Questões de Engenharia Agronômica da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

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A agricultura orgânica, representando todos os sistemas alternativos à agricultura convencional, dispõe de marco regulatório oficial no Brasil, desde a publicação da Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, regulamentada pelo Decreto nº 6.323, de 27 de dezembro de 2007, aos quais, ao longo do tempo, somaram-se diversos decretos e instruções normativas complementares. Para além do arcabouço jurídico existente e suas frequentes atualizações, é necessário o conhecimento e a compreensão da nomenclatura referente às diferentes vertentes da alternativa orgânica na produção agropecuária, empregados em diferentes condições ambientais, com base em vários princípios filosóficos, tendo em comum a base científica e a sustentabilidade. Nesse contexto, é correto afirmar que:

  • A. agricultura biodinâmica é um dos pilares da religião messiânica, concebida em 1935 por Mokiti Okada, tendo como princípio a potencialização dos processos naturais, evitando perda de energia e promovendo o respeito às leis da natureza; adota micro-organismos eficazes para a decomposição da matéria orgânica;
  • B. agroecologia, ciência que integra princípios agronômicos, ecológicos e socioeconômicos, é a base científica para a agricultura orgânica, promovendo o melhor entendimento do efeito das tecnologias sobre a produção agrícola, o ambiente e a sociedade como um todo, buscando trazer sustentabilidade e produtividade aos sistemas de produção;
  • C. agricultura natural deriva da antroposofia, filosofia divulgada a partir de 1924 pelos trabalhos de Rudolf Steiner, que busca integrar as atividades agrícolas, manejando o estabelecimento rural como um ser vivo, procurando o equilíbrio e a harmonia entre os elementos básicos da terra, as plantas, os animais, as influências cósmicas e o homem. Prioriza a integração das atividades de produção vegetal, criação de animais e exploração florestal;
  • D. agricultura biológica é um sistema de agricultura desenvolvido por Bill Mollinson, na Austrália, nos anos 1980. Consiste na adoção de manejo permanente, com cultivo alternado de gramíneas e leguminosas e com a manutenção da palhada em cobertura do solo;
  • E. permacultura é um modelo baseado nas idéias de Hans Muller, no início dos anos 1930, com forte preocupação ambiental e com ênfase na autonomia do produtor, priorizando o uso de fontes renováveis de energia e formas de manejo capazes de garantir a proteção ambiental. Seus princípios são baseados na percepção de que a saúde do solo é determinante da saúde das plantas e que as plantas bem nutridas fornecem ao homem um alimento com maior valor nutricional.

Ao longo das últimas décadas o agronegócio brasileiro vem crescendo e se transformando de maneira expressiva. Entretanto, um grande desafio para a agricultura será contornar os problemas decorrentes de décadas de práticas agrícolas de monocultivo e de elevada pressão sobre o ambiente, tais como: a erosão e perda de fertilidade dos solos, assoreamento dos cursos d'água, poluição do solo e da água e emissões de gases de efeito estufa. A produção vegetal, animal e florestal implantada de forma integrada parece ser uma alternativa de mitigar esses problemas.

Dentre as diversas formas de integração, é correto afirmar que o sistema de produção:

  • A. agropastoril integra o componente agrícola e pecuário em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área e em um mesmo ano agrícola ou por múltiplos anos;
  • B. silvipastoril integra o componente pecuário e florestal, em rotação, ao longo de vários anos;
  • C. silviagrícola integra o componente florestal e agrícola, pela consorciação de espécies arbóreas com cultivos agrícolas, exclusivamente perenes;
  • D. agrossilvipastoril integra os componentes agrícola, pecuário e florestal em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área. O componente "lavoura" restringe-se, exclusivamente, à fase inicial de implantação do componente florestal;
  • E. agrossilvipastoril integra os componentes agrícola, pecuário e florestal em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área. O componente "lavoura" restringe-se, exclusivamente, à fase final de implantação do componente florestal.

O diagnóstico de doenças em plantas pode ser feito localmente por técnicos ou em clínicas especializadas na matéria. Em ambos os casos podem ser adotados procedimentos simples ou complexos, dependendo da familiaridade dos técnicos com os sintomas da doença e com os sinais do patógeno associados às lesões, além de avaliações das condições em que a doença está se desenvolvendo.

No caso de doença nova, ainda não descrita, a identificação e confirmação do agente causal só pode ser feita após o cumprimento dos Postulados de Koch, que consiste das seguintes etapas sequenciais:

  • A. 1-isolamento do patógeno, 2-associação patógeno e hospedeiro, 3-reisolamento do patógeno, 4-inoculação do patógeno e reprodução dos sintomas;
  • B. 1-associação patógeno e hospedeiro, 2-isolamento do patógeno, 3-reisolamento do patógeno, 4-inoculação do patógeno e reprodução dos sintomas;
  • C. 1-associação patógeno e hospedeiro, 2-isolamento do patógeno, 3-inoculação do patógeno e reprodução dos sintomas, 4-reisolamento do patógeno;
  • D. 1-isolamento do patógeno, 2-reisolamento do patógeno, 3-associação patógeno e hospedeiro, 4-inoculação do patógeno e reprodução dos sintomas;
  • E. 1-isolamento do patógeno, 2-associação patógeno e hospedeiro, 3-inoculação do patógeno e reprodução dos sintomas, 4-reisolamento do patógeno.

As Boas Práticas Agrícolas (BPA) são controles internacionalmente conhecidos, necessários para a segurança e a adequação do alimento para consumo. Os conceitos e princípios das BPA são parte de ampla estratégia desenvolvida pela Comissão do Codex Alimentarius, com base no Código Internacional de Práticas Recomendadas para promover a segurança dos alimentos. A Comissão do Codex Alimentarius executa o Programa Conjunto da FAO/OMS sobre Normas Alimentares, cujo objetivo é proteger a saúde dos consumidores e garantir práticas equitativas no comércio de alimentos. Nesse contexto, é correto afirmar que:

  • A. no Brasil os programas de BPA, assim como o Sistema de Qualidade ISO e os Programas de Qualidade Total, são obrigatórios e submetidos à legislação específica promulgada pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
  • B. a união Europeia adota normas de certificação, denominadas Globalgap, baseadas no Codex Alimentarius, e ampliadas em função dos aspectos ambientais, que são exigidas no comércio de produtos vegetais, excluindo as flores, e de produtos animais para todos os países que dela fazem parte;
  • C. os programas de BPA são aplicados nas atividades que visam à produção animal, exclusivamente em ambientes fechados, desde a seleção da área para instalar o criatório, seleção da raça, manejo sanitário, manejo alimentar, bem estar e reprodução dos animais;
  • D. no Brasil os programas de BPA não se aplicam à Agricultura Orgânica, uma vez que os Sistemas Orgânicos de Produção não garantem condições sanitárias e nutricionais essenciais para o enquadramento nas normas do Codex Alimentarius;
  • E. as BPA estabelecem princípios e indicadores para operações relacionadas com o manejo do solo e da água, manejo dos animais e das culturas vegetais, colheita e armazenamento dos produtos, limpeza e embalagem, bem como para o tratamento dos resíduos gerados.

A propriedade física do solo de maior importância em estudos de sistemas e implantação de redes de drenagem é a permeabilidade, definida como a maior ou menor facilidade com que o solo se deixa atravessar pela água e pelos gases. Uma vez definida a condutividade hidráulica do solo, pode-se dimensionar o sistema e o esquema de implantação de uma rede de drenagem.

O esquema de drenagem recomendado quando a área a ser drenada apresenta uma depressão estreita, onde serão locados os coletores, com drenos laterais descarregando dos dois lados do coletor, em alinhamento diagonal ao coletor, é denominado:

  • A. duplo principal;
  • B. grade;
  • C. paralelo;
  • D. espinha de peixe;
  • E. interseção.

A agricultura de precisão, também denominada agricultura de prescrição, tecnologia de taxa variável ou manejo localizado, engloba um conjunto de técnicas que podem ser utilizadas em diversas áreas das ciências agrárias para lidar com a variabilidade espacial de uma ocorrência relacionada a variáveis de diferentes naturezas. Em condições de campo, equipamentos com sensores de diversas variáveis físicas, químicas e biológicas das culturas e do ambiente, associados a aparelhos que registram posição no campo, são usados para a aquisição de dados em tempo real. Um desses equipamentos é o medidor portátil de clorofila, sobre cujo funcionamento e/ou aplicações na agricultura de precisão, é correto afirmar que:

  • A. quanto maior for o número apresentado pelo aparelho, maior é a quantidade de clorofila na planta, o que permite estabelecer taxas variáveis de adubação de nitrogênio por cobertura no momento da adubação;
  • B. a leitura do teor de clorofila é feita de forma idêntica para todas as culturas, em qualquer fase de crescimento e em folhas de qualquer posição na planta;
  • C. com base no Índice de Clorofila é possível estabelecer uma curva de recomendação de adubação para todos os macro e micro nutrientes;
  • D. o funcionamento do medidor de clorofila se baseia na transmitância em todas as faixas do espectro visível;
  • E. para cada espécie vegetal há uma recomendação para se proceder as leituras, com base no estado nutricional e sanitário da cultura.

Na produção animal, o manejo de pastagens pode ser caracterizado como o controle das relações do sistema solo – planta – animal, o que permite a definição de diferentes sistemas de pastejo, cada um com características próprias de concepção e planejamento, a partir de variáveis dependentes e independentes.

Considerando a adoção do Sistema de Manejo Rotacionado, tendo como variáveis independentes 12 vacas e 1 touro, 30 dias de período de descanso de cada piquete, 15 dias de período de pastejo de cada piquete, 1 UA = 450 Kg de PV, 1 vaca 400 Kg de PV, 1 touro 600Kg de PV, taxa de lotação 1,5 UA/há e com adubação só na formação, as variáveis dependentes número de piquetes, área total de pastagem e área de cada piquete serão, respectivamente:

  • A. 2 piquetes, 8 há e 4,0 há;
  • B. 3 piquetes, 8 há e 2,67 há;
  • C. 3 piquetes, 9 há e 3,0 há;
  • D. 4 piquetes, 8 há e 2,0 há;
  • E. 4 piquetes, 10 há e 2,5 há.

Uma das principais decisões do pecuarista ao iniciar ou mudar a atividade de pecuária é quanto à escolha da raça que será criada. Dentre as diversas raças utilizadas no Brasil na pecuária de corte, com suas respectivas origens, destacam-se:

  • A. Nelore - origem indiana, Holandesa – origem europeia, Jersey – origem europeia, Gir – origem indiana;
  • B. Brahman - oriunda de cruzamentos de raças zebuínas nos Estados Unidos, Holandesa – origem europeia, Jersey – origem europeia, Gir – origem indiana;
  • C. Nelore - origem indiana, Angus – origem europeia, Brahman - oriunda de cruzamentos de raças zebuínas nos Estados Unidos, Brangus - oriunda do cruzamento de Brahman X Angus;
  • D. Holandesa – origem europeia, Jersey – origem europeia, Gir – origem indiana, Guzerá – origem indiana;
  • E. Nelore - origem indiana, Angus – origem europeia, Brahman - oriunda de cruzamentos de raças zebuínas nos Estados Unidos, Jersey – origem europeia.

O Brasil é um dos maiores produtores de leite do mundo. Tabela - Número de vacas ordenhadas, produção anual em litros de leite, relação litros por vaca ano e relação litros de leite por vaca por dia de lactação (300 dias de lactação) no Brasil, no período de 1990 a 2010.

 Observando a Tabela acima e considerando que dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) apontam que entre 2003 e 2013 a produção de leite brasileira cresceu 49,3%, passando de 22,943 bilhões de litros, a sexta maior do mundo, para 34,255 bilhões, a quarta maior do planeta; por outro lado, a produtividade, nesse mesmo intervalo de tempo, passou de 1.192 litros de leite por animal/ano para 1.492 litros por animal/ano, o que representa um crescimento de 25,16%, mas que fez com que o Brasil avançasse da 109ª posição para o 96º lugar na listagem mundial, ainda muito distante dos líderes em rendimento: Israel, em primeiro, com 11.038 litros por vaca/ano, Coreia do Sul, com 10.160 litros por vaca/ano, Estados Unidos, com 9.902 litros por vaca/ano, Dinamarca, com 8.766 litros por vaca/ano e o Canadá, com 8.739 litros por vaca/ano, é correto afirmar que:

  • A. o aumento na produção, entre 2003 e 2013, ocorreu principalmente em razão da ampliação do rebanho bovino de leite e em menor proporção do aumento de produtividade;
  • B. o aumento na produção corresponde ao incremento na produção de leite/vaca/dia, considerando lactação de 300 dias/ano, da ordem de 72% de 1990 a 2010, comprovando que a maior produtividade explica o aumento na produção;
  • C. a produtividade da pecuária leiteira do Brasil é uma das mais eficientes do mundo, uma vez que apresentou incremento maior que 25% entre 2003 e 2013;
  • D. por ser o 4º maior produtor de leite do mundo, com um nº de vacas ordenhadas inferior a 25 milhões de cabeças, o Brasil é um dos países mais eficientes na pecuária leiteira;
  • E. mantendo-se o nível tecnológico atual, certamente o Brasil será, em breve, o maior e mais eficiente produtor de leite no mundo.

Os sistemas brasileiros de inspeção sanitária de produtos de origem animal são regulamentados por um conjunto de leis, decretos, resoluções, portarias e outros instrumentos legais. Essa legislação trata do funcionamento dos serviços de inspeção e fiscalização sanitária dos estabelecimentos produtores de alimentos. Esse funcionamento da inspeção pode ser compreendido em dois diferentes sistemas de inspeção, em vigência no país. Até 2006 vigorava, exclusivamente, um sistema convencional, com responsabilidades específicas nas esferas Federal, Estadual e Municipal – SIF, SIE e SIM. A partir de 2006 um novo sistema de inspeção para produtos de origem animal vem sendo implantado no Brasil, que é o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária – Suasa. A implantação do Suasa tem por objetivo reorganizar o sistema de forma descentralizada e integrada, entre a União (o MAPA), instância central e que coordena todo o sistema, os Estados e o Distrito Federal, como instância intermediária, e os municípios, como instância local. Nesse contexto, é correto afirmar que:

  • A. a adesão ao SUASA só pode ser individual, para cada serviço, estadual ou municipal, sendo que no caso de municípios, a adesão é condicionada a adesão prévia de seus Estados;
  • B. a base para a adesão dos serviços municipais ao Suasa é o reconhecimento da sua especificidade, o que significa obter os mesmos resultados em termos de qualidade higiênico-sanitária e inocuidade dos produtos, estabelecidos no serviço de inspeção federal;
  • C. após a adesão dos serviços de inspeção estaduais e municipais ao Suasa, todo o funcionamento desses serviços será regido pela legislação (lei, decreto, portaria, resolução, etc.) federal;
  • D. os produtos de agroindústrias inspecionados por um serviço de inspeção integrante do Suasa podem ser comercializados somente no âmbito do Município e/ou do Estado produtor;
  • E. para participar do Suasa, os serviços de inspeção dos estados e dos municípios devem solicitar a adesão. Essa adesão ao Suasa é voluntária, isto é, depende da decisão de cada serviço (de cada SIE e SIM).
Provas e Concursos

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