Questões de Psicologia da Fundação Carlos Chagas (FCC)

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A Resolução no 007/2003 do Conselho Federal de Psicologia, apresenta um Manual de Elaboração de Documentos Escritos que descreve em detalhes o que precisa constar em quatro documentos: declaração, atestado psicológico, relatório ou laudo psicológico e parecer psicológico. Ao produzir o material, o psicólogo deve basear os documentos em princípios éticos e técnicos, ou seja, sempre

  • A. apresentar a sua fundamentação subjetiva para justificar suas conclusões todas as vezes que precisar prestar esclarecimentos para qualquer requerente.
  • B. utilizar testes ou cópia repográfica (fotocópia) do material dos testes, pautado pelo conhecimento, experiência, instruções e orientações específicas constantes nos manuais próprios.
  • C. guardá-lo pelo prazo mínimo de dois anos, sendo que o psicólogo é responsável pelos materiais relativos à avaliação, mas a instituição não.
  • D. guardá-lo pelo prazo mínimo de quatro anos, sendo que a instituição é responsável pelos materiais relativos à avaliação, mas o psicólogo não, já que pode desligar-se da instituição por ocasião de um novo emprego.
  • E. apresentar a sua fundamentação científica para embasar suas idéias, proposições e conclusões nos casos em que a natureza do documento assim o exigir.

O psicodiagnóstico pode ser considerado como um processo científico, porque deve partir de um levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou infirmadas por meio de passos predeterminados e com objetivos precisos. Tal processo é limitado no tempo, baseado num contrato de trabalho entre paciente ou responsável e o psicólogo. Quando o objetivo de uma avaliação psicológica clínica é realizar uma avaliação compreensiva,

  • A.

    o exame compara a amostra do comportamento do examinando com os resultados de outros sujeitos da população geral ou de grupos específicos, com condições demográficas equivalentes, interpretando diferenças de escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho do paciente.

  • B.

    são investigadas irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para diferenciar alternativas diagnósticas.

  • C.

    procura-se fornecer subsídios para questões relacionadas com "insanidade", competência para o exercício das funções de cidadão, avaliação de incapacidades ou patologias que podem se associar com infrações da lei, entre outras.

  • D.

    procura-se identificar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de forças e fraquezas do ego, de sua capacidade para enfrentar situações novas, difíceis, estressantes.

  • E.

    é determinado o nível de funcionamento da personalidade, são examinadas as funções do ego, em especial a de insight, condições do sistema de defesas, para facilitar a indicação de recursos terapêuticos e prever a possível resposta aos mesmos.

A terapia rogeriana é apontada como

  • A.

    a que o terapeuta modifica as metas da terapia para iniciar as mudanças comportamentais.

  • B.

    conduzida pelo terapeuta, mesmo este tendo a tarefa de ouvir as idéias do cliente sobre suas dificuldades.

  • C.

    encaminhada pelo terapeuta, já que o cliente vem com o desejo de compreender seus próprios problemas.

  • D.

    dirigida pelo cliente ou centrada no cliente.

  • E.

    a que conta com "intervenções do especialista" para auxiliar no crescimento da pessoa.

É conhecida a importância do insight e da elaboração no tratamento analítico. A elaboração pode ser definida como o processo pelo qual um paciente em análise descobre as conotações de alguma interpretação ou insight. Trata-se de um processo dinâmico que às vezes se produz espontaneamente frente a situações que permitam perceber a verdadeira e inconsciente natureza

  • A.

    dos conflitos internos.

  • B.

    dos esquemas referenciais conscientes.

  • C.

    das pautas conscientes.

  • D.

    da problemática interpessoal.

  • E.

    da problemática transpessoal.

Da mesma forma como nas psicoterapias individuais, também as grupoterapias podem funcionar psicanaliticamente com uma finalidade voltada ao insight destinado a mudanças

  • A.

    organo-socio-psicológicas.

  • B.

    do humor.

  • C.

    de opinião.

  • D.

    de cultura.

  • E.

    caracterológicas.

Um grupo, seja de natureza operativa ou terapêutica, caracteriza-se por algumas condições básicas mínimas. Por exemplo:

  • A.

    um grupo soma indivíduos de experiências distintas que decidem por um enquadre (setting) e o cumprimento das combinações nele feitas, com ou sem a concordância de seu coordenador.

  • B.

    um grupo não é um mero somatório de indivíduos, pelo contrário, ele se constitui como nova entidade, com leis e mecanismos próprios específicos.

  • C.

    um grupo não precisa ter objetivos claramente definidos, necessariamente, apenas deve levar em conta a preservação do espaço (os dias e o local das reuniões) e do tempo (horário, tempo de duração das reuniões, plano de férias etc.).

  • D.

    o grupo não é uma unidade que se comporta como uma totalidade, mas nele, também as especificidades de seus membros não devem ser sempre consideradas, pois perturbaria o acompanhamento conjunto.

  • E.

    a coexistência de duas forças confluentes ou consonantes, permanentemente em jogo: uma tendente à sua coesão e a outra, à sua desintegração.

Estudiosos das situações que envolvem o abuso sexual infantil mencionam a utilização da Câmara de Gessel para a escuta das crianças, ou seja, de salas com vidro espelhado, com filmagem em vídeo ou áudio direto. O objetivo desse dispositivo em relação à criança seria

  • A.

    conferir maior transparência ao destino dado ao dinheiro público.

  • B.

    conferir maior celeridade ao processo.

  • C.

    garantir o bem-estar da autoridade julgadora.

  • D.

    garantir a proteção da criança, para que ela não seja revitimizada.

  • E.

    garantir que o suposto abusador seja avaliado psicodinamicamente.

As crianças que sofreram abuso sexual freqüentemente são obrigadas a não revelar para ninguém dentro da família ou fora dela. Entretanto, em casos de prolongado abuso da criança dentro do contexto familiar, a criança tenta comunicar o abuso a alguém dentro ou fora da família. As crianças mentem sobre o abuso sexual porque estão com medo de

  • A.

    serem responsabilizadas pelos adultos, em geral.

  • B.

    perder o amor dos colegas.

  • C.

    serem castigadas, não acreditadas e não protegidas.

  • D.

    serem acusadas pela equipe multiprofissional de não saberem manter segredos.

  • E.

    passar vergonha diante das demais pessoas.

Ao falarmos que o diagnóstico envolvendo abusos não tem apenas finalidade terapêutica, mas também coleta de evidências para fins judiciais, queremos dizer que:

  • A.

    o relato da criança poderá ser dispensado, uma vez que ouve a oitiva pelo psicólogo.

  • B.

    a criança poderá ser solicitada a relatar os fatos da forma mais clara possível.

  • C.

    a avaliação da criança após o relato do abuso deverá ser legitimada por psiquiatra.

  • D.

    os pais deverão receber a aplicação de Medida de Segurança.

  • E.

    a criança e o suposto abusador deverão sofrer acareação de suas colocações.

Dentre as alternativas abaixo, o papel do psicólogo na entrevista lúdica é vivenciar

  • A.

    uns elementos contra-transferenciais e entender apenas os fatores psicopatológicos que configuram a queixa familiar.

  • B.

    uma experiência pré-moldada pelo psicólogo, já que ele necessita organizar e prever todos os passos que deverão transcorrer quando estiver com a criança.

  • C.

    uma experiência que deve ser tomada pelo psicólogo como útil para traçar planos de abordagem com a equipe interdisciplinar.

  • D.

    uma experiência nova, tanto para o psicólogo como para a criança, em que se refletirá o estabelecimento de um vínculo transferencial breve.

  • E.

    uma autonomia de procedimentos clínicos, já que não há materiais a serem apresentados para a criança.

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