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41 Em vários textos e manuais de introdução à filosofia, apresenta- se a tese de que a filosofia e a ciência ocidentais surgem na Grécia com uma explicação da realidade que difere do mito em diversos aspectos, sendo um dos principais a recusa do pensamento filosófico-científico de fazer apelo a forças sobrenaturais. Segundo esses textos e manuais, trata- se de uma tese
adequada para descrever todo o período chamado "présocrático", exceção feita ao pensamento de Heráclito
constantemente rejeitada como sendo simplista, associada ao "milagre grego" defendido por Burnet
insustentável após a interpretação nietzscheana, segundo a qual a filosofia está sempre muitos passos à frente da ciência
importante mas imprecisa, em especial no que se refere à teoria pitagórica da transmigração das almas.
adotada como formulação inicial e padrão para dar conta de uma questão que se admite ser, entretanto, mais complexa.
O modo como Hegel pensa a história da filosofia é considerado um marco porque
submete as compilações realizadas por Diógenes Laércio, Simplício e Aristóteles ao confronto crítico com outros documentos historiográficos descobertos no século XIX, corrigindo-as e ampliando-as.
salienta a importância de se desconsiderar o cogito cartesiano como o marco do início da modernidade, pois aquele nada mais seria que um mero desdobramento de idéias já existentes na escolástica.
propõe pela primeira vez uma perspectiva que não é meramente histórica, mas filosófica, compreendendo a história da filosofia como uma questão central para a própria filosofia e não como um mero relato de suas doutrinas.
inaugura a tese da continuidade entre as antigas filosofias orientais e a filosofia grega, apresentando um levantamento das noções orientais que os gregos limitaramse a transportar para o vocabulário ocidental.
refuta a perspectiva histórica hegemônica de Kant e do romantismo alemão, marcada por uma imagem idealizada da Grécia antiga, contrapondo-lhe a idéia de um dilaceramento antagônico subjacente à aparente harmonia.
Entre as inúmeras correntes da filosofia contemporânea, destaca-se, na segunda metade do século XX, na França, a tendência conhecida como pós-modernismo, cuja principal característica é
a crítica a todos os discursos e práticas da identidade, procurando desfazer as identificações, as localizações, as separações estáveis, definitivas, absolutas, bem como o léxico metafísico a elas associado
a proliferação de práticas filosóficas que se distinguem antes de mais nada pela preocupação com a forma, com o estilo, mas que herdam procedimentos metodológicos estabelecidos na modernidade.
a desvalorização das concepções de diferença tanto de Hegel quanto de Saussure, nas quais ainda são vistos resquícios de uma lógica identitária, substituindo-as pela noção de diferença de Heidegger
a deslegitimação dos métodos de análise sincrônicos consolidados pelo pós-estruturalismo, revalorizando os métodos que privilegiam a teleologia histórica, a crítica genética e o desconstrutivismo.
a desconstrução do sujeito transcendental fenomenológico através da retomada da interpretação do cogito cartesiano proposta pelo existencialismo de Sartre e Levinas.
O helenismo é um período da história da filosofia que se caracteriza pela
exclusividade que dá à dimensão prática da filosofia, em contraposição à dimensão investigativa das filosofias platônica e aristotélica.
importância que confere à lógica, à ética e à estética, como investigações necessárias para se alcançar a satisfação individual ou felicidade
centralidade que atribui à ética, em meio a significativas teorizações sobre a natureza, em um momento de crescente desagregação da pólis grega
valorização do indivíduo e sua ação, em detrimento da investigação lógica, fundamental em uma perspectiva como a de Aristóteles.
predominância de sistemas metafísicos voltados para a busca do bem comum, em oposição às perspectivas epistemológicas de Platão e Aristóteles.
Com relação aos períodos da história da filosofia, pode-se afirmar que
o confronto irreconciliável entre fé e razão é uma característica central da Idade Média.
o sincretismo de platonismo, cristianismo e magia é uma característica central do Renascimento
o racionalismo e a construção de sistemas metafísicos são características centrais do Iluminismo.
a revolução científica e a influência do ateísmo são características centrais da Idade Moderna.
a retomada do interesse por questões metafísicas é uma característica central da época contemporânea.
Para alguns pré-socráticos o ser é considerado infinito, sendo que
Anaximandro e Anaxímenes concebem o ser como infinito apenas no espaço, mas não no tempo.
Parmênides e Melissos concebem o ser como infinito apenas no tempo, mas não no espaço.
Anaxímenes e Anaxágoras concebem o ser como infinito apenas no tempo, e não no espaço.
Anaxágoras e Parmênides concebem o ser como infinito tanto no espaço como no tempo.
Melissos e Anaximandro concebem o ser como infinito tanto no espaço como no tempo.
Em suas considerações sobre a physis, Demócrito e Leucipo propõem uma cosmologia com características muito diferentes das cosmologias dos primeiros pré-socráticos porque afirmam que
cada tipo de matéria provém de uma mistura originária de qualidades que a diferencia das outras matérias e mesmo em sua menor partícula é encontrada a mesma mistura originária, nunca qualidades separadas.
no movimento dos seres não há acaso e nem a intervenção de uma força inteligente externa a eles, mas sim a atuação constante de um princípio físico que rege o encontro e o desencontro de todos os átomos, o clinâmen
o ser é pleno, contínuo, eterno e uno, como queriam os eleatas, com a diferença, porém, de que é composto de unidades discretas, o que implica a negação do vazio, pois até o que parece vazio está repleto de átomos
a multiplicidade e a variação qualitativa das coisas é atribuída ao acréscimo ou decréscimo de um dos quatro elementos naturais, unidos ou separados pelas forças de atração e repulsão.
a multiplicidade e as variações qualitativas dos seres não mais são atribuídas às diferenças de qualidades originárias e sim às diferenças de forma, arranjo e posição dos átomos que os compõem.
Os paradoxos ou aporias de Zenão de Eléia tinham como objetivo:
negar, com Parmênides, a percepção do movimento, da multiplicidade, do espaço e do tempo que nos oferecem os sentidos.
superar a negação do movimento que se encontra no poema de Parmênides, demasiadamente esquemática e dogmática.
defender as teses de Parmênides de maneira direta e irrefutável, com base na lógica e em intuições sensíveis.
mostrar, por absurdo, que o pensamento é limitado e leva ao sem-sentido, como no caso das teses contraintuitivas de Parmênides.
refutar os adversários de Parmênides, mostrando que premissas subjacentes à afirmação do movimento levam a contradições insuperáveis
Para Anaxágoras, a força ordenadora do Kósmos é
responsável pelo nascimento e destruição dos elementos
idêntica aos elementos, eterna, mutável e corpórea.
inteligente, diáfana, sutil e invisível.
dinâmica, mutável e misturada a todas as coisas.
corpórea e captável diretamente pelos sentidos.
Na República idealizada por Platão a justiça pode ser alcançada quando
na hierarquia das classes cada uma desempenhar apenas a função que lhe compete e de acordo com a virtude que lhe é própria.
a classe governante, seja ela qual for, garantir e respeitar os direitos de isonomia e de isegoria para todos os cidadãos de todas as classes.
a diferença entre as classes sociais for eliminada através da comunidade de bens, de mulheres e de ocupações.
as virtudes da sabedoria, da coragem e da temperança estiverem de igual modo desenvolvidas em todas as classes sociais.
as leis passarem a ser elaboradas pelo conjunto dos cidadãos, sem distinção de classe social ou gênero sexual
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