Questões de Serviço Social da FUNRIO Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência (FUNRIO)

O processo de renovação do Serviço Social implica na ruptura de práticas conservadoras. Esse processo indica um projeto profissional compromissado com os interesses históricos da população trabalhadora. Esse projeto de ruptura se conjuga com uma reflexão profissional pautada na crítica dialética, que é o sustentáculo no enfrentamento de posturas ecléticas, messiânicas e voluntaristas. Podemos citar como referências teóricas no processo de ruptura, segundo Vasconcelos, os seguintes autores:

• A. Vicente de Paula Faleiros e Ana Ausguta Almeida.
• B. Balbina Otoni e Thereza Lobo.
• C. Marilda Iamamoto e José Paulo Netto.
• D. Ana Maria da Fonseca e Regina M. Faria..
• E. Romeu Gomes e Otávio Cruz Neto.

Na construção de um projeto, mapeia-se um conjunto de recortes e de escolhas que abordam a realidade e que irão constituir o objeto de pesquisa. Assim, o projeto científico, ao ser elaborado, perpassa por três dimensões importantes que são intituladas

• A. filosófica, teórica e referencial.
• B. construtiva, tecnicista e pragmática.
• C. técnica, ideológica e cientifica.
• D. dialética, ideológica e maquineísta.
• E. empírica, operacional e política.

Segundo Minayo, a fase de análise de dados em pesquisa qualitativa apresenta três obstáculos para uma análise eficiente. Esses obstáculos são

• A.

  a ilusão do pesquisador quando avilta conclusões com nitidez à primeira vista; o envolvimento com os métodos e técnicas a ponto de esquecer os significados presentes; o distanciamento entre a fundamentação teórica e prática da pesquisa.

• B.

  a finalidade da pesquisa que delimita o objeto; a quantificação de dados que não podem ser reduzidos a variáveis; a clareza dos dados obtidos.

• C.

  a articulação entre teoria e prática; a aparência e a essência nas pesquisas sociais; a fundamentação fenomenológica da pesquisa.

• D.

  a familiaridade do pesquisador com o objeto de pesquisa; a interpretação pragmática; a reformulação de hipóteses.

• E.

  a análise quantitativa; a complementação teórica; o referencial positivista de mensuração de variáveis.

O objeto das Ciências Sociais é histórico. Isso significa que as sociedades humanas existem num determinado espaço cuja formação social e configuração são específicas. Nesse campo em que há o presente, marcado pelo passado e projetado para o futuro, podemos considerar como características fundamentais de qualquer questão social a

• A. estaticidade, a generalidade e plausibilidade.
• B. delimitação, a especificidade e a quantidade.
• C.

  previsibilidade, a estaticidade e a especificidade.

• D. versatilidade, a especificidade e a estaticidade.
• E. provisoriedade, o dinamismo e a especificidade.

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Preocupa-se, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado; trabalhase com um universo de significados e valores que correspondem a um espaço que não pode ser reduzido à operacionalização de variáveis. Todavia, o aspecto quantitativo está presente nas pesquisas sociais como um continuum materializando-se em dados concretos que seriam o objeto de estudo. Nesse contexto, o universo do conjunto de dados quantitativos e qualitativos pode ser considerado como uma

• A.

  relação que se complementa, pois a realidade abrangida por estes elementos interagem dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia.

• B.

  relação dicotômica, que se confronta dialeticamente, pois o que é objetivamente quantificado não pode ser analisado de forma mais profunda.

• C.

  postura teórica unânime, que é claramente definida pela corrente positivista de análise quantitiva.

• D.

  recorrência à sociologia compreensiva, que trabalha com a quantificação de variáveis e a contrapõe com a compreensão da realidade social.

• E.

  abordagem dialética, que enfatiza o empirismo e o subjetivismo do universo quantificável da pesquisa.

No bojo do processo de reestruturação industrial, de flexibilização do processo produtivo de incisiva qualificação profissional, adaptabilidade e multiplicidade de competências, que exige do trabalhador maior participação e envolvimento, o trabalho se torna "parte" da produção em troca de uma série de políticas de incentivos simbólicos. Dessa forma, reeditam-se novos conteúdos para a prática do Assistente social, que irá corroborar com a formação de um comportamento produtivo compatível com as exigências atuais da empresa. Nesse entendimento, considera-se que

• A.

  as empresas consideram o Serviço Social como instrumento promotor da adesão do trabalhador às novas necessidades e, para isso, refuncionalizam suas demandas sob o manto da inovação e da modernidade.

• B.

  o assistente social como profissional liberal operacionaliza sua prática de forma a conciliar a demanda do usuário com o da instituição.

• C.

  o profissional é solicitado a envolver o trabalhador no processo produtivo, já que, como participante da gestão, ele pode questionar a linha de decisão.

• D.

  o trabalhador múltiplo é um exemplo do modelo taylorista de produção, que procura desenvolver todas as potencialidades necessárias ao processo produtivo.

• E.

  o Trabalho do Serviço Social é de cunho educativo, que tem como vertente a vinculação dos direitos dos trabalhadores como forma de embate direto com a empresa , prática muito bem aceita pelas instâncias empregadoras.

Constitui-se direito do Assistente Social quanto ao sigilo profissional

• A.

  manter sigilo, em qualquer hipótese, mesmo quando a situação possa ser maléfica para o usuário e a coletividade.

• B.

  manter sigilo, sendo admissível a quebra do mesmo quando a situação possa trazer prejuízos aos interesses do usuário, de terceiros e da coletividade.

• C.

  revelar, quando notificado judicialmente, situação sigilosa do usuário de que esse tenha conhecimento no exercício profissional.

• D.

  prestar declaração sobre a situação do usuário de forma abrangente, quando envolver um trabalho multidisciplinar.

• E.

  aceitar nomeação como perito quando a situação não se caracterizar como área de sua competência profissional.

Constitui-se um dever do Assistente Social com relação às instituições empregadoras

• A.

  emprestar seu nome e registro profissional para a simulação do exercício profissional.

• B. ter livre acesso à população usuária.
• C. integrar comissões interdisciplinares de ética.
• D.

  empenhar-se na viabilização dos direitos sociais dos usuários, através dos programas e políticas sociais.

• E.

  respeitar as normas e princípios éticos das outras profissões..

Na direção de um verdadeiro enfrentamento da questão social, as ações empreendidas cotidianamente junto aos usuários do Serviço Social só têm sentido se desenvolvidas não como um fim em si mesmas, atendo à singularidade isolada dos fatos, mas como parte de um alicerce de sustentação para ações cada vez mais profundas, críticas e radicais, a curto, médio e longo prazos, na busca de uma ruptura definitiva com a ordem capitalista. Para tanto, o projeto de uma prática profissional que busque subsidiar esse enfrentamento deve estar alicerçado no(a)

• A.

  compromisso com valores democráticos/humanistas pautados numa opção ética.

• B.

  determinismo da realidade aliada ao cotidiano dos usuários.

• C. conjunto isolado da questão social.
• D. pragmatismo das ações profissionais.
• E.

  resolutividade da questão social como parte inerente do sistema capitalista.

Segundo Vasconcelos, não há projeto de formação que prescinda da realidade, assim como não há projeto de profissão que prescinda da teoria. Segundo a autora, um Serviço Social consciente dos seus objetivos e de seu projeto profissional deve estar determinado pela relação

• A. consciência/inconsciência.
• B. teoria /prática.
• C. realidade/teoria.
• D. objetividade/subjetividade.
• E. teoria/objetivo.