Questões de Serviço Social da Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (VUNESP)

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O Serviço Social possui interface histórica com o Direito, na medida em que o foco do seu trabalho está na defesa, conquista, viabilização e veiculação dos direitos e na mesma medida em que se apresenta como campo legítimo de trabalho no âmbito jurídico. Junto a outros profissionais, o assistente social contribui para a construção de formas de ação nesse campo. O conjunto de demandas aponta para a pertinência de seu trabalho, imprimindo legitimidade à ação profissional. Ao abordar a contribuição desse profissional nessa área, ainda que este integre uma equipe interdisciplinar, Chuairi (2001) destaca sua pouca expressividade e sua participação incipiente em vista do desconhecimento das possibilidades de trabalho do assistente social, por parte

  • A. da equipe interdisciplinar.
  • B. dos próprios assistentes sociais.
  • C. dos gestores.
  • D. dos operadores do direito.
  • E. dos usuários.

As mutações econômicas, sociais e políticas que vêm caracterizando o desenvolvimento capitalista no Brasil, sobretudo nas últimas décadas, colocam em foco o caráter regulador da intervenção estatal no âmbito das relações sociais no país. Estruturado em instituições, com seus programas e projetos, o Estado assumiu historicamente o papel de fiador dessas relações, intervindo no processo acumulativo e na reposição das classes subalternas. As intervenções do Estado se inscrevem, portanto, no bojo das relações sociais mais amplas, que configuram a ordem capitalista, processando- se no âmbito institucional. O que se questiona na sociedade brasileira é o caráter truncado dessa relação caracterizada pela ausência de direitos, particularmente dos trabalhadores, e pela ausência de

  • A. programas específicos.
  • B. objetividade de propósitos.
  • C. regras estáveis.
  • D. propostas concretas.
  • E. delimitação de poder.

Os direitos sociais previstos nos estatutos legais nem sempre são efetivados, uma vez que, para isso, dependem da vontade política e de decisões governamentais. É nesse contexto sociopolítico e legal que se situa o cotidiano do trabalho do assistente social na área sociojurídica. A importância da atuação profissional do assistente social nessa área tem sido reafirmada em situações de adolescentes em conflito com a lei aos quais são aplicadas medidas socioeducativas, como também junto a crianças e adolescentes em situação de risco social, com direito a medidas específicas de proteção. É correto afirmar, portanto, que os assistentes sociais são chamados a contribuir na luta pela afirmação dos direitos sociais e humanos de um segmento social que vem sendo destituído de direitos e privado de condições para

  • A. sua inclusão laboral.
  • B. o exercício de sua cidadania.
  • C. sua prática estudantil.
  • D. a participação produtiva.
  • E. sua plena capacitação pessoal.

Nas últimas décadas, houve um crescente reconhecimento dos direitos humanos e sociais, expresso, sobretudo, por meio de conquistas legais. No entanto, verifica- -se um movimento por meio do qual a sociedade passa a incumbir o judiciário na tarefa de efetivar tais direitos por meio de ações públicas e da recorrência aos juizados especiais. Esse fenômeno, denominado judicialização da questão social, transfere para o Poder Judiciário a responsabilidade de realização da cidadania social em substituição aos poderes que legislam e executam as políticas públicas. Reconhecer a atribuição do Poder Judiciário de responder aos desdobramentos da questão social pode ser positivo na medida em que a força da lei será aplicada, no entanto, a centralidade desta instância estatal na gestão de conflitos promove respostas

  • A. corretivas e estruturais.
  • B. justas e equilibradas.
  • C. autocráticas e acessíveis.
  • D. burocráticas e centralizadas.
  • E. individuais e focalizadas.

A história não é uma abstração nem é constituída de forma independente dos homens. Embora o homem originalmente surja da natureza, suas capacidades essenciais são construídas por ele, em seu processo de humanização. Portanto, é correto afirmar que os modos de ser que caracterizam o ser social são construções sócio-históricas. A essa objetividade sócio-histórica, soma-se a ontologia do ser social que dá ao homem a possibilidade de se comportar como um ser ético, passando a construir mediações com a natureza e com os outros homens. Nessa perspectiva, inerente a todas as atividades humanas, compondo-se como um traço essencial do indivíduo, está

  • A. a superação.
  • B. o domínio.
  • C. a sensibilidade.
  • D. a sociabilidade.
  • E. a criatividade.

As reflexões de estudiosos do fazer profissional do Serviço Social tem priorizado a análise da intervenção do Estado via políticas sociais públicas e seus efeitos na sociedade. Esse viés de análise pode levar a uma abordagem politicista das demandas profissionais. A adoção dessa análise politicista dos direitos sociais e das políticas sociais remete a um reconhecimento das desigualdades sociais como naturais, sem resguardar uma profunda aliança entre

  • A. a política e o Estado.
  • B. a economia e a política.
  • C. o controle e a participação.
  • D. a sociedade e a profissão.
  • E. o usuário e a demanda.

A atuação interdisciplinar requer construir uma prática político-profissional que dialogue a respeito da diversidade de pontos de vista, aceite confrontos entre as diversas abordagens de cada profissão, tome decisões decorrentes de posturas éticas e políticas fundamentadas nos princípios e valores estabelecidos pela ética profissional. “Com vistas a situar o indivíduo nas relações sociais que têm papel determinante nas suas condições de vida, de modo a não responsabilizá-lo pela sua condição sócio- -econômica”, o trabalho interdisciplinar em equipe, no campo da Assistência Social, deve ser orientado pela perspectiva da

  • A. potencialização.
  • B. totalidade.
  • C. autonomia.
  • D. condicionalidade.
  • E. objetividade.

As novas configurações familiares, evidenciadas nas ultimas décadas, estão relacionadas às transformações sociais contemporâneas. Essas alterações do formato e das relações familiares devem ser compreendidas como novas possibilidades e alternativas de sociabilidade e não como desvio e fontes de fragilidades do grupo familiar. Por outro lado, no que se refere à sua inserção, em seus novos arranjos, na estrutura social, especialmente as famílias brasileiras de camadas populares estão fortemente pressionadas pela política econômica, que é fonte geradora de estresse familiar. Nesta perspectiva, é correto afirmar que o processo de modernização tem levado as famílias a

  • A. uma sobrecarga de suas funções.
  • B. um fortalecimento do seu caráter protetivo.
  • C. uma troca constante de suas funções.
  • D. um resgate de posição de seus membros.
  • E. uma substituição de seus valores morais.

A separação de um casal constitui um dos momentos de maior desorganização do sistema familiar, e um dos principais desafios é manter a sociedade parental e desfazer a sociedade conjugal. Na separação, o ponto mais delicado é a questão da guarda. A guarda dos filhos menores costuma ser concedida à mãe, embora na Constituição Federal fique garantida a igualdade de tratamento entre homens e mulheres. Tem chamado a atenção dos pesquisadores as consequências de guarda única, que estabelece um tipo de convivência entre pais e filhos que permite a instalação de um padrão de relacionamento capaz de se tornar abusivo, do ponto de vista psicológico, na dinâmica familiar. Trata-se da prática de dificultar o contato e a convivência dos filhos pequenos com um dos genitores, caracterizado como

  • A. exercício de consolidação de vínculos.
  • B. afastamento compulsório.
  • C. garantia de incolumidade.
  • D. ato de alienação parental.
  • E. síndrome comportamental.

Fala-se muito em interdisciplinaridade como uma das formas de superar o problema da fragmentação do saber e da formação profissional. A fragmentação do saber tem sua origem na divisão social do trabalho e, na sua forma específica moderna, na fragmentação do processo capitalista de produção da riqueza material. Ao impedir uma visão de totalidade do processo social e ao gerar uma compreensão desse mesmo processo apenas em sua aparência, essa forma de saber contribui para reproduzir uma sociedade que favorece os interesses da burguesia. A superação dessa cisão no âmbito do saber e a almejada interdisciplinaridade passa, necessariamente, pela

  • A. atribuição de autonomia ao conhecimento, entendendo sua fragmentação como um processo que se dá no interior do próprio saber.
  • B. transformação radical do mundo que lhe deu origem e necessita dessa forma de produção do conhecimento.
  • C. composição desses diversos fragmentos, distanciando- se da obtenção de um conhecimento totalizante.
  • D. superação exclusiva da fragmentação pelas vias epistêmica, pedagógica ou comportamental.
  • E. subtração ou pela justaposição ou, ainda, por atitudes e esforços do sujeito em integrar várias áreas do conhecimento.
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