Questões de Comunicação Social da Fundação Universa (FUNIVERSA)

Na estrutura tradicional, largamente descrita na bibliografia e aceita na prática profissional, o primeiro parágrafo da notícia de um jornal impresso corresponde ao lead, com o qual o jornalista visa:

• A. contribuir para uma leitura mais atenta e demorada por parte do leitor padrão, que, mesmo tendo tempo, nos dias atuais, para ler todas as notícias até o seu final, prefere ser conduzido por um resumo apresentado no início.
• B. diferenciar radicalmente a linguagem jornalística da linguagem científica, aproximando-a da leveza e da beleza estética da literatura.
• C. dar ao jornalismo o mesmo método de exposição comumente adotado para a redação de um texto científico, cujo objetivo é apresentar a conclusão detalhada da pesquisa logo no início e descrever o método e contexto na seqüência.
• D. facilitar ao leitor a escolha das notícias e a retenção dos seus aspectos mais importantes, a partir das respostas às cinco perguntas fundamentais: quem (fez), o quê, quando, onde e como, às quais muitos autores costumam acrescentar mais uma: por quê, como parte do próprio lead ou como desdobramento deste.
• E. atrair a atenção do leitor e conduzi-lo para o último parágrafo da notícia, no qual são apresentadas as respostas às seis perguntas fundamentais: quem (fez), o quê, quando, onde, como e por quê.

Na perspectiva da teoria da bala mágica ou da agulha hipodérmica, a idéia de sociedade de massa:

• A. equivale à sociedade populosa em número de indivíduos que a compõem.
• B. refere-se a determinado relacionamento existente entre indivíduos e a ordem social que os rodeia.
• C. considera os indivíduos numa situação de isolamento psicológico e de sólidos vínculos sociais.
• D. corresponde à opinião crítica persuadida pelos mass media.
• E. relaciona-se ao caráter sensacionalista das comunicações de massa nas sociedades modernas.

O modelo do fluxo de comunicação em dois níveis ou dois tempos, elaborado por Lazarsfeld e outros pesquisadores, refere-se à constatação de que:

• A. os líderes de opinião exercem papel de mediação na relação entre os mass media e a sociedade .
• B. as redes de interações do ambiente social em que se inserem os indivíduos não fazem parte do processo comunicativo.
• C. a relação comunicativa entre os mass media e a sociedade é simétrica e realiza-se em momentos temporais simultâneos.
• D. as comunicações de massa atingem duas classes sociais diferenciadas pelo grau de conhecimento que possuem sobre o funcionamento da mídia.
• E. o processo comunicativo pode ser entendido por meio das respostas às questões: Quem? Diz o que? A quem? Através de que canal? Com que efeito?

Sobre a Escola de Frankfurt é possível dizer que:

• A. refere-se simultaneamente a um grupo de intelectuais marxistas ortodoxos e a uma teoria social elaborada para criticar o uso dos mass media durante o nazismo na Alemanha.
• B. os intelectuais frankfurtianos produziram análises descritivas, baseadas apenas em estudos sociológicos empíricos da sociedade capitalista, com destaque para a discussão sobre a indústria cultural.
• C. o termo Escola de Frankfurt agrupa trabalhos de pensadores europeus com apenas um interesse de pesquisa: entender as motivações psicológicas do consumo no capitalismo.
• D. a influência do pensamento marxiano e freudiano direcionou os estudos para a questão das diferenças sociais entre pessoas do mesmo sexo.
• E. refere-se a um produção desenvolvida, em grande parte, fora de Frankfurt e caracterizada pela associação entre pesquisa sociológica e reflexão filosófica, com destaque para a discussão sobre a indústria cultural.

O termo gatekeeper na literatura acadêmica sobre jornalismo:

• A. refere-se a uma teoria que se baseia no conceito de seleção para entender o processo de produção da informação jornalística.
• B. faz menção à atuação dos censores do Estado dentro das redações jornalísticas.
• C. diz respeito aos jornalistas como parte de uma estrutura organizacional que impõe a sua política editorial por meio de recompensas e punições.
• D. relaciona-se à descoberta de que os jornalistas formam uma comunidade interpretativa e profissional com critérios de validação próprios.
• E. corresponde à análise das notícias a partir das fontes de informação ou news promoters .

De acordo com os estudos de jornalismo, a expressão "valor-notícia" é utilizada para se referir:

• A. ao valor mercadológico (de troca) da informação noticiosa na sociedade capitalista.
• B. ao furo jornalístico capaz de agregar valor comercial a uma cobertura noticiosa que se estende por vários dias.
• C. ao poder de negociação do jornalista com as fontes para obtenção de informações sigilosas.
• D. a um conjunto de atributos ou valores que os acontecimentos devem apresentar para se tornarem notícia.
• E. à tradição do jornalismo norte-americano que enfatiza o imediatismo em detrimento da contextualização dos fatos.

Para Ericson, Baranek e Chan (1987), o profissionalismo no jornalismo consiste na capacidade de o jornalista possuir um conjunto de saberes profissionais: o "saber de reconhecimento", o "saber de procedimento" e o "saber de narração". Em relação às idéias dos autores citados, podemos afirmar que:

• A. o saber de reconhecimento é a capacidade de o jornalista reconhecer as fontes de informação e os dados adequados para o bom desenvolvimento do texto jornalístico.
• B. o saber de reconhecimento de um jornalista é o seu "faro para a notícia", a sua capacidade de identificar o que tem valor como notícia .
• C. o saber de procedimento é a habilidade do jornalista para realizar com naturalidade suas tarefas em situação de exposição pública.
• D. o saber de narração consiste na capacidade de narrar a sucessão dos acontecimentos cronologicamente, sem compromisso com quaisquer regras estilísticas.
• E. o saber de procedimento é a competência que permite ao jornalista selecionar os acontecimentos com potencial para se tornarem notícia.

A análise de Molotch e Lester (1974) sobre o campo jornalístico identifica três categorias de pessoas situadas de maneira diferente em relação ao trabalho jornalístico: os news promoters, os news assemblers e os news consumers. Sobre essas categorias, podemos dizer que:

• A. os news assemblers correspondem àqueles que se reúnem para tentar influenciar o processo produtivo da informação jornalística.
• B. os news consumers são aqueles que fazem do consumo de informação um hábito compulsivo.
• C. os news promoters representam os jornalistas profissionais que promovem a veiculação pública das notícias.
• D. os news promoters são definidos como os proprietários dos meios de comunicação que promovem a execução empresarial da atividade jornalística.
• E. os news assemblers são os profissionais que transformam um número finito de ocorrências em acontecimentos públicos por meio de divulgação pública.

O civic journalismo (ou public journalism):

• A. já se constitui, e assim é reconhecido mundialmente na literatura e na atividade profissional, como um gênero jornalístico próprio, destinado a dar publicidade aos atos dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
• B. ainda é mais um movimento surgido nos Estados Unidos nos anos 1990 do que um gênero reconhecido como tal na literatura e na prática profissional. Segundo seus precursores, caracteriza-se por agregar um valor à notícia relacionado à cidadania, cabendo-lhe dar ênfase às soluções dos problemas e não aos problemas em si.
• C. é todo o jornalismo praticado por órgãos de informação diretamente vinculados ao Estado, em qualquer uma de suas esferas ou níveis.
• D. é um gênero jornalístico inovador voltado exclusivamente para a participação do público, que constrói todo o espaço destinado às informações, sem qualquer mediação profissional, com suas informações e opiniões. É assim denominado porque o público se relaciona com ele na dupla condição de produtor e receptor de conteúdos.
• E. modelo de jornalismo estatal que se opõe totalmente ao jornalismo privado e cujas rotinas produtivas se resumem à produção e veiculação da propaganda das realizações dos governantes e de seus partidos.

"O jornalismo, então, seria usado para interpretar a informação científica e produzir conhecimento sobre a realidade."

(PENA, Felipe. Teoria do Jornalismo. São Paulo: Contexto, 2005. p. 206.

 Este trecho refere-se ao chamado jornalismo científico, que se encontra na seguinte situação hoje no Brasil:

• A. a ciência ainda não ganhou o status de editoria nos principais veículos de comunicação, embora já existam publicações e programas de rádio e televisão exclusivamente dedicados ao tema, nem é suficientemente abordada pelos veículos universitários.
• B. embora há muito tempo a ciência já seja uma das principais editorias do jornalismo brasileiro, curiosamente ainda não é assunto suficientemente abordado pelos veículos universitários.
• C. segundo diversos autores, a relação entre os cientistas e jornalistas já não é mais conflituosa e esse é o motivo que faz com que a ciência seja o tema que recebe hoje a maior cobertura do jornalismo brasileiro.
• D. o conflito entre a linguagem científica e a linguagem jornalística já está totalmente superado no Brasil, ao ponto de os cientistas já estarem adotando em larga escala a linguagem jornalística nos seus trabalhos, com o intuito de popularizá-los.
• E. a ciência só não é o assunto que recebe a maior cobertura por parte da mídia porque a produção científica brasileira é de baixa qualidade.