Questões de Psicologia do ano 2006

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No que tange à Reforma Psiquiátrica no Brasil, em relação a década de 1990, é correto afirmar que

  • A.

    os manicômios permaneceram praticamente como únicas formas de assistência à massa de pacientes psiquiátricos.

  • B.

    as experiências inovadoras receberam forte crítica social e enorme resistência política na sua implementação, em particular, no Rio de Janeiro.

  • C.

    as ações que tentaram construir uma cultura antimanicomial fracassaram. Os olhares sobre a Loucura no campo social continuaram fortemente marcados pelo processo de estigmatização, do preconceito e do medo.

  • D.

    ocorreu a permanência continuada de diretrizes reformistas no campo das políticas públicas de saúde, com postos de coordenação e gerência ocupados por partidários da reforma.

Sobre a reforma psiquiátrica, assinale a alternativa verdadeira.

  • A.

    A expressão "reforma" associada à psiquiatria é de construção recente só podendo ser concebida a partir da experiência de Basaglia na França.

  • B.

    O movimento da reforma psiquiátrica no Brasil visa criticar o asilo nos seus aspectos desumanizantes, tentando assim dotar os hospitais psiquiátricos de uma estrutura mais aperfeiçoada de acolhimento e ambiência, tornando a contenção do paciente mais humanizada.

  • C.

    A reforma psiquiátrica nas últimas décadas constrói a sua crítica sobre os pressupostos da psiquiatria condenando seus efeitos de normatização e controle, questionando as restrições impostas ao exercício da cidadania dos pacientes psiquiátricos.

  • D.

    No Brasil, a reforma psiquiátrica é um processo que surge mais concreta e principalmente a partir da reforma sanitária preconizada por Oswaldo Cruz que lançou bases ao movimento de Higiene mental.

Sobre a relação entre traços de personalidade e câncer, assinale a alternativa FALSA.

  • A.

    As pesquisas cientificas mostram que a personalidade se configura como um preditivo nas formas de enfrentamento que a pessoa utilizará diante do câncer.

  • B.

    Uma disposição otimista no momento do diagnóstico está associada a um estilo de enfrentamento envolvido e menos perturbado psicologicamente.

  • C.

    Pesquisas mostram que pacientes que não estão dispostos a lutar contra o câncer têm o mesmo prognóstico daqueles que estão dispostos.

  • D.

    Tendencialmente, pessoas que se envolvem mais com o tratamento experimentam problemas psicológicos significativamente menores do que aquelas que não se envolvem.

Muitas razões foram propostas para o fracasso das pessoas em aderir inteiramente às recomendações da comunidade médica no que diz respeito a testes preventivos para o câncer. A esse respeito e em relação às razões que levam as pessoas a não aderir às recomendações médicas, considere as seguintes afirmativas:

I - No caso do câncer de mama, algumas mulheres podem estar totalmente conscientes de sua suscetibilidade à doença e reconhecer a sua gravidade, mas não sentir confiança de que possam realizar um auto-exame corretamente.

II - Um fator decisivo relacionado com a adesão a práticas de prevenção é a percepção da vulnerabilidade à doença.

III - Mulheres deprimidas são mais propensas a procurar fazer testes de prevenção de câncer de mama.

IV - Mulheres com altos níveis de ansiedade são propensas a procurar os testes para o câncer de mama.

São corretas, apenas

  • A.

    I, II e IV

  • B.

    I e III

  • C.

    II, III e IV

  • D.

    I e II

Vários estudos sugeriram uma relação entre tipo de personalidade e doenças cardíacas. A esse respeito, considere as seguintes afirmativas:

I - Estes estudos encontraram um padrão de comportamento propenso a problemas coronarianos que envolvia competitividade, forte senso de urgência e hostilidade.

II - Estes estudos sugerem que a personalidade de tipo B é formada por pessoas que apresentam grande probabilidade de apresentarem doenças coronária- nas.

III - Estes estudos mostraram que pessoas com personalidade tipo A apresentam coagulação sanguínea menos rápida e níveis menos elevados de colesterol e triglicerídeos sob estresse do que pessoas do tipo B.

IV - Estes estudos tendem a afirmar que quando ameaçadas as pessoas de tipo B são mais propensas a expressarem uma maior prontidão, são hiper ativas apresentando altos níveis de ansiedade.

É(são) correta(s), apenas

  • A.

    II

  • B.

    I, III e IV

  • C.

    II e III

  • D.

    I

As pessoas podem desenvolver algumas estratégias de enfrentamento do processo de hospitalização. Marque a opção que caracterizaria as estratégias de enfrentamento evitativo em relação à hospitalização e à doença, segundo Richard Straub.

  • A.

    Trata-se de estratégias centradas no problema. Neste caso, os pacientes evitam toda e qualquer recusa a adesão ao tratamento

  • B.

    São estratégias mais adaptativas. Os pacientes usam de racionalizações otimistas para afastar todo e qualquer pensamento negativo sobre seu estado de saúde

  • C.

    São estratégias que estão associadas ao fatalismo, à negação, ao desamparo e ao isolamento, estando associado a um pior tipo de adaptação ao tratamento médico.

  • D.

    Algumas ações de pacientes que a partir da dissimulação tentam sabotar a capacidade diagnóstica.

Em uma análise dos fatores envolvidos no comportamento de demora na busca de tratamento, Martin Safer e colaboradores descreveram cinco estágios de tomada de decisão de procurar cuidado médico. Em cada estágio a pessoa pode exibir o comportamento de demora. Assinale a alternativa que nomeia estes estágios.

  • A.

    Demora na avaliação; demora na aceitação da doença; demora comportamental; demora na marcação da consulta; demora no tratamento

  • B.

    Demora no diagnóstico, demora no prognóstico, demora na prescrição; demora no tratamento; demora na assimilação.

  • C.

    Demora na avaliação; demora no tempo de consulta; demora na realização de exames; demora na triagem; demora no tratamento

  • D.

    Demora no diagnóstico; demora na marcação da consulta; demora na adaptação; demora na ação terapêutica; demora na aceitação

A sociedade ocidental, durante vários séculos, concebeu a loucura como doença mental, que, a partir de meados do século XVII, era assimilada:

  • A. a todos os que possuíam imaginação desregrada, humores e espíritos vio-lentos.
  • B. aos sujeitos "possuídos", isto é, aqueles aprisionados em significações má-gicas e religiosas.
  • C. àqueles que se mostravam agressivos, violentos e "furiosos" em relação aos outros homens e à sociedade em geral.
  • D. a todos aqueles que se mostram "alterados" em relação à ordem da razão, da moral e da sociedade, portanto, são os desviados da ordem, ociosos e excluídos.

As instituições públicas de atendimento aos portadores de sofrimento mental como os CERSAMs e CAPs, que acolhem os sujeitos em crise, trazem em sua concepção um modo diverso de conceber a loucura e os loucos, em relação aos sistemas asilares, qual seja:

  • A. a loucura liberada e desalienada, restituída à sua linguagem de origem e aos espaços de convivência social.
  • B. a percepção da necessidade de tratamento rápido e eficaz dos loucos, para restituí-los ao convívio familiar e social.
  • C. a loucura como uma entidade abstrata e artificial que deve ser diagnosticada e tratada através de dispositivos científicos.
  • D. a necessidade de acolhimento dos loucos em um espaço específico onde os dispositivos médicos possam ter efeitos de cura mais rápidos.

A fundação do asilo, no final do século XVIII, assegurou o poder dos que se propunham a cura dos loucos e possibilitou toda uma sistematização do traba-lho terapêutico que compreendeu:

  • A. a higienização e medicalização do tratamento da doença mental.
  • B. a observação, descrição e classificação num sistema nosológico transnacional.
  • C. a valorização negativa da doença mental e a exclusão do doente do mundo social.
  • D. a vigilância permanente juntamente com técnicas de apaziguamento e silenciamento dos loucos.
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