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História - História Geral - FUNRIO Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência (FUNRIO) - 2007
Do século XV em diante, a prodigiosa aventura dos europeus 'por mares nunca dantes navegados' e a colonização das áreas americanas foram, sem sombra de dúvida, um importante momento na história da humanidade. Ampliando o seu universo geográfico, conquistando territórios e avançando seus domínios pela superfície da Terra, o Ocidente europeu iniciou um período de expansão comercial e dinamismo econômico jamais ousados pelo homem.
O aspecto que está associado à expansão marítima e comercial é:
a necessidade de fontes produtoras de alimentos e fornecedoras de metais preciosos, a busca de uma nova rota das especiarias e o interesse da Igreja Católica na luta contra os "infiéis" impulsionaram holandeses e ingleses a se aventurarem nas viagens marítimas
o pioneirismo português na expansão marítima pode ser explicado como resultado de diversos fatores, dentre os quais se destacam a localização geográfica, a descoberta das rotas mediterrâneas para o Oriente e a ausência de regulamentação econômica
a decadência comercial das cidades italianas, a ocupação de Constantinopla pelos turcos otomanos, o excesso de metais preciosos, inflacionando a economia e o crescimento demográfico foram fatores relevantes que impulsionaram as grandes navegações européias a partir dos séculos XV e XVI
o contato com os povos africanos e americanos, portadores de culturas bastante diversas daquelas do Velho Mundo, originou uma visão etnocêntrica de homem e de sociedade que justificava, política e ideologicamente, a superioridade do europeu
os colonizadores da época moderna, rompendo com o caráter de exploração comercial que era típico das feitorias, montaram plantations nas áreas descobertas da África e da Ásia, passando a intervir diretamente no âmbito da produção
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"(...) as exigências do burguês foram delineadas na famosa Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. Este documento é um manifesto contra a sociedade hierárquica de privilégios nobres, mas não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária". [HOBSBAWN, Eric. A era das revoluções. Trad. Maria Tereza Teixeira & Marcos Penchel. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p.77.]
Na Revolução Francesa, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, promulgada a 26 de agosto de 1789, um documento de alcance universal e baseado nos princípios do liberalismo, foi um marco na história do pensamento político ocidental, devendo ser compreendido na conjuntura histórica de profundas transformações européias a partir da segunda metade do século XVIII que culminaram com a crise do Antigo Regime.
As afirmativas QUE SE RELACIONAM ao tema são:
I. A promulgação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão correspondeu a primeira fase do processo revolucionário francês, quando a participação dos sans-cullotes e dos camponeses na cena política redefiniu o caráter da luta, forçando a abolição dos privilégios nobiliárquicos.
II. A afirmação de que todos os homens devem ter assegurados em lei os direitos sagrados à liberdade, à igualdade, à vida e à felicidade promoveu uma ruptura com a ordem social vigente, demolindo a estrutura estamental do Antigo Regime baseada em critérios conferidos pela tradição.
III. Para os liberais, todos os homens são dotados de paixões em seu estado de natureza, que resultam em desordem, necessitando de uma instância superior - o governo - capaz de assegurar a propriedade privada e controlar os instintos egoísticos do homem em prol do bem comum.
IV. Dentre as conquistas alcançadas pela Revolução Francesa, destaca-se o sufrágio universal, a fim de assegurar a participação
I, III e V
I, II e IV
II, III e IV
II, IV e V
II, III e V
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"Os imperialismos do final do século XIX e do século XX diferiam tanto do espírito de conquista ou de dominação das épocas passadas quanto da expansão colonial dos séculos anteriores pela seguinte característica: estavam, mais que os outros, ligados ao capital financeiro, e a colonização ou a conquista não eram as únicas expressões de sua existência". [FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências - séculos XIII a XX. Trad. Rosa Freire. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 34.]
Na época do capitalismo liberal e concorrencial, marcada pela hegemonia inglesa no mundo capitalista, a questão fundamental residia no intercâmbio de matérias-primas e alimentos, a preços baixos, por produtos industrializados. O comércio mundial era regido pela livre-concorrência, segundo a "mão invisível" do mercado auto-regulador de Adam Smith. As transformações do capitalismo na segunda metade do século XIX começaram a questionar a validade do liberalismo, uma vez que os problemas suscitados pela depressão de 1873 resultaram na formulação de uma nova política de expansão e de anexação de mercados externos, para garantir a continuidade da acumulação capitalista, resultando no imperialismo.
A respeito das características desse processo histórico, é pertinente afirmar:
na maior parte da África, principalmente na África Negra, embora existissem condições históricas prontas para receber os investimentos europeus, ocorreu uma desarticulação violenta das estruturas econômicas e sociais anteriores à colonização, inclusive no que se refere à posse e à utilização da terra em benefício dos colonos europeus
o aspecto principal, diferentemente da época histórica anterior, passou a residir na exportação de capitais disponíveis, sob a dupla forma de empréstimos diretos e/ou indiretos, através de bancos privados, e de inversões no setor público ou em atividades primárias, extrativas ou agrícolas, voltadas para exportação, com objetivos de modernização econômica
a Alemanha e Itália, por entrarem atrasadas para a corrida imperialista, foram os únicos países que justificaram, ideológica e cientificamente, a nova expansão colonial pela idéia de que os brancos europeus tinham uma "missão civilizadora", que estava associada à moralização dos costumes, a evangelização dos "selvagens" e ao ensino da prática do governo aos "povos atrasados", que deveriam ser conduzidos à maturidade política
a expansão imperialista dos Estados Unidos nem sempre se caracterizou pela exportação de capitais, uma vez que o estabelecimento de esferas de influência econômica e os canais de acesso a elas para proteger o território nacional eram os aspectos centrais, o que explica a ausência de investimentos no Caribe e na América Central em prol do interesse em resguardar o Pacífico como área de segurança
como a China se isolou do Ocidente durante longo tempo e resistiu fortemente à sua penetração, a ação imperialista dos países europeus na região se baseou em uma "política de portas abertas", que impedia a adoção de políticas protecionistas para facilitar a penetração de capitais no promissor mercado chinês (que possuía muitas riquezas naturais e grande disponibilidade de mão-de-obra)
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De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, espera-se que ao longo do ensino fundamental os alunos possam ampliar a compreensão de sua realidade, especialmente confrontando-a e relacionando-a com outras realidades históricas. Sob essa perspectiva, situar acontecimentos históricos, localizá-los em uma multiplicidade de tempos e respeitar a diversidade social, considerando critérios éticos, são objetivos essenciais ao trabalho didático, que busca uma intercessão entre o fazer história e o saber pedagógico. Se a globalização integra e une economicamente os quatro cantos do planeta, por sua vez os nacionalismos agressivos ressurgem, hasteando a bandeira do racismo e da intolerância contra minorias étnico-religiosas e/ou povos. A crença na superioridade de um povo sobre outros renasce, seduzindo e mobilizando sentimentos e desejos humanos individuais e/ou coletivos. A "purificação étnica" e o xenofobismo são, portanto, ingredientes vitais às ações dos skinheads, mas que não representam algo novo na história da humanidade.
As afirmativas que expressam a multiplicidade do tempo histórico, conforme evidenciada nas imagens, são:
I - O nazismo alemão e o fascismo italiano apareceram como projetos alternativos à crise da dominação burguesa e ao comunismo (soviético), caracterizando-se pelo totalitarismo, pelo militarismo, pelo anti-semitismo, pelo nacionalismo exacerbado e pelo culto ao líder.
II - O fascismo italiano e o nazismo alemão, que emergiram nas décadas de 20 e 30 na Europa apelavam às soluções de força somente em casos considerados de ameaça à ordem social, embora garantissem aos cidadãos as liberdades individuais e coletivas.
III - A humilhante derrota da Itália na Primeira Guerra Mundial correlata à perda de regiões
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"A bipolarização do poder planetário é resultado do enfraquecimento geopolítico das antigas potências e da emergência de duas superpotências (os Estados Unidos e a União Soviética) capazes de desencadear a destruição de todo o sistema mundial de Estados. A Guerra Fria foi a manifestação mais nítida dessa bipolarização." [MAGNOLI, Demétrio. O mundo contemporâneo: relações internacionais (1945-2000). São Paulo: Moderna, 1996, p. 47.]
A Guerra Fria deve ser entendida como um confronto histórico entre as duas superpotências, Estados Unidos e União Soviética, que emergiram em meio aos rastros de destruição e violência deixados pela Segunda Guerra Mundial, resultando na divisão leste versus oeste. No início dos anos 60, a construção do Muro de Berlim, separando Berlim Ocidental e Berlim Oriental, foi o "símbolo" mais contundente dessa bipolaridade do planeta.
Quanto à relevância histórica da Guerra Fria para a compreensão do século XX, destaca-se:
Uma das características mais evidentes da Guerra Fria foi a emergência de conflitos localizados, deslocando o campo das batalhas da Europa para a América Latina, e, assim, expressando os confrontos entre o bloco capitalista e o bloco comunista pela delimitação das áreas de segurança
A Guerra da Coréia e a Guerra do Vietnam, dentro da nova ordem internacional delimitada pela Guerra Fria, aumentaram a influência do capitalismo na Ásia, levando a União Soviética a reforçar e expandir as suas parcerias estratégicas no Oriente, por meio de uma rede de tratados militares e alianças diplomáticas
Os Estados Unidos e a União Soviética, após o término do grande confronto mundial, se defrontaram a fim de assegurar áreas de influência no Leste Europeu e na Ásia, porém não chegaram a uma solução geopolítica para o problema alemão, com Berlim, o que contribuiu decisivamente para a Guerra Fria
A bipolaridade mundial se intensificou a partir do falecimento de Stalin, uma vez que os novos governantes da URSS não aceitavam nenhum tipo de negociação com o Ocidente, particularmente no que se refere ao controle de arsenais bélicos
Embora tenha se iniciado nos Estados Unidos um período de perseguição aos elementos de esquerda, trazendo a "guerra universal" para dentro das fronteiras nacionais, o Partido Comunista acabou por se fortalecer e conheceu um período de intensa atividade política e cultural, levando à rápida desarticulação do macartismo
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"Nesta república monstruosa, onde não há justiça, nem instrução, nem eleição, nem responsabilidades, a bandeira da federação é a bandeira negra do corso cobrindo toda as depredações da pirataria política."
[Martim Soares. O Babaquara: subsídio para a história da oligarquia no Ceará. Rio de Janeiro, s/ed., 1912.]
O texto faz menção aos mecanismos de dominação política que foram instaurados na Primeira República, mostrando como a nova configuração do poder transitou por ambigüidades que dificultaram a consolidação de um regime representativo em nosso país, o exercício da cidadania e o respeito à "coisa pública". Expedientes políticos de manipulação do processo eleitoral, tais como o voto de cabresto, a eleição a bico de pena, o voto dos mortos, a falsificação de atas e a degola dos candidatos da oposição se transformaram em hábitos rotineiros e legítimos da vida política brasileira, evidenciando, inclusive, a dependência do Poder Judiciário ao poder das oligarquias e legitimando a fraude, a corrupção e o clientelismo.
A afirmativa que expressa o funcionamento político-institucional da Primeira República é:
a Política dos Governadores baseou-se na aliança entre o poder estadual e o poder municipal, para que todas as oligarquias, interessadas em assegurar a sua hegemonia em âmbito regional obtivessem favores do governo federal para investir no crescimento dos municípios em troca do apoio aos projetos governamentais
o poder federal apoiava as oligarquias nos estados, tomando medidas que defendiam os interesses da economia primário-exportadora, como as restrições ao câmbio e o protecionismo externo, em troca do compromisso dos chefes regionais e locais de manterem a ordem, destruindo qualquer foco de rebelião popular
como a bancada era proporcional ao número de habitantes por estado, São Paulo e Rio de Janeiro eram os estados de maior bancada parlamentar, portanto os de maior força política, o que lhes permitiu ascender ao controle do poder em âmbito nacional através da política "café-com-leite", assegurando a vitória dos candidatos da situação tanto à sucessão presidencial, quanto à formação da maioria parlamentar
a Comissão de Verificação dos Poderes, destinada ao controle da diplomação dos parlamentares eleitos; a montagem de máquinas eleitorais nos estados a serviço das oligarquias dominantes; a formação de currais eleitorais no interior sob controle dos coronéis para garantir a vitória dos candidatos da situação e a eleição a "bico de pena" e o voto de cabresto foram mecanismos políticos destinados a garantir e perpetuar a dominação oligárquica
como as oligarquias estaduais conquistaram muito poder e se fortaleceram, elas acabaram retirando dos coronéis a influência que outrora tiveram em seus respectivos municípios e circunvizinhanças, restando a eles obedecê-las e viabilizar a vitória dos candidatos da situação, por meio do voto de cabresto, em troca de alguma verba e nomeação para cargos públicos sem importância
O Oriente Médio foi uma das regiões mais conflituosas do mundo durante o século XX. Sobre essas guerras, conflitos e interesses, todas as alternativas estão corretas, exceto a:
"As polêmicas sobre as políticas públicas de ação afirmativa na América Latina remetem-se apenas ao fato dessas terem sido articuladas e implementadas, de maneira coerente e global, nos EUA nos anos 60, como conseqüência da longa luta pelos direitos civis dos negros norte-americanos. O debate, portanto, desconsidera os parâmetros históricos fundantes da adoção dessas políticas, assim encobrindo o fato de que esse tipo de política corretiva surgiu das dinâmicas do processo que conduziu à independência dos países da África, da Ásia, do Caribe e do Pacífico Sul, antes colonizados pela Europa, popularizando-se após a Segunda Guerra Mundial."
(SANTOS, Sales Augusto dos. (org.) Ações afirmativas e combate ao racismo nas Américas. Brasília: Ministério da Educação, 2005, p. 313.)
Sobre a relação entre as políticas públicas de ação afirmativa e o desenvolvimento social, considere as afirmativas a seguir:
1 – O texto destaca um aspecto pouco explorado no debate sobre a implementação de ações afirmativas nos países periféricos: a articulação dessas políticas públicas de Estado com os processos históricos de descolonização por eles vivenciados.
2 – A aquisição dos direitos civis pelos afro-norte-americanos se tornou possível em função da cordialidade entre as etnias, característica da formação social dos EUA.
3 – No contexto estratégico da definição de políticas de ação afirmativa, sobretudo em países asiáticos e africanos, foi fundamental determinar cotas e medidas específicas para garantir o rápido acesso dos nativos às funções até então monopolizadas pelos europeus.
4 – Nos países que adotaram ações afirmativas para a ocupação de vagas no ensino ou em cargos públicos, percebe-se uma ampliação da dificuldade dos beneficiados pelas cotas em conseguir a sua ascensão social.
Assinale a alternativa correta.
Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Nas últimas décadas do século XVI, Portugal passou a ser dominado pela Espanha, formando a União Ibérica. Como inimiga da Espanha, a Holanda ficou proibida de comercializar o açúcar brasileiro e, como represália, invadiu o Brasil.
Sobre esse assunto, é correto afirmar:
Texto para as questões de 34 a 36
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando o cenário histórico mundial do século XX, assinale a opção correta.
Há vinculações entre as duas guerras mundiais do século XX, sobretudo quanto ao quadro de disputas por espaço e poder entre grandes potências.
Na primeira metade do século XX, a economia capitalista foi crescentemente marcada pela mais absoluta liberdade de mercado.
Diferentemente do nazismo alemão, o fascismo italiano correspondeu a uma experiência democrática que se identificava com sua época.
A Crise de 1929 circunscreveu-se aos Estados Unidos da América e a alguns países europeus, razão pela qual seus efeitos puderam ser minimizados.
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