Questões de Pedagogia do ano 2003

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Lourdes Marcelino Machado discutindo a gestão da Unidade Escolar, no artigo "Quem embala a escola" defende que

  • A.

    a gestão governamental é a instância com poder para "embalar" a escola, tanto no sentido de "empacotá-la" ou de "adormecê-la" quanto no de "fazê-la andar", autonomamente.

  • B.

    o Diretor é quem "embala" a escola, no sentido de ajudála a andar, valendo-se do poder de persuasão que sua posição hierárquica na estrutura burocrática escolar permite.

  • C.

    a Direção é que pode, com partilha de poder, "embalar" a escola, criando administrativamente as condições necessárias para a ação educativa desenvolver-se.

  • D.

    a adoção de comissões, colegiados e conselhos é o único caminho democrático para que a escola deslanche, pegue o "embalo".

  • E.

    a autogestão é o caminho mais adequado, com colegiados diretivos anuais, em rodízio, eleitos em assembléias de pais, professores, funcionários e alunos, pois ninguém tem que "embalar" a escola.

Um supervisor visita pela primeira vez a escola indígena localizada no interior de uma aldeia guarani, que faz parte de seu setor. Depara-se com práticas bilingües, calendário próprio e um professor que lhe pede orientação para a construção do currículo que está elaborando com a comunidade e providências para a regularização da escola, solicitando-lhe, ainda, um exemplar do Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas (RCNEI). Nesta situação,

  • A.

    a legislação educacional atual dá amparo para a situação mencionada, com exceção da participação da comunidade indígena na elaboração do currículo, pois eles são leigos.

  • B.

    há irregularidades pois, o ensino tem que ser em língua portuguesa e o calendário deve ser o mesmo para todas as escolas. Apenas o RCNEI está nas normas legais.

  • C.

    o supervisor não deve visitar a escola indígena, porque ela não faz parte do sistema; e a grande diversidade permitida a ela, legalmente, acaba tumultuando o setor, que pode reivindicar esta flexibilidade curricular e de organização escolar.

  • D.

    a situação escolar está de acordo com o Parecer CNE 14/99 e a Resolução CNE/CEB 03/99, com exceção das práticas bilíngües, pois estas podem ameaçar a unidade nacional.

  • E.

    do ponto de vista das normas legais, não há nada irregular e o Supervisor deve recorrer ao Conselho Estadual de Educação para a regularização da escola e ao Governo Federal, para orientações técnicas e distribuição de materiais.

A "Classe de Aceleração" é uma das medidas adotadas pela Secretaria de Estado da Educação para recuperar a trajetória de aluno em situação de defasagem idade-série, garantindolhe a aquisição das ferramentas que o ajudem no processo de compreensão do mundo, de participação social e de construção de uma nova realidade. Essas ferramentas constituem o núcleo privilegiado para a revisão do que seria indispensável ao aluno para a sua reintegração no percurso regular do Ensino Fundamental. Para essa retomada, será preciso

I. conhecer os alunos em suas semelhanças e especificidades, para organizar formas de trabalho que possam atendê-los, em grupos ou individualmente.

[II. construir um novo projeto pedagógico, com novos conteúdos e recursos didáticos, para atender as características próprias desses alunos.

 III. priorizar princípios e delinear um padrão metodológico favorável à mobilização de interesses e de participação desses alunos no processo de ensino-aprendizagem.

 IV. detalhar pontos de chegada, especificando os conteúdos e as diferentes dimensões ou níveis de aquisição.

V. rever as expectativas que representam aquisições possíveis de serem alcançadas pelos alunos em geral, para adequá-las às características desse grupo.

A alternativa que contém apenas afirmativas constantes das orientações gerais da Secretaria de Educação sobre a Proposta "Classe de Aceleração" é

  • A.

    I, II e V

  • B.

    I, III e IV

  • C.

    I, III e V

  • D.

    II, III e IV

  • E.

    II, IV e V

Uma supervisora, ao participar de uma reunião do conselho de classe de uma das escolas de seu setor, deparou-se com uma visão de disciplina como pré-requisito para o trabalho pedagógico escolar e entendida como comportamento ordeiro, indispensável para assimilar ensinamentos do professor em sala de aula. Concordando com Júlio G. Aquino, contrapôs, o entendimento da disciplina na escola como

  • A.

    objetivo educacional e elemento da cidadania, intrínseco ao trabalho pedagógico escolar cuja realização depende muito do estatuto da relação professor-aluno ao abordar o conhecimento sistematizado.

  • B.

    uma resultante de ações paralelas às ações pedagógicas, disciplinadoras das vontades e dos corpos dos educandos no ambiente escolar, em investimentos sistemáticos e eficazes.

  • C.

    uma qualidade psicológica que revela o Complexo de Édipo bem resolvido, com introjeção da autoridade, num desenvolvimento saudável do relacionamento com as figuras do pai e da mãe.

  • D.

    um comportamento de personalidades fracas e submissas, incompatível com a cidadania, devendo a educação escolar incentivar a indisciplina como resistência.

  • E.

    sonho impossível, dadas as condições das famílias contemporâneas, desestruturadas e incapazes de impor limites a seus filhos e passar-lhes valores tais como o respeito às autoridades.

A Unidade Escolar X está situada em bairro com forte demanda para o ensino médio. Trata-se de uma escola particular com o ensino fundamental autorizado e funcionando em dois turnos, manhã e tarde. O Diretor decide solicitar autorização de curso supletivo de nível médio, para iniciar suas atividades em fevereiro do próximo ano. Para tanto, encaminha, em outubro, o pedido ao órgão competente da Secretaria de Estado da Educação, acompanhado dos seguintes documentos, exigidos pela Deliberação no 1/99, artigo 6o: em Cartório de Títulos e Documentos.

  • A.

    Regimento Escolar com diretrizes para o Projeto Pedagógico e Termo de Responsabilidade, registrado em Cartório de Títulos e Documentos.

  • B.

    Relatório, Descrição sumária das instalações físicas e dos equipamentos e das Alterações do Regimento, julgadas necessárias pelo Supervisor de Ensino.

  • C.

    Relatório, Regimento Escolar com diretrizes para o Projeto Pedagógico e Termo de Responsabilidade, registrado em Cartório de Títulos e Documentos.

  • D.

    Descrição sumária das instalações físicas específicas e dos equipamentos, Alterações Regimentais necessárias e Termo de Responsabilidade, registrado em Cartório de Títulos e Documentos.

  • E.

    Relatório, Regimento Escolar, Termo de Responsabilidade e Descrição sumária das salas de aula, laboratórios, dos equipamentos e demais instalações necessárias ao funcionamento do curso solicitado.

A Deliberação CEE no 21/2001 dispõe sobre equivalência de estudos realizados no exterior em nível do ensino fundamental e médio. Assinale a alternativa que corresponde às determinações desta Deliberação.

  • A.

    Alunos provenientes do exterior são aqueles que tiveram sua escolaridade totalmente realizada fora do país, ou por um período superior a um ano.

  • B.

    Para declarar a equivalência de estudos em nível de conclusão, a Diretoria de Ensino deve fundamentar-se nas exigências do sistema brasileiro.

  • C.

    Os alunos que receberam documentos de conclusão de estudos no exterior estão dispensados da solicitação de equivalência desses estudos.

  • D.

    A unidade escolar, após análise da escolaridade do aluno e comparação com as exigências do sistema brasileiro, decidirá sobre a conclusão de curso.

  • E.

    Os alunos do sistema brasileiro, que freqüentaram escola no exterior por um período de até dois anos, se pretendem prosseguir seus estudos, devem solicitar matrícula junto à unidade escolar.

O Conselho Tutelar, criado no âmbito dos Municípios, é um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de

  • A.

    promover o desenvolvimento físico e emocional da criança e adolescente.

  • B.

    julgar os casos de discriminação e maus tratos à criança e adolescente.

  • C.

    zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.

  • D.

    decidir sobre a guarda e adoção de crianças abandonadas.

  • E.

    dar prioridade ao atendimento às crianças de zero a seis anos.

O Diretor de uma escola constata que, apesar de garantido o desenvolvimento das atividades de compensação de ausência a partir do segundo bimestre, vários alunos do ensino fundamental, de 11 a 15 anos, não atingiram freqüência mínima determinada pela legislação vigente. Faz uma reunião com os pais desses alunos e providencia a realização de novas atividades de compensação durante as férias de janeiro, mas verifica que a freqüência continua baixa, configurando-se casos de abandono. Imediatamente, o Diretor

  • A.

    considera que os pais são os responsáveis pela situação desses alunos.

  • B.

    aguarda o comparecimento desses alunos para que justifiquem suas faltas.

  • C.

    encaminha ao Conselho Tutelar a relação dos alunos faltosos.

  • D.

    considera que já tomou as providências pedagógicas e legais cabíveis.

  • E.

    exime-se de outras iniciativas em razão do insignificante número de alunos faltosos.

Para orientar a discussão e elaboração do calendário escolar de 2003, o Diretor da Escola e o Coordenador Pedagógico selecionam e organizam algumas informações sobre o ensino fundamental e médio, constantes da LDB, (Lei no 9.394/96), indicação CEE no 9/97 e Parecer CEE no 67/98, destacando que é necessário atender, dentre outras, as seguintes determinações:

I. atividades de reforço e recuperação realizadas ao longo do ano letivo, de forma contínua e paralela, e, nos recessos ou férias escolares, de forma intensiva.

II. carga horária diária, mínima, de quatro horas, excluindo o tempo de recreio e dos intervalos entre as aulas.

 III. considerar

  • A.

    II, III e IV

  • B.

    II e IV

  • C.

    I, II e III

  • D.

    I e III

  • E.

    I e IV

Ana Maria Saul analisa a questão da avaliação educacional, apontando seus diversos objetos e níveis de abrangência, as influências internacionais de doutrina pedagógica e de técnica e questiona a relação linear de que mudanças na avaliação levam à melhoria do processo ensino-aprendizagem, fetichizando a avaliação, tornando-a o centro da aula. Baseada nestas e em outras ponderações, a autora

  • A.

    propõe que a avaliação pode ser uma "grande janela" pela qual podemos entrar e alterar as práticas cotidianas, o projeto pedagógico e a escola como um todo.

  • B.

    propõe a "pedagogia do exame" para incentivar a alunos e professores a melhorarem suas notas no SAEB, no SARESP e no ENEM.

  • C.

    conclui que a avaliação não é a questão mais importante do processo pedagógico e que só virou "fetiche" pela ação da mídia que espetaculiza a divulgação de avaliações em nível nacional.

  • D.

    propõe a avaliação como "centro da aula" para pressionar os alunos a se responsabilizarem, individualmente, por seus bons/maus resultados, prestando atenção, estudando, fazendo as tarefas solicitadas.

  • E.

    constata em pesquisas, dentro da escola atual, uma lógica avaliativa que se contrapõe à da ideologia individualista e conservadora que avalia o sucesso social, fora da escola.

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