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Em sua reflexão sobre a tradição filosófica, Heidegger utiliza a expressão "esquecimento do ser" para referir-se ao extravio da metafísica ocidental, que consiste em pensar o ser em função do ente. Tal extravio tem seu início com
os pré-socráticos, quando estes operam a transformação do sentido mítico da verdade, concebido como arkhé, em verdade concebida como alethéia.
Platão, quando este identifica o ser com as idéias, operando a transmutação do sentido da verdade como alethéia em verdade concebida como orthótes.
Nietzsche, quando este concebe o niilismo como eliminação da diferença entre mundo sensível e supra-sensível, iniciando a homogeneização dos entes
Descartes, quando este, através da certeza indubitável do cogito, privilegia o sujeito como o último fundamento de todos os outros entes.
Aristóteles, quando este concebe a verdade como adequação do pensamento à realidade, do enunciado à coisa, operando a transmutação da alethéia em orthótes
Ao apresentar a fenomenologia, Danilo Marcondes afirma, em seu livro
"...considera sua tarefa basicamente como descritiva dos
elementos mais básicos de nossa experiência". Husserl via
a filosofia como uma "ciência rigorosa" e atribuía à teoria do
conhecimento um lugar central em seu pensamento. Esta
proposta se realiza através de uma
volta à perspectiva epistemológica da modernidade, de fundamentação ou legitimação do conhecimento científico e intersubjetivo.
teoria que analisa a atitude natural ou espontânea em que se constituem nossas crenças, fundamentando-a de modo rigoroso.
tentativa de chegar ao "dado" da consciência, isto é, às coisas em si mesmas, a partir da suspensão de nossas crenças habituais.
superação da crise da filosofia da consciência através da crítica radical ao psicologismo e à sociologia reducionista do "mundo da vida".
investigação lógica que elimina toda referência à consciência e à intencionalidade, analisadas criticamente pelo recurso à époche ou "suspensão".
Na literatura sobre ensino de filosofia, a idéia de "pensamento crítico" envolve, necessária e recorrentemente,
a denúncia da semiformação promovida pela sociedade do espetáculo.
a discussão sobre a própria presença da disciplina na escola
amplo conhecimento da história da filosofia e dos problemas filosóficos
relação com as experiências, demandas e interesses dos estudantes.
elaboração conceitual, procedimentos argumentativos e problematização
No que diz respeito às estratégias metodológicas no ensino de filosofia, a maioria dos autores que tratam do assunto considera necessário
promover a inteligibilidade através do contato com a ordem das razões implícita na teoria escolhida pelo professor.
promover a leitura de textos filosóficos como a principal estratégia para incentivar os estudantes a aprender filosofia de modo rigoroso.
realizar debates em sala visando ao desenvolvimento de análise detalhada de teorias concorrentes.
definir um conjunto de condições mínimas que possibilitem alcançar os objetivos do ensino de filosofia.
valorizar a tradição filosófica e realizar o seu exame visando à relativização das diversas doutrinas.
Procurando fazer abstração das diversas e significativas diferenças na compreensão que se tem do que seja filosofia e do que deva ser o seu ensino, é possível afirmar que as questões sobre como ensinar essa disciplina em nível introdutório dificilmente podem ser tratadas apenas de uma perspectiva didática, pois
como disse Kant, não é possível ensinar filosofia, mas apenas a filosofar, e essa é uma tarefa que cabe apenas ao filósofo, não ao pedagogo.
todo e qualquer ensino de filosofia pressupõe a dúvida, a crítica e, sendo assim, também os métodos e conteúdos devem ser relativizados desde o início.
a questão sobre o que é filosofia é, nesse nível de ensino, ao menos recorrente, e o modo de lidar com ela envolve, desde já, um posicionamento filosófico.
ensinar filosofia é, por definição, ensinar a pensar por si mesmo, enquanto os métodos e técnicas de ensino já vêm prontos e acabados
não existe até hoje um trabalho consistente em didática filosófica, o que implica realizar um questionamento desde já propriamente filosófico.
Ao apresentarem e discutirem as competências específicas da filosofia, os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) entendem que "debater, tomando uma posição, defendendo-a argumentativamente e mudando de posição face a argumentos mais consistentes" é
a única competência com a qual se articula o objetivo de interpretar/traduzir os conhecimentos essencialmente abstratos da filosofia, a partir de uma prática dialógica e da mediação, articulada ao exercício da contextualização.
a competência a partir da qual melhor se poderia trabalhar a percepção e análise crítica do cenário de fragmentação cultural em que estamos imersos, tendo em vista os processos de autonomia das esferas da ciência, do direito e da arte.
uma competência que não diz respeito apenas à filosofia, sendo relevante para a competência global de aprender a aprender, embora seja também qualificada como "síntese" das demais competências especificamente filosóficas.
uma proposta indispensável, por mobilizar todas as competências, mas que deve ser trabalhada com cuidado para não incidir diretamente sobre o conteúdo programático, o que pode inviabilizar o planejamento do professor.
parte essencial do ensino filosófico, mas que não deve dar a entender que se possa sempre determinar qual o argumento mais consistente, ou que este seria suficiente para levar alguém a mudar automaticamente sua posição.
De acordo com a seção dedicada aos "Conhecimentos de Filosofia" dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM), o problema inicial para se pensar o ensino de filosofia no nível médio reside na clássica pergunta: "o que é filosofia?" Ao se deterem na questão da variedade de perspectivas da tradição filosófica, os PCNEM sugerem que o professor tenha em mente:
o recurso à interdisciplinaridade como principal método de aproximação dos alunos ao universo dos filósofos e suas doutrinas.
o desenvolvimento de habilidades específicas da filosofia, tais como leitura de textos filosóficos, análise e articulação de conceitos.
a ênfase em teorias filosóficas que melhor se aproximem de problemas contemporâneos e que sejam familiares ao professor.
a especificidade da atividade filosófica, que inclui sua pretensão de verdade e, sobretudo, sua natureza reflexiva.
uma seleção de teorias representativas de cada período histórico visando a oferecer um panorama abrangente da história da disciplina
No que se refere à defesa da leitura do texto filosófico como sendo essencial para o ensino de filosofia no nível médio, alguns dos autores que abordam o tema alegam que
a proposta de ensino por competência exige que as disciplinas contribuam com suas habilidades específicas para a competência geral da leitura
a tese de Kant segundo a qual não é possível aprender filosofia, mas apenas a filosofar é insustentável.
a defesa do debate como competência central para o ensino de filosofia em nível introdutório é um equívoco.
a interação direta com o texto filosófico é um elemento necessário para a aproximação do aluno ao questionamento filosófico.
apenas um suporte estritamente filosófico impede que a interdisciplinaridade se transforme em um conjunto de generalidades vazias.
Uma proposta que NÃO é listada pelos PCNEM como uma das competências e habilidades a serem desenvolvidas no ensino da filosofia é:
"Ler textos filosóficos de modo significativo".
"Traduzir conceitualmente concepções do senso comum".
"Debater, defendendo uma posição argumentativamente".
"Elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo".
"Contextualizar conhecimentos filosóficos em diversos planos".
Ao discutir a importância da interdisciplinaridade, a parte específica de filosofia dos PCNEM afirma que a filosofia,
por sua natureza intrinsecamente transdisciplinar, pode cooperar decisivamente para a articulação teórica e conceitual do currículo.
por ser "mãe das ciências", deve funcionar como referência para as outras disciplinas, agrupando e dando sentido aos diversos saberes
em função de ser um conhecimento acessível a todos, tem a vantagem de poder ser trabalhada sem a presença disciplinar ou de um "especialista".
pelo seu grau de generalidade, serve no máximo como animadora dos debates, não como tradução conceitual das outras disciplinas em suas especilidades.
por não ser um saber especializado, deve ser um dos principais agentes na busca de uma necessária "visão de conjunto", integrando os elementos da cultura.
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