Questões de Geografia da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

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A mira é uma régua de madeira ou de metal usada no nivelamento para determinação de distâncias verticais, medidas entre a projeção do traço do retículo horizontal da luneta na mira e o ponto do terreno onde a mira está instalada. Observe o resultado de uma visada com luneta em posição horizontal:

O valor de AB é de

  • A. 1,354 m.1,354 m.1,354 m.1,354 m.1,354 m.
  • B. 1,585 m.
  • C. 3,345 m.
  • D. 5,540 m.
  • E. 5,850 m.

“A interpretação de um espaço ou de sua evolução só é possível por meio de uma análise global que combine simultaneamente três categorias analíticas: forma, estrutura e função. Isto significa que todo espaço social pode ser objeto de uma análise formal, estrutural e funcional. Entretanto, seria um erro conduzir cada uma dessas análises em separado.”

(Adaptado de: SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem. Editora Edusp. São Paulo, 2007.)

A análise de um espaço que leve em conta apenas a forma é identificada como

  • A. sistêmica.
  • B. empirista.
  • C. mecanicista.
  • D. espaciologista.
  • E. fenomenológica.

Milton Santos, em sua obra Pensando o Espaço do Homem, analisa o “período técnico científico e a universalização da sociedade”. Com relação a essa análise, analise as afirmativas a seguir.

I. A técnica é um objeto de elaboração científica sofisticada e a tecnologia e mass-media estão entre os pilares do atual período tecnológico.

II. O Estado torna-se internacionalizado por suas funções externas e internas, e para assegurar as condições do crescimento econômico ao nível mundial.

III. Os mecanismos de dominação são sistematicamente elaborados e os países subdesenvolvidos assistem à utilização intensiva da sua força de trabalho.

Assinale:

  • A. se somente a afirmativa I estiver correta.
  • B. se somente a afirmativa II estiver correta.
  • C. se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
  • D. se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
  • E. se todas as afirmativas estiverem corretas.

“A presença de manchas de ecossistemas típicos de outras provinciais no interior de um domínio de natureza distinto reflete a dinâmica das mudanças climáticas e paleoecológicas do período quaternário. No Brasil, são exemplos dessas ‘manchas’ as caatingas de Macaé-Cabo Frio, rodeadas por grandes contínuos de Mata Atlântica, ou as áreas de cerrados existentes no entremeio das grandes florestas da Amazônia.”

(Adaptado de: AB´SABER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil. Potencialidades paisagísticas. Ateliê Editorial, 2012.)

O modelo científico desenvolvido para explicar a presença desses enclaves ecossistêmicos é conhecido como teoria dos

  • A. redutos e refúgios.
  • B. biomas de exceção.
  • C. domínios e províncias.
  • D. geossistemas e geótopos.
  • E. subdomínios morfoclimáticos.

“A evolução dos conceitos sobre espaços ecológicos é uma tarefa de grande utilidade para um melhor ajuste entre a teoria e sua aplicação. Da obra do grande naturalista Alexander Von Humboldt herdou-se a consideração fitogeográfica essencial sobre a distribuição _____ das floras. No início do século passado falava-se em regiões climatobotânicas, aludindo, sobretudo, a faixas de disposição _____. Em 1935, Arthur Tansley introduz o termo de maior penetração e aplicabilidade nos meios científicos de todos os países: o conceito de _____.”

(Adaptado de: AB´SABER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil. Potencialidades paisagísticas. Ateliê Editorial, 2012.)

Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do fragmento acima.

  • A. altitudinal – azonal – bioma
  • B. longitudinal – azonal – geossistema
  • C. altitudinal – zonal – ecossistema
  • D. longitudinal – azonal – bioma
  • E. longitudinal – zonal – ecossistema

Em seu trabalho Espaço: um conceito-chave da Geografia, Roberto Lobato Corrêa apresenta fragmentos de obras de geógrafos, que de diferentes correntes do pensamento geográfico.

Fragmento 1

“... o espaço organizado pelo homem é como as demais estruturas sociais, uma estrutura subordinada-subordinante. E como as outras instâncias, o espaço, embora submetido à lei da totalidade, dispõe de uma certa autonomia”.

Fragmento 2.

“O espaço mítico é também uma resposta do sentimento e da imaginação às necessidades humanas fundamentais. Difere dos espaços concebidos pragmática e cientificamente no sentido que ignora a lógica da exclusão e da contradição”.

No fragmento 1, o espaço, para o geógrafo, é um fator social e não apenas um reflexo social. No fragmento 2, o geógrafo enfatiza os sentimentos espaciais e as ideias de um grupo ou povo sobre o espaço a partir da experiência. Os fragmentos 1 e 2 foram escritos, respectivamente, por

  • A. Milton Santos, representante da Geografia Crítica e Vidal de La Blache, representante da Geografia Regional.
  • B. Friedrich Ratzel, representante da Geografia Positivista e Richard Hartshorne, representante da Geografia Tradicional.
  • C. Milton Santos, representante da Geografia Crítica e Yi-Fu Tuan, representante da Geografia Humanista.
  • D. Richard Hartshorne, representante da Geografia Tradicional e Vidal de La Blache, representante da Geografia Regional.
  • E. Friedrich Ratzel, representante da Geografia Positivista e Yi-Fu Tuan, representante da Geografia Humanista.

“No que tange à lógica instrumental da acumulação, criam-se condições para a internacionalização da economia em um mercado unificado, e um espaço de fluxos financeiros, mercantis e informacionais tende a superar os Estados e as fronteiras, delineando uma nova divisão territorial do trabalho e uma nova geopolítica.”

(BECKER, Bertha. A geopolítica na virada do milênio: logística e desenvolvimento sustentável. CASTRO, Iná Elias de; et all. (Org..). Geografia: Conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.)

Em relação à dimensão política do espaço, Berta Becker afirma que a globalização significa

  • A. aumento da distensão.
  • B. incentivo à inovação tecnológica.
  • C. aumento da homogeneização.
  • D. reforço das barreiras.
  • E. valorização da diferença.

“Em geral, os enfoques tradicionais sobre a organização do território, dominados pela corrente neoclássica economicista, não se preocupam com a busca da explicação dos fenômenos territoriais, ocultando a verdadeira natureza da questão territorial, cuja explicação deve apoiar-se no conhecimento real do sistema social vigente, cujas leis devem ser decifradas a partir de um corpo teórico crítico que não negue as contradições do sistema capitalista. Nesta perspectiva a problemática espacial deve ser apreendida como derivação da totalidade, já que cada lugar é parte de um todo.”

(Adaptado de: BERNARDES, Júlia Adão. Mudança técnica e espaço: uma proposta de investigação. Em: CASTRO, Iná Elias de; et all (Org). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.) Considerando os pressupostos subjacentes ao tipo de análise do espaço sugerido no texto acima, analise as afirmativas a seguir.

I. Os conflitos constituem o elemento dinamizador da totalidade social.

II. A construção do espaço é, na aparência, um fato social e, na essência, um fato técnico.

III. O espaço é o instrumento material manipulado pelos grupos dominantes para manter sua posição de classe.

Assinale:

  • A. se somente a afirmativa I estiver correta.
  • B. se somente a afirmativa II estiver correta.
  • C. se somente a afirmativa III estiver correta.
  • D. se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
  • E. se todas as afirmativas estiverem corretas.

“A imagem piramidal e hierárquica tradicionalmente associada ao território, na qual os efeitos de proximidade têm supremacia sobre os efeitos de interdependência a longa distância, é cada vez mais menos verdadeira. [...] O exemplo da Amazônia é expressivo. A ligação direta e instantânea de certas localidades da Amazônia com os principais centros econômicos do país tornou, em parte, desnecessária a _____ anteriormente realizada pelos degraus inferiores da _____.”

(Adaptado de Leila Christina Dias. Redes: emergência e organização. CASTRO, Iná Elias de; et all. (Org.). Geografia: Conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.)

Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do fragmento acima.

  • A. Dominação – rede urbana.
  • B. Proximidade – rede urbana.
  • C. Função – centralidade urbana.
  • D. Mediação – hierarquia urbana.
  • E. Polarização – rede nacional de cidades.

“Seu projeto de transformação da epistemologia geográfica envolvia a assimilação da lógica formal positivista, enaltecendo assim o rigor do modelo científico das ciências físicas e a expressão exata da linguagem matemática, erigida como a linguagem universal da ciência. O método hipotético-dedutivo adotado sobrepõe a hipótese (a teoria) ao empírico, estabelecendo-a como ponto de partida (e de chegada!) no processo de conhecimento.” (HAESBAERT, R. (Org.) Territórios Alternativos. São Paulo: Contexto, 2011.)

Assinale a corrente do pensamento geográfico que condiz com o projeto epistemológico da Geografia descrito no fragmento acima.

  • A. Geografia Crítica.
  • B. Geografia Regional.
  • C. Geografia Teorética.
  • D. Geografia Humanista.
  • E. Geografia Pós-estruturalista.
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