Questões sobre Psicologia da Saúde

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O processo de manutenção ou de recuperação da saúde

  • A. não pode limitar-se a uma unidade de saúde.
  • B. deve limitar-se a consultórios.
  • C. relaciona-se apenas com hospitais e consultórios.
  • D. diz respeito apenas a consultórios ou a unidades de saúde.

A Psicologia da Saúde desafia as hipóteses do modelo biomédico de saúde e de doença ao sugerir que o ser humano deve ser visto como sistema complexo e que a doença é causada por

  • A. valores provenientes da classe social e do grupo étnico.
  • B. um único fator.
  • C. uma multiplicidade de fatores.
  • D. agentes patogênicos e falta de defesa.

Hoje em dia, é inegável a interação mente-corpo. Portanto, pode-se dizer que a doença representa

  • A. quebra do estado de equilibração orgânica do indivíduo.
  • B. quebra no dinamismo de tendência homeostática do indivíduo.
  • C. sintomas específicos.
  • D. perda do equilíbrio emocional.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, Saúde é o total bem-estar bio-psicosocial do indivíduo e não somente a ausência de doença. A partir desse conceito, observa-se a importância da

  • A. participação e utilização de equipamentos atualizados.
  • B. participação visando ampliar a identificação das necessidades do Saber e do Fazer "PSI".
  • C. participação e atuação de uma equipe multiprofissional.
  • D. participação de uma equipe interdisciplinar que tenha como objetivo implantar ações transdisciplinares.

Considerando-se a legislação concernente à Saúde Mental, é INCORRETO afirmar que

  • A.

    a internação psiquiátrica involuntária, segundo Lei Federal no 10.216, de 6 de abril de 2001, deverá ser comunicada ao Ministério Público Estadual, no prazo de 72 horas, pelo responsável técnico do estabelecimento em que ela tenha ocorrido, devendo o mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.

  • B.

    a Lei Federal no 10.216, de 6 de abril de 2001, redireciona o modelo assistencial em Saúde Mental, determinando que a internação psiquiátrica, em qualquer de suas mo-dalidades — voluntária, involuntária ou compulsória —, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.

  • C.

    a Lei Federal no 10.708, de 31 de julho de 2003, institui a auxílio-reabilitação psicos-social para pacientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações psi-quiátricas, cuja concessão, no entanto, fica vinculada ao cumprimento cumulativo dos seguintes requisitos: o beneficiário deve ter estado internado por período igual ou su-perior a dois anos; expresso consentimento do paciente ou de seu representante legal; e garantia de atenção continuada em Saúde Mental ao beneficiário.

  • D.

    as práticas psiquiátricas biológicas, segundo a Lei Estadual no 11.802, de 18 de janei-ro de 1995, estão submetidas a uma série de condições, sem cujo cumprimento elas são proibidas; é vedado, ainda, o uso de celas-fortes e de camisas-de-força, as psico-cirurgias, assim como quaisquer procedimentos que produzam efeitos orgânicos irre-versíveis.

Considerando-se a articulação entre loucura, ética e política, é CORRETO afirmar que

  • A.

    a luta antimanicomial buscou, desde o início, uma mudança social efetiva e, para tan-to, partiu do pressuposto de que era necessário constituir um coletivo político capaz de falar em nome próprio, apoiado em uma legitimidade construída junto à mídia, e, ainda como movimento social, implicou a necessidade de se colocar o louco em con-dições de igualdade com todos os outros seres humanos, objetivando sua inclusão no corpo social, para além das instituições, e propondo novas técnicas que assegurem in-dulgência aos excluídos.

  • B.

    a luta antimanicomial é um exemplo dos novos movimentos sociais, que se afirmam como plurais e se regem pela ética da luta contra todas as formas de opressão, cuja estrutura organizacional é colegiada, de forma que as lideranças estejam diluídas nos coletivos, evitando-se, assim, a hierarquia rígida e a burocratização das relações; a autonomia local e a articulação em rede lhe são essenciais, assim como a realização periódica de encontros; o movimento possui uma secretaria nacional, que se altera re-gularmente e é responsável pela convocação de reuniões plenárias, pela atualização política dos membros do movimento e, ainda, pelo cuidado com as questões financei-ras.

  • C.

    a ruptura radical com o modelo hospitalocêntrico exige mais que o fim do manicô-mio  faz-se necessário abandonar a tradição reificante da loucura, que estabeleceu conceitos como incapacidade, periculosidade, invalidez e inimputabilidade, entre ou-tros; a emancipação e a autonomia do portador de sofrimento mental deve articular, concomitantemente, uma reconstrução simbólica e a construção de direitos numa mesma tessitura, processo que se verifica por intermédio da instituição de serviços substitutivos, que, por definição, inviabilizam o funcionamento da lógica manicomial.

  • D.

    os serviços substitutivos têm como atividade principal não a normatização ou a disci-plina da loucura, mas sua interlocução com o campo social, com a cidade, devendo possibilitar ao louco vivenciar seus delírios ou alucinações e intervindo quando essa experiência se tornar socialmente excessiva; essa prática baseia-se na idéia de que é preciso evitar que o louco viva um processo de exclusão, por sua condição singular; aos serviços substitutivos cabe, pois, primordialmente, a tarefa de tornar a convivên-cia entre a loucura e a sociedade uma experiência harmoniosa, a fim de construir, no imaginário e no corpo social, um espaço adequado ao portador de sofrimento mental.

Considerando os ensinamentos de Ana Marta Lobosque, em Princípios para uma clínica antimanicomial e outros escritos (1997), analise estas definições:

I. Princípio da singularidade - Estabelece que a clínica antimanicomial é aquela em que o sujeito é convidado a sustentar sua singularidade sem precisar excluir-se do social.

II. Princípio do limite - Busca denunciar como excludentes todas as espécies de limite que a cultura humana impõe ao que a loucura possa ter de excessivo ou desordenado, demandando sua constante revisão.

III. Princípio da articulação - Determina a busca por parcerias com outros segmentos sociais que, também, sustentam uma posição de combate aos diversos dispositivos de exclusão.

A partir dessa análise, pode-se concluir que

  • A.

    apenas as definições I e II estão corretas.

  • B.

    apenas as definições I e III estão corretas.

  • C.

    apenas as definições II e III estão corretas.

  • D.

    as três definições estão corretas.

Figueiredo (1997) estuda a tarefa clínica do profissional nas instituições, considerando-a a partir de diversos modelos teóricos. Leia as afirmativas abaixo, dessa autora:

• "A tarefa do profissional é oferecer ao sujeito uma possibilidade de ressignificar e elaborar sua "miséria", até onde for possível tomar uma outra posição em relação a ela."
• "A tarefa do profissional funciona sob uma ética da tutela pautada no modelo da ética instrumental, que considera o sujeito privado de razão e vontade e, portanto, devendo seguir as prescrições do profissional".

Essas afirmativas se referem, respectivamente, aos modelos:

  • A.

    psicológico e médico.

  • B.

    psicológico e psicossocial.

  • C.

    psicanalítico e médico.

  • D.

    psicossocial e psicológico.

Figueiredo (1997) afirma:

• "A doença, vista como um acometimento biológico, e o conflito, como fruto de uma interioridade conturbada, devem levar a uma assistência que vise à reconstrução das relações sociais, de trabalho e de convívio".
• "O sujeito é entendido como dotado de inconsciente e poder de decisão imanentes e autônomos em relação à ordem social e à cultura que o circunscrevem e o constituem como sujeito de linguagem".

São modelos epistemológicos subjacentes a cada uma das afirmativas, respectivamente:

  • A.

    Modelo psicológico e modelo psicanalítico.

  • B.

    Modelo psicossocial e modelo psicológico.

  • C.

    Modelo psicossocial e modelo psicanalítico.

  • D.

    Modelo psicanalítico e modelo psicossocial.

As afirmativas abaixo são críticas comumente feitas aos manuais de psiquiatria (DSM e CID), considerados como manuais de diagnóstico, EXCETO:

  • A.

    São uma inversão do procedimento psiquiátrico, no âmbito da ética médica, em que os medicamentos determinam os diagnósticos e servem ao discurso capitalista.

  • B.

    São uma opção pela descrição e comunicação dos transtornos entre colegas de trabalho.

  • C.

    Os manuais de diagnóstico são a-teóricos e qualquer hipótese etiopatogênica é excluída, assim como o conceito de doença.

  • D.

    Os manuais de diagnóstico descrevem fenômenos relatados pela psiquiatria clássica sem a contextualização sócio-histórica dos pacientes.

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