Questões de Direito Processual Civil da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

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Figure-se a hipótese em que Caio ajuíza demanda em face de Tício, alegando ter direito à propriedade de um imóvel registrado em nome deste último e pedindo a declaração do domínio do autor sobre o bem, assim como a imissão na posse do imóvel. Suponha-se, ainda, que, após a citação, o imóvel foi alienado por Tício a Mévio, um investidor imobiliário. A partir dessa situação hipotética, assinale a alternativa correta, considerando a jurisprudência dos Tribunais Superiores, é correto afirmar que:

  • A. o ingresso de Mévio no processo, como substituto de Tício ou como seu assistente, dependerá do consentimento de Caio, mas a sentença produzirá efeitos em relação a Mévio independente de sua participação no processo como parte ou assistente;
  • B. Mévio não poderá substituir Tício no polo passivo, nem sofrerá os efeitos da sentença se não intervier no processo como assistente, caso em que não dependerá do consentimento de Caio;
  • C. Mévio possui legitimidade ativa para o ajuizamento de embargos de terceiro, na qualidade de senhor e possuidor, postulando a manutenção da posse do bem, em caso de turbação ou esbulho por ato judicial;
  • D. a sentença proferida nos autos produz efeitos em relação a Mévio, salvo se demonstrar que adotou todos os cuidados que dele se esperavam para a concretização do negócio, notadamente a verificação de que, sobre a coisa, não pendiam ônus judiciais ou extrajudiciais capazes de invalidar a alienação;
  • E. Tício somente poderá ser substituído por Mévio no polo passivo do processo se Caio consentir, ao passo que Mévio apenas será admitido como assistente com a anuência de Tício, estendendo-se os efeitos da sentença in utilibus a Mévio.

Funcionário público estadual, inconformado com o ato administrativo que o demitiu do serviço público, em virtude do cometimento de grave falta funcional, impetrou mandado de segurança em que pleiteou a invalidação do ato em questão, sob o fundamento de não terem sido observadas, no processo administrativo disciplinar instaurado em seu desfavor, as garantias da ampla defesa e do contraditório. Diante do indeferimento da medida liminar requerida na inicial, para que se suspendesse a eficácia do ato punitivo, o servidor houve por bem ajuizar uma nova demanda, já então sob o rito ordinário, em que postulou, da mesma forma, a invalidação do ato demissório, aduzindo a mesma causa petendi.

Considerando a propositura da segunda ação, a que se seguiram o seu juízo positivo de admissibilidade e a citação do ente federativo, está-se diante do fenômeno da:

  • A. litispendência;
  • B. conexão;
  • C. continência;
  • D. carência de ação, por impossibilidade jurídica do pedido;
  • E. perempção.

João foi vítima de um delito de dano, crime este de ação penal privada. Em razão disso, ofereceu queixa crime, de maneira regular, em desfavor de Renato, autor dos fatos. Após o recebimento da queixa, intimados para audiência de instrução e julgamento, o querelante e seu advogado não compareceram, de maneira injustificada. O magistrado entendeu por bem intimar o querelante para justificar a ausência, mas este se manteve inerte por 30 dias. Diante disso, deverá o juiz da causa reconhecer a:

  • A. decadência, que poderá ocorrer em ações penais de natureza pública condicionada à representação e de natureza privada;
  • B. prescrição, que, em tese, poderá ocorrer em crimes cuja ação penal seja de qualquer natureza;
  • C. perempção, que só poderá ocorrer em ações penais de natureza privada;
  • D. decadência, que só poderá ocorrer em ações penais de natureza privada;
  • E. perempção, que poderá ocorrer em ações penais de natureza pública condicionada à representação e de natureza privada.

Claudio propôs uma demanda em face do Banco SSD pleiteando a compensação por danos extrapatrimoniais experimentados em razão da inclusão indevida de seu nome nos cadastros de maus pagadores. Ocorre que Claudio reconheceu na própria petição inicial que seu nome já estava devidamente negativado por outro credor. Nesse caso, ao receber a petição inicial, o juiz pode:

  • A. determinar a sua emenda, para incluir expressamente o pedido de retirada do nome de Claudio do cadastro de maus pagadores;
  • B. determinar a sua emenda, para incluir na demanda o outro credor que também negativou o nome de Claudio no cadastro de maus pagadores;
  • C. julgar procedente o pedido, caso exista jurisprudência favorável à tese defendida por Claudio nos tribunais superiores;
  • D. julgar improcedente o pedido, caso exista jurisprudência consolidada no juízo e nos tribunais superiores sobre o tema, refutando a tese autoral;
  • E. deferir tutela antecipada, de ofício, para determinar a imediata retirada do nome de Claudio do cadastro de maus pagadores.

As reformas operadas no Código de Processo Civil, no que tange à execução, lograram inserir uma fase pré-executiva, para cumprimento voluntário da obrigação pecuniária reconhecida na sentença condenatória. Assim, de acordo com o Art. 475-J do CPC, o devedor terá o prazo de 15 dias para pagar o valor devido sob pena de multa de 10%. De acordo com o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, o prazo para cumprimento voluntário da obrigação é contado:

  • A. da intimação pela imprensa oficial, quando o devedor tiver advogado constituído nos autos;
  • B. do trânsito em julgado da sentença condenatória, se o devedor tiver advogado constituído nos autos;
  • C. da intimação pela imprensa oficial, expedida pela instância recursal, se houve a interposição de recurso;
  • D. da intimação pela imprensa oficial, se o devedor for pessoa jurídica de direito público;
  • E. do trânsito em julgado da sentença condenatória, quando o devedor for revel e tiver advogado constituído nos autos.

Lucia foi expulsa de casa pelo marido, Cesar. Além disso, o marido começou a quebrar os bens pertencentes ao casal. Assim, Lucia propôs em face do marido ação cautelar de sequestro. O juiz recebeu a petição inicial e deferiu medida liminar de sequestro dos bens do casal que estavam sob risco de dilapidação. Em casos como esse:

  • A. a citação do réu poderá ser realizada, ainda que durante o período de recesso;
  • B. a intimação da decisão liminar deve ser feita depois da realização da citação do réu;
  • C. a intimação do réu da decisão liminar pode ser feita pela imprensa oficial;
  • D. a intimação do réu da decisão liminar pode ser suspensa até a realização da sua citação;
  • E. a citação do réu poderá ser feita eletronicamente, se a intimação da decisão liminar tiver sido pessoal.

Carlos ajuizou ação cautelar de sequestro de bens em face de Júlio, uma vez que esse não tinha domicílio certo e deixara de pagar uma obrigação no prazo estipulado. Ao sentenciar o feito, o juiz, concluindo que assistia razão a Carlos, deferiu o arresto, por entender que esse configuraria a medida cautelar cabível no caso, e que estavam presentes os seus requisitos legais. O juiz proferiu sentença:

  • A. extra petita, pois decidiu pedido diverso do formulado;
  • B. ultra petita, pois a cautelar de arresto é mais abrangente que o sequestro;
  • C. válida, já que a fungibilidade é uma nota característica das medidas cautelares;
  • D. citra petita, pois o arresto é menos abrangente que o sequestro;
  • E. nula, pois deveria extinguir o feito sem resolução do mérito, diante da inadequação da via processual eleita.

José e João, acionistas de uma empresa, não foram comunicados sobre uma assembleia que iria tratar de assuntos referentes a seus interesses. Desse modo, ajuízam ação, em litisconsórcio, em face da empresa, pedindo a anulação da referida assembleia.

Nesse caso, formou-se um litisconsórcio:

  • A. ativo, necessário e unitário;
  • B. misto, facultativo e simples;
  • C. ativo, facultativo e unitário;
  • D. ativo, necessário e simples;
  • E. ativo, facultativo e necessário.

Joaquim, advogado, é procurado por José para apresentar defesa no processo em que sua esposa pede o divórcio e alimentos. Sem ser ainda constituído procurador do réu nos autos, Joaquim vai ao cartório do juízo, onde:

  • A. poderá examinar os autos do processo, mesmo sem procuração;
  • B. poderá, sem procuração nos autos, requerer vista do processo pelo prazo de cinco dias, sem direito de examiná-lo de imediato;
  • C. não poderá examinar os autos do processo, pois não tem procuração;
  • D. poderá examinar os autos do processo imediatamente, devendo juntar em quinze dias a procuração;
  • E. não poderá examinar os autos do processo, mesmo que apresentasse a procuração naquele momento.

Quanto ao tema da capacidade processual, é INCORRETO afirmar que:

  • A. se trata de um pressuposto de validade da relação processual;
  • B. a ausência de capacidade para estar em juízo constitui vício que não pode ser sanado, devendo o juiz extinguir o processo sem resolução do mérito assim que constatar o defeito;
  • C. têm capacidade de ser parte todas as pessoas físicas e jurídicas, além dos entes e massas de bens desprovidos de personalidade jurídica a que a lei atribui tal capacidade, como o espólio e o condomínio de edifício;
  • D. a capacidade postulatória consiste na aptidão para dirigir petições ao juiz, sendo privativa do advogado e de profissionais do direito que exerçam funções análogas, no âmbito de suas atribuições, como o Promotor de Justiça e o Defensor Público;
  • E. o advogado, mesmo sem instrumento de mandato, pode exercer a sua capacidade postulatória em prol de seu cliente, a fim de evitar a consumação da prescrição ou decadência, caso em que deverá exibir a procuração no prazo de quinze dias, prorrogável por igual período, por despacho do juiz.
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