eliminados pelo aquecimento;
  • C. a civilização ocidental é completamente dependente do milho. No caso de interrupção de sua produção e oferta, por um período de uma ou duas safras, projetam-se resultados alarmantes, como crises em toda a cadeia agroalimentar e no sistema financeiro internacional, uma vez que, além de ser alimento básico para muitos países pobres em todo o mundo, a produção animal também seria afetada, principal fonte de proteína para os países ricos do ocidente. Assim como a mandioca e o feijão, o milho é cultivado em todo o território nacional, a partir das sementes produzidas na própria lavoura, independentemente do sistema de produção utilizado;
  • D. o Brasil é um grande exportador de soja, cultura que gera divisas vultosas, da ordem de bilhões de dólares, sendo o grande motor do agronegócio brasileiro. Além de manter milhares de empregos diretos ou indiretos, a prosperidade decorrente dessa commodity tem impulsionado também o setor industrial, trazendo grandes benefícios para a agricultura e a economia nacional, de forma sustentável e socialmente responsável;
  • E. as culturas do feijão, da mandioca, do milho e da soja são estrategicamente relevantes para o conjunto da população brasileira, não só por sua importância na alimentação humana e animal, como também por seu impacto positivo na economia, desenvolvimento industrial e social, além de serem, no nosso país, exploradas com base nas boas práticas de produção agrícola comprometidas com o desenvolvimento sustentável.

A partir dos anos 1970, o Brasil iniciou um desafio que resultou, trinta anos depois, no completo domínio tecnológico de uma cultura que se tornou sua mais importante commodity agrícola. Ao longo desse tempo, a cultura da soja foi alvo de intensa pesquisa científica e tecnológica, através do uso experimental de novas técnicas e metodologias, base do sucesso e da competitividade internacional de seus produtos. Dentre as resultados obtidos nas pesquisas, destaca-se a possibilidade do plantio da cultura em todas as regiões do país, através da utilização de:

  • A. manejo integrado de pragas (MIP);
  • B. controle biológico de insetos;
  • C. inoculantes com bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico;
  • D. melhoramento genético que permitiu a obtenção de cultivares com período juvenil longo;
  • E. manejo artificial do comprimento do dia em condições de campo.

A olericultura é a arte ou ciência relacionada ao ensino, pesquisa, desenvolvimento e aplicação de tecnologias de produção intensiva de hortaliças que, apesar de se caracterizarem pelo cultivo em áreas menores em relação às grandes culturas, em alguns casos são exploradas de forma extensiva no Brasil, como por exemplo:

  • A. o tomate in natura, pela sua grande demanda na culinária nacional;
  • B. o milho-doce, para consumo in natura como espiga cozida;
  • C. o alho-poró, para uso industrial em sopas desidratadas;
  • D. a salsa e cebolinha, para a produção de cheiro verde;
  • E. o café, para produção de cápsulas.

Na propagação vegetativa de plantas por estaquia, o uso de fitorreguladores químicos, de natureza exógena, ainda é incipiente para diversas culturas, apesar de a experimentação indicar resultados promissores em alguns casos. Muitas vezes os produtos comerciais, já formulados, não contemplam as indicações propostas pela pesquisa experimental, ou a própria experimentação precisa ser desenvolvida junto a cada unidade produtora, levando em consideração as plantas matrizes disponíveis e o próprio ambiente de produção. Nesses casos, o técnico responsável precisa formular ou orientar a formulação da solução ou dispersão a ser utilizada na propriedade.

Considerando o princípio ativo de ácido indolbutíricobb (AIB), comercial, com elevado grau de pureza, é correto afirmar que, para preparar:

  • A. 1 litro de solução estoque na concentração de 20%, é necessário solubilizar 10g do AIB em KOH 1N, com volume suficiente para dissolver os cristais do princípio ativo, sob agitação, e complementar o volume final com água destilada + etanol (50%), devendo ser armazenada em ambiente opaco e refrigerado, só sendo retirada para preparo de soluções de trabalho;
  • B. 100 ml de solução de trabalho a 2000 ppm, a partir de solução estoque na concentração de 20%, é necessário diluir uma alíquota de 10 ml em 90 ml de água destilada, que deverá ser utilizada de imediato, ou armazenada em ambiente opaco e refrigerado;
  • C. 50 g de dispersão a partir do AIB comercial na concentração de 2000 ppm, é necessário solubilizar 50 mg do AIB em KOH 1N, com volume suficiente para dissolver os cristais do princípio ativo e, sob agitação, adicionar acetona e o ingrediente inerte em pó (talco puríssimo de Veneza ou pó de carvão), até formar uma calda homogênea, deixando evaporar a acetona, em ambiente protegido, até a secagem total da formulação que poderá ser utilizada de imediato ou armazenada em ambiente opaco e refrigerado;
  • D. 100 ml de solução de trabalho a 2000 ppm, a partir de solução estoque na concentração de 20%, é necessário diluir uma alíquota de 40 ml em 60 ml de água destilada, que deverá ser utilizada de imediato, ou armazenada em ambiente opaco e refrigerado;
  • E. 50 g de dispersão a partir do AIB comercial na concentração de 2000 ppm, é necessário solubilizar 100 mg do AIB em volume de KOH 1N, suficiente para dissolver os cristais do princípio ativo e, sob agitação, adicionar acetona e o ingrediente inerte em pó (talco puríssimo de Veneza ou pó de carvão), até formar uma calda homogênea, deixando evaporar a acetona, em ambiente protegido, até a secagem total da formulação que poderá ser utilizada de imediato ou armazenada em ambiente opaco e refrigerado.

A maior área plantada com grandes culturas no Brasil é ocupada por soja, milho, cana-de-açúcar, mandioca e arroz, sendo que nas culturas que ocupam de 250 mil a 1 milhão de hectares os grandes destaques são o milho forrageiro e o algodão. Sobre o tema, é correto afirmar que:

  • A. a mandioca e o arroz destinam-se somente ao mercado interno, sendo produzidos em pequenas proporções por pequenos agricultores familiares de várias regiões do país;
  • B. grande parte dos produtos da lavoura de soja, campeã de área plantada no Brasil e no mundo, destina-se à exportação. No mercado interno, a soja é usada, principalmente, para produção de ração para suínos e aves;
  • C. a cana-de-açúcar, embora ocupe a segunda posição em área plantada no país, destaca-se pelo volume de produção e pela homogeneidade da produtividade em todo o território nacional;
  • D. a área plantada com algodão herbáceo tem se mantido estável nas últimas duas décadas, apesar da queda da produtividade decorrente da praga do bicudo;
  • E. diferentemente do milho em grão, o milho forrageiro é destinado exclusivamente à pecuária, para a alimentação de gado leiteiro e de corte, sobretudo na forma de silagem, que utiliza a planta integralmente, antes da maturação completa dos grãos.

Na produção de grãos, mesmo contando com equipamentos sofisticados, há elevada perda da lavoura, que pode chegar a 10% do total colhido. Essas perdas são decorrentes de vários fatores, que vão desde a colheita de grãos com grau de maturação inadequado até as operações pós-colheita durante o transporte e armazenagem.

Dentre as diversas causas dessas perdas, destaca-se:

  • A. a umidade é o fator mais relevante no processo de deterioração dos grãos, uma vez que deprecia seu valor comercial e o produto fica mais suscetível à deterioração resultante de ataque de insetos ou fungos. Além da secagem pós-colheita, logo após a limpeza e separação por tamanho, é essencial que os grãos sejam mantidos em ambiente com baixa umidade do ar e baixa temperatura, fatores fundamentais para prolongar o período de armazenagem;
  • B. o maquinário utilizado em todo o processo, da colheita ao consumo, é o principal fator de perdas da produção, uma vez que os grãos podem sofrer injúrias, como trincas e quebras, consideradas danos mecânicos, tornando-se mais suscetíveis ao ataque de insetos e micro-organismos. Por isso é importante cuidar do ajuste e da manutenção das máquinas e equipamentos em todas as etapas da colheita e beneficiamento;
  • C. a desqualificação da mão de obra, desde a colheita até o armazenamento e consumo, é considerado pela CONAB -Companhia Nacional de Abastecimento - como o fator mais importante, responsável pelas perdas na produção de grãos;
  • D. os problemas com aeração, termometria e limpeza em mais de 70% das instalações de armazenagem, segundo a ABRAPOS – Associação Brasileira de Pós-Colheita, constituem-se na principal causa de perdas na produção de grãos, apesar de o país ter capacidade teórica de armazenar quase 90% da produção nacional;
  • E. o manejo de produção no campo é a principal causa das perdas da colheita ao consumo, uma vez que compromete a expressão fenotípica do material genético utilizado, para cada cultura, reduzindo a resistência do produto final a todas as demais condições de estresse, próprias das incertezas da cadeia produtiva de grãos no Brasil.

Os recursos disponibilizados ao crédito rural para as operações de custeio, investimento e comercialização da agricultura empresarial (Plano Agrícola e Pecuário - PAP), para a safra 2015/2016, totalizam R$ 187,7 bilhões, enquanto o valor previsto para a agricultura familiar (Plano Safra da Agricultura Familiar – recursos PRONAF), para o mesmo período, é de R$ 28,9 bilhões, sendo que em ambos os casos ocorreu um aumento de 20%, em relação ao crédito para a safra anterior. Com relação ao crédito rural no Brasil, é correto afirmar que:

  • A. o incremento dos valores do crédito rural para o agronegócio e para a agricultura familiar foi proporcional ao número de empregos gerados por cada segmento produtivo;
  • B. considerando sua participação no número de estabelecimentos, na área total, no pessoal ocupado e no valor da produção agropecuária, o valor do crédito disponível para a agricultura familiar é, proporcionalmente, igual ao do agronegócio;
  • C. a diferença dos valores do crédito rural para o agronegócio e para a agricultura familiar é proporcional ao tamanho médio das propriedades de cada segmento;
  • D. as políticas públicas adotadas ainda privilegiam a agricultura não familiar, incluindo o agronegócio, apesar de a agricultura familiar gerar, em média, 38% da receita dos estabelecimentos e empregar aproximadamente 74% dos trabalhadores agropecuários do país;
  • E. as taxas de juros praticadas no crédito rural são abaixo da inflação e iguais para todos os segmentos produtivos.

Sistema de Plantio Direto (SPD) é um sistema de manejo do solo em que a palha e os demais restos culturais são deixados na superfície do solo. No SPD, o revolvimento do solo não é realizado entre a colheita e o plantio do cultivo seguinte. Ou seja, as operações de preparo do solo (aragem e gradagem) são eliminadas do processo de produção, mantendo assim a palhada intacta sobre o solo antes e depois do plantio. Outro princípio do Plantio Direto é a utilização da rotação de culturas. Entretanto, o SPD ainda apresenta algumas dificuldades. Dentre as vantagens versus (VS) dificuldades do SPD, destacam-se:

  • A. controle da erosão e aumento dos teores de matéria orgânica do solo VS necessidade de maior conhecimento técnico e menor controle sobre a época de semeadura;
  • B. melhoria da estrutura do solo e redução das perdas de água do solo VS dependência do uso de herbicidas dessecantes e problemas na erradicação de algumas plantas daninhas;
  • C. redução da variação de temperatura do solo e aumento da atividade biológica do solo VS necessidade de maior conhecimento técnico e redução do sequestro de carbono no solo;
  • D. menor número de operação com maquinários e redução da atividade biológica do solo VS necessidade de maior conhecimento técnico e dependência do uso de herbicidas dessecantes;
  • E. maior controle sobre época de semeadura e aumento da atividade biológica do solo VS aumento do sequestro de carbono no solo e maior número de operações com maquinário.

Com relação às aplicações na agricultura, é correto afirmar que o geoprocessamento:

  • A. resolve todos os problemas relacionados ao funcionamento de uma propriedade rural produtiva;
  • B. depende de programas complexos e de difícil operacionalidade e requer pessoal altamente capacitado para sua utilização;
  • C. permite a vigilância e o controle das entidades e eventos que ocorrem no estabelecimento agropecuário e, com a ampliação da base de dados, pode executar procedimentos diagnósticos e prognoses;
  • D. permite aplicações das mais simples às mais complexas, disponíveis desde o início da sua instalação, não demandando atualizações ou ampliações da base de dados;
  • E. carece de recursos para diagnósticos e prognoses de problemas ambientais e de análise de riscos climáticos locais, restringindo-se aos limites da propriedade.
Provas e Concursos

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