Questões de História do ano 2014

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As invasões germânicas que assolaram o Império Romano Ocidental se desdobraram em duas fases sucessivas, cada uma com um impulso e um modelo diferente. A primeira grande onda começou com a marcha através do Reno gelado, em 31 de dezembro de 406, por uma improvisada confederação de suevos, vândalos e alanos. Segundo Perry (2000), o caráter dessa primeira leva de invasões foi muitíssimo complexo e contraditório. As características que denotam a complexidade e a contradição que marcaram as primeiras invasões germânicas, estão descritas na seguinte afirmativa:

  • A. Foram fundamentalmente ocupações territoriais pacíficas, quase uma ocupação de terras devolutas, mas modificaram radicalmente o legado latino ocidental.
  • B. Embora tenham sido ocupações pacíficas, feitas em territórios abandonados pelo decadente Império Romano, elas acabaram redundando em grande destruição da população, especialmente tendo como causa as doenças trazidas pelos povos bárbaros.
  • C. Devido ao fato dos povos germânicos já conhecerem um Estado político duradouro e terem uma religião pagã unificada, apesar da brutalidade das invasões, foram muito bem assimilados pela cultura romana.
  • D. As primeiras invasões germânicas notabilizaram-se pelo aspecto destrutivo, mas, ao mesmo tempo, trouxeram ao Império Ocidental um novo universo político e coerente, o que foi bem aceito pelos cidadãos romanos.
  • E. Foram, ao mesmo tempo, o mais radicalmente destrutivo assalto dos povos germânicos ao Ocidente romano e o mais notadamente conservador no aspecto cultural para o legado latino.

De acordo com Anderson (2000), embora não se possa estabelecer proporções exatas do peso das instituições romanas ou germânicas na síntese histórica que fi cou conhecida como “feudalismo”, a única instituição que abarcou toda a transição da Antiguidade à Idade Média em continuidade essencial foi:

  • A. o comitatus germânico
  • B. a clientela galo-romana
  • C. a Igreja Cristã
  • D. as Monarquias Feudais
  • E. a vila dos galo-romanos

Em sua obra “Uma Introdução à História”, Cardoso (1982) coteja duas perspectivas filosóficas, importantes ao longo do século XIX e até as primeiras décadas do século XX, que tiveram forte influência sobre o fazer historiográfico: o Positivismo, de Auguste Comte, e o Historicismo, de Wilhelm Windelband, Rickert e Dilthey. As repercussões do Historicismo sobre a produção do conhecimento histórico, segundo o autor, foram:

  • A. o predomínio de uma perspectiva idealista dos fatos históricos que serviu como uma espécie de freio para a construção da história como ciência
  • B. o crescimento de um realismo ontológico que ocasionou uma valorização extrema da história documental, baseada em documentos ofi ciais escritos
  • C. o desenvolvimento de uma abordagem da evolução humana pautada por etapas fixas e estanques – um período teológico, um metafísico e outro positivo
  • D. a difusão da ideia da inexistência de fronteiras estritas entre as ciências sociais e o respeito as especificidades históricas de cada época e sociedade
  • E. a afirmação da necessidade de uma síntese global que explique, ao mesmo tempo, as articulações entre os níveis que fazem da sociedade humana uma totalidade estruturada e às especificidades no desenvolvimento de cada nível

Em sua discussão acerca da cientificidade do conhecimento histórico, Cardoso (1982) aponta duas perspectivas diametralmente opostas sobre o tema: a do neopositivista Colin Patterson e a do materialismo histórico e dialético, de Marx e Engels. A visão de Patterson, de acordo com o autor, sobre a questão da história como ciência é:

  • A. A História é uma ciência, mas com baixíssimo grau de cientificidade, se comparada à Física ou à Biologia.
  • B. A História não é e nem pode ser uma ciência.
  • C. A História é a rainha das ciências antropológicas.
  • D. A História é menos científica do que a Física, mas mais científica do que a Biologia.
  • E. O método dialético aplicado à História deu ao conhecimento histórico o caráter de um saber estruturado em moldes científicos.

O imperialismo americano ocasionou uma declaração de guerra ao México em 1846, com a finalidade de conquistar terras mexicanas. Uma das justificativas dessa conquista era de natureza religiosa: o domínio norte-americano no continente representava a vontade de Deus. Tal teoria expansionista religiosa ficou conhecida pelo nome de:

  • A. Big Stick
  • B. Tratado de Oregon
  • C. Destino Manifesto
  • D. Doutrina Monroe
  • E. Pan-Americanismo

Antes de fazer sua revolução e tornar-se oficialmente socialista, em abril de 1961, Cuba deixou de ser parte do domínio colonial espanhol para tornar-se uma espécie de protetorado norte-americano. Mesmo após a Guerra Hispano-Americana, em 1898, que marcou o fim do domínio espanhol sobre Cuba, a ilha permaneceu sob ocupação militar norte-americana de 1898 a 1902 e a Assembleia Constituinte Cubana teve de acrescentar, na Constituição aprovada, uma lei do Congresso dos Estados Unidos da América. Essa lei submetia Cuba aos interesses estratégicos dos E.U.A. e ficou conhecida pelo seguinte nome:

  • A. Tratado de Havana
  • B. Emenda Hitchcock
  • C. Doutrina Monroe
  • D. Emenda Platt
  • E. New Deal

Ao refletir sobre alguns lugares-comuns de certa memória sobre a Ditadura Militar (1964-1985), nos quais sobressai a tese de que a ditadura foi resultado de uma quartelada, um pesadelo e que a sociedade não tem e nunca teve nada a ver com a ditadura, Reis (2000) procura, ainda, compreender como e porque permaneceram lideranças e mecanismos de poder preservados e/ou construídos no período da ditadura. O autor destaca o envolvimento de amplos setores sociais e empresariais brasileiros na construção da modernização conservadora implementada pelo Regime Militar e destaca o papel da mídia monopolista, do latifúndio, dos bancos, de setores da classe média, dentre outros. E caracteriza o movimento que derrubou João Goulart, em abril de 1964, nos seguintes termos:

  • A. golpe militar
  • B. movimento nacional desenvolvimentista
  • C. movimento civil-militar
  • D. movimento nacional-estatista
  • E. a ditadura escancarada

Segundo Carvalho (1993), pouco depois da proclamação da República em 1889, a disputa dos vencedores em construir uma versão ofi cial dos fatos destinados à história tornou-se grande. Tratava-se da luta pelo domínio simbólico do imaginário republicano e tal disputa era apaixonada e girava, muitas vezes, em torno de episódios aparentemente irrelevantes, como a chamada “guerra dos vivas”. No referido episódio, está em questão o papel na condução dos eventos republicanos o seguinte personagem público:

  • A. Quintino Bocaiúva
  • B. Deodoro da Fonseca
  • C. Floriano Peixoto
  • D. D. Pedro II
  • E. Duque de Caxias

Segundo Hobsbawm (1995), a Revolução Bolchevique de outubro de 1917 tornou-se tão fundamental para a história do século XX quanto a Revolução Francesa de 1789 para o século XIX. Entretanto, quando o autor faz uma comparação entre as consequências práticas das duas Revoluções, coloca em vantagem a Revolução Russa. Um dos argumentos que justifica tal vantagem é:

  • A. As ideias da Revolução Bolchevique duraram muito mais do que o ideário liberal burguês dos revolucionários franceses e a URSS tornou-se um modelo de liberdade em todo mundo, inclusive entre os norte-americanos.
  • B. A expansão global da Revolução Francesa foi maior, mas o internacionalismo proletário dos bolcheviques trouxe melhores resultados econômicos, tornando a URSS, em pouco tempo, a maior potência econômica global.
  • C. Os líderes da Revolução Bolchevique, especialmente os que sucederam a Lênin, souberam transformar o internacionalismo proletário em um pan-eslavismo engajado.
  • D. As ideias de ambas as Revoluções tiveram duração semelhante, mas os valores soviéticos se expandiram e se tornaram hegemônicos inclusive entre países inimigos.
  • E. Embora as ideias da Revolução Francesa tenham durado mais do que o bolchevismo, a expansão global deste último não tem paralelo desde as conquistas do islã em seu primeiro século.

Durante o século XIX, alguns países, sobretudo aqueles às margens do Atlântico Norte, conquistaram o restante do globo não europeu com grande facilidade e, onde a ocupação não era geopolítica e militar, ocorreu pela superioridade do sistema econômico, pela organização e pela tecnologia. Mesmo quando após 1917 surgiu um possível modelo político alternativo ao capitalismo, a opção de “modernização” segundo o modelo norte-ocidental, exceto por dispensar a empresa privada e as instituições burguesas, permaneceu essencialmente do mesmo tipo. O desenvolvimento tecno científico, numa variante ocidental capitalista ou socialista, permaneceu servindo de molde. As elites ocidentalizadas dos países periféricos não necessariamente aceitavam os valores dos Estados e as culturas que tomavam como modelo, mas tinham que se adaptar a esses. O objetivo do mais convicto e bem-sucedido plano de “ocidentalização”, o do Japão (1868-1912), não era realmente se ocidentalizar, mas, ao contrário, tornar viável o Japão tradicional. O nome pelo qual ficou conhecido este plano de modernização japonesa é:

  • A. Revolução ou Restauração Meiji
  • B. Revolução ou Restauração Kemmu
  • C. Período Azuchi-Momoyama
  • D. Guerra do Ano do Dragão
  • E. Rebelião de Satsuma
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