Questões de Geografia da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

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Sistemas de Informações Geográficas são tecnologias que envolvem atores com diferentes formações, sendo Geógrafos, Engenheiros Cartógrafos, Agrimensores e de Computação as mais comuns. Ao se operar interdisciplinarmente é fundamental o ajuste e o domínio de termos técnicos para que a comunicação e a produção não sejam prejudicadas. Um conceito elementar em geoprocessamento é o de escala. Assim, considerando a amplitude de área no terreno, a escala associada por geógrafos e a escala associada por engenheiros, os termos empregados, respectivamente, serão:

  • A. se a área for grande, escala pequena, escala grande;
  • B. se a área for grande, escala grande, escala pequena;
  • C. se a área for grande, escala grande, escala grande;
  • D. se a área for pequena, escala grande, escala pequena;
  • E. se a área for pequena, escala pequena, escala pequena.

As elipses de Tissot são úteis para avaliação das características de uma projeção cartográfica e, normalmente, ficam definidas por seus dois eixos principais. Elipses com semieixos iguais a m0 = 0,80; m90 = 1,25 e m0 = 1,22; m90 = 1,48 são indicativas, respectivamente, de projeções:

  • A. conforme e afilática;
  • B. conforme e equidistante;
  • C. equidistante e afilática;
  • D. equivalente e afilática;
  • E. equivalente e equidistante.

O conceito de território é comumente associado à ideia de limites bem definidos e temporalmente estáveis, e tem no Estado Nacional sua principal referência. A geografia, no entanto, vem estudando territorialidades mais flexíveis, como a territorialidade do tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Altamente pulverizada, ela contrasta com a estrutura territorial característica de organizações mafiosas ou mesmo do jogo do bicho. No caso do tráfico de drogas, territórios-enclave (favelas) acham-se disseminados pelo tecido urbano, com territórios amigos (pertencentes à mesma organização ou ao mesmo comando) dispersos e separados pelo “asfalto”, para empregar a gíria carioca usual, ou seja, por bairros comuns. Entre duas favelas territorializadas pela mesma organização existe, porém, não apenas “asfalto”; pode haver igualmente territórios inimigos, pertencentes a outro comando.

Adaptado de: SOUZA, M. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO, I. et al. Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003: 91-92.

A compreensão do tipo de territorialidade descrita no texto acima implica uma articulação entre o conceito de território e o conceito de:

  • A. região;
  • B. lugar;
  • C. bairro;
  • D. rede;
  • E. fronteira.

Entre os documentos disponíveis para uma compilação cartográfica, observou-se que um dos mapas, em escala 1:10.000.000, não explicitava, em suas informações marginais, a projeção utilizada. Como responsável pelo projeto, a decisão correta é:

  • A. descartar o documento em questão, pois identificar uma projeção é um problema não determinístico;
  • B. arbitrar uma projeção a partir do aspecto visual das transformadas dos meridianos e paralelos;
  • C. identificar o meridiano ou o paralelo que se apresenta retilíneo, e fazê-lo coincidir com uma projeção conhecida;
  • D. determinar, a partir de medições, a curvatura dos meridianos e paralelos, e fazê-los coincidir com uma projeção conhecida;
  • E. determinar, a partir das medições, o padrão de representação das transformadas, obtendo um grupo de projeções similares.

A corrente de pensamento teorético-quantitativa assume o espaço como um conceito-chave para a Geografia. Diversos modelos desenvolvidos por autores vinculados a essa corrente fazem uso da noção de planície isotrópica. A noção se refere a uma superfície uniforme sobre a qual se desenvolvem ações e mecanismos econômicos que levam à diferenciação espacial. Um exemplo clássico é o modelo de uso da terra em anéis concêntricos desenvolvido pelo economista alemão Johann von Thünen, ilustrado pela figura abaixo:

Esses modelos têm em comum um papel determinante no processo de diferenciação espacial atribuído:

  • A. à heterogeneidade da ocupação humana;
  • B. ao efeito declinante da distância;
  • C. à intensificação das contradições sociais;
  • D. ao estabelecimento de limites e fronteiras;
  • E. ao processo de degradação ambiental.

Uma instituição precisa determinar as coordenadas de 5 novas estações. Para a execução do levantamento, são consideradas as seguintes condicionantes:

- todas as linhas entre as 5 estações devem ser levantadas;

- cada linha deverá ser levantada em 3 sessões distintas;

- em cada seção só poderão ser aproveitados os vetores independentes;

- mediante a logística existente, em um dia somente será possível medir uma única sessão;

- serão empregados no levantamento 5 rastreadores, e todos deverão ser usados em todas as sessões.

Diante desse contexto, o levantamento das estações por GPS deverá, teoricamente, ser feito no seguinte número de dias:

  • A. 9;
  • B. 8;
  • C. 7;
  • D. 5;
  • E. 3.

Para uso adequado da tecnologia de posicionamento GPS, é necessário diferenciar o que é uma observável, um modelo matemático e um método de posicionamento. Trata-se de um método de posicionamento:

  • A. ambiguidade;
  • B. dupla diferença de fase;
  • C. efemérides precisas;
  • D. pseudodistância;
  • E. estação virtual.

“Está longe de ser fácil o trabalho do geógrafo nas zonas pioneiras do Brasil. Sem desprezar as dificuldades materiais, a grande distância entre a cidade de São Paulo e as regiões novas, as deficiências da circulação, a impossibilidade de viajar durante a estação das chuvas, há outras que não enfrentam no mesmo grau os geógrafos acostumados a trabalhar nos países velhos. Nada disso pode surpreender em regiões cujo povoamento está em curso. Mudanças administrativas, incertezas estatísticas, vazios cartográficos, eis outras tantas consequências de um estado de coisas que, a cada dia, se modifica. Tão rápidas são as transformações que tudo que se pode escrever a respeito entra logo na história. Por isso, foi o próprio movimento que eu tentei descrever e explicar: não era possível elaborar uma monografia regional, por isso procurei compor o estudo de uma sociedade em movimento.”

Fonte: MONBEIG, Pierre. Pioneiros e Fazendeiros de São Paulo. São Paulo: Hucitec, 1984, p.18-19 Nos anos 1930 e 1940, Pierre Monbeig estudou a expansão do povoamento em território brasileiro para o oeste de São Paulo e o norte do Paraná. Para compreender as “sociedades em movimento”, Monbeig empregou a noção de “franjas pioneiras”.

As franjas pioneiras constituem a expressão geográfica:

  • A. do processo contínuo e linear de apropriação de terras nas áreas extremas de colonização;
  • B. do refluxo do povoamento em áreas que passaram por longos processos de depressão econômica;
  • C. da progressão irregular que marca a passagem dos espaços organizados aos que estão se organizando;
  • D. do contato entre regiões densamente povoadas situadas em unidades paisagísticas distintas;
  • E. da incorporação de áreas próximas às fronteiras internacionais pela implantação de infraestrutura.

Na estimação de coordenadas por meio das tecnologias GNSS, o processamento das observações tem aspecto fundamental na obtenção de uma melhor qualidade das coordenadas. Na fase de processamento das observações, podem ser utilizados:

  • A. a estimação por MMQ; a escolha do ambiente computacional; o controle de qualidade;
  • B. a estimação por filtragem de Kalman; a elaboração do plano de coleta das observações; o uso de centragem forçada;
  • C. os modelos funcional e estocástico adequados às observações; a escolha do método de posicionamento; a calibração do rastreador;
  • D. a técnica Data Snooping; a elaboração dos DoPs – Dilution of Precision; a verificação da existência e estado do apoio geodésico básico;
  • E. a reescalação da matriz variância covariância dos parâmetros; a definição do intervalo e tempo de rastreio; a identificação das possíveis obstruções às observações.

A Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), institucionalizada em 2007, no âmbito do Ministério da Integração nacional, estabeleceu como seus objetivos primordiais a reversão da trajetória das desigualdades regionais no país e a exploração dos potenciais endógenos da base regional brasileira. Para analisar os padrões de desigualdade regional no território brasileiro, foi elaborado um diagnóstico que combinou diversas variáveis, com destaque para o rendimento médio domiciliar, indicador da condição socioeconômica da população, e para a média geométrica do crescimento do PIB per capita, indicador de dinamismo econômico. Os dados foram agregados por microrregiões e, no caso da região Norte, em virtude da grande extensão territorial das unidades político-administrativas, por municípios. Os cartogramas abaixo indicam as áreas mais dinâmicas do país na década de 1990 e que apresentavam alto e médio rendimento domiciliar por habitante.

O padrão espacial resultante da combinação dos dois mapas acima denota um maior dinamismo econômico associado a condições socioeconômicas médias e altas:

  • A. nas áreas industrializadas da região concentrada;
  • B. nas frentes pioneiras do domínio tropical atlântico;
  • C. nas metrópoles e centros regionais da Amazônia Legal;
  • D. nos grandes adensamentos urbanos da região Centro-Sul;
  • E. nas áreas de fronteira da agricultura tecnificada do cerrado.
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