Questões de Psicologia da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

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Michel Foucault, no conhecido livro Microfísica do Poder, analisa que o hospital e a medicina permaneceram independentes até meados do século XVIII. Segundo Foucault, com relação a essa situação, é correto afirmar que:

  • A. a medicina se tornou hospitalar através das necessidades sanitárias advindas com o grande internamento no Hospital Geral, local onde se justapunham e se misturavam doentes, loucos, devassos, prostitutas, etc;
  • B. a hospitalização dos discursos médicos se originou do reconhecimento da erudição do saber clínico, que implicou a constituição de um espaço privilegiado de exercício de poder;
  • C. a medicalização do hospital está relacionada à colonização do discurso religioso pelo conhecimento médico, submetendo o espaço hospitalar, antes administrado por religiosos, ao discurso clínico;
  • D. a medicina se hospitalizou a partir da disseminação do olhar como estratégia de vigilância e controle individuais, o que permitiu uma nova técnica de condicionamento dos corpos e mentes;
  • E. o primeiro fator de medicalização do hospital foi simplesmente a anulação de seus efeitos negativos, purificando-o das doenças que ele podia suscitar nas pessoas internadas, espalhando-as pela cidade.

Para a Psicologia do Esporte, a performance de excelência é definida como um desempenho atlético e consistente dentro de um período de tempo estendido. Para obter tal performance, os atletas precisam adquirir capacidades e habilidades nos campos de domínio fisiológico, técnico, cognitivo-tático e emocional. Como domínio emocional é considerado:

  • A. o controle emocional que envolve a capacidade do atleta de monitorar e exercer controle sobre suas próprias emoções por meio de técnicas de superação + a submissão ao acompanhamento psicoterápico profundo;
  • B. o controle emocional + as habilidades psicológicas de motivação, estabelecimento de metas, controle da ativação, autoconfiança, atitude positiva, habilidades interpessoais, imaginação e treinamento mental;
  • C. a submissão ao acompanhamento psicoterápico profundo, que poderá permitir a elaboração de temores e traumas que dificultem a vitória + o desenvolvimento de habilidades psicológicas como motivação, imaginação e controle mental;
  • D. a submissão ao acompanhamento psicoterápico profundo + a participação em terapia de grupo, que propiciará a formação de vínculos de confiança com os demais membros da equipe;
  • E. o controle emocional que envolve a capacidade do atleta de monitorar e exercer controle sobre suas próprias emoções por meio de técnicas de superação + a participação em terapia de grupo que propiciará a formação de vínculos de confiança com os demais membros da equipe.

Em eco às mais recentes transformações subjetivas da cultura midiática, a celebrada revista Time escolheu, como personalidade do ano de 2006: VOCÊ! Naquela edição, um espelho cintilava na capa da publicação como um convite à autocontemplação por cada leitor da revista. Em consonância com o processo de espetacularização do “eu”, empresas on-line estão aproveitando esse fenômeno para:

  • A. proteger a intimidade e preservar as narrativas pessoais;
  • B. vender produtos através da publicidade tradicional, sem qualquer mediação dos usuários;
  • C. ajudar pessoas a criar e compartilhar ideias e informações;
  • D. condenar acidamente a hiperexposição midiática e difundir textos críticos ao sistema;
  • E. desincentivar a criatividade de cada um, valorizando as narrativas oficiais.

As pesquisas na área de psicologia do esporte deram maior ênfase ao esporte de rendimento no período de 1965 a 1990. Nos últimos anos, entretanto, o foco de interesse da Psicologia do Esporte se ampliou. A Psicologia do Esporte voltada para crianças e adolescentes:

  • A. deve ter objetivos e formas de atuação muito específicas, de acordo com o nível de desenvolvimento dos alunos, respeitando suas capacidades maturacionais dentre aspectos biológicos e sociais;
  • B. deve se orientar para o alcance do alto rendimento nas competições, pois a expertise no esporte depende do precoce desenvolvimento do talento na área esportiva;
  • C. tem como objetivo a análise e modificação de fatores psíquicos determinantes do desempenho no esporte;
  • D. objetiva a melhoria planejada e sistemática das capacidades psíquicas individuais do rendimento, estabilização e otimização do comportamento na competição;
  • E. pretende acelerar e otimizar os processos de recuperação psicológica e a otimização dos processos de comunicação social.

Georges Canguilhem, no clássico texto “O que é a psicologia?”, considera que:

  • A. “o psicólogo contemporâneo exercita um saber científico que se ancora em larga tradição filosófica e que também está articulado à ascensão do método experimental, constituindo-se prática relevante e fundamental para compreensão da dimensão psíquica dos indivíduos.”
  • B. “o psicólogo é o profissional competente para investigar a personalidade e maturidade individuais, os modos de relacionamento familiar, a adaptação laborativa, a capacidade de constituição do vínculo e o desenvolvimento de atitudes tolerantes e disciplinadas em atividades comunitárias.”
  • C. “o psicólogo é, na maioria das vezes, um prático profissional cuja ciência é totalmente inspirada nas ‘leis’ de adaptação a um meio sociotécnico, o que confere às [suas] operações de medida uma significação de apreciação e um alcance de perícia.”
  • D. “o psicólogo é um estudioso das causas e consequências da violência familiar, relacionando o fenômeno da violência doméstica à violência estrutural (que incide sobre a vida das crianças e adolescentes) e à delinquência, entendida como forma de violência cometida por crianças e jovens transgressores.”
  • E. “o psicólogo é o profissional indicado a motivar, treinar e desenvolver habilidades esportivas tanto em atletas que visem aumentar seu rendimento esportivo quanto em crianças e jovens em processo de iniciação desportiva, bem como em atletas com burnout.

A utilização da Psicologia do Esporte pode se revelar útil tanto na prevenção quanto na cura de lesões esportivas, auxiliando no processo de reabilitação do atleta. Nesse contexto, o uso de técnicas psicológicas do controle da dor (pain coping strategies) vem se revelando eficaz na redução e controle da dor. Em relação ao controle da dor, as técnicas mais utilizadas são:

I. técnicas psicodramáticas, úteis na formação de vínculos deconfiança com a equipe que acompanha a reabilitação, fundamentais no controle da dor;

II. técnicas psicanalíticas, que visam reconhecer fatores inconscientes relacionados às dificuldades no processo de reabilitação e de persistência da dor;

III. técnicas cognitivas que redirecionam a atenção para longe do foco da dor, ou, inversamente, que a focalizam, para reinterpretá-la;

IV. técnicas comportamentais que se baseiam na modificação de comportamentos, na tentativa de controlar ou minimizar a dor.

Assinale se apenas:

  • A. I está correta;
  • B. II está correta;
  • C. I e II estão corretas;
  • D. II e III estão corretas;
  • E. III e IV estão corretas.

Desde o início dos jogos olímpicos na era moderna, o nível do desempenho esportivo vem crescendo continuamente, e o sistema de treinamento é um dos fatores responsáveis por isso. Associado à síndrome de supertreinamento, o burnout consiste:

  • A. na primeira fase da síndrome por supertreinamento, que se caracteriza por condutas de elevada competitividade, aumento significativo das atividades físicas e insensibilidade à fadiga;
  • B. numa resposta psicofisiológica exaustiva, que envolve uma fuga psíquica, emocional e, às vezes, física, em resposta a um excessivo nível de estresse ou insatisfação;
  • C. numa etapa do processo de recuperação, que consiste na redução progressiva dos fatores estressantes por meio de práticas de relaxamento e visualização positiva;
  • D. em sintomas físicos e psicológicos objetivos que podem ser detectados antecipadamente no sistema de treinamento;
  • E. em sintomas derivados de fatores emocionais, como proximidade de competições, desejo de vencer, temores de fracasso, etc.

Recentes pesquisas indicam que a qualidade de vida é resultado das condições subjetivas de um indivíduo nos vários aspectos que compõem a sua vida, como o trabalho, a vida social, a saúde física, o humor, entre outros. Com relação à prática de atividades físicas por pessoas idosas, é correto afirmar que:

  • A. devem-se diminuir progressivamente as atividades físicas na terceira idade, pois há risco de elevação de ataques cardíacos ou agravamento de problemas de saúde;
  • B. a depressão, principal problema de saúde mental entre os idosos, não é significativamente alterada por meio da prática de atividades físicas;
  • C. a prática de atividades físicas reduz e/ou atrasa a diminuição das capacidades físicas e a fragilidade orgânica;
  • D. a prática de atividades físicas por idosos parece estar relacionada ao aumento da incidência de morbidez e mortalidade por lesões musculares;
  • E. pesquisas indicam que a taxa de mortalidade entre idosos se revela diretamente proporcional ao nível de atividades físicas praticadas por eles.

Dietmar Samulski considera que, no esporte de rendimento, atletas que não dispõem de uma atenção suficientemente flexível não alcançam, de forma geral, um alto índice de rendimento esportivo, sendo, por isso, muito importante desenvolver neles a capacidade de concentração. São diretrizes utilizadas para melhorar a capacidade de atenção:

  • A. simular as condições de competição no treinamento; praticar o controle visual; permanecer concentrado em situações presentes;
  • B. usar palavras-chave; estabelecer rotinas de comportamento; permanecer concentrado em situações futuras;
  • C. desenvolver planos de competição; manter inalterados os estímulos e desafios; evitar e bloquear estímulos relevantes;
  • D. pensar no sentido de suas ações; concentrar-se no objetivo futuro; praticar o controle auditivo;
  • E. simular as condições de competitividade no treinamento; desenvolver planos de competição; compreender e integrar os pensamentos negativos.

Segundo Samulski, as percepções são processos presentes em todas as fases da ação esportiva, contribuindo para determinar as mudanças de velocidade, de espaço e de movimentos do corpo inteiro ou de parte dele, da posição do adversário, da forma de controle do equipamento, etc. O mesmo autor, baseando-se em Neumaier, afirma que a percepção (particularmente a visual) nos esportes deve cumprir quatro tarefas:

  • A. controle da expectativa; assimilação das informações provenientes do meio ambiente; antecipação do movimento externo; avaliação do movimento;
  • B. percepção do estado psíquico do adversário direto; percepção dos pontos fracos do sistema defensivo; percepção da forma de apitar dos árbitros; percepção dos movimentos de superioridade ou inferioridade numérica de defesa;
  • C. percepção do comportamento dos colegas; percepção do comportamento do adversário direto; percepção do comportamento do defensor próximo; percepção do comportamento da defesa perante a movimentação do ataque;
  • D. formação de uma base para orientação; controle visual do próprio movimento; antecipação do movimento externo; avaliação do movimento;
  • E. controle da expectativa; percepção de informações relevantes; antecipação da execução do movimento; percepção do estado psíquico do adversário direto.
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