Questões de Filosofia do ano 2005

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Ao abordar o problema do verdadeiro e do falso, em sua Quarta Meditação, Descartes conclui que o erro

  • A.

    localiza-se apenas no entendimento, pois é devido à sua própria natureza que este é privado das idéias relativas a inúmeras coisas.

  • B.

    ocorre quando a vontade, livre e mais ampla que o entendimento, é estendida também às coisas que não são conhecidas por aquele.

  • C.

    provém de um abuso da extensão do entendimento, que se põe a julgar sobre a existência de idéias que são matérias da fé.

  • D.

    é algo real, que depende da vontade de Deus, o qual muitas vezes, por bondade, nos protege de certas verdades através do engano.

  • E.

    é a simples carência ou falta de uma faculdade que o homem, por ser imperfeito e inferior a Deus, não poderia mesmo ter recebido dele.

Para Locke, a extensão é uma idéia:

  • A.

    complexa, de substância.

  • B.

    complexa, de modo.

  • C.

    complexa, de relação.

  • D.

    simples, de reflexão.

  • E.

    simples, de sensação.

A íntima relação de grande parte da filosofia moderna com os desenvolvimentos da ciência, em especial no que diz respeito ao método experimental, pode ser exemplarmente identificada com a

  • A.

    importância da história em Hegel, a partir de suas críticas radicais ao ceticismo, de um lado, e à lógica aristotélica, de outro.

  • B.

    influência das obras herméticas de Cornelio Agripa no desenvolvimento da teoria newtoniana sobre a matéria e o movimento.

  • C.

    radicalização da teoria empirista das idéias, culminando na crítica humeana aos conceitos de identidade pessoal e de probabilidade

  • D.

    teoria dos "ídolos da tribo" de Bacon, sua defesa da razão instrumental e sua glorificação da técnica.

  • E.

    teoria do cogito de Descartes, desenvolvida a partir de hipóteses empíricas acerca da glândula pineal e das qualidades primárias e secundárias.

Para Hobbes, o "corpo social", principal objeto de estudo da filosofia política, é

  • A.

    o conjunto dos indivíduos que, ao ceder o poder a uma instância soberana, é desafiado a instituir mecanismos de controle e legitimação deste poder

  • B.

    a reunião de indivíduos visando exclusivamente à preservação da própria vida e à garantia do direito natural e inalienável à propriedade.

  • C.

    a multidão que, cedendo o poder ao Estado soberano, a ele se opõe, mantendo-se contudo obediente, salvo em caso de ameaça à própria vida.

  • D.

    um refém do estado soberano que chega a devorar seus filhos, tal como o monstro bíblico Leviatã, apenas para demonstrar sua força e manter seu domínio.

  • E.

    uma unidade de indivíduos movidos por paixões e agindo como máquinas, concebida com base no modelo mecanicista da física da época.

Para a maioria das teorias contratualistas do direito e da ordem social, um princípio fundamental seria o da alienação da liberdade dos súditos em nome de um poder soberano. Uma crítica radical a este princípio é o ponto de partida da Teoria de

  • A.

    Pufendorf.

  • B.

    Rousseau.

  • C.

    Bodin.

  • D.

    Hobbes.

  • E.

    Grotius.

Na Genealogia da Moral, Nietzsche investiga o ideal ascético e conclui que

  • A.

    o ateísmo incondicional é o seu único opositor verdadeiro.

  • B.

    o ateísmo incondicional é uma de suas formas mais desenvolvidas

  • C.

    a ciência moderna é seu único opositor verdadeiro.

  • D.

    a arte e o ateísmo incondicional são seus verdadeiros antagonistas.

  • E.

    a arte e a ciência moderna são seus verdadeiros opositores.

Para Kant, a proposição de que toda mudança tem que ter uma causa é

  • A.

    um juízo sintético e a priori.

  • B.

    um juízo analítico, puro e a priori.

  • C.

    uma regra e não propriamente um juízo.

  • D.

    uma proposição analítica, mas a posteriori.

  • E.

    uma antinomia da razão pura.

Na Crítica da Razão Pura, Kant assevera que uma das utilidades de seu empreendimento crítico consiste em

  • A.

    anular qualquer pretensão de se admitir um uso puro prático da razão, na medida em que limita a meros fenômenos tudo aquilo que podemos pensar.

  • B.

    abrir um espaço para o uso prático da razão, ao operar a transformação das idéias transcendentais regulativas em formas a priori da intuição.

  • C.

    limitar o uso teórico da razão aos fenômenos, ao demonstrar que a intuição e os conceitos relativos àqueles se regulam pela natureza dos objetos.

  • D.

    admitir o uso prático da razão, ao distinguir entre aquilo que podemos conhecer teoricamente e aquilo que podemos apenas pensar.

  • E.

    demolir o dogmatismo, que postula a necessidade de uma ciência que determine, a priori, a possibilidade, os princípios e o âmbito de todos os conhecimentos.

A tese, defendida por Wittgenstein no Tractatus, segundo a qual "a filosofia tem por objetivo a elucidação lógica dos pensamentos" é representativa de um movimento filosófico que buscou

  • A.

    demonstrar a natureza analítica e a priori de todo pensamento e, em especial, do conhecimento científico.

  • B.

    reabilitar a fundamentação transcendental kantiana do conhecimento a partir da lógica.

  • C.

    elucidar a estrutura lingüístico-formal da linguagem e sua relação com os dados empíricos.

  • D.

    superar a tradição metafísica a partir da superação dos princípios da lógica aristotélica.

  • E.

    mostrar que o conhecimento científico é apenas um dentre vários tipos de jogos de linguagem.

Em A Ideologia Alemã, Marx e Engels argumentam que as representações, o pensamento e o comércio intelectual dos homens, de modo mais imediato, são

  • A.

    uma emanação direta do comportamento material dos homens.

  • B.

    um processo constante de negociação entre o simbólico e o material.

  • C.

    fantasias religiosas a serem historicamente superadas pela crítica filosófica.

  • D.

    manifestação da dominação enquanto dimensão histórica primordial.

  • E.

    expressão da mistificação dos conflitos e da exploração dos seres humanos.

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