Questões de Pedagogia do ano 2005

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Considere a situação abaixo para responder às questões de 33 a 35.

Uma professora do 2º ciclo do Ensino Fundamental, após a leitura de um mapa do Brasil, solicitou a seus alunos que organizassem uma tabela com as distâncias de algumas capitais em relação a Manaus.

A professora solicitou a seus alunos que descobrissem, pela tabela, qual a capital mais distante do Rio de Janeiro. Com isso, objetivou:

  • A.

    utilizar a régua como padrão de medida.

  • B.

    trabalhar grandezas de naturezas diferentes.

  • C.

    comparar grandezas da mesma natureza.

  • D.

    descobrir a distância entre as capitais.

  • E.

    analisar as grandezas das regiões brasileiras.

Segundo Ferreiro (2001), as garatujas devem ser interpretadas como escritas verdadeiras porque:

  • A.

    se baseiam em outro sistema diferente do sistema alfabético.

  • B.

    se configuram como rabiscos sem significação no plano representativo.

  • C.

    são desenhos infantis primitivos.

  • D.

    são formas criativas de fácil interpretação.

  • E.

    representam produções, embora desviantes ou desorganizadas.

Segundo Smolka (1998), a questão "Para quem eu escrevo o que escrevo e por quê?" define uma concepção de alfabetização caracterizada pela:

  • A.

    aprendizagem automática de vocábulos isolados.

  • B.

    repetição e reprodução de palavras e frases feitas.

  • C.

    interação com o outro pelo trabalho de escritura.

  • D.

    prontidão para a execução das tarefas escritas.

  • E.

    capacidade de soletrar fluentemente para o grupo.

A professora Glória não abria mão do uso do livro didático em quase todos os momentos do cotidiano escolar. A professora Cibele, sua colega de escola, buscava ser mais criativa, mantendo o livro didático como apoio, sem centrar seu trabalho exclusivamente neste material. Em uma conversa na sala de professores, Cibele incentivou a colega a utilizar recursos didáticos alternativos, afirmando que os livros didáticos:

I - determinam as questões fundamentais de cada componente curricular;

II - costumam selecionar dimensões culturais ignorando manifestações genuínas e comumente marginalizadas;

III - estimulam a pesquisa em outras fontes de informação;

IV - proporcionam articulação entre os diferentes campos do conhecimento;

V - estabelecem a forma e a seqüenciação das tarefas e do conteúdo da avaliação.

 Correspondem a uma crítica ao uso excessivo do livro didático as afirmativas:

  • A.

    I e II, apenas.

  • B.

    II e III, apenas.

  • C.

    II e IV, apenas.

  • D.

    IV e V, apenas.

  • E.

    I, II e V, apenas.

O professor Marcos aplicou alguns instrumentos de avaliação a seus alunos, como trabalhos, testes e provas. Ao final do bimestre, verificou que a maioria tinha atingido notas muito abaixo do esperado. Sob o ponto de vista de uma avaliação que efetivamente diagnostique o processo de ensino e de aprendizagem, o procedimento que se espera desse professor é que:

  • A.

    elabore instrumentos de avaliação mais fáceis no bimestre seguinte, para que os alunos possam obter notas melhores e atingir uma média aceitável.

  • B.

    considere os resultados como produto de desatenção e indisciplina dos alunos, o que proporcionará mudança de postura e melhor aproveitamento no bimestre seguinte.

  • C.

    desconsidere as notas obtidas e os instrumentos de avaliação aplicados e lance nos boletins dos alunos as notas que julgar que cada aluno mereça.

  • D.

    passe a adotar os trabalhos em grupo como forma exclusiva de avaliação, pois motivam mais os alunos e facilitam a obtenção de boas notas pelos mais fracos.

  • E.

    utilize os resultados para avaliar e redimensionar seu próprio trabalho, retornando aos conteúdos com uma nova abordagem metodológica.

A professora Carla costuma planejar detalhadamente suas aulas. A professora Janaína, contudo, prefere não planejar, agindo muitas vezes de modo improvisado com seus alunos. Conversando a respeito do tema, a professora Carla falou à colega da importância do planejamento escolar que, em um contexto educacional que vise à formação para a democracia e a cidadania, tem como uma função fundamental:

  • A.

    facilitar o controle administrativo exigido pela equipe pedagógica da escola através do preenchimento sistemático de formulários.

  • B.

    explicitar os princípios, objetivos e os procedimentos didáticos para articular as tarefas da escola com as exigências do contexto social.

  • C.

    assegurar a fragmentação própria do trabalho docente, uma vez que objetivos, conteúdos, métodos e processos de avaliação são realidades indissociáveis.

  • D.

    garantir ao docente a comodidade de planificar todo o seu trabalho no início do ano letivo, a fim de que se possa dedicar a outras tarefas importantes no decorrer do ano.

  • E.

    oferecer uma diretriz de ação docente para tornar único e linear o lançamento dos conteúdos, a fixação e a avaliação da aprendizagem.

Uma forma de dar maior qualidade ao trabalho pedagógico, evitando repetência e evasão, é o trabalho em equipe de professores, através do qual todos assumem a responsabilidade pelos alunos de forma conjunta. De acordo com as idéias de Perrenoud (2001), a atuação em equipe traz benefícios à escola porque:

  • A.

    cria grupos dentro do corpo docente, distinguindo os que atuam em equipe e os que preferem a autonomia.

  • B.

    constitui um "contrapoder" diante da direção, no necessário jogo de forças no contexto escolar.

  • C.

    contesta as regras comuns e ameaça a ordem tradicional, pois este tipo de organização é mais forte do que pessoas isoladas.

  • D.

    rompe com o individualismo, flexibiliza as classes, descentraliza a gestão e introduz novas idéias.

  • E.

    estabelece um nicho dentro da escola, interfere nos procedimentos burocráticos e necessita de recursos suplementares.

Analise a situação a seguir e responda às questões 19 e 20.

A professora Vânia costuma circular pela escola com seus alunos distribuídos em duas filas: uma de meninos e outra, de meninas. Em sala de aula, quando realiza um jogo didático, a competição se faz também entre meninas e meninos. Quando precisa dar um exemplo prático sobre algum conteúdo, se for um aspecto que evoque fragilidade e ternura, vale-se de situações da vida das meninas; se evocar vigor e agressividade, utiliza-se de situações que acredita serem do universo dos meninos.

Práticas cotidianas comuns, como as descritas no caso acima, ilustram um tipo de discussão sobre o currículo que questiona a forma como as diferenças de gênero são tratadas na escola. Esta discussão, caracteristicamente crítica, aponta que o currículo escolar vivido desta forma:

  • A.

    desfaz as práticas e concepções sexistas e competitivas, enfatizando a necessária igualdade entre os gêneros.

  • B.

    estimula que os alunos explicitem suas dúvidas acerca da sexualidade e expõe o debate sobre as diferentes opções neste campo.

  • C.

    constrói destinos sociais e produz identidades de gênero marcadas por diferenciação hierárquica, pouco contribuindo para a formação de vínculos de solidariedade.

  • D.

    respeita a pluralidade cultural e evita a exclusão de alunos dos ambientes onde forçosamente seriam discriminados.

  • E.

    demonstra que os problemas sociais advindos das diferenciações de gênero já foram superados no interior da escola, a partir da introdução de um currículo crítico.

Analise a situação a seguir e responda às questões 19 e 20.

A professora Vânia costuma circular pela escola com seus alunos distribuídos em duas filas: uma de meninos e outra, de meninas. Em sala de aula, quando realiza um jogo didático, a competição se faz também entre meninas e meninos. Quando precisa dar um exemplo prático sobre algum conteúdo, se for um aspecto que evoque fragilidade e ternura, vale-se de situações da vida das meninas; se evocar vigor e agressividade, utiliza-se de situações que acredita serem do universo dos meninos.

Os procedimentos utilizados pela professora Vânia fazem parte do currículo escolar?

  • A.

    Sim, pois o currículo envolve o conjunto de conhecimentos, habilidades, valores e hábitos, organizados pedagógica e didaticamente, como também os não explicitados.

  • B.

    Sim, pois o currículo é prioritariamente o resultado de ações espontâneas e não intencionais vivenciadas na escola e sistematizadas ao término de cada ano letivo.

  • C.

    Sim, pois o currículo é a prática didática empreendida pelo professor junto aos alunos, tendo em vista a mudança de atitudes e valores comportamentais.

  • D.

    Não, pois o currículo corresponde ao registro de todas as atividades profissionais realizadas por um indivíduo, visando a apresentar suas competências e habilidades.

  • E.

    Não, pois o currículo é a listagem de matérias a serem transmitidas aos alunos e que são impostas pelo Ministério da Educação e pelas Secretarias Estaduais e Municipais.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam uma série de temas transversais, dentre os quais a ética tem lugar de destaque. Em uma determinada escola, a equipe pedagógica definiu que o tema deveria ser trabalhado em aulas de Ensino Religioso. De acordo com as propostas dos PCN, este tipo de abordagem do tema ética:

  • A.

    contempla a orientação oferecida pelo documento, pois é da natureza do ensino religioso a discussão de questões éticas e de valores morais.

  • B.

    é coerente, apesar de o ensino acerca do fenômeno religioso envolver conteúdos próprios e não estar orientado para a formação de condutas morais

  • C.

    cria uma especialidade que o isola do currículo, comprometendo o princípio da transversalidade, e não reconhece sua presença nas experiências que ocorrem na escola e fora dela.

  • D.

    revela que a escola está buscando superar o duplo sistema de valores existentes em seu meio e na sociedade, através de ações que desvelem o Bem e o Mal.

  • E.

    ajuda os alunos a compreender que a ética é um fator aglutinador que está presente em todas as religiões, pois só é possível assumir posturas éticas por meio de uma prática religiosa.

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