Questões de Pedagogia do ano 2007

Raul e Júlio têm 5 anos e estão brincando de polícia e ladrão no pátio de uma instituição de Educação Infantil.

— Polícia e ladrão: mãos para o alto! Você é polícia? (Raul)

— Não. Eu sou ladrão! (Júlio)

— Por quê? (professora)

— Eu acho mais divertido. Ladrão tem carro e é rico! (Júlio)

 A partir desse diálogo, que conclusão deve nortear o trabalho da professora?

• A. É provável que essa brincadeira exemplifique o real da vida deles, pois traz personagens que fazem parte do contexto social da vida cotidiana
• B. Os meninos em questão estão querendo desafiar a autoridade da professora por brincarem com um tema inadequado
• C. Trata-se de uma brincadeira inocente, já que a criança dessa faixa etária ainda não percebe com clareza o que acontece no social mais amplo.
• D. Júlio não conhece as regras da brincadeira tradicional de polícia e ladrão, sendo preciso que a professora esclareça para ele o que vale e o que não vale
• E. A escolha da brincadeira provavelmente foi aleatória, tendo em vista que nessa faixa etária eles imitam muito o colega no brincar

O espaço/ambiente da Educação Infantil é fundamental para a qualidade da ação educativa. Uma das estratégias é a organização de áreas de atividades diversificadas (cantinhos). Com um espaço semi-aberto de atividades, o educador tem a possibilidade de circular entre as crianças dando atenção individualizada. Esses cantinhos permitem a realização de atividades como a roda de conversa, a hora da história, o teatro espontâneo, a construção com blocos, entre outros, e possibilitam que a criança:

• A. pense de maneira sistematizada a respeito de diferentes áreas do conhecimento, desenvolvendo, assim, o raciocínio lógico.
• B. elabore comportamentos menos agressivos em relação às outras crianças, o que irá facilitar o planejamento do educador.
• C. observe as atividades que estão sendo realizadas pelas outras crianças, para que construa um referencial de comportamento.
• D. trabalhe individualmente, o que vai contribuir para a construção de sua identidade e para o seu desenvolvimento emocional.
• E. interaja com pequenos grupos, permitindo a criação de um enredo comum nas brincadeiras, aumentando a troca e desenvolvendo a linguagem.

Uma das maiores dificuldades encontradas pelos educadores de Educação Infantil está relacionada à dificuldade de contato com a família das crianças, pois desconhecem os arranjos familiares e a realidade vivida pelas crianças atendidas pela escola. Por isso, uma justificativa comum aos "insucessos" escolares é a de que a criança vive no seio de uma família "desestruturada". Ao usar este termo, o educador evoca a:

• A. existência de uma cultura de violência no interior da família.
• B. organização familiar distante do modelo nuclear de família
• C. falta de condições financeiras da família.
• D. falta de estrutura habitacional da família.
• E. ausência de regras a serem seguidas pela criança

Maria, 5 anos de idade, vai de casa para a escola vendo diversas informações escritas, como as placas de trânsito, outdoors, nomes de lojas, cartazes de ofertas, números de casas, ela quer entender o que se esconde atrás deste misterioso código. A instituição de educação infantil deve assegurar

• A.

  um alcance homogêneo e simultâneo por parte das crianças, apropriando-se da leitura e da escrita.

• B.

  a infância, não possibilitando um contato da criança com a leitura e a escrita, pois levam à escolarização precoce.

• C.

  apenas as práticas discursivas orais, priorizando sempre a realização das rodas de conversas, de leituras orais e silenciosas.

• D.

  o direito da criança de manter contato com a escrita, mas esse contato não deve ocorrer pela criação de contextos didáticos artificiais.

• E.

  o direito da criança de manter contato com a escrita, e esse contato deve ocorrer pela criação de contextos didáticos artificiais.

Estudos do historiador Philiphe Áries, relatam as diversas transformações ocorridas, através dos séculos, no olhar e na compreensão que se tem acerca da infância. Na sociedade medieval, por exemplo, o alto índice de mortalidade infantil era considerado "normal" e a criança que conseguia sobreviver era imediatamente inserida no mundo adulto, não existindo, portando uma consciência da particularidade infantil, aquela que distingue a criança do adulto. Com isso, pode-se concluir que a concepção de infância é determinada histórica, social e culturalmente. Hoje, a concepção de infância que embasa a ação pedagógica na Educação Infantil entende a criança como:

I - um ser em maturação biológica que se tornará alguém quando deixar de ser criança;

II - um sujeito histórico e social, que se constrói nas relações, produz cultura e é por ela produzido;

III - alguém que tem uma natureza singular, sentindo e pensando o mundo de um jeito muito próprio;

IV - sujeito que necessita de cuidados especiais, pois ainda não desenvolveu uma racionalidade própria.

Está(ão) correta(s), apenas, a(s) afirmativa(s):

• A. II
• B. IV
• C. I e IV
• D. II e III
• E. I, II e III

NAS QUESTÕES NUMERADAS DE 16 A 40, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE RESPONDE CORRETAMENTE AO ENUNCIADO.

Considerando o pensamento pedagógico existencialista é correto afirmar:

• A.

  O ensino é meritocrático e conteudista, requerendo disciplina e esforço por parte do aluno.

• B.

  A tarefa da educação consiste em afirmar a existência concreta da criança, aqui e agora. A existência do ser humano não é igual à de outra coisa qualquer. Sua existência está sendo, se formando; não estática.

• C.

  O método é o da exposição oral dos conteúdos, pressupondo-se que todos os alunos tenham a capacidade racional de aprendê-los e assimilá-los.

• D.

  A função política da escola é reproduzir a estrutura social, através da transmissão de conhecimentos e valores estabelecidos historicamente na sociedade.

O Desenvolvimento Organizacional tem seus fundamentos na confluência de conhecimentos oriundos da Psicologia Social, Educação e da Teoria dos Sistemas. Foi influenciado pela orientação sociotécnica do Instituto Tavistock de Relações Humanas.

A respeito de suas características, analise as afirmativas a seguir:

I - visão de mudança como um processo contínuo, a longo prazo, planejado e sustentado por natureza;
II - estímulo à competitividade; educação voltada para os aspectos instrumentais e racionais do trabalho;
III - educação para as exigências do mercado; monitoramento através do controle e da predição;
IV - foco na organização como um todo; utilização de agentes de mudança da organização; melhoria dos processos grupais.

Entre as suas características de intervenção estão somente:

• A.

  I;

• B.

  IV;

• C.

  I e IV;

• D.

  I, II, III e IV;

• E.

  nenhuma.

Considerando o impacto das megatendências globais, vemos a substituição de uma economia baseada na manufatura e na exploração de recursos naturais para uma economia baseada no valor do conhecimento, na informação e na inovação. Muitas organizações estão promovendo modificações em sua cultura visando:

• A.

  maior autonomia, participação e comprometimento das pessoas;

• B.

  ênfase na eficiência da produção, no método e na rotina;

• C.

  departamentalização funcional para assegurar a especialização;

• D.

  estabelecimento de mecanismos de controle mais eficazes e maior probabilidade de manifestação da criatividade;

• E.

  ênfase nos meios e procedimentos.

A perspectiva humanista da hierarquia das necessidades de Maslow supõe que a segunda classe de incentivos que sucede a primeira na hierarquia motivacional numa situação de trabalho consiste em necessidades:

• A.

  fisiológicas;

• B.

  de sobrevivência material;

• C.

  de auto-realização;

• D.

  de reconhecimento social;

• E.

  de segurança.

Um projeto de desenvolvimento de equipes tomou como referência os aspectos motivacionais do trabalho. A teoria das necessidades socialmente adquiridas de McClelland identificou três necessidades que os trabalhadores desenvolvem:

• A.

  de auto-estima, de segurança e de afiliação;

• B.

  de realização, de poder e de afiliação;

• C.

  de desenvolvimento, de poder e de assumir responsabilidades;

• D.

  de recompensas, do estabelecimento de metas e de recompensas intrínsecas ao trabalho;

• E.

  de recompensas simbólicas como prestígio, reconhecimento e respeito.